Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
12 – A MORDOMIA DO CUIDADO COM A TERRA - (Gn 1.26-30)
3º
TRIMESTRE DE 2019
INTRODUÇÃO
Nesta lição
aprenderemos sobre o significado do termo “terra” à luz das Escrituras; veremos
também, que o universo foi criado por Deus e quais os seus propósitos em
relação aos homens; destacaremos os princípios do cuidado com a criação,
partindo do exemplo de Adão e Eva; e por fim, veremos os deveres cristãos no
exercício da mordomia do cuidado com a terra.
I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA
TERRA
No Antigo
Testamento duas palavras são frequentemente usadas para terra; o termo: “érets”
que denota: o planeta inteiro, como também algumas partes que compõem a terra;
país (Gn 1.1,2,10-12; 2.1; 4.12; Êx 8.17; 10.5; Lv 11.2,21; Jó 1.7; 2.2); como
também a palavra: “adamah” que aponta mais diretamente para o solo cultivável
(Gn 1.25; 2.6; Êx 10.6; Dt 4.10; 1Sm 4.12). Já no Novo Testamento, temos a
expressão grega: “gê”, podendo indicar: “o próprio globo terrestre, como o
solo, uma região, um país, os habitantes da terra” (Mt 5.5,13,18; 10.34; João
17.4; At 1.8; Rm 10.18; 1Co 8.5; Ef 1.10; Ap 1.5,7,10; 5.3; 10.2; 21.1,24) (CHAMPLIN,
2004, p. 388 – acréscimo nosso).
II – DEUS CRIOU A TERRA
A Bíblia não
da suporte para a teoria da evolução, pois inicia afirmando o criacionismo: “No
princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1 ver Sl 104.5). O que evoluiria
seria a ciência, as pesquisas, o saber (Dn 12.4). Notemos então, os propósitos
de Deus na criação em relação a terra:
2.1 - Para que o homem
pudesse viver de forma saudável. Assim
nos informa o escritor sagrado: “E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, da
banda do Oriente, e pôs ali o homem que tinha formado” (Gn 2.8). A palavra Éden
significa: “deleite” ou “lugar de muita água”, indica que esse jardim era um
paraíso vindo das mãos de Deus, criado para proporcionar o melhor ambiente
possível para o primeiro casal. Neste sossegado lugar de indescrit ível beleza,
o homem devia desfrutar da comunhão e do companheirismo do Criador, e trabalhar
de acordo com o esquema divino para a realização de Sua vontade perfeita. Um
adequado suprimento de água era fornecido por um vasto sistema de irrigação, um
emaranhado de rios que brotavam dentro e à volta do jardim, dando-lhe vida (Gn
2.9,10-14).
2.2 - Para que o homem
pudesse desfrutar dela. As
árvores que Deus plantou no jardim não eram apenas para mostrar a beleza de Sua
criação (Gn 1.31; Ec 3.11), mas para a provisão diária de suas criaturas: “E o
SENHOR Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida
[…]” (Gn 2.9), Deus portanto, criou a terra para que o homem pudesse desfrutar
dela de forma equilibrada (Gn 2.16), para seu mantimento e deleite pessoal (Gn
1.29,30; Sl 104.14,15).
2.3 - Para que o homem
pudesse cuidar dela. Os
homens foram criados para ter domínio sobre a Terra (Gn 1.26,28). Adão e Eva
foram os primeiros regentes da criação de Deus (Sl 8.6-8). Assim declara o
salmista: “Os céus são os céus do Senhor, mas a terra, deu-a ele aos filhos dos
homens” (Sl 115.16), de modo que dentro desta administração inclui o cuidado
necessário com a terra: “E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do
Éden para o lavrar e o guardar” (Gn 2.15). Entre as responsabilidades de Adão
quanto a sua mordomia do cuidado com a terra, destacamos:
(a)
deveria estabelecer-se no Éden e cuidar especialmente desse lindo jardim
paradisíaco (Gn 2.15);
(b)
deveria dar nomes a todas as criaturas (Gn 2.19,20);
(c)
deveria reproduzir-se e popular a terra com sua espécie (Gn 1.28); e,
(d)
deveria deleitar-se dos frutos de diversas árvores (exceto uma, a árvore do
conhecimento do bem e do mal) (Gn 2.16).
III – ADÃO E O CUIDADO
COM A TERRA
3.1 - A elevada posição
do ser humano na criação. Ao
criar o homem, o Senhor lhe deu uma elevada posição diante de toda a criação
(Gn 1.28; Sl 8.6). Segundo Berkof (2000, p. 174): “O homem é descrito como
alguém que está no ápice de todas as ordens criadas. Foi coroado como rei da
criação inferior e recebeu domínio sobre todas as criaturas inferiores. Como
tal, foi seu dever e privilégio tornar toda natureza e todos os seres criados,
que foram colocados sob seu governo, subservientes à sua vontade a o seu propósito,
para que ele e todos os seus gloriosos domínios magnificassem o onipotente
Criador e Senhor do universo”. Sua posição destacada fica evidente quando lemos
que: “[…] Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e
enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves
dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1.28).
3.2 - Os deveres de Adão
e Eva na mordomia da terra. Deus
ao criar o ser humano segundo a sua imagem (Gn 1.27), tinha como propósito,
entre outras razões, permitir que Adão governasse a terra: “[…] e domine sobre
os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a
terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra (Gn 1.26). O homem
deveria exercer autoridade sobre toda a natureza (Sl 8.6-8). O Novo Testamento
deixa claro que o homem foi feito para exercer domínio, sobre toda a criação
(Hb 2.5-8). O escritor bíblico informa: “E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs
no jardim do Éden para o lavrar e o guardar” (Gn 2.15). A palavra guardar
denota a ideia de manter, Deus estava ensinando a Adão sobre a necessidade de
trabalhar para preservar o jardim, a fim de que não se tornasse um ambiente
desordenado. Desde o princípio do mundo, Deus teve a preocupação de conservar a
ecologia da terra.
3.3 - O pecado de Adão e
as suas consequências sobre a terra. Por ocasião da entrada do pecado no mundo através
de Adão (Gn 3; Rm 5.12; 1Co 15.22), sobrevieram consequências físicas e
espirituais (Gn 3.14-16; Rm 3.23). A Queda não atingiu apenas o homem, mas
também toda natureza, é o que fica claro quando lemos: “E a Adão disse: […]
maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua
vida. Espinhos e cardos também te produzirá [...]” (Gn 3.17,18), de modo que
além da terra passar a produzir espinhos e cardos, a realidade do pecado na
esfera humana, também mudou a relação entre homens e animais: “E será o vosso
temor e o vosso pavor sobre todo animal da terra e sobre toda ave dos céus […]”
(Gn 9.2), os animais passaram a possuir ferocidade (Is 65.25), e estes passaram
a pertencer a dieta alimentícia do homem (Gn 1.29,30; 9.3; Dt 12.15; Rm
14.2,3,6). O apóstolo Paulo retrata a condição da terra após o pecado como: (a)
sujeita a vaidade (Rm 8.20); (b) gemendo como dores de parto (Rm 8.22); e, (c)
em expectativa de restauração (Rm 8.19,21).
IV – A MORDOMIA CRISTÃ
NO CUIDADO COM A TERRA
Desde a Queda,
o homem deixou de tratar da terra como deveria, e até incorrendo no outro
extremo de divinizar a natureza, como alguns chamam de “mãe terra ou mãe
natureza” (Rm 1.25). No entanto, Deus deu ordens para que ela fosse devidamente
administrada. Vejamos:
4.1 - No trato com o
solo. Deus
deixou estabelecido em Sua Palavra, o princípio de preservação do solo (Gn
2.15; 8.22), de modo que a terra não deveria ser usada demasiadamente, sem o
devido descanso: “Também seis anos semearás tua terra e recolherás os seus
frutos; mas, ao sétimo, a soltarás e deixarás descansar […] (Êx 23.10,11 ver Lv
25.1-5; 26.34,35). Apesar deste princípio ser claro, há alguns hoje que pensam
só nos seus lucros, não na saúde da terra; priorizam o sucesso imediato e
presente, e desconsideram as consequências futuras dessa má administração (Is
24.1-12; Jr 12.4; Jl 1.10,20). A quebra desse princípio foi uma das razões que
levou Judá ao cativeiro babilônico (Lv 26.43; 2Cr 36.21). A ideia de sujeitar a
terra (Gn 1.28), não significa que devemos escravizá-la para satisfação de
nossos desejos de lucros, dando vazão a uma exploração ilimitada dos seus
recursos. Como cristãos, devemos ter zelo pela criação divina, tendo
preocupação ecológica, uma vez que, a ira de Deus será derramada sobre os que
destroem a terra (Ap 11.18).
4.2 - No trato com as
árvores. O
princípio do cuidado com a flora, fica evidente também na narrativa de Gênesis:
“E tomou o SENHOR Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o
guardar” (Gn 2.15). Esse cuidado era necessário para a manutenção do jardim do
Éden, uma vez que a deterioração é própria das coisas finitas que vieram a
existência, não há nada na terra que não exija manutenção. Sobre o trato com as
árvores Deus diz: “Quando sitiares uma cidade por muitos dias, pelejando contra
ela para a tomar, não destruirás o seu arvoredo, metendo nele o machado, porque
dele comerás; pelo que o não cortarás (pois o arvoredo do campo é o mantimento
do homem ), para que sirva de tranqueira diante de ti” (Dt 20.19). Num contexto
de guerra, onde a ética dos homens muda, e o que tem valor pode vir a perdê-lo;
Deus ressalta a importância de se tratar corretamente do arvoredo ou das
florestas, visto que é fundamental para a existência humana. Se antes da Queda
a flora precisava de cultivo e proteção, quanto mais agora, quando a maldição
está sobre o habitat humano (Gn 3.17; Rm 8.19-22).
4.3 - No trato com os
animais. O
domínio do homem sobre os animais, também fica evidente no relato da criação:
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e
domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e
sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra” (Gn 1.26). O
cuidado com a fauna, também é visto nas Escrituras de forma abrangente:
(a) a
lei de descanso para os animais (Êx 20.10; 23.12);
(b) o cuidado com a sua
alimentação (Êx 23.11; Dt 25.4; Jó 38.39-41; Sl 147.9);
(c) na preservação das
espécies (Gn 6.19; Dt 22.6,7; Sl 36.6; Jn 4.11); e,
(d) contra os maus tratos
(Êx 23.4,5,12; Nm 22.27-31; Dt 22.10; Pv 12.10; Sl 11.5; Lc 14.5).
Pelo texto
bíblico, aprendemos que, Deus nunca autorizou tratar os animais com crueldade.
Ele se preocupa e cuida até do mais simples animal (Sl 104.24-30; 145.16; Is
56.8,9; 2Rs 3.17). Salientamos porém, que apesar de toda a preocupação de Deus
em relação aos animais, eles não foram criados com a capacidade de raciocinar
ou ter espiritualidade (2Pd 2.12; Jd 19), sendo assim, não devem ser tratados
como pessoas, ou seja, humanizados (Lc 13.15; 14.1-5; Mt 6.26; 10.31; Lc 12.7).
Afinal, a Bíblia descreve o tempo em que, sob o Reino de Cristo no Milênio,
entre outros efeitos, virá a administração correta do planeta, prevalecendo a
harmonia entre o homem e os animais como era no princípio (Is 11.6-8).
CONCLUSÃO
Deus quer que
nós preservemos a criação, que é a sua propriedade (Sl 24.1). Como mordomos do
Senhor, cuidemos bem daquilo que Deus nos deu para o nosso deleite.
REFERÊNCIAS
CAMPOS, Heber
Carlos. O Habitat Humano: O paraíso criado. SP: HAGNOS, 2011.
CAMPOS, Heber
Carlos. O Habitat Humano: O paraíso perdido. SP: HAGNOS, 2012.
CHAMPLIN, R.
N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. vl 06. SP: HAGNOS, 2004.
STAMPS, Donald
C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.
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