Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
13 – SEJA UM MORDOMO FIEL – (Lc 12.36-38; 42-46)
3º
TRIMESTRE DE 2019
INTRODUÇÃO
Nesta lição definiremos o termo mordomo e o termo
fidelidade; destacaremos a parábola de Lucas 12.42-46 onde Jesus exorta quanto
a importância da fidelidade na mordomia do que recebemos de Deus; falaremos da
importância de sermos fieis em todos os sentidos; e por fim, trataremos a
respeito do Tribunal de Cristo onde o Mestre Jesus recompensará a cada mordomo
fiel segundo a sua obra.
I – DEFINIÇÕES
1.1 - Definição secular e
exegética de mordomo. O dicionário diz que mordomo: “é um indivíduo
encarregado de administrar, em residência alheia, as tarefas domésticas
cotidianas, distribuindo-as entre os demais empregados” (HOUAISS, 2001, p.
1960). A palavra grega mais comum, frequentemente no NT, é “oikonomos” (TENNEY,
2008, p.377). O “oikonomos” denotava primariamente “o administrador de uma casa
ou propriedade”, formado de “oikos”, denotando “casa”, e “nemo” que significa:
“arranjar, organizar” (VINE, 2002, p. 800). Essa palavra é mais traduzida como
“despenseiro”. A ideia de despenseiro aparece somente no Novo Testamento,
quando o original grego usa a palavra “oikonomos”, que significa: “gerente da
casa” (Lc 12.42; 16.1,3,8; Rm 16.23; 1Co 4.1,2; Gl 4.2; Tt 1.7; 1Pd 4.10); ou
quando usa a palavra “epitropos”, que quer dizer: “encarregado”, que aparece
por três vezes (Mt 20.8; Lc 8.3; Gl 4.2).
1.2 - Fidelidade. O
dicionarista Houaiss diz que: “fidelidade” significa: “respeito quase venerável
por alguém ou algo; lealdade; constância nos compromissos assumidos com outrem;
compromisso que pressupõe dedicação amorosa à pessoa com quem se estabelece um
vínculo afetivo de alguma natureza” (2001, p. 1337). O dicionário de Strong diz
que a palavra “fidelidade” no grego “pistis” significa: “verdadeiro; pessoas
que mostram-se fiéis na transação de negócios, na execução de comandos, ou no
desempenho de obrigações oficiais; alguém que manteve a fé com a qual se
comprometeu, digno de confiança”.
II – A IMPORTÂNCIA DA
FIDELIDADE NA MORDOMIA
Em Lucas 12.42-46, Jesus contou a parábola acerca
da fidelidade. Esta é uma parábola de cunho escatológico e é extremamente
exortativa quanto a necessidade de sermos fieis mordomos até o retorno de
Cristo. Abaixo destacaremos algumas informações sobre esta parábola. Vejamos:
2.1 - O senhor da
parábola (Lc 12.42). Este senhor da parábola trata-se
provavelmente de um fazendeiro ou de um grande empresário que tinha servos a
sua disposição (Lc 12.42.46). Este senhor precisou ausentar-se um pouco de sua
casa, para uma viagem. A Bíblia nos mostra que quanto ao dia e a hora do seu
retorno são incertos (Lc 12.46).
2.2 - Os servos da
parábola (Lc 12.42,45). Lucas usa a palavra “mordomo” no
grego “oikonomos” que significa: “pessoa que administra os assuntos domésticos
de uma família” (VINE, 2001, p. 447). Via de regra, havia apenas um mordomo na
casa (Gn 15.2; 41.40; 45.8; 1Rs 18.3; Lc 16.1; At 8.27). O texto diz que o
senhor nomeou “um servo” para ser “mordomo” dos outros servos (Lc 12.42). O
texto deixa entender este servo poderia ser “fiel e prudente” (Lc 12.42) ou
infiel: “Mas, se aquele servo” uma referência hipotética ao mesmo servo do
início da parábola (Lc 12.45). Diante disto, fica mais claro no texto, a
possibilidade de que a narrativa esteja falando apenas de um servo, que poderá
ter uma atitude positiva ou negativa. No entanto, a maioria dos intérpretes preferem
a ideia de se tratarem de dois servos. Sob esta perspectiva, analisaremos
abaixo o comportamento de ambos. Notemos:
2.2.1 - O servo fiel da
parábola (Lc 12.42,43). É dito que, se este servo ou mordomo foi fiel e
prudente no exercício da função que lhe foi confiada até ao retorno do seu
patrão. A fidelidade e a prudência são virtudes destacadas na Bíblia (Pv 12.22;
14.33; 14.35; 28.20; Mt 7.24; 25.23; 1Co 4.2; Ef 5.15). O servo que agir assim
será tido por “bem-aventurado” e, como recompensa, receberá privilégios e
responsabilidades aumentados: “Em verdade vos digo que o porá sobre todos os
seus bens” (Lc 12.44).
2.3 - O servo infiel da
parábola (Lc 12.45). Com a partida de seu senhor, este
servo, em seu coração, imaginou que, porque o seu patrão estava ausente e ia
demorar a voltar, decidiu comportar-se de forma violenta e pecaminosa. Sua
deficiência se mostrou tanto doutrinária “O meu senhor tarda em vir” (Lc
12.45-a); quanto moral, pois começou a “a espancar os criados e criadas, e a
comer, e a beber, e a embriagar-se” (Lc 12.45-b). Quando da volta do seu
senhor, este servo infiel será punido severamente: “e separá-lo-á, e lhe dará a
sua parte com os hipócritas” (Lc 12.46).
III - FIDELIDADE EM TRÊS
DIREÇÕES
A fidelidade é de uma importância vital para a vida
cristã em três aspectos, vejamos:
3.1 - Fidelidade a Deus. Deus
sempre exigiu fidelidade no relacionamento das suas criaturas. Exigiu de Abraão
(Gn 17.1); de Isaque (Gn 26.1-5); de Jacó (Gn 35.1-4); do povo de Israel (Dt
28.1-14). Jesus, exigiu fidelidade daqueles que desejavam segui-lo (Jo 8.31). A
fidelidade é uma prova de amor (Jo 14.15,21).
3.2 - Fidelidade ao próximo. O
crente deve agir com fidelidade aos que estão à sua volta, tendo algumas
atitudes, tais como: (a) mantendo sempre sua palavra (Mt 5.37;1Tm 3.8); (b)
assumindo as responsabilidades no lar (Ef 5.22-28; 6.1-4; 1Tm 5.8); (c)
cooperando na obra de Deus (1Co 4.1,17; 6.21); (d) sendo fiel com o que é
alheio (Mt 24.45,46; Lc 16.1-12); como empregado (Ef 6.5-8; Cl 3.22-25); ou
como empregador (Ef 6.9; Cl 4.1).
3.3 - Fidelidade a si mesmo. Nesse
aspecto a fidelidade é vista quando somos aquilo que dizemos ser. Davi em um de
seus Salmos afirma: “Aborreço a duplicidade, porém amo a tua lei” (Sl 119.113).
Quem vive uma vida dúbia, é inconstante, não há firmeza nem resistência (Tg
1.8). Deus quer que sejamos o que dizemos que somos, não mostrando duplicidade
ou falsidade quanto a nossa devoção a Ele (1Sm 12.24).
IV – O TRIBUNAL DE CRISTO: O
DIA DO JULGAMENTO DA NOSSA MORDOMIA
Tribunal de Cristo é o primeiro dos eventos depois
do Arrebatamento da Igreja. Paulo refere-se ao Tribunal como o “bema” (2Co
5.10). O bema era um estrado ou plataforma, utilizado por oradores (púlpito) e
atletas (pódio). Os bemas históricos eram plataformas elevadas em que
governantes ou juízes se sentavam para fazer discursos (At 12.21) ou julgar
casos (At 18.12-17). O Tribunal de Cristo é visto por alguns apenas como um
lugar de recompensas (LAHAYE, 2009, p.462). Paulo, entretanto, chama-o de um
lugar de compensação. O Senhor atenta para o que fazemos, seja bom ou mau e
seremos compensados de acordo com nossas obras (1Co 3.10-15) (Ídem, 2009, pp.
204, 205).
V - O QUE SERÁ JULGADO DA
NOSSA MORDOMIA
No Arrebatamento, Jesus, que conhece as nossas
obras (Ap 2.2,9,13,19; 3.8,15), trará consigo o resultado, a avaliação de nosso
trabalho. Existem cinco critérios deste julgamento que envolvem: (a) a “lei da
liberdade cristã” (Tg 2.12); (b) a qualidade do trabalho que fazemos para Deus
(Mt 20.1-16); (c) o “material” empregado no trabalho feito para Deus (1Co
3.8,12-15); (d) a conduta do crente por meio do seu corpo (2Co 5.10); e, (e) os
motivos secretos do nosso coração (1Co 4.5; Rm 2.16) (GILBERTO, 2009, p. 376).
O propósito do julgamento dos crentes diante do Tribunal de Cristo é determinar
se as obras de cada um foram dignas ou não. A avaliação incluirá as obras em
si, o zelo com que foram realizadas e o que as motivou. Vejamos:
5.1 - As obras. Aquilo
que uma pessoa faz por Deus é registrado em um memorial diante do Senhor dos
Exércitos (Ml 3.16-18). As Escrituras prometem recompensas específicas para
obras específicas (Mt 5.11-12; Lc 6.21-22; 14.12-14). Deus recompensará os
crentes por todas as ações que tiverem mérito ou valor eterno.
5.1.1 - As boas obras. Boas
obras do grego “agathos” podem ser definidas como aquelas que têm sido
manifestas, porque feitas em Deus” (Jo 3.21; Ef 6.7-8; 1Ts 1.3). As boas obras
são representadas por ouro, prata e pedras preciosas. As boas obras também são
chamadas de “fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e
louvor de Deus” (Fp 1.11; 2.13).
5.1.2 - As más obras. Paulo
falou sobre a possibilidade de ser “reprovado” ao não conseguir viver fielmente
(1Co 9.24-27). Más ações do grego “phaulos” são desprezíveis aos olhos de Deus.
Podem ser chamadas de “obras mortas” ou “obras da carne”. O perigo de produzir
obras da carne reside no fato de que o trabalho do crente acaba sendo em vão,
inútil ou vazio (1Co 15.58; 1Tm 6.20; 2Tm 2.16; G1 4.9; Tt 3.9; Tg 1.26). Obras
más não possuem qualidade, por isso são caracterizadas como madeira, feno e
palha que são materiais de pouco valor ou durabilidade. Estas são as ações
produzidas a partir de motivações erradas (1Jo 2.28).
5.2 - A Motivação. Deus
sonda a nossa mente e o nosso coração a fim de nos determinar a recompensa. A
motivação de nossas obras também será revelada no Tribunal de Cristo (Lc
12.2-3). O propósito ou motivação de um coração legitima ou invalida os atos de
uma vida (Mt 5.16; 6.1-21). Quando as obras são feitas para que outros as
vejam, perdem-se as recompensas, pois, os desígnios do coração do homem serão
manifestos. (1Co 4-5; Ap 2.23). Embora um serviço exercido por motivos errados
possa resultar na perda de recompensas, ele ainda pode ter efeitos eternos (Fp
1.14-19).
CONCLUSÃO
Deus exige fidelidade de todos aqueles que
professam ser seus servos; para os que assim procedem, Ele tem reservado um
dia, em que por meio de Seu Filho, Jesus Cristo, recompensará a cada mordomo.
REFERÊNCIAS
GILBERTO, et al. Teologia Sistemática Pentecostal.
CPAD.
LOCKYER, John. Todas as Parábolas da Bíblia. VIDA.
PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. VIDA.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.LOCKYER, John. Todas as Parábolas da Bíblia. VIDA.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
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