segunda-feira, 31 de julho de 2017

LIÇÃO 06 – A PECAMINOSIDADE HUMANA E SUA RESTAURAÇÃO A DEUS (Rm 5.12-21) 3º TRIMESTRE DE 2017

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543

LIÇÃO 06 – A PECAMINOSIDADE HUMANA E SUA RESTAURAÇÃO A DEUS (Rm 5.12-21)
3º TRIMESTRE DE 2017

INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a origem do pecado à luz da Bíblia no mundo espiritual e físico; falaremos sobre o pecado herdado, onde será pontuado que ele afetou todo o ser do homem, mas não destruiu completamente a imagem de Deus, e nem anulou a capacidade de escolha humana; estudaremos que a salvação é uma iniciativa divina, mas, exige a responsabilidade do homem, e que ela está acessível a todos sem distinção. E por fim, relataremos algumas bençãos provenientes da restauração a Deus com sendo a paz com Ele, o acesso ao pai e a filiação divina.

I – A ORIGEM DO PECADO À LUZ DA BÍBLIA
A palavra hebraica “hatah” e a grega “hamartia” originalmente significam: “errar o alvo, falhar no dever” (Rm 3.23). Existem outras várias designações bíblicas para o pecado, muito mais do que há para o bem. Cada palavra apresenta a sua contribuição para formar a descrição completa desta ação horrenda contra um Deus santo. Em um sentido básico pecado é: “a falta de conformidade com a lei moral de Deus, quer em ato, disposição ou estado” (CHAVES, 2015, p. 128). Quanto a origem do pecado, devemos fazer algumas considerações:

1.1 - Deus não é o autor do pecado. Precisamos destacar que de modo algum Deus pode ser responsabilizado pela entrada do pecado no universo. Atribuir a culpa a Deus, torna-se uma blasfêmia contra o seu caráter moral, que é absolutamente perfeito (Dt 32.4; 2Sm 22.31; Jó 34.10; Sl 18.30), sendo um erro gravíssimo afirmar como fazem alguns, que o Senhor decretou o pecado. Pois afirma Tiago: “Ninguém ao ser tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a ninguém tenta” (Tg 1.13-ARA).

1.2 - O pecado no mundo espiritual. De acordo com a Bíblia um número incontável de anjos foram criados por Deus (Hb 12.22), e estes eram bons por natureza, assim como tudo o que Senhor criou (Gn 1.31). Mas ocorreu uma Queda no mundo angélico, no qual, vários anjos se apartaram de Deus (Jd 6). Pouco se diz sobre o que ocasionou essa Queda, mas pelo que encontramos em alguns textos, podemos concluir que foi o orgulho e a cobiça de desejar ser semelhante a Deus, fez com que Lúcifer ( nome tradicional dado a este arcanjo tirado de Is 14.12, da expressão ‘estrela da manhã’, na tradução latina da Bíblia – Vulgata Latina) fosse banido e destinado ao inferno (1Tm 3.6; Is 14.11-23; Ez 28.11-19). Como alguém acertadamente ressalta: “Deus criou Lúcifer, mas, Lúcifer fez-se Satanás” (CHAVES, 2015, p. 133).

1.3 - O pecado no mundo físico. No que diz respeito à origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia nos informa que se deu pelo ato deliberado, perfeitamente voluntário de Adão e Eva (Gn 3; Rm 5.12,19). Sobre a causa que levou ao pecado, diz Geisler: “[…] Deus não fez com que Adão pecasse, pois, como já analisamos, Deus não pode pecar, nem tentar ninguém nessa direção. Tampouco Satanás fez com que Adão pecasse, pois o tentador fez somente aquilo que o seu nome sugere, ele não o forçou, nem fez nada no seu lugar […] Deus criou criaturas livres, e se é bom que sejamos livres, então a origem do mal é o mal-uso da liberdade” (2010, p. 70,75). A resposta real é que Adão pecou porque escolheu pecar. No entanto, não se pode afirmar que Satanás não teve nenhuma participação na Queda do homem, tanto é que, ele também foi alvo da punição divina porque teve sua participação (Gn 3.14,15).

II – O PECADO NO HOMEM
Tudo o que Deus criou, o fez perfeitamente (Gn 1.31; Ec 7.9). Contudo, por causa do mal uso do livre-arbítrio, o pecado teve o seu lugar na humanidade, manchando (não destruindo) a imagem de Deus (imago Dei) no homem. Sobre alguns efeitos ou consequências do pecado no homem, podemos destacar:

2.1 - O pecado herdado. Uma controvérsia gerada no século V, foi a que a raça humana não teria sido afetada pela transgressão de Adão, ou seja, que o homem não herda o pecado original de seu primeiro pai. No entanto, o que a Bíblia afirma é que, pelo fato de Adão ser o cabeça e o representante de toda a raça humana, seu pecado afetou a todos (Rm 3.23; 5.12-19), por isso que todos possuímos a “natureza pecaminosa”, herança que recebemos de nossos pais Adão e Eva (Rm 6.6,12, 19; 7.5,18; 2 Co 1.17; Gl 5.13; Ef 2.3; Cl 2.11,18), dessa forma todos somos por natureza, culpados diante de Deus (Ef 2.1-3). Até um bebê recém-nascido (Sl 51.5), antes mesmo de cometer o seu primeiro pecado, já é pecador (Sl 58.3; Pv 22.15); no entanto, as crianças apesar de nascerem com natureza pecaminosa ainda não conhecem experimentalmente o pecado. Elas não são responsabilizadas por seus atos antes de terem condições morais e intelectuais para discernir entre o bem e o mal, o certo e o errado (Is 7.15; Jn 4.11; Rm 9.11). O sacrifício de Jesus proveu salvação a todas as pessoas, até mesmo às crianças que falecerem na fase da inocência (SOARES, 2017, p. 92 – grifo nosso).

2.2 - O pecado afetou todo o ser do homem. O pecado no homem não é meramente um hábito adquirido, ele é uma inclinação natural do ser humano, ninguém precisa ser ensinado a pecar, mas, o faz naturalmente (Rm 3.10; Gl 5.19-21; Ef 2.3). A relação com Deus e com o próximo foram afetadas pelo pecado (Gn 3.7-10), além de trazer a morte física, espiritual, e eterna (Gn 2.16,17; Rm 6.23; Ef 2.1-3; Ap 20.14,15). Os efeitos do pecado nos seres humanos são vastos, afetando-os em toda sua extensão, ou seja, estendendo-se a todas as dimensões do seu ser; isso significa que nada há no ser humano que não tenha sido contaminado pelo pecado, da cabeça à planta do pé (Is 1.5,6)” (SOARES, 2017, p. 90).

2.3 - O pecado não destruiu a imagem de Deus. Embora o homem tenha sido afetado extensivamente pelo pecado, isto não significa dizer que a imagem de Deus no homem tenha sido destruída completamente (Rm 2.12-14). Encontramos um mandamento para não amaldiçoar outras pessoas, pois elas também foram criadas a imagem de Deus, e isto seria o mesmo que amaldiçoar a representação do próprio Deus (Tg 3.9,10) (GEISLER, 2010, p. 125).

2.4 - O pecado não anulou a capacidade de escolha. Embora tenha pecado e se tornado espiritualmente morto (Gn 2.17; Ef 2.1), passando a ter a natureza pecaminosa (Ef 2.3), Adão não perdeu totalmente a capacidade de ouvir a voz de Deus e também de responder (Gn 3.9-10); a imagem de Deus, que inclui o livre arbítrio permanece nos seres humanos. As Escrituras afirmam claramente que mesmo o homem tendo sua volição (vontade) afetada pelo pecado, não foi anulada (Dt 30.19; Js 24.15; Rm 1.18- 20; 2.14,15).

III – A RESTAURAÇÃO DO HOMEM A DEUS
Devido à pecaminosidade do homem, este estava destinado a condenação eterna (Jo 3.18; Rm 3.23; Ef 2.3). Mas, apesar dessa condição, Deus por sua graça e misericórdia (Ef 2.4,5) estabeleceu um projeto salvífico para restaurar o homem (Jo 3.16). Segundo Houaiss, restauração é: “ato ou efeito de restaurar; conserto de coisa desgastada pelo uso; recomposição de algo” (2001, p. 2442). Vejamos algumas verdades sobre a restauração do homem a Deus:

3.1 - Uma iniciativa divina. O projeto de restauração do homem, tem como fonte a pessoa de Deus (Is 45.22; Jn 2.9; Tt 2.11). Na condição de pecador, o homem jamais por si só produziria a sua salvação (Rm 3.10,11; Tt 3.5), por essa razão vemos partindo sempre de Deus a iniciativa de restauração humana (Gn 3.9;15,21). A Bíblia diz que “Deus amou”; “Deus deu”; “Deus enviou” (Jo 3.16,17). Paulo diz ainda que “[...] a graça de Deus se manifestou [...] (Tt 2.11); e que: “tudo isto provém de Deus” (2Co 5.18-a); e ainda: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo […]” (2Co 5.19).

3.2 - Exige a responsabilidade humana. No plano da salvação, Deus em sua soberania incluiu a responsabilidade do homem em crer no seu Filho (Mc 16.15,16; Jo 3.16-18; Rm 10.11-14). De acordo com Hunt: “há uma confusão que surge por meio da falha em reconhecer a distinção óbvia entre a incapacidade do homem de fazer qualquer coisa para sua salvação (o que é bíblico) e uma suposta incapacidade de crer no evangelho (o que não é bíblico)” (2015, p. 218). Fé e arrependimento são necessários para a salvação, precedendo a regeneração, ou seja, cremos para ser regenerados e não o inverso (Mc 1.15; Jo 20.31; At 2.38; 10.43; Rm 1.16; 10.9; 1Co 1.21; Ef 1.13,14). A fonte da salvação humana é a graça de Deus e o meio de recebê-la é a fé nele, como afirma o apóstolo Paulo: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; isto não vem de vós (salvação), é dom de Deus” (Ef 2.8 – acréscimo nosso).

3.3 - Possível a todos os homens. Assim como a extensão do pecado (Rm 5.12), a Bíblia também trata sobre o alcance da graça divina “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Rm 5.18). A graça salvífica não é apresentada de forma limitada nas Escrituras, mas sim, que se revela a todos os homens “[...] para exercer misericórdia para com todos” (Rm 11.32; ver Is 45.22; Mt 11.28; Tt 2.11; Jo 1.7,9; 1Jo 2.2), até mesmo àqueles que a rejeitam “Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (Jo 1.11). A Bíblia nos mostra que o homem pode por seu livre arbítrio aceitar ou rejeitar o plano divino para a sua salvação (At 4.4; 9.42; 17.4; Hb 3.15; 4.7). Jesus declarou: “Jerusalém, Jerusalém, [...] quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos […] e tu não quiseste!” (Mt 23.37 ver ainda At 7.51; 18.6).

IV – ALGUMAS BENÇÃOS PROVENIENTES DA RESTAURAÇÃO A DEUS
4.1 - Paz com Deus. Em pecado o homem encontra-se na condição de inimigo de Deus: “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus [...]” (Rm 8.7); mas através da fé na morte de Cristo, temos paz com Deus, como resultado da justificação: “[...] justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1; ver Ef 2.14-17).

4.2 - Acesso ao Pai. O homem caído em pecado encontra-se distante de Deus (Ef 2.13-a), devido a parede de separação que é resultado da transgressão humana: “Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça” (Is 59.2). Mas Cristo, ao se oferecer como sacrífico expiatório, nos garante acesso a presença de Deus (Jo 14.6; Ef 2.18; Hb 10.19-22).

4.3 - Filiação divina. Após a queda, todos por natureza são filhos da ira (Ef 2.3), sob a influência do mundo e escravos dos desejos da carne (Ef 2.2), tendo como pai o diabo (Jo 8.40,41,44). No entanto, no momento em que cremos no Evangelho e confessamos a Cristo como Senhor das nossas vidas, fomos selados com o Espírito Santo (Ef 1.13,14), e esse nos introduziu à família de Deus (Ef 2.19), testificando com nosso espírito que somos filhos de Deus e co herdeiro com Cristo (Rm 8.14-17).

CONCLUSÃO
Apesar da queda da raça humana, Deus, por sua maravilhosa graça decidiu soberanamente salvar o homem caído em pecado, por meio de Jesus Cristo. Esta graça alcança a todos os homens indistintamente, e que apesar de nos salvar independente das obras, nos impele a uma vida de santificação que é a evidência visível da salvação. Tendo sido justificados pela graça, mediante a fé, experimentamos grandes benefícios de agora em diante: “temos paz com Deus” (Rm 5.1) e temos a certeza da “glorificação final” (Rm 8.30) e a libertação presente e futura da “condenação” (Rm 8.1,33,34).

REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
CHAVES, Gilmar, Vieira. Temas Centrais da Fé Cristã. CENTRAL GOSPEL.
GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.

GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.

terça-feira, 25 de julho de 2017

LIÇÃO 05 – A IDENTIDADE DO ESPÍRITO SANTO (Jo 14.15-18,26) 3º TRIMESTRE DE 2017

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543

LIÇÃO 05 – A IDENTIDADE DO ESPÍRITO SANTO (Jo 14.15-18,26)
3º TRIMESTRE DE 2017

INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos sobre quem é o Espírito Santo, destacando Sua personalidade e divindade; pontuaremos Sua atuação no Antigo e Novo Testamento; falaremos sobre alguns nomes que recebe na Bíblia; e, por fim, trataremos sobre sua atuação na experiência humana.

I - QUEM É O ESPÍRITO SANTO
O nome Espírito Santo vem do hebraico “ruah kadosh” e do grego “pneuma hagios”. Ele é Deus, igual com o Pai e o Filho, e juntos os três formam uma só divindade, pois eles são “allos” da palavra grega que denota “ser de mesma espécie”; diferente de “heteros” que denota “ser de espécie diferente”. O Espírito é do Pai (1Co 2.12; 3.16) e do Filho (At 16.7; Gl 4.6). Desta forma, o Ele não é uma força ou um raio cósmico, mas uma pessoa como o Pai e o Filho o são (Mt 28.19; 2Co 13.13). “Quando se fala a respeito do Espírito Santo como terceira Pessoa da Trindade, isso não significa terceiro numa hierarquia [...]. As três Pessoas são iguais e não há entre elas primeiro e último” (SOARES, 2017, pp. 77,78).

II - A PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO
Uma pessoa é um ser consciente, com arbítrio próprio e, por isso, partindo do princípio que apresenta plena capacidade mental, é responsável pelos seus atos. Alguns sinônimos da palavra pessoa são: personagem, personalidade, indivíduo ou ser. Embora que algumas seitas heréticas tentem negar a personalidade do Espírito Santo, afirmando que Ele é apenas uma energia, ou uma força ativa de Deus, as Escrituras Sagradas desmentem essa falsa teoria. A Bíblia ensina que o Espírito Santo é uma pessoa, pois possui características pessoais: sentimento (emoção), intelecto (inteligência) e vontade (arbítrio). Vejamos:


III - A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO
A asseidade do Espírito Santo “designa o atributo divino segundo o qual Ele existe por si próprio”. Assim como o Pai e o Filho, o Espírito Santo é auto-existente. Ou seja: não depende de nada fora de si para existir. Ele sempre existiu; é um ser incausado; “[…] pelo Espírito eterno” (Hb 9.14). Em toda a Bíblia, podemos ver claramente que o Espírito Santo é Deus; pois, além de possuir atributos divinos, Ele faz coisas que somente Deus pode fazer. Vejamos alguns atributos incomunicáveis:


IV – A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO TESTAMENTO
O Espírito Santo está presente em toda a Bíblia. Na criação, no planejamento e na construção do universo (Gn 1.2; Sl 104.30), e na formação do homem (Jó 33.4). A Bíblia descreve a atuação do Espírito Santo no AT. Vejamos algumas:

4.1 - O Espírito Santo na Criação. A primeira referência ao Espírito Santo no AT é em Gn 1.2, onde a Bíblia diz que “... o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas”. Assim, desde o princípio, o Espírito Santo estava ativo na criação, junto com o Pai e o Filho (Jó 26.13; 33.4; Sl 33.6; 104.30).

4.2 - O Espírito Santo nos líderes de Israel. No AT o Espírito Santo atuava principalmente na vida dos juízes, profetas, sacerdotes e reis (Nm 27.18-21; Jz 3.9-10; Gn 41:38-40; Êx 35.30-31; Nm 11.16,17; Jz 6.34, 11.29; 13.24,25; 1Sm 10.6; 1Sm 16.13). Podemos entender, então, que Ele atuava de maneira específica e temporária, sobre pessoas específicas, e para obras específicas. Encontramos no AT três expressões utilizadas para a atuação do Espírito Santo nas pessoas:

a) Ele revestia alguém: “O Espírito de Deus revestiu de Zacarias” (2Cr 24:20);
b) Ele repousava sobre alguém: “O Espírito repousou sobre eles” (Nm 11.25), e,
c) Ele enchia alguém: “Eu o enchi do Espírito de Deus” (Êx 31.3).

V - A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DE JESUS
Com exceção da Segunda e Terceira Epístola de João, todos os livros do NT contém referências à pessoa e obra do Espírito Santo, onde podemos ler sobre a ação Dele na vida de Cristo, dos pecadores e, principalmente dos servos de Deus. Vejamos alguns exemplos. Notemos:

a) no seu nascimento (Mt 1.20; Lc 1.35),
b) no seu batismo (Mt 3.16; Mc 1.10; Lc 3.22; Jo 1.32,33),
c) no seu ministério (Mc 1.12; Lc 4.18,19; At 10.38),
d) na sua morte (Hb 9.14), e,
e) na sua ressurreição (Rm 1:4; 8:11).

Em suma, podemos afirmar que Jesus foi concebido pelo Espírito (Lc 1.35); guiado pelo Espírito (Lc 4.1); ungido pelo Espírito (Lc 4.18; At 10:38); revestido com poder pelo Espírito (Mt 12.27, 28); ofereceu a Si mesmo pelos nossos pecados, pelo Espírito (Hb 9:14); foi ressuscitado pelo Espírito (Rm 8.11); e deu mandamentos por intermédio do Espírito (At 1.2).

VI – ALGUNS NOMES DO ESPÍRITO SANTO
Em Lucas 11.20, o Espírito Santo é chamado de “O dedo de Deus”; em Apocalipse 19.10, de “Espírito de Profecia”; e, em Isaías 11.2, Ele é descrito com diversos títulos que representam a Sua plenitude. A Bíblia descreve diversos Nomes e Títulos atribuídos ao Espírito Santo, os quais revelam, além de sua personalidade e divindade, Seus atributos, natureza, bem como as Suas obras. Vejamos alguns:

Espírito Santo. Assim como Deus é santo (1Pe 1.16) e Jesus é santo (At 2.27), o Espírito também o é (Sl 51.11; Is 63.10,11; Mt 1.18,20; 3.11; Lc 1.35; Jo 14.26; 1Ts 4.7-8). É chamado de Espírito Santo porque sua obra principal é a santificação (Jo 3.5-8, 16.8; Rm 15.16; 1Co 6.11; 2Ts 2.13; 1Pe 1.1,2).

Espírito de Deus. Este nome aparece em diversos textos, tanto no AT quanto no NT (Gn 1.2; Êx 35.31; Jó 33.4; Mt 3.16; 12.28; Rm 15.19; I Co 2.11). É natural que o Espírito Santo seja chamado Espírito de Deus, visto que ele é enviado por Deus (Jo 15.26). A Bíblia também o chama de Espírito de Deus, porque Deus age através dEle (Jo 6.44; Rm 8.14).

Espírito de Cristo. O Espírito Santo é chamado o Espírito de Cristo (Rm 8.9; 1Pd 1.11). Jesus disse que a vinda do Espírito Santo para habitar nos corações dos crentes seria a vinda do próprio Cristo (Jo 14.16-20). Podemos afirmar que o Espírito é chamado de “Espírito de Cristo” porque é enviado em nome de Cristo e por Ele (Jo 14.26; 16.7).

Espírito da Promessa. O Espírito Santo é assim chamado (Ef 1.13) porque sua manifestação e poder são prometidos no AT (Jo 2.28,29). A prerrogativa mais elevada de Cristo, ou do Messias, era a de conceder o Espírito; e esta prerrogativa Jesus a reivindicou quando disse: "Eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai" (Lc 24.49).

Espírito da Verdade. A Bíblia diz que Deus é a verdade (Jr 10.10); Jesus é a verdade (Jo 14.6) e o Espírito Santo também é a verdade (1Jo 5.6). Ele veio para nos guiar em toda a verdade (Jo 16.13,14).

Espírito de Adoção. Quando a pessoa é salva, não somente lhe é dado o nome de filho de Deus (Jo 1.12), e adotada na família divina (Ef 2.19), mas também recebe dentro de sua alma o conhecimento de que participa da natureza divina (Rm 8.15). Assim como Cristo é nossa testemunha no céu; aqui na terra, o Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm 8.16).

VII - O ESPÍRITO SANTO NA EXPERIÊNCIA HUMANA
O NT descreve diversas atividades do Espírito Santo na experiência humana, de maneira que, à luz da Bíblia, podemos afirmar que seria impossível o homem ser salvo, sem a ação do Espírito em sua vida.

Ele convence. Em João 16.7-11 Jesus descreve a obra do Consolador em relação ao mundo, convencendo-o do pecado, da justiça e do juízo.
Ele regenera. A regeneração é o mesmo que “nascer de novo”. Através da regeneração, o homem passa a desfrutar de uma nova realidade espiritual, tornando-se uma nova criatura em Cristo (Jo 3.5-8; Tt 3.5).

Ele habita. No ato da regeneração, o Espírito Santo passa a habitar no crente, mantendo uma relação pessoal com o indivíduo. Esta união com Deus é chamada de habitação ou morada do Espírito em nós (Jo 14.17; Rm. 8.9; 1Co 6.19; 2Tm 1.14; 1Jo 2:27; 3.24; Ap 3:20).

Ele reveste de poder e concede dons. Uma das principais atividades do Espírito Santo na vida do cristão é revesti-lo de poder (At 1.8), distribuindo dons espirituais (1Co 12.7-11) e capacitando-o a testemunhar de Cristo.

CONCLUSÃO
Sendo o Espírito Santo “Deus”, seria impossível defini-lo ou descrevê-lo em Sua plenitude. Por isso, procuramos apenas descrever alguns atributos, bem como algumas de suas atividades que foram registradas nas Sagradas Escrituras, tanto no AT como no NT, sem esquecer-nos, no entanto, de que a atuação deste supremo Ser, não se limita às experiências que foram registradas nas páginas das Sagradas Escrituras; pois, Ele continua agindo, de maneira atuante e marcante, na vida dos pecadores, e, principalmente, dos servos de Deus, espalhados por todo o mundo.

REFERÊNCIAS
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
SILVA, Severino Pedro da A existência e a Pessoa do Espírito Santo. CPAD.
PEARLMAN, Myer Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. Vida.
HORTON, Stanley O que a Bíblia diz sobre o Espírito Santo. CPAD.
BÉRGSTEN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD

segunda-feira, 17 de julho de 2017

LIÇÃO 04 – O SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO (Jo 1.1-14) - 3º TRIMESTRE DE 2017

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 04 – O SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO (Jo 1.1-14)
3º TRIMESTRE DE 2017

INTRODUÇÃO
Nesta lição trataremos de uma das mais importantes doutrina da Teologia Sistemática – a Cristologia – doutrina de Cristo; destacaremos à luz da Bíblia quais os títulos que foram dados a Jesus nas Escrituras; falaremos a respeito de algumas heresias que surgiram durante a história da igreja que interpretaram de forma equivocada a pessoa de Jesus Cristo; e, por fim, pontuaremos que Jesus possui em si duas naturezas: divina e humana.

I – CRISTOLOGIA: ESTUDO SOBRE CRISTO
1.1 - O que é a Cristologia. “Do grego “christhos”, ungido + “logia”, estudo, é o estudo sistemático e ordenado que tem como objeto a vida e obra de Cristo. É uma das disciplinas da Teologia Sistemática” (ANDRADE, 2006, p. 123). 1.2 Sua importância. Nos primeiros séculos da igreja cristã, uma das disciplinas que esteve no centro das discussões foi a Cristologia, o que foi de grande importância na tradição cristã, pois está inteiramente ligadas às demais doutrinas, tais como:

(a) a doutrina de Deus – já que Jesus é a revelação especial da divindade;
(b) a doutrina da Bíblia – pois é por meio dela que conheço a Cristo; e,
(c) a doutrina da salvação – pois somente poderá ser salvo aquele que crê no Unigênito Filho de Deus (Jo 3.16).

Logo, uma seita é identificada, em geral, por aquilo que ela prega a respeito de vários assuntos, sendo o principal deles Jesus Cristo, pois Ele é o fundamento do Cristianismo (Mt 16.16-18; 1 Co 3.11).

II - O QUE A BÍBLIA DIZ A RESPEITO DA PESSOA DE JESUS
Diversos títulos são dados a pessoa de Jesus nas Escrituras. Vejamos:

2.1 - Cristo. O adjetivo Cristo do hebraico “messiah”, do grego “christhos” significa: “ungido” (ANDRADE, 2006, p. 122). As profecias do AT revelaram, com muitos séculos de antecedência, que Deus enviaria um Redentor, o Ungido de Deus (Sl 2.2; 45.7; 89.20; Is 61.1; Dn 9.5,26). Tanto judeus quanto samaritanos ansiavam por sua vinda ((Jo 1.41; 4.25). Alguns homens na Antiga Aliança quando separados para a vocação de sacerdote, rei e profeta eram ungidos com óleo como símbolo da capacitação do Espírito para o exercício da função (Lv 4.3-5; 1 Sm 10.13; 1 Rs 19.16). No entanto, a promessa de Deus anunciava a vinda de alguém que ocuparia as três funções (Dt 18.15; Sl 110.4; Zc 6.13; Sl 110.2; 2 Sm 7.4-17). Cristo é um título oficial de Jesus, que designa-o como Salvador do mundo, destacando-lhe em especial a divindade (Mt 16.16). Evoca-lhe ainda o tríplice ofício: profeta (Mt 21.11; Lc 7.15; 24.19); sacerdote (Sl 110.4; Hb 2.17; 7.26-28); e, rei (Mt 2.2; Lc 1.32,33; Ap 19.16). É bom destacar que o título de Messias ou Cristo dado a Jesus não foi uma invenção dos seus discípulos, senão que foi:

(a) conferido pelo próprio Pai (Mt 16.16,18; At 2.36);
(b) revelado pelo Espírito (Lc 2.26);
(c) respeitado pelos anjos e demônios (Lc 4.41; Hb 1.6);
(d) declarado por Jesus (Lc 4.16-21; Jo 4.25,26); e,
(e) pelos apóstolos (At 3.6,18,20; 4.10; Rm 1.4; 1 Co 1.23).

Paulo, em especial, usava também a expressão “Cristo Jesus” (o título primeiro que o nome) para resaltar a sua messianidade (Rm 6.23; 8.39; 2 Tm 1.2). Na Bíblia, há mais de trezentas profecias a respeito do Messias. Abaixo destacaremos algumas e o seu cumprimento em Jesus:


2.2 - Senhor. O adjetivo Senhor do hebraico “Yahweh”, do grego “Kyrios” é “um título de reverência, pertencente a Deus, denotando-lhe o poder e a soberania sobre tudo o que existe. No AT, este era o título com que os profetas nomeavam ao Deus de Israel (Jr 18.1; Ez 5.5; 5.23; Os 4.1). Já no NT, o título foi conferido ao Senhor Jesus Cristo que, através de sua morte vicária, recebeu do Pai toda a autoridade (Mt 28.18; At 16.31; Rm 5.1; 2 Pe 1.16)” (ANDRADE, 2006, p. 329). Mcgrath (2010, p. 410) diz que “o reconhecimento de que “Jesus Cristo é o Senhor” (Rm 10.9), parece ter se tornado uma das primeiras confissões da fé cristã, servindo para distinguir entre os que crêem e os que não crêem em Jesus”. Confira também (1 Co 12.3; Fp 2.11).

2.3 - Salvador. Jesus veio ao mundo com uma missão: salvar o homem. Seu nome revela sua missão (Mt 1.21); suas palavras também: “só tu tens a palavra de vida eterna” (Lc 19.10); como também sua morte: “para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16-b). A palavra “salvar” segundo o Aurélio (2004, p. 1797) significa: “tirar ou livrar de ruína ou perigo; pôr a salvo”. No AT, Deus apresenta-se a nação de Israel como aquEle que o libertara do Egito (Êx 20.2). Já no NT, Deus apresenta o Seu Unigênito como aquEle que liberta não mais uma nação, mas o mundo todo do pecado e da condenação eterna (Rm 6.18; Gl 5.1). A sublime missão do Messias está presente em todas as Escrituras. Ela foi explicitada:

(a) pelos profetas (Is 53.4,5,11-b; Jr 23.6; Ml 4.2);
(b) pelos anjos de Deus (Mt 1.21; Lc 2.11);
(c) o próprio Jesus (Mt 18.11; Mt 20.28; Lc 19.10; 26.26-28; Jo 3.16,17; 15.13); e,
(d) os apóstolos (At 5.31; Ef 5.23; Fp 3.20; 1 Tm 1.11; 2 Tm 1.10; Tt 1.4; 2.13; 3.4,6; Hb 2.10; 2 Pe 1.1,11, 2.20; 3.18; 1 Jo 4.14).

III – AS DUAS NATUREZAS DO REDENTOR
Durante a história da igreja, diversas heresias surgiram em relação a pessoa de Jesus. Umas negavam a natureza humana outras a natureza divina. Os gnósticos e os docetistas negavam a humanidade, já os ebionitas e os arianos, negavam a divindade. Vale salientar que o arianismo se perpetua até aos nossos dias, principalmente por meio de um segmento religioso denominado de Testemunhas de Jeová, que afirmam que Jesus não é Deus, mas que é um ser criado e menor que o Pai. Para apoiar tal afirmação, eles usam a Bíblia Tradução do Novo Mundo, onde as passagens que contém afirmações sobre a divindade de Jesus, foram adulteradas. Por exemplo: em João 1.1 onde se lê “e o Verbo era Deus” (ARC), eles corromperam o texto traduzindo como “e o Verbo era um deus” (TNM). A Bíblia deixa claro o ensino de que Jesus tem em si mesmo plenamente as duas naturezas: divina e humana, como veremos a seguir:

3.1 - Natureza divina. O Novo Testamento deixa claro que Jesus é o “Filho de Deus”. Isto foi atestado pelo próprio Pai “E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17). No monte da transfiguração houve igual declaração (Mt 17.5). Jesus mesmo declarou ser o Filho de Deus (Jo 9.35-38); o anjo Gabriel disse a Maria: “[...] o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35); os apóstolos também asseveraram isso (At 3.13,26; 8.37; 9,20; Rm 1.4,9; 1 Co 1.9; 2 Co 1.19; Gl 2.20; 4.4; 2 Pd 1.17; 1 Jo 4.9; Ap 2.18). É bom destacar que “Paulo usa o termo “Filho de Deus” tanto em relação a Jesus como aos cristãos. Entretanto, traça uma distinção entre a filiação dos.cristãos, que tem origem na adoção, e a de Jesus, que se origina do fato de ele ser “o Filho do Deus” (Rm 8.32)” (MACGRATH, 2010, p. 408). A Bíblia nos mostra que Jesus todos os atributos divinos. Vejamos:


Deve destacar-se ainda que Jesus tinha também as prerrogativas divinas, tais como: poder para perdoar pecados (Mt 9.2; Lc 7.48); receber adoração (Mt 8.2; 9.18; 15.25; Mc 5.6; 9.38; Ap 5.8; 5.13); auto existência (Jo 5.26).

3.2 - Natureza humana. A expressão “Filho do Homem” é usada pelos escritores dos evangelhos sinóticos 69 vezes aludindo a humanidade do Cristo (Mt 9.6; 12.8; Mc 8.31; Lc 9.56; 12.8). João introduz o evangelho dizendo que “o Verbo era Deus” (Jo 1.1-c), mas também que “o Verbo se fez carne” (Jo 1.14-a). O mesmo apóstolo diz que na ceia “recostara sobre o seu peito” (Jo 21.20); e, que “ouviu”, “viu”, “contemplou”, e, “tocou” o Verbo da Vida (Jo 1.1). Paulo, por sua vez, declarou que Jesus “que, sendo em forma de Deus [...] esvaziou-se a si mesmo [...] fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.6,7). Os escritores do NT deixaram claro que Jesus tinha todos os atributos físicos dos homens, a saber: ele nasceu de uma mulher (Rm 1.3; Gl 4.4); cresceu fisicamente (Lc 2.52); dormiu (Mt 8.24); comeu (Lc 24.43); sentiu fome (Lc 4.2); sede (Jo 4.7; 19.28); teve cansaço físico (Jo 4.6); chorou (Jo 11.35); sorriu (Lc 10.21) e, foi tentado (Mt 4.1; Lc 22.28; Hb 4.15). Ao se fazer homem, Jesus tornou-se tríplice, constituído de corpo (Mt 26.12; Hb 10.5), alma (Is 53.11,12; Mt 26.38; Jo 12.27), e, espírito (Mt 27.50).

CONCLUSÃO
As promessas messiânicas feitas no AT tiveram seu cumprimento cabal na pessoa de Jesus de Nazaré. Ele é o Filho de Deus, o Senhor e o Salvador do mundo. Ele é a imagem do Deus invisível, pois tem em si mesmo a natureza divina e humana. Portanto, qualquer outro ensinamento contrário ao que a Bíblia ensina deve ser considerado expúrio.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO.
GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
MCGRATH, Alister E. Teologia sistemática, Histórica e Filosófica. SHEDD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.


E NÃO VOS CONFIRMEIS COM ESTE MUNDO, MAS TRANSFORMAI-VOS PELA RENOVAÇÃO DO VOSSO ENTENDIMENTO. (Romanos 12.2a)

TODOS - E não vos confirmeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento!
1 - O mundo está cada vez mais longe de Deus, embaraçado num emaranhado de terríveis pecados.
2 - Mergulhado em suas concupiscências, o mundo não consegue desvencilhar-se de suas dores.
3 - A sensualidade é flagrante!
4 - As drogas são lenitivo indecente e destrutivo!
5 - A prostituição corrompe e destrói...
6 - Modismos contrários à Palavra de Deus assaltam os jovens e denigrem a sociedade.
5 - O movimento LGBT, difundindo a homossexualidade, ataca a família, descaradamente.
4 - A política entra em colapso, com escândalos que revelam a indecência, a vergonha e a realidade interior do homem caído.
3 - A honestidade, nos dias de hoje, é coisa raríssima...
2 - A verdade anda caída pelas ruas...
1 - A sabedoria, abandonada, tomba entre as esquinas!
2 - O adultério nunca foi tão patente aos olhos de todos...
3 - A virgindade e a pureza são motivos de chacota entre adolescentes e jovens...
4 - A internet é mal que assola casamentos e desfaz laços afetivos!
5 - No nosso dia a dia deparamo-nos com terríveis acontecimentos e comportamentos, que denunciam a depravação moral e espiritual dos homens.
6 - Mas, diante desse terrível quadro, as Palavras de Jesus, nas palavras do apóstolo Paulo, nos diz:
TODOS - E não vos confirmeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento.

1 - Em Romanos capitulo 12 e versículo 2, Paulo diz-nos que, para experimentarmos a vontade de Deus, não devemos tomar a forma do mundo.
2 - Em outras palavras, não devemos andar como mundo.
3 - Vestir-se como o mundo.
4 - Falar como o mundo.
5 - Se relacionar intimamente com esse mundo.
6 - Amiga-se como o mundo! Pois...
TODOS - Quem se torna amigo desse mundo torna-se inimigo de Deus! Portanto...

2 - Não será arrebatado...
4 - Não verá a face do Senhor...
6 - Não andará nas ruas de ouro e de cristal...
1 - Não comerá do maná escondido...
3 - Não participará do grande banquete...
5 - Não receberá galardão!
TODOS - Mas...

1 - Sofrerá na grande tribulação...
2 - Beberá o cálice da ira do Senhor...
3 - Verá o anticristo dominar esse mundo com crueldade e tirania...
4 - Onde os homens, por causa do intenso sofrimento, desejarão a morte!
5 - A fome, a peste e a espada dizimarão bilhões de pessoas!
6 - A humanidade colherá grão por grão de tudo quanto plantou. Pois...
TODOS - De Deus não se zomba; tudo que o homem plantar, isso também ceifará!

1 - Mas, a pesar de está escrito na Bíblia, muitos têm enveredado por estes caminhos.
2 - Práticas contrárias à Palavra de Deus têm entrado em muitas igrejas.
3 - Pastores, interessados na gordura de suas ovelhas, apostam em tudo que o mundo oferece para “segurar” os crentes na igreja.
4 - Disfarçadas de táticas inovadoras, costumes mundanos têm sido infiltrado pelo diabo em muitas igrejas.
5 - Tais igrejas não dão o devido respeito e reverência ao Senhor de todo o universo.
6 - Dão mais importância aos dízimos altos, do que a santidade do corpo de Cristo.
5 - Com a desculpa de atraírem os mais jovens, usam de todos os tipos de artifícios disponíveis, ainda que sejam um ataque à Santidade de Deus.
4 - Coisas como: roda de capoeira, concurso de dança, baile funk e coisas semelhantes, têm solapado muitas igrejas!
3 - Muitos púlpitos têm se transformado em palcos!
2 - Muitos cultos, em shows evangélicos!
1 - Onde os cantores e pregadores são ovacionados como artistas!
TODOS - Mas... Na Igreja de Cristo, somente Ele pode ser ovacionado! Pois... Aqui não há artista; há servos e filhos de Deus!

6 - Deus não dá a sua glória a ninguém!
5 - É d’Ele todo louvor...
4 - A honra, a Sabedoria, as ações de graças!
3 - Igreja! Deus não mudou!
2 - Ele continua sendo o mesmo!
1 - Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre!
TODOS - Ele é Santo, eterno, bendito, criador dos céus e da terra, transformador, santificador, Todo-Poderoso, Imutável, Onisciente, Onipotente, Onipresente.

1 a 3 - Dois mil anos se passaram, mas...
4 a 6 - A Palavra de Deus é a mesma, dizendo...:

1 - Não vos conformeis...
3 - Não vos conformeis...
5 - Não vos conformeis...
TODOS - Mas...
2 - Transformai-vos!
4 - Transformai-vos!
6 - Transformai-vos!
TODOS - Transformai-vos pela renovação do vosso entendimento. Não vos confirmeis com este mundo! Amém!

segunda-feira, 10 de julho de 2017

LIÇÃO 03 – A SANTÍSSIMA TRINDADE: UM SÓ DEUS EM TRÊS PESSOAS (1 Co 12.4-6; 2 Co 13.13) 3º TRIMESTRE DE 2017

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 03 – A SANTÍSSIMA TRINDADE: UM SÓ DEUS EM TRÊS PESSOAS (1 Co 12.4-6; 2 Co 13.13)
3º TRIMESTRE DE 2017

INTRODUÇÃO
Nesta lição aprenderemos sobre a conhecida doutrina da Trindade; destacaremos também o conceito desse ensino à luz da Bíblia; pontuaremos as bases dessa doutrina a partir do AT e NT; e por fim, ressaltaremos atributos divinos em cada pessoa da Trindade.

I – DEFININDO O TERMO TRINDADE
A palavra Trindade em si não ocorre na Bíblia, essa expressão é teológica usada para descrever na perspectiva humana a divindade. Sua forma grega “trias”, parece ter sido usada primeiro por Teófilo de Antioquia (181 d.C.), e sua forma latina “trinitas”, por Tertuliano (220 d.C.). Entretanto, a crença na Trindade é muito mais antiga que isso como será visto mais à frente (THIESSEN, 2006, p. 87 – acréscimo nosso).

II – O CONCEITO BÍBLICO DA TRINDADE
Segundo Andrade, Trindade é: “Doutrina segundo a qual a Divindade, embora una em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As Três Pessoas são iguais na substância e nos atributos absolutos, metafísicos e morais” (2006, p. 349). Sobre esta doutrina podemos ainda fazer algumas considerações:

2.1 - Não contradiz a unidade de Deus. As Escrituras ensinam que Deus é um (Dt 4.35; 6.4; Is 37.16), contudo, a unidade divina é uma unidade composta de três pessoas, que são: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo (Mt 28.19; 1 Co 12.4- 6), que cooperam unidos em um mesmo propósito, onde não existe nenhum tipo de hierarquia ou superioridade entre eles; não se tratando também de três deuses (triteísmo) e nem três modos ou máscaras de manifestações divinas (unicismo), antes, são três pessoas, mas um só Deus. “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30), “[…] se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada” (Jo 14.23).

2.2 - Não é invenção humana. Uma das objeções à doutrina da Trindade é que teria sido produzida pela mente humana, que é de origem pagã e foi imposta por um imperador pagão (Constantino) no Concílio de Nicéia em 325 d.C., que supostamente teria se tornado cristão, estabelecendo o Cristianismo como religião oficial do império. De acordo com Soares: “Esses argumentos das organizações contrárias à fé trinitária são falsos. O Concílio de Nicéia não tratou da Trindade; a controvérsia foi em torno da identidade Jesus de Nazaré”. A Trindade é uma doutrina com sólidos fundamentos bíblicos e, mesmo sem conhecer essa terminologia, os cristãos do período apostólico reconheciam essa verdade (2 Co 13.13; Ef 1.1-14; 1 Pd 1.2) (2017, pp. 37, 50).

2.3 - Não é irracional. A doutrina da unidade composta não é incoerente (Gn 2.24; 2 Co 6.17), ainda que seja chamada de um mistério porque vai além da razão, mas não é contra a razão, como foi dito acertadamente: “É conhecida apenas pela revelação divina, portanto não é assunto da teologia natural, mas da revelação” (GEISLER apude SOARES, 2017, p. 36). Sobre a possibilidade de entendermos a doutrina da Trindade, Grudem afirma: “[…] não é correto dizer que não podemos de forma alguma entender a doutrina da Trindade. Certamente podemos compreender e saber que Deus é três pessoas, que cada uma delas é plenamente Deus e que há somente um Deus. Podemos saber essas coisas porque a Bíblia as ensina” (2007, p. 126 – grifo nosso).

III – A SANTÍSSIMA TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO
Embora a doutrina da Trindade não se encontre de forma desenvolvida no AT, acha-se implícita na revelação divina desde o início (DOUGLAS, 2006, p. 1356). Uma boa justificativa para que tal doutrina não seja claramente ensinada no AT, é dada por Pearlman (2009, p. 80) quando afirma: “num mundo em que o culto de muitos deuses era comum, tornava-se necessário acentuar para Israel a verdade de que Deus é um e que não havia outro além dele. Se no princípio a doutrina da Trindade fosse ensinada diretamente, ela poderia não ser bem compreendida nem bem interpretada”. Ainda que implicitamente no AT pode ser visto indícios dessa doutrina. Vejamos alguns exemplos:

3.1 - Na criação do Universo. Se levarmos em conta que a palavra hebraica “Elohim” (Gn 1.1) é um substantivo plural, concluiremos: a Santíssima Trindade encontrava-se ativa na criação do universo. Por conseguinte, quando a Bíblia afirma que no princípio Deus criou os céus e a terra, atesta: no ato da criação, estiveram presentes Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. O Pai criou o universo por intermédio do Filho (Jo 1.3), enquanto o Espírito Santo transmitia vida a tudo quanto era criado (Gn 1.2).

3.2 - Na aparição do Anjo do Senhor. A manifestação no Antigo Testamento do “Anjo do Senhor” (ou de Yahweh), é uma forte evidência a respeito da Trindade. “Vemos que esse Anjo, dependendo do contexto, não apenas se identifica com o próprio Senhor, como também é assim identificado por outros” (GUSTAVO, 2014, p. 22 – acréscimo nosso). Dentre tantas aparições destacamos ainda (Gn 16.9,13; 22.11,15,16; 31.11,13; Êx 3.2,4,6; Jz 13.20-22; Ml 3.1). Sendo sua identificação como divino ressaltada, por aceitar adoração que é destinada a Deus (Êx 3.2,4,5; Jz 13.21,22) (LANGSTON, 2007, p. 114).

3.3 - Na expectativa messiânica. A expectativa messiânica, que sempre foi um fator de consolação à alma hebreia, também revela a presença da Santíssima Trindade no AT (Sl 110.1,4). Em ambas as passagens, o autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, mostra o Pai referindo-se ao Filho – Jesus Cristo (Mc 12.36; Hb 5.6). Um trecho que mostra, de maneira explícita e clara, a presença da Santíssima Trindade no AT é Daniel 7.13-14. Podemos ainda pontuar algumas passagens alusivas a referências proféticas sobre o Messias: “E, agora o Soberano, o SENHOR, me [o Messias] enviou, com seu Espírito” (Is 48.16). “O Espírito do Soberano, o SENHOR, está sobre mim [o Messias], porque o SENHOR ungiu-me para levar boas notícias aos pobres” (Is 61.1 ver Lc 4.18-21). Embora essas passagens não retratem especificamente um Deus em três pessoas, apontam nessa direção (RODMAN, 2011, p. 73).

3.4 - Na pluralidade de pessoas na Divindade. Já no Livro do Gênesis existe a indicação da pluralidade de pessoas no próprio Deus (Gn 1.1; 3.22; 11.7), podemos ainda encontrar uma série de passagens além dessas, que apontam para a mesma verdade (Is 6.8; 63.10), textos em que uma pessoa é chamada “Deus ou Senhor”, e ela se distingue de outra pessoa que também é identificada como “Deus” (Sl 45.6,7). De modo semelhante o salmista registra: “Disse o SENHOR ao meu Senhor: Assenta-te à minha mão direita, até que ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés” (Sl 110.1). Jesus atesta que Davi está se referindo a duas pessoas separadas chamando-as “Senhor” (Mt 22.41-46), mas quem é o Senhor de Davi se não o próprio Deus? Da perspectiva do NT, podemos parafrasear esse versículo do seguinte modo: “Deus Pai disse a Deus Filho: Assenta-te à minha direita”. Diante disso, mesmo sem o ensino do Novo Testamento sobre a Trindade, fica claro que Davi estava consciente da pluralidade de pessoas em Deus (GRUDEM, 2007, p. 110).

IV – A SANTÍSSIMA TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO
É no Novo Testamento que encontramos as mais claras e explícitas manifestações da Santíssima Trindade. Notemos alguns registros onde se evidencia tão importante doutrina:

4.1 - No batismo e ministério de Jesus. Nessa clássica manifestação da Trindade (Mt 3.16,17), vemos uma das Pessoas (o Filho) submeter-se ao batismo, o Espírito Santo descer como pomba sobre Ele, e a Pessoa do Pai declarar o seu amor a Cristo atestando sua filiação. No monte da transfiguração vemos com clareza mais uma vez a pluralidade de pessoas (Mt 17.5; Mc 9.7,8).

4.2 - Na ascensão de Jesus. Já prestes a ser assunto ao céu, o Senhor Jesus Cristo, ao dar últimas instruções aos discípulos, declarou: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Pode ainda restar mais alguma dúvida acerca da Trindade?

4.3 - Na vida da Igreja Primitiva. Nos Atos dos Apóstolos, a Santíssima Trindade aparece operando ativamente, desde os primeiros versículos (At 1.1,2). Nesse livro, encontramos a Trindade na proclamação do Evangelho (At 5.32; At 10.38); no testemunho eficaz da fé cristã (At 7.55); no chamamento de obreiros (At 9.17); no Concílio de Jerusalém (At 15.1-35). Nas epístolas (Rm 14.17; 15.16; 2 Co 13.13; Ef 4.30; Hb 2.3,4; 2 Pd 1.16-21; 1 Jo 5.7) e também no livro do Apocalipse (Ap 1.1,2; 2.8,11).

V – ATRIBUTOS DIVINOS NAS PESSOAS DA TRINDADE
A Bíblia categoricamente específica que todas as pessoas da Trindade possuem a mesma essência possuindo os mesmos atributos. Vejamos alguns:


CONCLUSÃO
A doutrina da Santíssima Trindade é puramente bíblica, embora seja um mistério jamais será uma contradição. Como alguém sabiamente disse: “Se tentássemos entender Deus por completo, podemos perder a razão [mente], mas se não acreditarmos sinceramente na Trindade perderemos nossa alma!” (RAVI; GEISLER, 2014, p. 28).

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Correia de. Dicionário Teológico. CPAD.
GUSTAVO, Walber; GOMES, Leonardo. Doutrina da Trindade: desenvolvimento bíblico e histórico. BEREIA.
GRUDEM, Wayne. Manual de Doutrinas Cristãs: teologia sistemática ao alcance de todos. VIDA.
LANGSTON, A.b. Esboço de Teologia Sistemática. JUERP.
PERLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.
RAVI Zacharias; GEISLER, Norman. Quem criou Deus? REFLEXÃO.

THIESSEN, Henry Clarence. Palestras em Teologia Sistemática. IBR.

segunda-feira, 3 de julho de 2017

LIÇÃO 02 – O ÚNICO DEUS VERDADEIRO E A CRIAÇÃO (Dt 6.4; Gn 1.1) 3º TRIMESTRE DE 2017

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 02 – O ÚNICO DEUS VERDADEIRO E A CRIAÇÃO (Dt 6.4; Gn 1.1)
3º TRIMESTRE DE 2017

INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos as definições das palavras “Deus” e “verdadeiro”; estudaremos que o fato Dele existir é um postulado, e que por isso, não precisamos provar sua existência; analisaremos a limitação humana diante de Deus; pontuaremos a diferença entre teísmo e deísmo; citaremos as principais teorias acerca da origem do universo, e por fim, elencaremos a diferença entre o Deus da Bíblia e os falsos deuses.

I – DEFINIÇÕES
1.1 - Deus. Do hebraico “Elohim”; do grego “Theos” e do latim “Deus”. Ser Supremo, Absoluto e Infinito por excelência. Criador dos céus e da terra (Gn 1.1). Eterno e imutável (Is 26.4). Onipotente, onisciente e onipresente (Jó 42.2; Sl 139). Ser incriado, é a razão primeira e última de tudo quanto existe (Jo 1.1-4). Ele é um ser dotado de personalidade e a Bíblia atribui a Deus características de personalidade: Ele é zeloso (Dt 6.15), ira-se (1Rs 11.9), ama (Ap 3.19) e se aborrece (Pv 6.16) (ANDRADE, 2006, p. 137).

1.2 - Verdadeiro. Segundo Aurélio (2004, p. 2049) esta palavra significa: “Em que há verdade, alguém real, exato, autêntico, genuíno, legítimo, que não é fingido, sincero, que não é fictício, imaginário ou enganoso”. É bom destacar que só existe um Deus verdadeiro sendo os demais falsos (Dt 6.4; Is 42.8; 43.11; 44.6,8; 45.5,6; Mc 12.29,32; Jo 17.3).

II - A EXISTÊNCIA DE DEUS
2.1 - A existência de Deus é um postulado. Os argumentos a favor da existência de Deus são:

(a) a crença universal na existência de Deus é intuitiva (Sl 42.2; 63.1);
(b) a existência de Deus é assumida nas Escrituras e este fato é aceito sem ser questionado (Gn 1.1; Jo 1.1);
(c) A crença na existência de Deus é corroborada pelos argumentos cosmológico que diz que a criação não é eterna e não surgiu sem causa, mas Deus é o Criador de tudo (Sl 19; Rm 1.20); teleológico que afirma que a ordem em que a criação se encontra demonstra um Criador Inteligente (Jó 38; Hb 1.3); ontológico que apresenta Deus como autoexistente (Êx 3.14; Cl 1.17); e o moral Deus implantou no homem uma consciência de certo e errado (Rm 2.14,15) (THIESSEN, 2006, p. 27).

2.2 - A existência de Deus não precisa ser provada. Deus é real e não precisa ser demonstrado com base na lógica humana. A existência de Deus é um fato consumado, uma verdade primária que não necessita ser provada, pois Ele transcende à existência. Deus é a garantia da lógica do Universo e sem Ele, o universo não poderia existir. Se o “kosmo” é uma realidade, e somos testemunhas disso, então a ordem e a harmonia que permeiam toda a criação pressupõem a existência de um Criador. A mente humana, limitada e falível, jamais conseguirá provar a existência de Deus à parte da fé (Hb 11.3). Há na criação inumeráveis evidências da existência de Deus (1Co 2.14,15; Hb 11.1) (SOARES, 2008, p. 61).

III - A LIMITAÇÃO HUMANA DIANTE DE DEUS
3.1 - O homem natural não alcança a mente divina. Deus, em sua infinitude, é incompreensível à mente humana (Jó 11.7; Is 40.18). O ser humano pode até conhecer a Deus através da revelação natural (Sl 19.1; Rm 1.19-21), mas de modo limitado, pois o finito não pode abarcar o Infinito (Is 40.28). Entretanto, o Eterno, em sua bondade, revelou-se ao homem através de Cristo e de sua Palavra (Jo 1.18; 17.3). A incognoscibilidade divina (aquilo que não se pode conhecer) é oriunda dos seus atributos incomunicáveis como a infinitude e a imensidão (Sl 145.3; 147.5). Deus revelou-se a si mesmo na Bíblia, mas pode ser considerado incognoscível quando se trata do conhecimento pleno do seu Ser e de sua essência. O homem jamais poderá esquadrinhá-lo e compreendê-lo como é em essência e glória (Jó 26.14; 36.26; 37.5; 139.6; Is 40.28; 46.5; Rm 11.33).

3.2 - O homem natural compreende as coisas de Deus porque Ele se auto revelou. O ser humano, em razão do pecado, tem dificuldade de crer em Deus (1Co 2.14; Sl 10.4). Contudo, a existência de Deus independe da incredulidade dos homens. O néscio, em sua ignorância ou orgulho, diz: “Não há Deus”, mas, “os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19.1). O Deus verdadeiro e incognoscível revelou-se a si mesmo, assim, o homem pode conhecê-lo, haja vista ser Ele também imanente o suficiente para que exista um relacionamento entre ambos. Em virtude da infinita grandeza do Criador, esse conhecimento acerca dEle é comparável ao reflexo de um espelho (1Co 13.12), pois “em parte, conhecemos [...]” (1Co 13.9) (SOARES, 2008, p. 61).

IV – A DIFERENÇA ENTRE DEÍSMO E TEÍSMO
4.1 - Deísmo. É conhecido como a cosmovisão do Deus ausente. Embora creia na existência de Deus, o deísmo difere do cristianismo ortodoxo por apresentar a visão onde Deus fez o mundo, mas que não interfere e interage na criação, ou seja, Ele não estar interessado no curso que a história toma ou venha a tomar. Noutras palavras, Deus limitou-se tão somente a criar-nos, abandonando-nos a seguir à própria sorte, ou seja, Ele não intervém no curso da história. (ANDRADE, 2006, p. 133). No entanto, a Bí- blia ensina que Deus preserva todas as coisas (Hb 1.1-3; Ne 9.6; Sl 145.15-16; Sl 104.27-29; Mt 6.26; Mt 10.29-30), age em todas as coisas (At 17.27, 28; 1Co 15.10; Is 45.1-2; Gn 45.8; Lc 22.21-22), e governa todas as coisas (Ef 1.5; Rm 12.2; Rm 8.28).

4.2 - Teísmo. No Teísmo cremos que o Senhor interfere na criação. “Doutrina que admite a existência de um Deus pessoal, Cria - dor e Preservador de tudo quanto existe, e que, em sua inquestionável sabedoria e poder, intervém nos negócios humanos relacionando-se com sua criação”. Denomina-se teísmo ao reconhecimento da existência de um Deus que criou o universo e que ainda se envolve na sua conservação. Este é o ponto de vista teológico que cremos (Jó 39; Mt 6.26) (ANDRADE, 2006, p. 338 – acréscimo nosso).

V - PRINCIPAIS TEORIAS ACERCA DA ORIGEM DO UNIVERSO
5.1 - Teoria evolucionista. “Teoria formulada pelo inglês Charles Darwin que, em 1859, lançou o livro ‘A Origem das Espécies’, na qual ensina que as atuais espécies de vida são resultados de uma lenta e gradativa evolução [...]” (ANDRADE, 2006, p. 178). Essa teoria ensina que a matéria é eterna e preexistente e mediante processos naturais e por transformação gradual, os seres passaram a existir. É chamada também de a grande explosão (Big-Bang), onde tudo resultou de uma grande explosão aleatória sem uma causa primária a bilhões de anos (evolução espontânea), e que, a partir daí, surgiram tudo que existe sem a participação de um Ser criador (Deus). Mas, a Bíblia declara que todas as coisas foram criadas por Deus (Gn 1.1; Jo 1.1-3; 1.10; Cl 1.16,17; Hb 11.2).

5.2 - Teoria ateísta. Nega a existência de Deus e afirma que o universo é fruto do acaso, e que existe por necessidade e por toda eternidade. Entretanto, a geologia e a astronomia tem demonstrado que houve grandes mudanças na Terra e no espaço sideral, mostrando com isso que a ordem presente não é eterna, ou seja, houve um tempo em que o Universo não existia (Hb 3.4; Rm 1.19,20; Sl 19.1-10). A Bíblia denomina a descrença em Deus como insensatez, estupidez e absurdo (Sl 53.1; 10.4).

5.3 - Teoria panteísta. Declara que Deus e a natureza são a mesma coisa e estão inseparavelmente ligados. O Senhor nada criou, mas tudo emana e faz parte dele, ou seja, Deus é tudo e tudo é Deus. Porém, a Bíblia afirma que o Criador não é parte do universo, e sim, este foi criado por Ele (Gn 1.1; At 17.24).

5.4 - Teoria criacionista. Doutrina segundo a qual tudo quanto existe foi criado por Deus (ANDRADE, 2006, p. 119). O criacionismo bíblico é a doutrina segundo a qual Deus criou, a partir de sua Palavra, tudo quanto existe (Sl 33.6; Jo 1.1-3; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; 11.3; Ap 4.11). A Bíblia nos mostra Deus como criador do céu, da Terra e do Universo (Is 40.26; 45.18; Is 43.5; 45.18; Jo 1.3; At 17.24; Rm 11.36), e de todos os homens (Sl 102.18; 139.13-16; Is 43.1,7). O criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada (Rm 1.20; Sl 119.1-6).

VI - A DIFERENÇA ENTRE O DEUS DA BÍBLIA E OS FALSOS DEUSES
6.1 - O Deus da Bíblia é o Criador. De acordo com as Escrituras, Deus criou todas as coisas (Gn 1.1). Já os falsos deuses, foram inventados pela imaginação humana (At 17.29). O AT apresenta-nos uma variedade de falsos deuses. Alguns deles, inclusive, de caráter demoníaco, tais como Baal, Moloque e Asera (Dt 32.17; 1Rs 15.13; 18.28; Lv 18.21; 2Rs 23.10). A Palavra de Deus nos ensina que: “Só tu és Senhor; tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército, a terra e tudo quanto nela há[...]” (Ne 9.6).

6.2 - O Deus da Bíblia é Eterno. Nas Escrituras, temos várias referências à eternidade de Deus (Dt 33.27; Is 40.28). O profeta disse: “Mas o Senhor Deus é a verdade ele mesmo é o Deus vivo e o Rei eterno” (Jr 10.10). Os deuses falsos são temporais e destrutíveis. Segundo a mitologia grega os deuses morriam no inverno e ressurgiam na primavera.

6.3 - O Deus da Bíblia é Santo. Os deuses mitológicos nivelam-se às baixezas morais dos seus seguidores. Muitos rituais dedicados a esses falsos deuses são cultos aos demônios, movidos por orgias sexuais, alucinógenos e sacrifícios humanos (1Co 10.14-21). A santidade de Deus, é um atributo inerente à sua majestade, pureza e perfeição (Hc 1.13; Lv 11.44; Jó 34.10; Sl 99.9; Ap 4.8).

6.4 - O Deus da Bíblia é o Deus Salvador. No Salmo 115, versículos de 1 a 8, o salmista demonstra claramente a diferença entre o Deus da Bíblia e os falsos deuses, obras “das mãos dos homens”. Na Índia, são catalogados muitos milhões de deuses. O rio, a vaca, e até o rato, são considerados divinos (Rm 1.23). São falsos deuses que não têm poder para salvar o homem de seus pecados, garantindo-lhe vida eterna como o Deus verdadeiro (Gn 32.30; Sl 7.10; Is 45.20; Jr 2.28).

6.5 - O Deus da Bíblia é o único Deus verdadeiro. Jesus ensinou o monoteísmo como parte do primeiro de todos os mandamentos: “[...[ Ouve, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor” (Mc 12.29). A declaração aqui é reveladora porque não deixa dúvida de que o Deus dos cristãos é o mesmo Deus de Israel, pois Jesus citou as palavras diretamente do AT (Dt 6.4-6 ver Is 45.5). Jesus ainda diz: “[...] com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele” (Mc 12.32 ver Jo 17.3). O apóstolo Paulo declara: “Todavia para nós há um só Deus” (1Co 8.6); “Ora o medianeiro não é de um só, mas Deus é um” (Gl 3.20 ver Ef 4.6). “Porque há um só Deus” (1Tm 2.5) (SOARES, 2017, p. 29). 

CONCLUSÃO
Concluímos que a Bíblia diz que há um ser pessoal autoconsciente, autoexistente, que é a origem de todas as coisas e que está acima da criação inteira, mas ao mesmo tempo está em cada parte da criação. A Bíblia Sagrada dá o crédito da existência de todas as coisas a Deus, e não a uma combinação de fatores aleatórios que acidentalmente se juntaram e deram origem à vida. Por isso, é preciso ter mais fé para acreditar no evolucionismo do que no criacionismo.

REFERÊNCIAS
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO.
GEISLER, Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
SOARES. E. Manual de Apologética Cristã. RJ: CPAD.

Traduza Aqui, gostou do Blog divulgue, Leia a Biblia