segunda-feira, 27 de maio de 2019

LIÇÃO 09 – A ARCA DA ALIANÇA – (Êx 25.10-22) 2º TRIMESTRE DE 2019


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543

LIÇÃO 09 – A ARCA DA ALIANÇA – (Êx 25.10-22)

2º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre o mais importante móvel do Tabernáculo, a arca da aliança; veremos algumas considerações a respeito desse utensílio; notaremos também, alguns elementos relacionados a arca; e por fim, pontuaremos a sua simbologia à luz das Escrituras.

I – CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A ARCA DA ALIANÇA
1.1 - O significado do termo. A Bíblia emprega para a arca a palavra hebraica: “aron”, que significa: “baú, caixa, cofre ou arca”. Como podemos compreender pelo significado da palavra, a arca era destinada a guardar intacto o que é posto dentro dela (Gn 50.26; 2Rs 12.9,10). Há aproximadamente 185 referências à arca no Antigo Testamento, há mais referências sobre esse móvel do que sobre qualquer outra peça do santuário. A primeira referência à arca aparece em Êxodo 25.10 e a última menção a ela no Antigo Testamento se encontra em Jeremias 3.14-16. A última referência a respeito da arca na Bíblia está em Apocalipse 11.19, onde a verdadeira “arca da sua aliança” é vista no céu, uma vez que os móveis do Tabernáculo terrestre, eram figuras do celeste (Hb 9.1,11,23) (CONNER, 2015, p. 30 – acréscimo nosso).

1.2 - Descrição. Há de se considerar que a arca da aliança era o objeto mais importante do Tabernáculo. Ela era também chamada de: “arca do Testemunho” (Êx 25.22), “arca do SENHOR” (1Sm 4.6), a “arca de Deus” (1Sm 3.3), “arca do concerto do SENHOR” (Dt 10.8), “a arca sagrada” (2Cr 35.3). Quanto ao seu material, assim como outros móveis, a arca era feita de madeira de acácia (cetim), revestida de ouro puro por dentro e por fora (Êx 37.1,2). Suas dimensões também são especificadas por Deus a Moisés, tendo ela de comprimento dois côvados e meio (1,25 metros), de largura um côvado e meio (75 centímetros), e de altura também um côvado e meio (75 centímetros), formando um recipiente de formato retangular (Êx 25.10,11; 37.1,2).

1.3 - Localização no Tabernáculo. A arca foi o primeiro móvel a ser introduzido no Tabernáculo quando ele foi erguido (Êx 40.3). A arca da aliança estava posicionada na parte interna do Tabernáculo depois do segundo véu, no ambiente denominado de “lugar santíssimo” ou “o santo dos santos” (Êx 25.10-11; 40.3,21; Hb 9.3,4). “Pendurarás o véu debaixo dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar santíssimo” (Êx 26.33).

1.4 - Como deveria ser transportada. Além do detalhe da coroa de ouro que estava ao redor da arca ou seja, uma moldura (Êx 25.11), havia nos quatro cantos da arca argolas de ouro (Êx 25.12). Por estas argolas, colocavam-se varais de madeira de acácia que eram revestidas de ouro (Êx 25.13) e que serviam para carregar a arca (Êx 25.14). As varas, ou bastões, nunca deveriam ser removidas (Êx 25.15), pois assim se evitava a necessidade de tocá-la. A arca quando transportada deveria ser coberta com o véu da tenda, revestida com peles de texugo e um pano azul (Nm 4.4-6), sendo coberta por Arão e seus filhos (Nm 4.5), e estava a encargo dos levitas filhos de Coate fazerem o seu transporte (Nm 4.1-3,15; 7.9).

II – ELEMENTOS PERTENCENTES A ARCA DA ALIANÇA
2.1 - Propiciatório. Para cobertura da arca foi fabricado o que é chamado de: “propiciatório”, tradução de “kaporeth” que quer dizer: “lugar de expiação, de reconciliação ou seja, o lugar onde Deus se mostrava propício ao homem”. Sendo feito de ouro puro, e medindo dois côvados e meio de comprimento (1,25 metros) e de largura um côvado e meio (0,75 centímetros) (Êx 25.17). O propiciatório provia tanto uma tampa para a arca como também era o lugar onde o sangue do sacrifício anual era aspergido. Ali era o lugar onde, por meio de sangue, os pecados de Israel eram cobertos, ou seja, expiados (Lv 16.2,13-15). Nos extremos opostos do propiciatório, dois querubins foram moldados de ouro batido (sólido), constituindo uma só peça com a tampa, sendo que as suas asas estendidas deviam cobrir a tampa da arca e as suas faces deviam estar voltadas para o propiciatório (Êx 25.18-20). Entretanto, devemos lembrar que sob nenhuma hipótese os querubins eram adorados ou venerados, ali estavam como os guardiões simbólicos do recinto sagrado, algo relacionado a sua função à luz da Bíblia (Gn 3.24; Ez 28.14).

2.2 - As tábuas da lei. O Senhor orientou a Moisés que dentro da arca deveria estar o “testemunho” do hebraico “eduth” (Êx 25.16,21; 40.20; Dt 10.5), o que devemos entender que eram as duas tábuas da lei (Êx 24.12). Os povos antigos depositavam seus ídolos em caixas que consideravam sagradas, mas Israel guardara na arca a Palavra do Senhor. Essa lei era o testemunho da santidade de Deus e contra o pecado (Dt 31.25). Por essa razão veio a ser conhecida como arca da aliança por causa da presença das duas tábuas da lei, ali guardadas (Êx 25,22; 26,34; 30.6,26; Nm 4.4; 7.89; Js 4.16) (CHAMPLIN, p. 417). Como as tábuas da Lei representavam a vontade de Deus para com o povo de Israel; assim sendo, as duas tábuas da Lei apontam para aquEle que foi o único a cumprir perfeitamente a lei do Pai, isto é, a vontade do Pai (Jo 5.30; 6.38; 8.29). Por essa causa, toda a condenação que havia anteriormente na Lei foi lançada sobre Jesus Cristo (Jo 5.22). Toda a Lei foi perfeita e completamente cumprida Nele: “Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir” (Mt 5.17); como Paulo afirma: “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). Só Ele poderia cumprir a Lei, pois ela estava em seu coração (Sl 40.7,8).

2.3 - Um vaso de ouro com maná. Não menos importante nos é dito que, na arca continha também um vaso com maná dentro dele (Êx 16.33,34). Quando foi feito o Tabernáculo, a natureza desse vaso onde se armazenava o maná não foi revelado. Mas na epístola aos hebreus, o autor sagrado faz esta grande revelação de uma urna de ouro (Hb 9.4). Literalmente, maná era o pão vindo do céu que serviu de alimento para o povo de Israel, no deserto, por 40 anos (Êx 16.35). O termo maná em hebraico é “man”, significa: “o que é isso?”, recebeu esse nome por causa da reação das pessoas quando o viram pela primeira vez, tinha um gosto característico de azeite (Nm 11.7-9), e caía do céu durante a noite como o orvalho (Êx 16.4; Sl 78.23-25). Era branco, de formato arredondado e doce como mel para o paladar (Êx 16.31). Espiritualmente o maná simboliza a natureza, o caráter e a provisão do Senhor Jesus Cristo como o pão da vida: Como Ele próprio afirmou: “Na verdade, na verdade vos digo que Moisés não vos deu o pão do céu, mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu […] Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome […]” (Jo 6.32,35), o pão vivo que desceu do céu: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer desse pão, viverá para sempre [...]” (Jo 6.51).

2.4 - A vara que floresceu. Esse elemento dentro da arca, relembrava um dos eventos mais importantes dos quarenta anos de peregrinação de Israel pelo deserto. A vara de Arão floresceu para vindicar a autoridade que recebera de Deus para ser o sumo sacerdote (Nm 17.8) e para servir de contínua afirmação da instituição ordenada por Deus, em contra distinção às pretensões espirituais espúrias (Nm 17.10). Assim como o fato da vara de Arão ter brotado atestava que ele era o escolhido de Deus, ou o ungido de Deus e sumo sacerdote designado por Deus em Israel, a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos atesta seu sacerdócio eterno, segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 7.24,25; 5.1-14; Jo 11.25; 14-1-6; Rm 1.1-4). Jesus nosso grande sumo sacerdote, o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5,6) ressurgiu dos mortos (1Co15.4).

III – A SIMBOLOGIA DA ARCA DA ALIANÇA
3.1 - A presença de Deus. Com toda a certeza a arca aponta tipologicamente para a presença de Deus com o seu povo: “E ali virei a ti e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do Testemunho), tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel” (Êx 25.22), de modo que ela era considerada como um trono de Deus (1Sm 4.4; 2Sm 6.2; Jr 3.16). A arca era um símbolo visível da presença de Deus como lugar de encontro no mais íntimo santuário, onde o Senhor revelava Sua vontade aos seus servos (Êx 30.36; Lv 16.2; Js 7.6). Assim sendo, servia como símbolo da presença divina orientadora entre o seu povo (Nm 10.33-35; Js 3.3- 4).

3.2 - A dupla natureza de Cristo. A arca era feita de madeira de cetim revestida de ouro por dentro e por fora. Ela tipificava a Cristo e suas duas naturezas: “a divina e a humana”. Por ser feita de madeira de acácia, boa parte dos expositores bíblicos, veem nisso a humanidade de Cristo tipificada. A madeira usada era de uma espécie vegetal típica do deserto, é um tipo apropriado de Cristo em Sua humanidade, como raiz que brota de uma terra seca (Is 53.2). Em meio aos desertos desta vida, de corrupção e maldade, Ele permaneceu incorruptível, puro e irrepreensível em sua natureza e caráter (Sl 16.10; Lc 1.35; 1Pd 1.23; 1Jo 3.5) (CHAMPLIN, 2001, p. 417). Ao ser revestida de ouro se indica um símbolo da deidade de Cristo, o aspecto mais preciso e esplêndido de Sua pessoa (Fp 2.5,6; Cl 1.15,19; 2.9; Hb 1.1-4).

3.3 - A reconciliação do homem com Deus. Uma vez por ano, no dia da expiação, o sangue de um animal era aspergido sobre o propiciatório de ouro (Lv 16.14). Isso significava que a justa sentença da lei havia sido executada, transformando o assento do julgamento em um assento de misericórdia (Hb 9.11-15). A tampa da arca, era um trono de misericórdia, pois a palavra propiciatório significa: “onde Deus nos é propício, nos é favorável”. Isso também denotava que o homem havia sido reconciliado com Deus. Portanto, o propiciatório, era uma figura de Cristo crucificado, o ponto de encontro entre Deus e o homem. Sendo assim, a obra de Cristo foi a nossa propiciação por meio da qual a justiça de Deus foi satisfeita para sempre (1Jo 4.10). Como afirma o apóstolo João: “Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro” (1Jo 2.2).

CONCLUSÃO
Considerados em seu conjunto, a Arca e o Propiciatório constituem uma admirável figura do Senhor Jesus Cristo em sua adorável pessoa e em sua perfeita obra.

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Abraão de. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD, 2009.
CHAMPLIN, R. N. Comentário versículo por versículo. HAGNOS, 2001.
CONNER, Kevin J. Os segredos do Tabernáculo de Moisés. (Trad. Célia Chazanas). ATOS, 2004.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

LIÇÃO 08 – O LUGAR SANTÍSSIMO – (Êx 26.31-35; Hb 9.1-5; Mt 27.51) 2º TRIMESTRE DE 2019


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 08 – O LUGAR SANTÍSSIMO – (Êx 26.31-35; Hb 9.1-5; Mt 27.51)
2º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos informações sobre o Lugar Santíssimo; as suas dimensões, seu utensílio, bem como sua importância. Estudaremos sobre o segundo véu e traremos uma definição do termo, pontuaremos algumas informações sobre o material desta cortina interior; falaremos sobre as colunas e os ganchos que prendia-o, e mostraremos quais os propósitos dele no lugar Santíssimo. Por fim, falaremos sobre o simbolismo do segundo véu e a pessoa de Cristo mostrando o paralelismo do véu e o do corpo de Jesus; a simbologia da separação entre o homem e Deus; e a simbologia do véu e o acesso limitado e seletivo apenas aos sumo sacerdotes.

I – INFORMAÇÕES SOBRE O LUGAR SANTÍSSIMO
1.1 - O Lugar Santíssimo e sua dimensão. O Santo dos Santos em hebraico “Kodesh ha Kodashim” era a porção mais sagrada do tabernáculo do hebraico “mishkan” e se localizava no fim do ambiente fechado. Há muitas divergências entre os teólogos quanto as dimensões que envolvem o lugar Santo e o Santíssimo. Aceitamos que o santuário chamado de “tenda da congregação” tivesse o lugar Santo com 10 metros de comprimento e o lugar Santíssimo com 5 metros de comprimento, sendo assim, juntos tinham aproximadamente um comprimento de 15 metros; com sua largura de 5 metros e sua altura também de 5 metros, formando um lugar cúbico e quadrangular. Embora em nenhum lugar da Bíblia encontramos esta informação precisamente, podemos entender que não existe nenhuma incoerência nestas medidas pelo fato que no lugar Santo havia três móveis e no Santíssimo apenas um (WIERSBE, 2010, vol. 1, p. 303).

1.2 - O Lugar Santíssimo e seu utensílio. Aparentemente, o Santo dos Santos era mantido completamente às escuras (1Rs 8.12), o que servia para envolver o lugar em um mistério ainda maior, onde se esperava sentir a presença de Deus. O lugar Santíssimo continha apenas uma mobília que era a Arca da Aliança. Suas dimensões foram especificadas por Deus a Moisés, tendo ela de comprimento dois côvados e meio (1 metro e 25 centímetros), de largura um côvado e meio (75 centímetros), e de altura um côvado e meio (75 centímetros) (Êx 25.10,11; 37.1,2). No alto dessa arca, ficava o “propiciatório” feito de ouro com um querubim em cada extremidade. Esse era o trono de Deus no tabernáculo (Êx 25.10-22; SI 80.1; 99.1). No Dia da Expiação, aspergia-se sangue de um sacrifício sobre esse propiciatório (tampa da arca), que era um sinal da propiciação futura através do sacrifício de Cristo (1Jo 2.2; Rm 3.25) (CHAMPLIN, 2001, vol. 6, p. 87).

1.3 - O Lugar Santíssimo e sua importância. O Lugar Santíssimo era um local muito especial dentro do Tabernáculo. O pátio era iluminado pela luz natural do dia já o Lugar Santo era iluminado pelas sete lâmpadas do candelabro, mas no Lugar Santíssimo não havia luz artificial ou natural. Contudo, este era o local mais claro do Tabernáculo, pois era iluminado pela “luz inacessível, a quem ninguém viu nem pode ver”, pois era iluminado pela própria glória de Deus (Êx 40.34,35; Lv 16.2).

II – INFORMAÇÕES SOBRE O VÉU INTERIOR OU SEGUNDO VÉU
2.1 - Definição do termo véu. Este véu que estava entre o Lugar Santo e o Santíssimo dividia o Tabernáculo em dois compartimentos (Êx 26.33). O véu, posto à frente do Santo dos Santos, tinha cerca de 5 metros de largura e de 5 metros de altura, e segundo alguns estudiosos tinha a espessura da mão de um homem, ou seja, mais ou menos 10 centímetros. O termo véu no hebraico “parochet” que significa “separação, barrar, ou fechar”; a Septuaginta (Tradução do AT hebraico para o grego) apresenta o termo “cortina”. A palavra hebraica tornou-se uma designação técnica para falar da grossa cortina que separava o local sagrado do tabernáculo do local mais sagrado. A cortina era um tipo de tapeçaria espessa que fechava o acesso ao lugar Santíssimo, exceto para o sumo sacerdote, que poderia abrir a cortina uma vez por ano para realizar suas obrigações no Dia da Expiação (CHAMPLIN, 2001, vol. 6, p. 620).

2.2 - O material do véu interior. Esta cortina era obra esmerada de bordador (Êx 36.35; 26.37). Quanto ao segundo véu (Hb 9.3) e sua descrição e materiais, o AT informa-nos que ele era feito de linho fino torcido bordado azul, roxo, vermelho com figuras de querubins (Êx 26.31-37; 36.35). Sua confecção era semelhante à primeira cobertura do tabernáculo que era de linho fino torcido e colorido com as cores azul, púrpura e carmesim com desenhos de querubins tecidos mostrando assim uma harmonia com as “paredes” e o “teto” do lugar Santíssimo (Êx 26.1,2 ver 26.31). O véu separava um terço da área do tabernáculo (COLE, 1963, p. 189).

2.3 - O véu e as colunas. As bases que fixava as colunas no lugar Santíssimo eram de prata e o véu era pendurado em ganchos de ouro que estavam ligados a quatro colunas de madeira acácia (cetim) coberta com ouro, e os ganchos de ouro eram inseridos em suportes de prata (Êx 26.31-33). As colunas tinham as mesmas dimensões e foram colocadas a distâncias iguais um as das outras, como também devem ter sido ligadas um as outras, no topo, mediante algum a espécie de estrutura, como uma viga e juntamente com o véu, formavam uma espécie de tela. Essa tela agia como uma porta que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos. As quatro colunas tinham a mesma altura que as tábuas, cerca de 5 metros com 75 centímetros de largura (Êx 26.16). O próprio véu ficava suspenso por meio de ganchos de ouro, postos no topo das quatro colunas de madeira de acácia e desciam até o nível do chão, sem deixar qualquer espaço vago. As colunas repousavam sobre bases de cobre (Êx 26.36; 36.38) (CHAMPLIN, 2001, vol. 6, p. 624).

2.4 - O véu e os ganchos. Os ganchos (colchetes) com os quais as duas metades das coberturas interna eram ligadas uma à outra (Êx 26.6,11), ficavam imediatamente sobre o véu. A cortina que dividia o Lugar Santo do Santo do Santo ficava pendurada pelos colchetes de ouro que ligavam as cinco cortinas uma à outra; pelo que cinco cortinas formavam os lados do Lugar Santo, e outras cinco formavam os lados do Santo dos Santos (CHAMPLIN, 2001, vol. 6, p. 621).

III – PROPÓSITOS DO SEGUNDO VÉU
3.1 - Separar o lugar Santo do Santíssimo. O propósito desse véu era separar o lugar Santíssimo, no qual estava a Arca da Aliança (Êx 26.33) do lugar Santo. A palavra hebraica usada para véu ocorre por vinte e quatro vezes no AT sempre referindo-se ao tipo de véu ou tela que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos (CHAMPLIN, 2001, vol. 1, p.423).

3.2 - Separar a criatura do criador. O véu fazia separação entre o que não era santo (o homem) e Aquele que é santíssimo (Deus). O véu representava uma triste verdade: o homem é pecador e é vedado o caminho para ele ir sozinho a Deus (Êx 26.33; Lv 16.2; Is 59.1-3; Rm 3.23). As cortinas (portas) do tabernáculo serviam para bloquear as multidões e para permitir que apenas pessoas autorizadas entrassem.

IV – O SIMBOLISMO DO SEGUNDO VÉU E A PESSOA DE CRISTO
4.1 - O véu e a simbologia do corpo de Jesus. Fora do alcance do homem, o véu do Templo foi rasgado em duas metades, de cima para baixo (Mt 27.51; Mc 15.38; Lc 23.45), e como ele foi rompido “de alto a baixo” isso nos sugere que foi o próprio Deus quem o rasgou e somente um poder miraculoso poderia ter atuado para que tal fato acontecesse. A palavra de Deus nos mostra que junto à cruz do Senhor estava um centurião romano e os que com ele estavam souberam a ruptura do véu (Mt 27.51-54). Em Hebreus aprendemos que o véu se refere tipologicamente a carne de Jesus. Ele é o acesso até a pessoa de Deus e por Ele, o pecador arrependido pela fé em Cristo Jesus, não apenas tem entrada à presença de Deus, mas, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hb 10.19,20). Em Hebreus 10.10-23, é o grande Sacerdote que se ofereceu a Si mesmo como o verdadeiro sacrifício aceitável que purifica os nossos corações da má consciência (Hb 10.12-14, 21,22). Ele é o que abriu o caminho pelo véu, sendo Ele mesmo o próprio véu e o novo e vivo Caminho a Deus (Jo 14.6).

4.2 - O véu e a simbologia da separação entre o homem e Deus. Certamente o símbolo que podemos destacar aqui é o fato de Deus não pode conviver com o pecado do homem. Observemos que somente o sumo sacerdote (um tipo de Cristo) podia romper para além do Véu e adentrar o Lugar Santíssimo, e isso somente uma vez por ano, no dia da expiação quando ele oferecia o sacrifício por si mesmo e pelos pecados do povo (Hb 9.7). Na morte de Jesus, a cortina que fechava o lugar mais sagrado se rasgou de cima para baixo (Mt 27.41; Mr 15.38; Lc 23.45). O lugar mais sagrado do Templo foi assim exposto, simbolizando que o acesso à presença de Deus havia sido aberto a todos indistintamente, não apenas a um ministro especial. O Véu nos faz lembrar de que estávamos distantes (Rm 3.23).

4.3 - O véu e a simbologia do acesso limitado e seletivo. Com certeza podemos afirmar que por causa do pecado, o homem comum não podia aproximar-se de Deus, a não ser através de um intercessor devidamente credenciado e isto devido ao Seu caráter santo. Somente o sumo sacerdote, uma vez por ano, podia passar para além do véu. Mas em Cristo, o qual é a Porta (Jo 10.9), o acesso foi franqueado a todos os homens (Hb 6.19,20; 9.11,12; 10.19,20). O véu também era tipo do corpo humano de Cristo (Mt 26.27; 27.50; Hb 10.20), o qual foi rasgado (na crucificação) para prover-nos acesso a Deus. O véu do templo, por ocasião da morte de Cristo, foi rasgado ao meio. Foi aberto um novo caminho para a justificação, visto que, por meio das obras da lei, nenhuma carne poderia ser justificada (Rm 3.20; Hb 9.8).

CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos que o Lugar Santo dos Santos representa a presença santíssima e gloriosa de Deus no meio do seu povo. Esse lugar, especial e único do Tabernáculo, mostra tipologicamente o que o Senhor Jesus Cristo, o nosso Sumo Sacerdote Perfeito, fez ao rasgar o véu da separação. Diferentemente daqueles dias, onde o Lugar Santíssimo não era aberto a todas as pessoas, hoje, por meio da obra de Cristo, podemos entrar ao trono de Deus com ousadia e confiança.

REFERÊNCIAS
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. 1 ed. RJ: OBJETIVA, 2001.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. 1 ed. RJ: CPAD, 1995.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
COLE, Alan. Êxodo, Introdução e Comentário. 1 ed. SP: Vida Nova, 1963.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. 1 ed. SP: HAGNOS, 2004.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

LIÇÃO 07 – O LUGAR SANTO – (Êx 25.23,30,31; 26.31-37; 30.1,6-8) 2º TRIMESTRE DE 2019


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Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543


LIÇÃO 07 – O LUGAR SANTO – (Êx 25.23,30,31; 26.31-37; 30.1,6-8)

2º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
Nesta lição falaremos sobre a parte interior do tabernáculo ou da tenda, chamada de lugar santo; pontuaremos detalhadamente os utensílios pertencente a este lugar; e , finalizaremos destacando que cada móvel pertencente ao lugar santo aponta para uma atribuição de Cristo Jesus.

I – INFORMAÇÕES SOBRE O LUGAR SANTO
Todo o tabernáculo junto com os seus utensílios eram sagrados. No entanto, no tabernáculo propriamente dito, havia um lugar chamado de “lugar santo” (Êx 26.33). Este espaço media cerca de cinco metros de largura e de altura e dez metros de comprimento (CONNER, 2015, p. 52). Abaixo destacaremos algumas informações sobre este lugar:

1.1 - A primeira parte do tabernáculo. Internamente a tenda, estava dividida em duas partes: lugar santo e lugar santíssimo. O escritor aos hebreus chama de “primeiro tabernáculo” e “segundo tabernáculo” (Hb 9.6,7).

1.2 - Um lugar de acesso restrito aos sacerdotes. O acesso ao tabernáculo era cheio de restrições. O povo comum só podia entrar até o pátio. Somente os sacerdotes podiam entrar até o “lugar santo”; já no santíssimo só entrava o sumo sacerdote, uma vez por ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.7).

1.3 - Um lugar com três utensílios importantes. No lugar santo haviam três móveis, a saber: o castiçal, a mesa com os pães e o altar de incenso, todos de ouro, embora somente o castiçal fosse completamente de ouro (Êx 30.27; 31.8).

II – O CANDELABRO E A SUA MANUTENÇÃO
2.1 - Descrição. Em hebraico a palavra que indica o candeeiro, castiçal, candelabro ou simplesmente lâmpada que era usado no tabernáculo e posteriormente no templo de Jerusalém é “menorah” (Êx 25.31-40; 37.17-24; Zc 4.2-5,10-14). Notemos algumas informações importantes sobre este utensílio: (a) era totalmente de “ouro puro e batido” bem como os seus utensílios (Êx 25.31,36,39; 31.8; 37.24; 39.37); (b) tinha sete hásteas com sete lâmpadas; uma localizada na coluna central, e três saindo de cada lado em braços separados (Êx 25.37; 37.17-22; Nm 8.2); (c) seu peso era cerca de um talento
(cerca de 40 a 50 kg), e segundo a tradição judaica media 1,5 metro de altura por 1,0 metro de largura de uma extremidade a outra; (d) era formado de uma única peça de ouro, pelo que não havia partes separadas ou emendadas (Êx 25.31; 37.17). A coluna ou talo central do candelabro era decorada com quatro cálices esculpidos em forma de flores de amendoeira, alternando-se entre botões e flores e cada uma das hastes laterais tinha três cálices, alternando-se da mesma forma entre botões e flores (Êx 25.31-36; 37.17-22); e, (e) uma das principais finalidades do candeeiro era trazer luminosidade na parte interior do Tabernáculo (Êx 27.20,21; Lv 24.1-4).

2.2 - O castiçal e a sua manutenção. Arão e seus filhos deviam preparar as lâmpadas cada vez que oferecessem incenso no altar de ouro: “manhã e tarde” (Êx 30.7,8). Para que as lâmpadas permanecessem acesas era ordenado que trouxessem “azeite puro” (Êx 27.20; Lv 24.1,2). O sacerdote tinha duas tarefas diárias que não podiam ser esquecidas: manter aceso o fogo sobre o altar (Lv 6.12,13) e manter acesas as lâmpadas do candelabro dentro da tenda durante todo o dia, sendo assim, a luz não podia ser apagada em momento algum. A expressão “continuamente” aparece por três vezes (Lv 24.2-4). Era função do sacerdote: (a) aparar os pavios, retirando a parte queimada, e, (b) manter o suprimento de azeite (Êx 27.21; Lv 24.3; Nm 8.1-3). Arão usava cortadores de pavio e apagadores para cumprir suas funções sacerdotais (Êx 37.23,24) (HENRY, 2010, p. 427).

III - A MESA DOS PÃES E A SUA MANUTENÇÃO
3.1 - Descrição. A mesa com os pães da proposição era feita de:

(a) madeira de acácia ou cetim;
(b) tinha dois côvados de comprimento (100 cm), um côvado de largura (50 cm) e, um côvado e meio de altura (75 cm), revestida ao redor com ouro puro e uma moldura de ouro em volta (Êx 37.10-12).

Para a ministração na mesa da proposição, Deus estabeleceu a fabricação de alguns utensílios, que deveriam ficar sobre ela (Êx 25.29). Os pratos serviam para colocar os pães; as colheres eram cálices para colocar o incenso sobre os pães, identificando-o como sacrifício (Lv 24.7). As galhetas (tigelas) e as taças (copos), eram para armazenar e despejar o vinho (não alcoólico) em oferta de libação. Todos estes utensílios eram feitos de ouro puro (BEACON, 2010, p. 208 – acréscimo nosso). A parte superior da mesa descansava sobre uma armação, e em volta dela havia uma coroa ou moldura de ouro, projetando-se sobre a parte de cima para impedir que os objetos caíssem dela. Na mesa havia ainda, uma argola em cada esquina para permitir que ali fossem introduzidas os varais, a fim de transportar a mesa (Êx 25.23-28).

3.2 - A mesa e a sua manutenção. Os coatitas eram responsáveis de assar os pães da proposição de “sábado em sábado”, bem como de transportá-los quando o tabernáculo mudava (Nm 4.7; 1Cr 9.32; 23.28,29). Cada pão era feito de farinha finíssima, ou seja, a farinha de trigo da melhor qualidade. Os sacerdotes comiam dele no Lugar Santo, quando era trocado no sábado (Lv 24.7-9).

IV - O ALTAR DO INCENSO E SUA MANUTENÇÃO
4.1 - Descrição. Deus mostrou a Moisés que este altar deveria ser:

(a) de madeira de acácia (Êx 30.1);
(b) com um formato “quadrado” ou “quadrangular” e precisas medidas que equivalem a “50 cm de comprimento, 50 cm de largura e 100 cm de altura” (Êx 30.2);
(c) forrado de “ouro puro” completamente (Êx 30.3); (d) deveria ter “quatro pontas”, uma em cada canto (Êx 30.2);
(e) duas argolas nos cantos, para receber os varais e ser transportado junto com o tabernáculo, quando necessário (Êx 30.4; 37.25-27); e,
(f) uma moldura (coroa) desenhada a volta do altar e abaixo desta (Êx 30.3-b).

4.2 - O altar do incenso e a sua manutenção. O altar de ouro foi construído para que unicamente nele se queimasse incenso ao Senhor (Êx 30.7,8). Neste, não poderia ser oferecido incenso estranho nem ofertas de sangue, nem libações (Êx 30.9). Somente uma vez no ano, o altar do incenso era purificado com sangue de um sacrifício oferecido no altar do holocausto (Êx 30.10). Os sacerdotes tinham acesso ao altar de ouro para oferecer incenso no tempo aprazado (Êx 30.7,8).Era neste altar que Deus se encontrava particularmente com a pessoa que, dia a dia, oferecia o incenso (Êx 30.6-b).

V – OS MÓVEIS DO LUGAR SANTO APONTAM PARA CRISTO JESUS
5.1 - O castiçal aponta Jesus como a luz do mundo. O castiçal no seu formato prefigura o Messias. Assim como o castiçal tinha sete braços (Êx 25.31-36); do Messias procederia o Espírito com Suas sete virtudes: “E repousará sobre ele o Espírito do SENHOR, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do SENHOR” (Is 11.2). O castiçal também prefigura Cristo na sua função iluminadora. O profeta Isaías anunciou que a vinda do Messias traria luz ao mundo (Is 9.2; 60.1-2). Por ocasião do nascimento de Jesus, o evangelista Mateus afirmou que a profecia de Isaías se cumpriu: “O povo, que estava assentado em trevas, viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou” (Mt 4.16). O apóstolo João afirmou o seguinte acerca de Jesus: “E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (Jo 1.5). O apóstolo ainda declara em João 3.19-20: “[…] a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz […]”. O próprio Jesus disse: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8.12 ver 9.5).

5.2 - A mesa dos pães aponta para Jesus como o pão vivo. Os pães da proposição também apontam tipologicamente para o Senhor Jesus Cristo. Vejamos:

- Sua perfeição moral. Como o pão da proposição não tinha em sua composição o fermento (JOSEFO apud CHAMPLIN, 2001, p. 419), que em alguns textos bíblicos é um símbolo da corrupção moral (Mt 16.11; Mc 8.15; 1Co 5.6-8; Gl 5.9), serve como figura da pureza de Jesus (Lc 1.35; 2Co 5.21; Hb 4.15; 1Pd 1.18,19);

- Seu sofrimento. Para a preparação do pão da proposição, foi usada da melhor farinha obtida de grãos inteiros do trigo. Para que esse trigo se tornasse adequado, ele tinha que ser triturado até se tornar pó finíssimo. O Senhor Jesus Cristo, como trigo, foi moído (Is 53.7,10), sendo Ele o nosso pão da vida (Jo 12.24). Não menos importante, para o pão servir de alimento precisava ser assado (Lv 24.5). Sendo também esse processo uma alusão ao intenso sofrimento do Filho de Deus no Calvário (Mt 3.11; Lc 3.16; Hb 9.14; 12.29);

- Sua provisão. Jesus é o Pão da Vida (Jo 6.48), que se fez carne para morrer por nossos pecados (Jo 6.38,51), que sustenta os homens também no âmbito espiritual (1Pd 2.9; Ap 1.6). O pão da proposição prefigura “o grão de trigo” (Jo 12.24), que foi sujeitado ao fogo do julgamento divino em lugar dos homens (Jo 12.32,33). Cristo é o nosso pão espiritual, descido do céu (Jo 6.33,38,50,58), que provisionou a toda humanidade (Jo 3.16) através da fé em sua morte e ressurreição (Ef 2.8; 1Pd 1.21), a vida eterna: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47; ver 6.54-58).

5.3 - O altar do incenso aponta para a intercessão de Jesus. Somente os sacerdotes estavam habilitados para a queima do incenso na presença do Senhor (Êx 30.7,8), pois eles eram mediadores entre Deus e o povo (Hb 5.1). Cristo, como nosso sacerdote eterno (Sl 110.4; Hb 6.20), que está a destra do Pai (Cl 3.1; Hb 1.3; 8.1; 10.12; 12.12), intercede por nós (Rm 8.34; Hb 7.25). É em seu nome que oramos e obtemos a resposta (Jo 14.13,14; 16.24). Por sua morte na cruz, fomos feitos sacerdotes (1 Pd 2.9; Ap 1.6; 5.10), e com isso podemos comparecer a presença de Deus por meio da oração e sermos atendidos segundo a Sua vontade (1 Jo 5.14), em tempo oportuno (Hb 4.16).

CONCLUSÃO
Cristo é retratado no lugar santo por meio dos utensílios que nele estão: o castiçal aponta para Cristo como a luz do mundo; a mesa dos pães remete-nos a Cristo como o pão da vida; e, por fim, o altar do incenso fala-nos da contínua intercessão de Cristo pelos Seu povo.

REFERÊNCIAS
GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

segunda-feira, 6 de maio de 2019

LIÇÃO 06 – AS CORTINAS DO TABERNÁCULO – (Êx 26.1-14) 2º TRIMESTRE DE 2019


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO 06 – AS CORTINAS DO TABERNÁCULO – (Êx 26.1-14)
2º TRIMESTRE DE 2019


INTRODUÇÃO
Nesta lição teremos a oportunidade de aprender sobre uma das partes mais importantes do Tabernáculo, a saber, as suas cortinas; veremos algumas considerações sobre essas cobertas e as especificações de Deus para a sua confecção; destacaremos também qual o seu papel no santuário; e por fim, pontuaremos qual a relação simbólica que há entre as cortinas do Tabernáculo e a pessoa e obra de Cristo.

I – AS CORTINAS DO TABERNÁCULO
1.1 - Definição. A expressão cortina é a tradução do termo hebraico: “yerŷah” que significa: “tecido, cortina, véu, suspenso, dependurado”. Essa palavra ocorre cerca cinquenta e três vezes (Êx 26.1-13; 36.8-17; Nm 4.25; 2Sm 7.2; 1Cr 17.1; Sl 104.2; Is 54.2; Jr 4.20; etc), sendo a maior parte dessas ocorrências em Êxodo. Além de apontar para as cortinas que cobriam o santuário, esta palavra passou a tornar-se sinônimo do próprio Tabernáculo por causa das suas muitas cortinas (2Sm 7.2) (CHAMPLIN, 2004, p. 936). A tecelagem das cortinas era trabalho das mulheres (Êx 35.25,26).

1.2 - Descrição. Na descrição dada por Deus a Moisés a respeito do Tabernáculo, a coberta do santuário também era rica em detalhes. Dentre as informações percebemos que eram quatro as cobertas do santuário, compostas por vários tipos de
cortinas. Vejamos:

1.2.1 - A primeira coberta. A coberta interna do Tabernáculo, primeiramente era composta por dez cortinas com a mesma metragem cada uma, sendo o comprimento de 28 côvados (aproximadamente 14 metros) e a largura de 4 côvados (cerca de 2 metros) (Êx 26.1,2). Essas cortinas eram de linho fino torcido e colorido com as cores azul, púrpura e carmesim com desenhos de querubins tecidas no pano (Êx 26.1). Estas cortinas eram enlaçadas (costuradas) uma na outra em grupos de cinco (Êx 26.3), nessas haviam cinquenta laçadas (Êx 26.4). A juntura é a borda ou extremidade do tecido. As laçadas serviriam de encaixe (Êx 26.5), de forma que estas cortinas se prendiam uma na outra com cinquenta colchetes, ou ganchos, de ouro, formando uma cobertura grande cobrindo toda a tenda (Êx 26.6). Essas cortinas deveriam ser colocadas diretamente sobre a estrutura e compunham o teto visto de dentro do Santuário (Êx 26.1-6; 36.8-13).

1.2.2 - A segunda coberta. Em cima da coberta de linho, havia a segunda coberta do Tabernáculo feita de peles de cabras (Êx 26.7). Esta coberta era feita de modo semelhante à primeira, exceto que:

(a) estas cortinas eram maiores, pois de comprimento eram 30 côvados (cerca de 15 metros), ou seja, cerca de 1 metro maior do comprimento da anterior;
(b) ao todo eram 11 peças (Êx 26.9), divididas em duas seções, uma formada com cinco cortinas e a outra com seis; e,
(c) eram unidas por cinquenta colchetes de cobre (Êx 26.11) e não de ouro. Juntas, estas cortinas formavam a segunda cobertura do santuário (Êx 26.12,13).

1.2.3 - A terceira coberta. Uma outra cobertura era colocada na tenda da congregação por orientação divina, e esta era feita de peles de carneiro tingidas de vermelho (Êx 26.14). Sendo de peles de carneiro traz a ideia de proteção, protegendo das intempéries do deserto. Sendo esta pele tingida, faz alusão a um antigo procedimento, que os hebreus devem ter aprendido com os egípcios (Gn 38.28; Êx 26.1). Para conseguirem a cor vermelha, o corante utilizado era extraído de plantas e de moluscos (CHAMPLIN, 2004, p. 906).

1.2.4 - A quarta coberta. A quarta e última coberta do Tabernáculo, era feita com peles de “texugo” (Êx 26.14), em hebraico: “tachash”, em algumas versões encontramos: “animais marinhos” (Êx 25.5; 26.14; 35.7,23; 36.19; 39.34 Nm 4.6,8,10-12,14,25; Ez 16.10) outras traduzem como: “golfinho”. Há intérpretes que pensam estar em foco o animal chamado de: “dugongo”, a única verdadeira espécie marinha que ainda existe até hoje nos mares da região e que antes era muito abundante no golfo de Ácaba. Um dugongo adulto chegava a ter três metros de comprimento, e suas dimensões torná-lo-iam apropriado para o propósito descrito (CHAMPLIN, 2004, p. 409). Mas ninguém pode ter certeza quanto à identificação do animal em questão. Podemos afirmar que esta quarta cobertura era mais impermeável, mantendo a chuva e o calor do lado de fora. O texto não diz qual era o tamanho da cortina, mas com certeza era grande o bastante para cobrir a área superior que ficava rente ao Tabernáculo propriamente dito (BEACON, 2010, p. 207).

II – O PAPEL DAS CORTINAS NO TABERNÁCULO
2.1 - Decorar. O interior do Tabernáculo era decorado com a cortina de linho com suas cores variadas. Uma dignidade em especial era conferida a estas dez cortinas de linho fino torcido, por sua bordadura de “[…] querubins... de obra esmerada” (Êx 26.1; 36.8), no lugar do simples rendilhado das cortinas. A força do santuário é revelada em sua construção, e a sua formosura, em sua decoração: “Glória e majestade estão ante a sua face; força e formosura, no seu santuário” (Sl 96.6).

2.2 - Cobrir. Estas coberturas eram colocadas em cima da estrutura do Santuário (Êx 26.15-29). O registro bíblico não detalha exatamente como isso era feito, de acordo com Beacon (2010, p. 210), é possível que houvesse bastões alongados, dispostos em cada ponta da cobertura com uma viga mestra de telhado no meio. A cortina era bastante grande para cobrir toda a armação do Tabernáculo, armadas sobre a estrutura de madeira (Êx 6.15-30), as cortinas formavam o Tabernáculo propriamente dito.

2.3 - Proteger. Na ocasião da construção do Tabernáculo, os israelitas estavam no deserto uma região difícil de ser habitada, devido a alta temperatura durante o dia, e as noites eram impiedosamente gélidas; por essa razão, Deus amenizava o calor do dia com a nuvem e a coluna de fogo para aquecer durante a noite (Êx 13.21,22). Devido a essas condições climáticas uma cobertura especial era necessária para o santuário, algo que protegesse, preservasse e mantivesse um temperatura agradável em seu interior.

III – SIMBOLISMOS DAS CORTINAS DO TABERNÁCULO
O Tabernáculo com toda a sua mobília incluindo suas cobertas, tipificavam a pessoa de Cristo e seu ministério na Igreja. Todos os seus objetos portanto, devem ser considerados como símbolos. Notemos alguns:

3.1 - A cortina de linho colorida (divindade e a realeza de Cristo). A cortina que se via de dentro do Tabernáculo era de linho fino de variadas cores: azul, púrpura e carmesim (Êx 26.1) e trabalhada com figuras de querubins (Êx 26.1-6; 38.18). A beleza desta coberta interna, tipificava a glória celestial de Jesus, a cor “azul” apontando para o caráter divino de Cristo, figurado na cor do céu de onde Ele veio e para onde vai nos levar (1Co 15.47; Jo 14.1-3). “Púrpura” (roxo) é a cor da realeza e da majestade. Jesus Cristo é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores (1Tm 6.15; Ap 17.14). O roxo é resultado da mistura das cores azul e vermelha. Em Cristo encontramos a dupla natureza, humana e divina numa só pessoa. Ele é tanto Filho de Deus quanto Filho do Homem (Lc 1.30-33; Ap 19.11-16); isto o qualifica a ser o único mediador entre Deus e o homem, pois sendo Deus (Fp 2.6,7), Ele se fez carne (Jo 1.14; 1Tm 2.5).

3.2 - A cortina de pelos de cabras (sacrifício de Cristo). A cabra era um dos animais usados para sacrifícios no sistema levítico, basicamente em conexão com a oferta pelo pecado no dia da expiação e para a purificação do Santuário (Lv 5.6; 9.3; 16.5-11,20-26). As cortinas de pelos de cabras portanto, representam como o Senhor Jesus Cristo se tornou nossa oferta pelo pecado, ou seja, seu sacrifício substitutivo, e como recebeu em nosso lugar o salário do pecado: a morte (Rm 6.23), pois apesar da sua impecabilidade (Jo 8.46), Cristo se fez pecado por nós: “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21; ver Rm 8.3), morrendo em nosso lugar (Is 53.4,5; 1Co 15.3).

3.3 - A cortina de peles carneiro tingida de vermelho (expiação de Cristo). A cortina feita de peles de carneiro tintas de vermelho, representavam a obra redentora (expiatória) de Jesus. Esta cobertura simboliza a expiação, pois o vermelho, como sabemos, tipifica o sangue de Jesus derramado na cruz do Calvário e aponta para Ele como: “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). O pecado impede que nos aproximemos de Deus e desfrutemos de Sua comunhão (Is 59.2; Ef 2.12-17), de modo que a única forma para essa situação ser mudada, foi a morte de Cristo, uma vez que: “sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados” (Hb 9.22). Por meio do Seu sangue derramado na cruz, o acesso à presença de Deus foi restaurado nos proporcionando comunhão com o Pai celestial (Ef 2.18,19; Hb 10.19,20). Essa coberta, portanto, simboliza o sacrifício do Senhor Jesus e Seu sangue derramado por nossos pecados. Ele é o nosso Redentor, o carneiro da consagração que se submeteu à vontade do Pai e trouxe-nos a aliança eterna de salvação (Hb 13.20), e por Seu sangue nos purifica de todo pecado (Is 1.18; 1Jo 1.7; 2.2).

3.4 - A cortina de peles de texugo (humanidade de Cristo). A cortina de peles de texugo era colocada sobre as outras. Tinha uma cor escura e não era formosa à vista. Por serem rústicas, quem olhasse a tenda estando do lado de fora do Tabernáculo nada veria de especial a chamar-lhe a atenção. Além de parecidas com o deserto, cuja areia elas retinham eram simples e sem beleza aparente. Isto aponta para o aspecto humano de Jesus: “não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para ele, nenhuma beleza vimos, para que o desejássemos” (Is 53.2). Os que olham a Cristo sem tê-lo antes conhecido comparam-no a vultos da história humana, quando não, a um líder religioso (Mt 16,13,14; Jo 1.46; 3.1,2; 4.9,11,19), mas, ao conhecê-lo verdadeiramente terão a certeza de que, apesar da sua humanidade (Gl 4.4), Ele é: o Cristo (Mt 16.16; Jo 4.28,29); o Filho de Deus (Jo 1.49); o Unigênito do Pai (Jo 1.14); em quem habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl 2.9); o Criador de todas as coisas (Cl 1.16); e, a personificação da glória divina (Hb 1.3) (ALMEIDA, 2009, pp. 21,22 - acréscimo nosso)

CONCLUSÃO
Em Cristo se cumpriram as cerimônias do tabernáculo: a manifestação da glória divina, a expiação, a reconciliação do homem com Deus e a presença de Deus entre seu povo redimido. As sombras e figuras já passaram, mas a realidade permanece na pessoa e obra de Jesus Cristo.

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Abraão de. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD, 2009.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. 1 ed. vol.1. HAGNOS, 2004.
CONNER, Kevin J. Os segredos do Tabernáculo de Moisés. (Trad. Célia Chazanas). ATOS, 2004.
HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD, 2010.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

sexta-feira, 3 de maio de 2019

LIÇÃO 05 – O LUGAR DE PURIFICAÇÃO (Êx 30.18-21; 40.30-32; 1 Co 6.11; Ef 5.26,27) - 2º TRIMESTRE DE 2019


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LIÇÃO 05 – O LUGAR DE PURIFICAÇÃO – (Êx 30.18-21; 40.30-32; 1 Co 6.11; Ef 5.26,27)
2º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a “pia de bronze” e veremos seu material, seu propósito, seu modelo e sua localização. Pontuaremos algumas lições que aprendemos com ela; relacionaremos a tipologia da bacia de bronze, bem como a tipologia da água purificadora que os sacerdotes usavam.

I – INFORMAÇÕES SOBRE A PIA DE BRONZE
1.1 - Material. A palavra hebraica “kiyor” significa: “bacia; pote ou tacho”. O dicionário bíblico apresenta para esta bacia a seguinte definição: “Um utensílio do Tabernáculo de Moisés para os sacerdotes se lavarem”. A pia foi feita com o bronze dos espelhos das mulheres que os entregaram como oferta ao Senhor (Êx 38.8). Nesta peça da mobília do tabernáculo não havia madeira; a bacia deveria ser de bronze maciço, ou seja, confeccionada totalmente de “cobre” (bronze) do hebraico “neroshet” (Êx 30.18-a). No pátio as colunas eram de bronze, os ganchos (colchetes) eram de bronze, as estacas eram de bronze, o altar de sacrifício era revestido de bronze e a pia, da mesma forma, era feita de bronze (CONNER, 2004, p. 127).

1.2 - Propósito. A pia de bronze tinha uma dupla função que era de fornecer água para a limpeza dos sacerdotes através lavagem cerimonial (Êx 40.11-16), e servia também para relembrar a santidade de Deus quando o sacerdote olhasse para o reflexo do“espelho” e lê-se o que estava na lâmina em sua testa: “Santidade ao SENHOR” (Êx 28.36-38). A pia de bronze era um grande tacho ou lavatório com a água necessária para limpar as mãos e os pés dos sacerdotes antes e depois de ministrarem (Êx 30.18-21). As outras peças da mobília do tabernáculo eram usadas particularmente com referência a Deus, mas a bacia era usada especificamente para os homens representados pelos sacerdotes (CONNER, 2004, p. 127).

1.3 - Modelo. A Bíblia não explica o seu formato, tamanho, ornamentação ou transporte. Não há medidas específicas registradas e a única coisa mencionada é que tinha uma base (Êx 31.9). Ela é descrita como um utensílio de bronze contendo água. A pia de bronze provavelmente formava um conjunto dividido em duas partes, pois as referências mencionam “uma pia de bronze com uma base de bronze” (Êx 30.18). A base do hebraico “ken” significa literalmente: “pedestal” ou “suporte” (Lv 8.11) (CONNER, 2004, p. 127).

1.4 - Localização. A pia de bronze ficava localizada no átrio ou pátio do tabernáculo, entre a tenda da congregação e o altar do holocausto (Êx 30.18-b; Êx 40.7,30). Foi aspergida com sangue e ungida com azeite (Êx 40.11; Lv 8.10,11). Não temos nenhuma informação de como ela era transportada pelo deserto, seja por varas ou barras. Nas coberturas que deveriam ser usadas para proteger os objetos do tabernáculo não há nenhuma menção da bacia de bronze (Nm 4.1-15). Ela foi o último móvel colocado no lugar antes que se erguesse o átrio (Êx 40.1-8).

II – O QUE APRENDEMOS COM A PIA DE BRONZE
Na pia os sacerdotes lavavam suas mãos e pés antes de executarem seus deveres sacerdotais. Mãos limpas fala de trabalho honesto; pés limpos fala de um viver e um agir íntegros (Sl 24.4; Ef 5.26,27; Hb 10.22). Notemos então:

2.1 - A necessidade de purificação diária. Os sacerdotes deveriam ter uma conduta pura e reta diante do Senhor. Se essas purificações não ocorressem, por ignorância ou negligência do sacerdote, o juízo cairia sobre ele (Êx 30.20). Até os animais oferecidos deveriam ser cerimonialmente lavados na água como o sacerdote (Lv 1.9). Somos sacerdotes junto ao Senhor, mas também somos o sacrifício. Devemos apresentar nossos corpos como sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus (Rm 12.1,2; 1Pd 2.5-9; Ap 1.5,6; 5.9,10; At 15.9; 1Ts 4.7). Ficar apenas observando a água não nos tornará limpos. A água tem que ser usada para que nos tornemos limpos. Apenas ler a Palavra ou meditar sobre uma verdade dela não é suficiente. A verdade deve ser aplicada, vivenciada e praticada em nossas vidas diariamente para ter poder purificador.

2.2 - A necessidade de purificação das mãos (o que fazemos). Mãos limpas representavam sua função diante do Senhor. Eles deveriam levantar mãos santas (Sl 24.3,4;1 Tm 2.1,8; Tg 4.8 e Is 1.16). Os sacerdotes não podiam entrar no Santuário para exercer qualquer serviço diante do Senhor enquanto não tivessem passado pela bacia. Eles não podiam servir junto à mesa do Senhor, ou no altar do incenso ou no candelabro, pois todos se encontravam no Lugar Santo (Sl 119.9; 1Pd 1.22; Hb 10.22). Além disso, não lhes era permitido ministrar no altar de bronze ou no pátio, a menos que primeiro se lavassem. Todos aqueles que transportavam os utensílios do Senhor deveriam estar limpos (Is 52.11). Tão séria era qualquer violação desta ordem divina que eles seriam mortos se não agissem desta forma (Êx 30.21). Quantas “mortes espirituais” acontecem hoje porque alguns falham ao se preparar para entrar no santuário, deixando de passar pela bacia, antes de entrar para adorar: “Por causa disso, há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que morrem [...]” (1Co 11.30).

2.3 - A necessidade de purificação dos pés (por onde andamos). Pés limpos indicavam o modo como os sacerdotes viviam na presença de Deus (Hb 12.13; Ef 4.1-3; Jo 13.1-8). Somos chamados para ser sacerdotes do Senhor em um a casa espiritual (1Pd 2.5). Mas precisamos estar certos de que estamos limpos para carregar os utensílios do Senhor, e precisamos continuamente da limpeza sacerdotal para poder servir em seu santuário (igreja) andando em santidade como Ele andou (1Pd 2.21; 1Jo 2.6).

III – A TIPOLOGIA DA PIA
A lavagem com água era a forma provisória e repetitiva, providenciada pelo Senhor pela qual os sacerdotes eram submetidos a purificação ritual e assim pudessem ministrar em sua presença. Podemos afirmar que a pia de bronze é um símbolo da dupla atuação da Palavra de Deus. Notemos sua aplicação para nossos dias:

3.1 - A palavra revela o pecado: A bacia foi feita com o espelho das mulheres e refletia o rosto do sacerdote (Êx 38.8). Se os sacerdotes entrassem no Lugar Santo sem passar pela bacia de bronze, eles seriam julgados por Deus ao entrar: “Quando entrarem na tenda da congregação, lavar-se-ão com água, para que não morram [...]” (Êx 30.20-b). Esta relação entre o bronze dos espelhos das mulheres e o bronze da bacia é bastante significativa, pois a função do espelho é refletir a imagem colocada diante dele. A figura ou símbolo do espelho é usada por Tiago quando diz: “Aquele que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num espelho” (Tg 1.23). A Palavra de Deus é um espelho que nos permite enxergar de modo claro e verdadeiro como nós realmente somos, e como Deus nos vê. Mas Ela também nos dá uma visão do que podemos nos tornar através de Cristo. À medida que contemplamos a Palavra de Deus, percebemos nossa necessidade de limpeza. A Palavra revela toda a sujeira que precisa ser removida. Jó viu a si mesmo como realmente era e isso causou-lhe repugnância (Jó 42.5,6); Isaías percebeu quem ele realmente era diante do Senhor (Is 6.5); e, Pedro enxergou sua natureza pecadora diante de Jesus (Lc 5.8) (CONNER, 2004, pp. 129,130).

3.2 - A palavra purifica o pecado: A pia de bronze continha água que servia como agente purificador sendo uma clara alusão ao efeito da Palavra no ser humano (Ef 5.26). A função da bacia aponta para o ministério da Palavra de Deus em nossas vidas. O Espírito Santo, que é um Espírito de julgamento e de fogo, usa a Palavra de Deus para nos convencer do pecado, da justiça e do juízo (Is 4.4; Jo 16.6-12). Jesus Cristo, a Palavra que se tornou carne, recebeu autoridade para exercer juízo contra o pecado (Jo 5.27). A bacia representa este juízo sobre o pecado operando através da Palavra de Deus. Ela representa a purificação que vem quando a Palavra expõe áreas de nossas vidas que não estão em conformidade com os padrões de Deus. Isso fala da limpeza da água pela Palavra (Ef 5.26). A Palavra age como um espelho (Tg 1.23-25) para nos dar um verdadeiro reflexo do que somos diante de Deus, mas ao mesmo tempo é a água que reflete nossa imagem e nos torna limpos (Pv 27.19; Ef 5.26). Quando nos tornamos limpos pela Palavra, contemplamos como por um “espelho” a glória do Senhor (2Co 3.18) (CONNER, 2004, pp. 128).

IV – A TIPOLOGIA DA ÁGUA
A entrada na presença de Deus exigia pureza moral e cerimonial. A provisão de um ritual de purificação pelo Senhor, consagrou Arão e seus descendentes ao serviço, mas não os livrou de seus pecados. Pelo contrário, a necessidade de se lavarem continuamente enfatizava sua impureza. Vejamos sua tipologia com o uso da água:

4.1 - A água da purificação. No altar de bronze o homem recebia provisoriamente e parcialmente a justificação de seus pecados através do sacrifício do animal que prefigurava o sacrifício pleno de Jesus na cruz, e na bacia de bronze ele recebia a purificação através da lavagem com a água que isso também apontava tipologicamente para Cristo. O significado espiritual do sangue do animal e da água da pia de bronze pode ser visto no NT onde esses dois agentes de purificação (o sangue e a água) se encontram no sacrifício de Jesus: “Este é aquele que veio por meio de água e sangue, Jesus Cristo: não somente por água, mas por água e sangue [...] (1Jo 5.6). Quando Cristo morreu na cruz, e sangue e água fluíram de seu lado (Jo 19.34), Ele cumpriu e aboliu a necessidade do sangue do sacrifício e da água da lavagem. Tudo aquilo que o sangue de animais no altar do holocausto e as águas cerimoniais na pia de bronze representavam convergiu para o sacrifício perfeito e completo de Cristo. O sangue derramado é o antítipo de todo sangue de animal derramado sob a aliança mosaica. A água que fluiu do lado perfurado de Cristo cumpriu tudo que as lavagens cerimoniais da antiga aliança representavam (CONNER, 2004, p. 130).

4.2 - A água na regeneração. Jesus nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo: “[...] aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo 3.5). A regeneração e a renovação correspondem ao novo nascimento (ou nascer do alto). Esta é a lavagem inicial, uma limpeza, uma purificação em relação à antiga maneira de viver (At 15.9; 1Ts 4.7; 2Co 5.17). É isso que nos transforma em novas criaturas. Paulo disse: “Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” (1Co 6.11). Jesus falou que quem já se banhou está limpo (Jo 13.10). Tudo isso se refere à limpeza da regeneração que acontece na vida do crente.

4.3 - A água na santificação. Moisés lavou inteiramente Arão e seus filhos na limpeza inicial e dali em diante os sacerdotes deveriam manter essa limpeza usando a bacia nas lavagens diárias de suas mãos e pés (Êx 29.4; 40.12). Jesus ministrou o batismo da regeneração, mas é nossa responsabilidade pessoal manter a limpeza diária de nossas mãos e pés (1Pd 1.22; 2Co 7.1; Ef 5.26; 1Co 6.11). Paulo nos exorta: “Purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor de Deus” (2Co 7.1). O escritor aos hebreus diz que devemos nos aproximar de Deus tendo: “os nossos corpos lavados com água pura” (Hb 10.20-22). A bacia deveria ser aspergida com sangue, ungida com azeite e conter a água para a purificação dos sacerdotes (Êx 40.11; Lv 8.10,11). Assim, a água purificadora da Palavra vem a nós através do sangue de Jesus e pelo Espírito que é o “azeite” de Deus em nós. Precisam os que nossos corações sejam aspergidos com sangue; ser lavados pela água da Palavra, e sermos ungido do santo azeite da unção do Espírito Santo.

CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição que a água fala de pureza e santificação, e é símbolo da ação purificadora da Palavra de Deus (Jo 15.3; 17.17; Ef 5.26,27) e do Espírito Santo (Tt 3.4-6; 1Co 6.11) em nossos corações (Hb 10.22; 1Pd 1.22,23). Pode simbolizar também a purificação pelo sangue de Jesus (1Jo 1.7), uma vez que o sacrifício de Cristo nos purifica de todo pecado.

REFERÊNCIAS
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
CONNER, Kevin J. Os segredos do Tabernáculo de Moisés. (Trad. Célia Chazanas). Atos, 2004.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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