Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
07 – A MORDOMIA DOS DÍZIMOS E OFERTAS - (Ml 3.7-12)
3º
TRIMESTRE DE 2019
INTRODUÇÃO
Introduziremos
esta aula definindo exegeticamente as palavras “dízimo” e “oferta”;
destacaremos que Deus é o dono de tudo e espera que reconheçamos isto;
pontuaremos que as contribuições são uma doutrina bíblica no AT e no NT e
algumas considerações sobre o dízimo; falaremos sobre quais os princípios que
devem nos levar a contribuir; e, por fim, elencaremos quais as promessas que
Deus faz a quem obedece a Sua Palavra.
I – DEFININDO
1.1 - Dízimo. No AT encontramos
duas palavras que definem o dízimo: “asar” (Gn 28.22; Dt 14.22; 26.12; 1Sm
8.15,17; Ne 10.37,38); e “maaser”, encontrada em (Gn 14.20; Lv 27.30-32; Dt
12.6,11,17; Ml 3.8,10). Ambas significam: “décima parte”. No NT existem duas
formas verbais e uma nominal: “dekatóo”, que significa “dar a décima parte”,
“dizimar” e aparece apenas duas vezes (Hb 7.6,9); “apodekatóo”, que significa:
“dar a décima parte”, “dizimar” (Mt 23.23; Lc 11.42; Hb 7.5); e a palavra
“dekáte”, significando “décimo” que aparece apenas em (Hb 7.2,4,8,9). Podemos,
então, dizer que a palavra dízimo tem o sentido de: “décima parte de uma
importância ou quantia” (Ml 3.10).
1.2 - Oferta. Diversos termos
definem a palavra oferta no AT. Um dos mais citados é “minhâ”, que aparece mais
de 200 vezes no AT e significa “oferta”, “dom”, “presente” ou sacrifício” (Gn
4.3; 32.13-15; 43.11; 1Rs 10.25; Jz 3.15-23; 2Sm 8.2). Outro termo é “terûmâ”,
e significa: “oferta alçada”, “oferta” ou “oblação” e é encontrado cerca de 70
vezes no AT (Êx 25.2; 35.29; 36.3; Lv 7.16; 22.18).
II – DEUS É O DONO DE
TUDO E DEVEMOS RECONHECER ISSO
Ao
homem Deus conferiu o domínio da terra e dos animais: “enchei a terra,
sujeitai-a; e dominai” (Gn 1.28). O salmista assevera isso também: “Os céus são
os céus do SENHOR; mas a terra a deu aos filhos dos homens” (Sl 115.16).
Portanto, o homem não tem nada de si mesmo, pois tudo o que Ele tem vem do
Senhor: “pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as
coisas” (At 17.24). Portanto, o ser humano deve, no exercício da mordomia dos
bens materiais, reconhecer que: 2.1 Do Senhor é a terra. Tudo que há veio a
existência por meio de Deus (Gn 1.1; Is 42.5; Jr 10.12; At 17.24). Logo, ele
tem o direito como Criador sobre o cosmos: “Do SENHOR é a terra e a sua
plenitude” (Sl 24.1).
2.2 - Do Senhor é a prata
e o ouro. Como Deus criou a terra, também criou a prata e o ouro (Ag
2.9). Ele é quem enriquece e empobre (1Sm 2.7). Ele é quem nos dá forças para
adquirirmos posses (Dt 8.18). Portanto, não podemos jamais pensar que o que
possuímos é resultado unicamente do nosso esforço (Dt 8.17); da nossa sabedoria
(Pv 3.5); ou do acaso (Rt 2.3).
2.3 - Do Senhor é tudo. Deus não é somente
dono da terra e das riquezas, Ele é dono de tudo. Davi reconhecia isso: “Porque
tudo vem de ti” (1Cr 29.14). Confira ainda: (Jo 3.27; Tg 1.17). Ele é quem dá a
chuva a seu tempo (Dt 11.14; Sl 147.8); e faz com que o sol se levante, sobre
justos e injustos (Mt 5.45). Paulo também afirmou isto aos atenienses quando
disse: “Ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas”
(At 17.25).
III – DÍZIMOS E OFERTAS
NO ANTIGO E NO NOVO TESTAMENTO
A
mordomia cristã, como devoção e adoração a Deus, não surgiu com o Cristianismo;
é um ato que nasceu com o homem, e vem perpetuando-se ao longo da História
Sagrada. Na Bíblia deparamo-nos com homens e mulheres que, afetuosamente, tudo
entregavam ao Senhor, pois do Senhor tudo haviam recebido. Notemos:
3.1 - O dízimo antes da
Lei. A
prática do dízimo antecede a Lei, e podemos ver por exemplo Abraão entregando o
dízimo ao sacerdote do Deus Altíssimo Melquisedeque: “E Abrão deu-lhe o dízimo
de tudo” (Gn 14.20-b). Outro registro também no Livro de Gênesis muito antes da
Lei, nos mostra Jacó prometendo entregar a Deus o dízimo se caso, Deus fosse
com ele: “e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo” (Gn
28.22-b). Tais relatos esboçam os grandes princípios da doutrina: a) Como sinal
de adoração e submissão em reconhecimento a Deus, o Criador e dono de tudo; b)
Também como sinal de gratidão, pois Deus havia entregue seus inimigos nas mãos
de Abraão; e c) Finalmente, como sinal do crente que serve ao Deus do céu, de
que reconhece e sustenta a seu mordomo na terra.
3.2 - O dízimo no período
da Lei. Embora o dízimo fosse uma prática feita antes da Lei (Gn
14.18-20; Gn 28.18-22), foi na Lei, que Deus estabeleceu princípios para a
entrega dos dízimos, tais como: (a) o que deveria ser dizimado (Lv 27.30-34);
(b) a quem eram entregues os dízimos (Nm 18.21-32); e, (c) onde deveria ser
entregue os dízimos (Dt 12.1-14; 14.22-29; Ml 3.10). Os judeus deveriam
oferecer a Deus os dízimos dos frutos de seu trabalho (Dt 14.22-29). Os
produtos da terra e tudo o que o homem possui devem ser considerados como
dádiva de Deus e uma décima parte há de ser separada para o Senhor. Por isso
nas divisões dos livros do AT encontramos o ensinamento dos dízimos e das
ofertas. Notemos: Nos livros históricos (2 Cr 31.5,6; Ne 12.44); nos livros
proféticos (Ml 3.8,12); e nos livros poéticos (Pv 3.9,10).
3.3 - O dízimo no período
da graça. Jesus em Seus ensinos não erradicou ou aboliu a prática
dos dízimo e ofertas. Muito pelo contrário ele ensinou que estas coisas eram
válidas quando acompanhadas por virtudes como a misericórdia e a justiça (Mt
23.23). Quanto as ofertas, o Mestre elogiou atitude da viúva que mesmo tendo
tão pouco para ofertar, apesar da sua pobreza, deu tudo o que tinha: “Em
verdade vos digo que esta pobre viúva deitou mais do que todos os que deitaram
na arca do tesouro; porque todos ali deitaram do que lhes sobejava, mas esta,
da sua pobreza, deitou tudo o que tinha, todo o seu sustento” (Mc 12.43,44). No
registro das epístolas, somos informados que as ofertas eram realizadas,
principalmente através de contribuições. A igreja primitiva, por exemplo,
contribuía com regularidade (At 4.36,37; 5.1,2). Em suas epístolas, Paulo
ensinou sobre o dever de contribuir (1Co 16.1-4; 2 Co 8,9), e elogiou as
igrejas que contribuíam (2Co 8.1-4; 9.2). Além disso, na Epístola aos Romanos,
ele descreve diversos dons, inclusive o de repartir (Rm 12.6-8).
IV – ALGUNS PONTOS
IMPORTANTES SOBRE OS DÍZIMOS
A
entrega amorosa e voluntária do que possuímos a Deus é conhecida, também, como
mordomia cristã. Ou seja: como seus mordomos, cabe-nos administrar, devocional
e amorosamente, o que nos entregou Ele, visando o serviço de adoração, a
expansão de seu Reino e o sustento dos mais necessitados. A mordomia cristã,
por conseguinte, é a administração de quanto recebemos do Senhor. Por isso
requer-se de cada mordomo, ou despenseiro, que se mantenha fiel ao que Deus lhe
confiou (1Co 4.2). Notemos:
a)
Em primeiro lugar, o dízimo é um princípio estabelecido pelo próprio Deus (Ml
3.10);
b)
Em segundo lugar, o dízimo é santo ao Senhor (Lv 27.32);
c)
Em terceiro lugar, o dízimo faz parte do culto (Dt 12.6);
d)
Em quarto lugar, o dízimo é para o sustento da Casa de Deus (Nm 18.21).
V - PRINCÍPIOS DA
DOUTRINA DOS DÍZIMOS E OFERTAS
Por
meio das ofertas e dízimos, mostramos a Deus nossa alegria (2 Co 9.7). Por
intermédio do dar, expomos a Deus um coração voluntário (Êx 25.1,2), e através
do ofertar, revelamos o nosso desprendimento (2 Sm 24.24). Notemos então:
5.1 - Gratidão a Deus. Como tudo o que
recebemos vem de Deus, nada mais justo que sejamos gratos por tal provisão
entregando-lhe os dízimos e as ofertas: “Entrai pelas portas dele com gratidão”
(Sl 100.2-a). Através das contribuições financeiras, honramos a Deus (Pv
3.9,10).
5.2 - Obediência a Sua
Palavra. Como as contribuições são uma doutrina bíblica,
entregá-los ao Senhor, é ser obediente a Sua Palavra (Dt 6.5).
5.3 - Amor pela Sua obra. Um dos motivos
pelos quais devemos entregar os dízimos e as ofertas são também para a
manutenção da Casa do Senhor: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para
que haja mantimento na minha” (Ml 3.10). Aquele que ama a obra de Deus
contribui para que a evangelização, o obra social, o sustento dos obreiros que
vivem de forma integral e a ampliação da obra de Deus continue.
VI – PROMESSAS
ESPECÍFICAS PARA OS FIÉIS NOS DÍZIMOS E OFERTAS
Deus
sempre faz promessas para aqueles que Lhe servem com amor e fidelidade. Com a
prática dos dízimos e das ofertas não é diferente. No livro do profeta
Malaquias, encontramos pelos menos três promessas feitas aos que procedem
fielmente com as contribuições. Vejamos:
6.1 - Provisão. Deus prometeu ao Seu povo que se
não fossem negligentes com os dízimos e as ofertas, Ele enviaria sempre a sua
provisão: “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento
na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o SENHOR dos Exércitos,
se eu não vos abrir as janelas do céu” (Ml 3.10-a). A expressão “abrir as
janelas do céu” podem estar fazendo alusão a provisão da chuva e do sol a seu
tempo para que o povo tenha uma excelente colheita (Lv 26.4; Dt 11.14; 28.12).
6.2 - Multiplicação. A Bíblia diz que o
que plantamos, isso também colhemos. Mas colhemos sempre mais do que plantamos:
“Quem semeia com fartura, com abundância ceifará” (2Co 9.6). Deus promete
literalmente fazer prosperar a quem dá com liberalidade (2Co 9.6-11).
6.3 - Proteção. Como o povo de
Israel em sua maioria vivia da agricultura, era comum que os agricultores
sofressem em suas lavouras com as pragas que poderiam sobrevir, causando
destruição. No entanto, Deus prometeu que se o Seu povo agisse com fidelidade
na entrega dos dízimos e das ofertas, Deus protegeria a lavoura deles e lhes
daria grandes colheitas: “E por causa de vós repreenderei o devorador, e ele
não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será
estéril, diz o SENHOR dos Exércitos (Ml 3.11,12).
CONCLUSÃO
Como
mordomos dos bens terrenos, devemos expressar a nossa gratidão, amor e serviço
a Deus por tudo o que Ele tem nos confiado. Para os que assim procedem, bênçãos
sem medida estão reservadas.
REFERÊNCIAS
· ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo
Testamento. VIDA.
· LOPES, Hernandes Dias. Malaquias. HAGNOS.
· STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD.
· SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do
Antigo Testamento. CPAD.
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