Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
02 – O ÚNICO DEUS VERDADEIRO E A CRIAÇÃO (Dt 6.4; Gn 1.1)
3º TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Nesta
lição veremos as definições das palavras “Deus” e “verdadeiro”; estudaremos que
o fato Dele existir é um postulado, e que por isso, não precisamos provar sua
existência; analisaremos a limitação humana diante de Deus; pontuaremos a
diferença entre teísmo e deísmo; citaremos as principais teorias acerca da
origem do universo, e por fim, elencaremos a diferença entre o Deus da Bíblia e
os falsos deuses.
I
– DEFINIÇÕES
1.1
- Deus. Do hebraico “Elohim”; do grego “Theos” e do latim “Deus”. Ser Supremo,
Absoluto e Infinito por excelência. Criador dos céus e da terra (Gn 1.1).
Eterno e imutável (Is 26.4). Onipotente, onisciente e onipresente (Jó 42.2; Sl
139). Ser incriado, é a razão primeira e última de tudo quanto existe (Jo
1.1-4). Ele é um ser dotado de personalidade e a Bíblia atribui a Deus
características de personalidade: Ele é zeloso (Dt 6.15), ira-se (1Rs 11.9),
ama (Ap 3.19) e se aborrece (Pv 6.16) (ANDRADE, 2006, p. 137).
1.2
- Verdadeiro. Segundo Aurélio (2004, p. 2049) esta palavra significa: “Em que
há verdade, alguém real, exato, autêntico, genuíno, legítimo, que não é
fingido, sincero, que não é fictício, imaginário ou enganoso”. É bom destacar
que só existe um Deus verdadeiro sendo os demais falsos (Dt 6.4; Is 42.8;
43.11; 44.6,8; 45.5,6; Mc 12.29,32; Jo 17.3).
II
- A EXISTÊNCIA DE DEUS
2.1 - A existência de Deus é um postulado. Os argumentos a
favor da existência de Deus são:
(a)
a crença universal na existência de Deus é intuitiva (Sl 42.2; 63.1);
(b)
a existência de Deus é assumida nas Escrituras e este fato é aceito sem ser
questionado (Gn 1.1; Jo 1.1);
(c)
A crença na existência de Deus é corroborada pelos argumentos cosmológico que
diz que a criação não é eterna e não surgiu sem causa, mas Deus é o Criador de
tudo (Sl 19; Rm 1.20); teleológico que afirma que a ordem em que a criação se
encontra demonstra um Criador Inteligente (Jó 38; Hb 1.3); ontológico que
apresenta Deus como autoexistente (Êx 3.14; Cl 1.17); e o moral Deus implantou
no homem uma consciência de certo e errado (Rm 2.14,15) (THIESSEN, 2006, p.
27).
2.2
- A existência de Deus não precisa ser provada. Deus é real e não precisa ser
demonstrado com base na lógica humana. A existência de Deus é um fato
consumado, uma verdade primária que não necessita ser provada, pois Ele
transcende à existência. Deus é a garantia da lógica do Universo e sem Ele, o
universo não poderia existir. Se o “kosmo” é uma realidade, e somos testemunhas
disso, então a ordem e a harmonia que permeiam toda a criação pressupõem a
existência de um Criador. A mente humana, limitada e falível, jamais conseguirá
provar a existência de Deus à parte da fé (Hb 11.3). Há na criação inumeráveis
evidências da existência de Deus (1Co 2.14,15; Hb 11.1) (SOARES, 2008, p. 61).
III
- A LIMITAÇÃO HUMANA DIANTE DE DEUS
3.1
- O homem natural não alcança a mente divina. Deus, em sua infinitude, é
incompreensível à mente humana (Jó 11.7; Is 40.18). O ser humano pode até
conhecer a Deus através da revelação natural (Sl 19.1; Rm 1.19-21), mas de modo
limitado, pois o finito não pode abarcar o Infinito (Is 40.28). Entretanto, o
Eterno, em sua bondade, revelou-se ao homem através de Cristo e de sua Palavra
(Jo 1.18; 17.3). A incognoscibilidade divina (aquilo que não se pode conhecer)
é oriunda dos seus atributos incomunicáveis como a infinitude e a imensidão (Sl
145.3; 147.5). Deus revelou-se a si mesmo na Bíblia, mas pode ser considerado
incognoscível quando se trata do conhecimento pleno do seu Ser e de sua
essência. O homem jamais poderá esquadrinhá-lo e compreendê-lo como é em
essência e glória (Jó 26.14; 36.26; 37.5; 139.6; Is 40.28; 46.5; Rm 11.33).
3.2
- O homem natural compreende as coisas de Deus porque Ele se auto revelou. O
ser humano, em razão do pecado, tem dificuldade de crer em Deus (1Co 2.14; Sl
10.4). Contudo, a existência de Deus independe da incredulidade dos homens. O
néscio, em sua ignorância ou orgulho, diz: “Não há Deus”, mas, “os céus
manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl
19.1). O Deus verdadeiro e incognoscível revelou-se a si mesmo, assim, o homem
pode conhecê-lo, haja vista ser Ele também imanente o suficiente para que
exista um relacionamento entre ambos. Em virtude da infinita grandeza do
Criador, esse conhecimento acerca dEle é comparável ao reflexo de um espelho
(1Co 13.12), pois “em parte, conhecemos [...]” (1Co 13.9) (SOARES, 2008, p.
61).
IV
– A DIFERENÇA ENTRE DEÍSMO E TEÍSMO
4.1 - Deísmo. É conhecido como a cosmovisão
do Deus ausente. Embora creia na existência de Deus, o deísmo difere do cristianismo
ortodoxo por apresentar a visão onde Deus fez o mundo, mas que não interfere e
interage na criação, ou seja, Ele não estar interessado no curso que a história
toma ou venha a tomar. Noutras palavras, Deus limitou-se tão somente a
criar-nos, abandonando-nos a seguir à própria sorte, ou seja, Ele não intervém
no curso da história. (ANDRADE, 2006, p. 133). No entanto, a Bí- blia ensina
que Deus preserva todas as coisas (Hb 1.1-3; Ne 9.6; Sl 145.15-16; Sl
104.27-29; Mt 6.26; Mt 10.29-30), age em todas as coisas (At 17.27, 28; 1Co
15.10; Is 45.1-2; Gn 45.8; Lc 22.21-22), e governa todas as coisas (Ef 1.5; Rm
12.2; Rm 8.28).
4.2
- Teísmo. No Teísmo cremos que o Senhor interfere na criação. “Doutrina que
admite a existência de um Deus pessoal, Cria - dor e Preservador de tudo quanto
existe, e que, em sua inquestionável sabedoria e poder, intervém nos negócios
humanos relacionando-se com sua criação”. Denomina-se teísmo ao reconhecimento
da existência de um Deus que criou o universo e que ainda se envolve na sua
conservação. Este é o ponto de vista teológico que cremos (Jó 39; Mt 6.26)
(ANDRADE, 2006, p. 338 – acréscimo nosso).
V
- PRINCIPAIS TEORIAS ACERCA DA ORIGEM DO UNIVERSO
5.1
- Teoria evolucionista. “Teoria formulada pelo inglês Charles Darwin que, em
1859, lançou o livro ‘A Origem das Espécies’, na qual ensina que as atuais
espécies de vida são resultados de uma lenta e gradativa evolução [...]”
(ANDRADE, 2006, p. 178). Essa teoria ensina que a matéria é eterna e
preexistente e mediante processos naturais e por transformação gradual, os
seres passaram a existir. É chamada também de a grande explosão (Big-Bang),
onde tudo resultou de uma grande explosão aleatória sem uma causa primária a
bilhões de anos (evolução espontânea), e que, a partir daí, surgiram tudo que
existe sem a participação de um Ser criador (Deus). Mas, a Bíblia declara que
todas as coisas foram criadas por Deus (Gn 1.1; Jo 1.1-3; 1.10; Cl 1.16,17; Hb
11.2).
5.2
- Teoria ateísta. Nega a existência de Deus e afirma que o universo é fruto do
acaso, e que existe por necessidade e por toda eternidade. Entretanto, a
geologia e a astronomia tem demonstrado que houve grandes mudanças na Terra e
no espaço sideral, mostrando com isso que a ordem presente não é eterna, ou
seja, houve um tempo em que o Universo não existia (Hb 3.4; Rm 1.19,20; Sl
19.1-10). A Bíblia denomina a descrença em Deus como insensatez, estupidez e
absurdo (Sl 53.1; 10.4).
5.3
- Teoria panteísta. Declara que Deus e a natureza são a mesma coisa e estão
inseparavelmente ligados. O Senhor nada criou, mas tudo emana e faz parte dele,
ou seja, Deus é tudo e tudo é Deus. Porém, a Bíblia afirma que o Criador não é
parte do universo, e sim, este foi criado por Ele (Gn 1.1; At 17.24).
5.4
- Teoria criacionista. Doutrina segundo a qual tudo quanto existe foi criado
por Deus (ANDRADE, 2006, p. 119). O criacionismo bíblico é a doutrina segundo a
qual Deus criou, a partir de sua Palavra, tudo quanto existe (Sl 33.6; Jo
1.1-3; Ef 3.9; Cl 1.16; Hb 1.2; 11.3; Ap 4.11). A Bíblia nos mostra Deus como
criador do céu, da Terra e do Universo (Is 40.26; 45.18; Is 43.5; 45.18; Jo
1.3; At 17.24; Rm 11.36), e de todos os homens (Sl 102.18; 139.13-16; Is
43.1,7). O criacionismo fundamenta-se na Bíblia Sagrada (Rm 1.20; Sl 119.1-6).
VI
- A DIFERENÇA ENTRE O DEUS DA BÍBLIA E OS FALSOS DEUSES
6.1
- O Deus da Bíblia é o Criador. De acordo com as Escrituras, Deus criou todas
as coisas (Gn 1.1). Já os falsos deuses, foram inventados pela imaginação
humana (At 17.29). O AT apresenta-nos uma variedade de falsos deuses. Alguns
deles, inclusive, de caráter demoníaco, tais como Baal, Moloque e Asera (Dt
32.17; 1Rs 15.13; 18.28; Lv 18.21; 2Rs 23.10). A Palavra de Deus nos ensina
que: “Só tu és Senhor; tu fizeste o céu, o céu dos céus e todo o seu exército,
a terra e tudo quanto nela há[...]” (Ne 9.6).
6.2
- O Deus da Bíblia é Eterno. Nas Escrituras, temos várias referências à
eternidade de Deus (Dt 33.27; Is 40.28). O profeta disse: “Mas o Senhor Deus é
a verdade ele mesmo é o Deus vivo e o Rei eterno” (Jr 10.10). Os deuses falsos
são temporais e destrutíveis. Segundo a mitologia grega os deuses morriam no
inverno e ressurgiam na primavera.
6.3
- O Deus da Bíblia é Santo. Os deuses mitológicos nivelam-se às baixezas morais
dos seus seguidores. Muitos rituais dedicados a esses falsos deuses são cultos
aos demônios, movidos por orgias sexuais, alucinógenos e sacrifícios humanos
(1Co 10.14-21). A santidade de Deus, é um atributo inerente à sua majestade,
pureza e perfeição (Hc 1.13; Lv 11.44; Jó 34.10; Sl 99.9; Ap 4.8).
6.4
- O Deus da Bíblia é o Deus Salvador. No Salmo 115, versículos de 1 a 8, o
salmista demonstra claramente a diferença entre o Deus da Bíblia e os falsos
deuses, obras “das mãos dos homens”. Na Índia, são catalogados muitos milhões
de deuses. O rio, a vaca, e até o rato, são considerados divinos (Rm 1.23). São
falsos deuses que não têm poder para salvar o homem de seus pecados,
garantindo-lhe vida eterna como o Deus verdadeiro (Gn 32.30; Sl 7.10; Is 45.20;
Jr 2.28).
6.5
- O Deus da Bíblia é o único Deus verdadeiro. Jesus ensinou o monoteísmo como
parte do primeiro de todos os mandamentos: “[...[ Ouve, Israel, o Senhor, nosso
Deus, é o único Senhor” (Mc 12.29). A declaração aqui é reveladora porque não
deixa dúvida de que o Deus dos cristãos é o mesmo Deus de Israel, pois Jesus
citou as palavras diretamente do AT (Dt 6.4-6 ver Is 45.5). Jesus ainda diz:
“[...] com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele”
(Mc 12.32 ver Jo 17.3). O apóstolo Paulo declara: “Todavia para nós há um só
Deus” (1Co 8.6); “Ora o medianeiro não é de um só, mas Deus é um” (Gl 3.20 ver
Ef 4.6). “Porque há um só Deus” (1Tm 2.5) (SOARES, 2017, p. 29).
CONCLUSÃO
Concluímos
que a Bíblia diz que há um ser pessoal autoconsciente, autoexistente, que é a
origem de todas as coisas e que está acima da criação inteira, mas ao mesmo
tempo está em cada parte da criação. A Bíblia Sagrada dá o crédito da
existência de todas as coisas a Deus, e não a uma combinação de fatores
aleatórios que acidentalmente se juntaram e deram origem à vida. Por isso, é
preciso ter mais fé para acreditar no evolucionismo do que no criacionismo.
REFERÊNCIAS
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO.
GEISLER,
Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
SOARES.
E. Manual de Apologética Cristã. RJ: CPAD.
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