Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
10 – A MORDOMIA DAS FINANÇAS - (Ec 5.10,11; 1Tm 6.6-10)
3º
TRIMESTRE DE 2019
INTRODUÇÃO
Ao contrário
do que muita gente pensa, a Bíblia não trata apenas de questões espirituais,
ela também tem muito a nos dizer sobre como devemos ser bons mordomos das
nossas finanças. Nesta lição, introduziremos o assunto destacando à luz das
Escrituras como devemos usar o nosso dinheiro; destacaremos algumas práticas
nocivas quanto as finanças; trataremos do cuidado que devemos ter com gastos e
empréstimos; e, concluiremos falando sobre a importância da economia para que
tenhamos uma vida financeiramente equilibrada.
I – DEFINIÇÃO DE
FINANÇAS
O Houaiss
define a palavra “finanças” como: “ciência e atividade do manejo do dinheiro ou
de títulos que o representem; recursos financeiros; erário” (2001, p. 1346). Ao
contrário do que muita gente pensa, a Bíblia não trata apenas das questões
espirituais, mas de todas as áreas da vida humana, inclusive a financeira,
exortando-nos a procurar uma vida equilibrada e com isto estarmos contentes (Pv
30.7-9; 1Tm 6.7-8; Fp 4.11-13).
II – O QUE DEVEMOS FAZER
COM O DINHEIRO
A Bíblia não
nos fala sobre o surgimento do dinheiro, isto porque o Espírito Santo teve como
objetivo primeiro nos ensinar sobre para que o dinheiro deve nos servir.
Notemos:
2.1 - Sustento pessoal. A Bíblia ensina que o homem deve
trabalhar para ter o seu salário e sustento: “Do trabalho de tuas mãos comerás,
feliz serás, e tudo te irá bem” (Sl 128.2 ver também 2Ts 3.10). Não devemos ser
pesados aos outros (1Tm 5.16). Ao povo de Israel Deus só alimentou com maná
enquanto eles estavam no deserto, porque não podiam plantar nem colher. Mas
quando, adentraram a terra prometida o maná cessou e Deus lhes orientou a
trabalhar para sustento próprio (Dt 8.7-18; Js 5.12).
2.2 - Contribuir na obra
de Deus. Além
do salário ser para sustento próprio, ele serve também para contribuir na obra
de Deus. Os dízimos e as ofertas foram exigidos para que haja mantimento na
Casa do Senhor (Ml 3.10). Antes mesmo de usufruirmos do nosso dinheiro, devemos
separar as primícias, ou seja, a décima parte para entregar ao Senhor (Pv
3.9,10). Negligenciar o dízimo é desobedecer a Palavra de Deus e ser ingrato
por tudo o que Ele tem concedido (Ml 3.8,9).
2.3 - Aliviar o sofrimento
alheio. Atender
ao pobre e ao necessitado é um preceito bíblico (Lv 23.22; Dt 15.11; Sl 41.1;
82.3). No AT, Deus ensinou o povo de Israel a se preocupar com o bem estar
alheio. Nas colheitas, por exemplo, eles foram exortados a não recolherem tudo,
mas deixarem os rabiscos para os necessitados (Lv 19.9,10). No NT, vemos que o
Senhor Jesus disse: “Mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (At
20.35). Nos dias da igreja primitiva, a igreja não só pregava o evangelho, mas
também, atendia aqueles que necessitavam de socorro material (Gl 2.9,10). Paulo
ensinou claramente que além do sustento pessoal devemos nos preocupar em aliviar
o sofrimento do próximo “[...] trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para
que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Ef 4.28). Ser generoso e
solidário também é um dever do cristão (Hb 13.2; Tg 2.14-17; 1Jo 3.17,18).
2.4 - Cumprir com as
obrigações. A
Bíblia nos orienta a usarmos as nossas finanças para cumprirmos os nossos
compromissos, por exemplo: pagando o que devemos (Rm 13.8); pagando os impostos
(Mt 22.21; Rm 13.7). Portanto, não devemos ser infiéis nos contratos que
fazemos; nem tampouco devemos sonegar impostos. Tais comportamentos são típicos
dos ímpios (Hc 2.6,7; Rm 1.31; 13.6,7; Mt 17.25-27). Fomos chamados para fazer
a diferença como sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14). Nossas atitudes
honestas levam os homens a glorificar a Deus (Mt 5.16).
III – O QUE NÃO DEVEMOS
FAZER COM O DINHEIRO
3.1 - Compulsividade. A Bíblia adverte: “O que amar o
dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a abundância nunca se
fartará da renda; também isto é vaidade” (Ec 5.10). Alcançar todos os bens que
se deseja não confere a ninguém a satisfação plena. O apóstolo Paulo encontrou
na pessoa de Cristo, o equilíbrio no que tange às coisas materiais: “...aprendi
a contentar-me com o que tenho” (Fp 4.11).
3.2 - Avareza. É o amor ao dinheiro, que causa
uma verdadeira escravidão e dependência. “Por que o amor ao dinheiro é a raiz
de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns de desviaram da fé e se
transpassaram a si mesmos com muitas dores” (1Tm 6.9,10). Deus não condena o
dinheiro em si, mas, a ambição, cobiça, exploração, e usura. Abraão era homem
muito rico; Jó era riquíssimo, antes e depois de sua provação (Jó 1.3,10);
Davi, Salomão e outros reis acumularam bens e nenhum deles foi condenado por
isto. O que a Bíblia condena é a ambição desenfreada pelos bens (Pv 28.20; Dt
8.11; Pv 11.28; Mc 4.19; Pv 23.4,5; Pv 28.11; Pv 5.10).
3.3 - Dívidas
desnecessárias. Muitas
pessoas estão em situação difícil, por causa do uso irracional de benefícios
oferecidos como: facilidades pelo comércio, cartão de crédito, cheque,
crediário, empréstimos, etc. As dívidas podem causar muitos males, tais como:
desequilíbrio financeiro, inadimplência, intranquilidade; provocando até certos
aparecimentos de doenças, desavenças no lar; perda de autoridade e o mau
testemunho perante os ímpios (Pv 6.1-5; 11.15). “O rico domina sobre os pobres,
e o que toma emprestado é servo do que empresta” (Pv 22.7).
IV – O CUIDADO COM AS
FIANÇAS E EMPRÉSTIMOS
Para que
possamos atentar ainda mais para a seriedade de se tornar um fiador de outrem,
vejamos como o texto de Provérbios 6.1,2 está traduzido na Bíblia Viva: “Meu
filho, se você se ofereceu como fiador do seu próximo, por meio de um aperto de
mão, dando a sua palavra, você agora está preso nessa armadilha”. Percebemos
que o ser fiador de alguém representa uma verdadeira armadilha. É interessante,
porém, notar que o próprio fiador é quem se predispõe a sê-lo “[...] se você se
ofereceu [...]”. Logo, não devemos dar o nosso nome em garantia para pagar a
dívida de alguém, salvo raras exceções. Há ainda outros textos que trabalham
essa questão. Vejamos o que a Bíblia nos recomenda sobre este assunto:
4.1 - Evitando ser fiador. Em Provérbios 11.15 está
escrito: “Decerto sofrerá severamente aquele que fica por fiador do estranho,
mas o que aborrece a fiança estará seguro”. O fiador é aquele que dá garantias
de que o devedor irá cumprir sua palavra e pagar suas dívidas. Caso contrário,
ele mesmo arcará com esse ônus. O fiador empenha sua palavra, sua honra e seus
bens, garantindo ao credor que o devedor saldará seus compromissos a tempo e a
hora. O problema é que são muitos os exemplos daqueles que sofreram grandes
prejuízos por serem fiadores. Há pessoas que perdem tudo o que adquiriram ao
longo da vida para pagar dívidas alheias. Não podemos comprometer o sustento e
a estabilidade de nossa família para assegurar os negócios arriscados de outra
pessoa. Ser fiador é andar num caminho escorregadio cujo final é o desgosto: “O
ímpio toma emprestado, e não paga [...]” (Sl 37.21-a). A Bíblia nos adverte a fugirmos
dele (Pv 22.26,27).
4.2 - Evitando
empréstimos. Quando
alguém está endividado, parte da sua liberdade é perdida. Não é pecado
emprestar ou tomar emprestado, mas é preciso avaliar bem a situação para que
não haja prejuízos de ambas as partes: : “[...] o que toma emprestado é servo
do que empresta” (Pv 22.7). Quem empresta, não pode fazê-lo com usura, ou seja,
cobrando juros exorbitantes (Dt 23.19,20; Sl 15.5), pois, Deus reprova
severamente essa prática. Podemos verificar isso em diversas passagens bíblicas
(Êx 22.25; Lv 25.37; Ez 18.13). Numa linguagem mais popular, a usura é
conhecida como agiotagem, que é uma prática criminosa prevista na Constituição
Federal e no Código Penal Brasileiro. Na realidade, o ideal para o cristão não
é emprestar, e, sim, quando puder, dar (Sl 37.21b; Lc 6.34); e quem toma
emprestado, não pode desonrar o seu compromisso, pois se assim o faz, será tido
como desonesto e ainda colocará o seu próximo em apuros. Quem toma emprestado e
não paga é considerado ímpio, alguém que tem um desvio de caráter que precisa
ser corrigido (Sl 37.1-a).
V – A BÍBLIA E
IMPORTÂNCIA DA ECONOMIA
A palavra
“economia” segundo o Houaiss significa: “gerenciamento de uma casa,
especificamente das despesas domésticas” (HOUAISS, 2001, p. 1097). Um dos aspectos
do fruto do Espírito é o domínio próprio (Gl 5.22) que também pode ser
traduzido por equilíbrio. Este equilíbrio deve estar presente em todas as áreas
da nossa vida, inclusive na financeira. Batista (2018, p. 148) nos diz que: “a
saúde financeira não depende de quanto ganhamos, mas de como gastamos o que
ganhamos”. Notemos o que a Bíblia nos orienta quanto a economia:
5.1 - Respeitemos as
prioridades. Depois
de entregar o dízimo, o crente deverá discernir o que é prioritário, o que é
secundário e o que é supérfluo. Por exemplo: saúde, alimentação, moradia,
estudos e vestimentas básicas são prioridades. Gastos com lazer é algo
secundário, e a compra de roupas de marca ou aparelhos eletrônicos de última
geração é supérfluo: “Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão? E o
produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? Ouvi-me atentamente
e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a gordura” (Is 55.2).
5.2 - Evitemos o
desperdício. Nunca
devemos comprar o que não necessitamos, e nem gastar além do que ganhamos. Deus
não se alegra com o desperdício. Quando Deus mandou que sacrificassem o
cordeiro da Páscoa, se a família fosse pequena deveria agregar-se a outra, para
que comessem juntas, a fim de não estragar comida (Êx 12.1-4). Na ocasião que
enviou o maná para o povo de Israel, os orientou, através de Moisés, que apenas
recolhessem a porção diária, o tanto quanto podia comer (Êx 16.14-18). Jesus
quando multiplicou pães e peixes, ordenou depois que a multidão comeu, que as
sobras fossem recolhidas: “Recolhei os pedaços que sobejaram, para que nada se
perca” (Jo 6.12).
5.3 - Planejemos os nossos
gastos. Jesus
deixou claro que o crente só deve iniciar um empreendimento depois de planejar
e ter a certeza de que vai conseguir concluí-lo (Lc 14.28-32). Ainda que neste
texto ele estivesse falando sobre a responsabilidade em segui-lo, tal princípio
é perfeitamente útil para as demais áreas da vida, inclusive a financeira.
CONCLUSÃO
Além de nos
orientar quanto a vida espiritual, a Bíblia nos exorta também a termos cuidado
com a nossa vida financeira. Uma má administração das finanças poderá acarretar
em prejuízo moral e espiritual. Para evitar tal dano, devemos exercer a
mordomia com sabedoria e equilíbrio.
REFERÊNCIAS
·
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. SP: HAGNOS.
· DANIEL,
Silas; COELHO, Alexandre. Vencendo as Aflições da Vida. RJ: CPAD.
·
GONÇALVES, José. A prosperidade à luz da Bíblia. RJ: CPAD.
· STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD.
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