terça-feira, 25 de junho de 2019

LIÇÃO 13 – O SACERDÓCIO CELESTIAL (Hb 9.11-15; Ap 21.1-4) - 2º TRIMESTRE DE 2019


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543

LIÇÃO 13 – O SACERDÓCIO CELESTIAL – (Hb 9.11-15; Ap 21.1-4)

2º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
Nesta última lição do trimestre trataremos do sacerdócio de Cristo, destacando quais as características que fazem do Senhor Jesus um sacerdote singular, acrescentando também a natureza ímpar desse sacerdócio celestial.

I – CRISTO JESUS COMO SACERDOTE
O título “Messias” foi usado para o Salvador do mundo no AT (Sl 2.2; Dn 9.25,26) e teve seu cumprimento na pessoa de Jesus no NT, pois Ele é o Ungido, o Cristo de Deus (Lc 2.11,26; 24.26; Jo 4.25,26; At 2.36; 8.5; Rm 1.1; 1Co 1.1). Somente Jesus possui a unção tríplice. Ele é: sacerdote; profeta; e, rei. Embora, a linhagem sacerdotal levítica estivesse restrita a descendência de Levi por meio de Arão e seus filhos, a ordem sacerdotal à qual Jesus pertenceu não tinha origem nem numa família e nem numa tribo (Hb 7.14). Portanto, Jesus pertence à ordem sacerdotal eterna e especial, como vemos em vários lugares da Epístola aos Hebreus (2.17; 3.1; 4.14,15; 5.6,10; 6.20; 7.11-28; 8.1; 9.11; 10.21). Como sacerdote é necessário destacar que Ele é:

1.1 - O sacerdote perfeito (Hb 7.26). Os sacerdotes do AT eram homens falhos (Hb 7.28-a), que também deveriam sacrificar por si mesmos (Lv 4.3-12). Quanto a Cristo, é necessário dizer que Ele é o sacerdote perfeito (Hb 7.28-b). Cinco coisas são afirmadas aqui sobre Jesus:

a) Ele é santo. Aqui, no texto grego, temos a palavra “hosios” em vez de “hagios” (separado). O termo grego “hosios” ocorre oito vezes no NT e tem o sentido de “santo, piedoso, misericordioso, livre de iniquidade”. Ele se identifica a igreja de Filadélfia como aquele que é santo: “Isto diz o que é santo” (Ap 3.7-a). Até os demônios testificaram isso: “Bem sei quem és: o Santo de Deus!” (Mc 1.24-b).

b) Ele é inocente. Aqui, a ideia é de alguém que não tem maldade, no grego “akakos” que quer dizer: “sem malícia”. O pecado da raça humana foi imputado em Cristo, mas Ele mesmo não tinha pecado, era inocente. Falando de Jesus Paulo disse: “Aquele que não conheceu pecado” (2 Co 5.21).

c) Ele é imaculado. A ideia aqui é extraída dos princípios exigidos na consagração dos sacerdotes. O sacerdote na antiga aliança não poderia ter defeito corporal algum (Lv 21.17-21). O autor mostra que Jesus possui um caráter imaculado (Hb 9.14). Pedro o compara com o o cordeiro da páscoa que não poderia ter mancha (Êx 12.5; 1 Pd 1.18,19).

d) Ele é separado dos pecadores. Ao fazer essa declaração, o autor usa o tempo perfeito, que mantém a ideia de algo que começou no passado, mas cujos efeitos continuam no presente. Nesse aspecto, Jesus foi separado dos pecadores, isto é, pertence a uma classe distinta deles e continua dessa forma. Ele não pode ser alcançado pelo pecado. Embora tenha sido tentado, porque era plenamente humano (Hb 4.15-a), Jesus não possuía a natureza pecaminosa (Lc 1.35; Hb 7.26); e, nunca pecou (Hb 4.15-b; Jo 8.46; 1 Pd 2.22).

e) Mais sublime do que os céus. Esta expressão pode estar se referindo ao céu firmamento, mostrando que Jesus está acima da criação, pois um dia a criação passará, mas Ele permanece eternamente: “E Tu, Senhor, no princípio fundaste a terra, e os céus são obra de tuas mãos. Eles perecerão, mas tu permanecerás; e todos eles, como roupa, envelhecerão, e como um manto os enrolarás, e serão mudados. Mas tu és o mesmo, e os teus anos não acabarão” (Hb 1.10-12); como também de que Jesus é mais sublime que, até mesmo das mais altas hostes angelicais. O escritor aos Hebreus afirmou que, por “causa da encarnação”, Jesus, fez-se por um pouco de tempo, “menor do que os anjos” (Hb 2.9), mas, ainda assim, em figura humana, foi servido e adorado por eles (Mt 4.11; Lc 2.10-14; Hb 1.6). Portanto, Jesus é superior aos anjos e não pode ser confundido com eles (Hb 1.7-9).

1.2 - O sacerdote eterno (Hb 7.17). O cargo sacerdotal era vitalício, ou seja, somente pela morte os sacerdotes deixavam de ministrar (Hb 7.23). Cristo, como sacerdote, superior tem um sacerdócio eterno, pois ainda que tenha experimentado a morte (1Co 15.3), ressuscitou ao terceiro dia e permanece vivo para sempre (Ap 1.18). Portanto, é sacerdote eterno, cumprindo a profecia da Escritura (Sl 110.4).

1.3 - O sacerdote e a oferta (Hb 9.25,26). O sumo sacerdote entrava na presença de Deus com sangue de um animal, ou seja, com sangue alheio (Hb 9.25). No entanto, Cristo Jesus, além de ser sacerdote, se dispôs a ser a oferta. Ele ofereceu o seu próprio corpo como oblação pelo pecado do mundo (Hb 9.26), e ofereceu Seu sangue como propiciação (Rm 3.25; Hb 9.12; 13.12; 1Jo 2.2).

1.4 - O sacerdote celestial (Hb 9.11,24). Os sacerdotes levíticos ministravam no tabernáculo terrestre (Êx 25.8; 31.1-11). Cristo Jesus, é “ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem” (Hb 8.2). Ele só principiou a Sua obra sacerdotal na terra, e continua no céu, onde exerce de forma plena o seu sacerdócio no tabernáculo celeste a direita de Deus: “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus” (Hb 9.24).

II – A NATUREZA DO SACERDÓCIO DE CRISTO
Jesus é o nosso grande sumo sacerdote (Hb 4.14; 10.21). Abaixo destacaremos a natureza deste ofício de Jesus, evidenciando sua singularidade. Vejamos:

2.1 - No Tabernáculo celeste. Existe um tabernáculo celeste do qual o terrestre era apenas uma sombra. O escritor aos hebreus declara esta verdade (Hb 8.5; 10.1). Acerca disso o Pr. Antônio Gilberto (2010, p. 111) afirmou: “as peças do tabernáculo eram tão-somente uma espécie de cópia de seus originais existentes no Céu”. O apóstolo João, quando estava na ilha de Patmos, foi arrebatado em espírito e viu este tabernáculo celeste (Ap 1.9,10; 4.1). Foi nesse tabernáculo que Cristo entrou para se apresentar ao Pai, depois de haver consumado a obra da salvação da qual foi incumbido realizar (Ap 5.1-10). Abaixo falaremos a respeito destes dois tabernáculos. Notemos:

TABERNÁCULO TERRESTRE (Êx 25.8)
Temporário (Hb 9.8)
Era uma sombra (Êx 25.8,9; Hb 9.24)
Feito por mão humanas (Êx 31.1-11)
Arão e seus filhos eram os ministrantes (Êx 28.1; Hb 5.4)

TABERNÁCULO CELESTE (Ap 21.3)
Permanente (Hb 9.11)
É a realidade (Hb 8.2,5)
Feito pelo próprio Deus (Hb 8.2)
Jesus Cristo é o ministrante (Hb 8.2; 9.11-15)

2.2 - Intercede junto Pai. Enquanto que a obra sacrificial de Cristo foi simbolizada primordialmente pelas funções sacerdotais desempenhadas junto ao altar de bronze e pelos sacrifícios que nele eram apresentados - um ato passado (Is 53.12); Sua obra intercessória foi prefigurada pela queima diária de incenso no altar de ouro, no Lugar Santo, um ato presente e contínuo (Rm 8.34; Hb 7.25). Os resultados iniciais desta intercessão, podemos ver no envio do Espírito Santo a igreja, como Ele mesmo prometeu: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (Jo 14.16). E, dez dias depois, o Espírito Santo foi concedido (At 2.1-4). As demais bênçãos que a igreja desfruta também se dá por essa atitude de Jesus junto ao Pai (Ef 1.3). O apóstolo João nos fala dessa função intercessória contínua, dizendo: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo” (1 Jo 2.1). Sobre a intercessão de Cristo é necessário afirmar que:

a) A intercessão de Cristo tem como base seu sacrifício (Hb 9.12);
b) A intercessão de Cristo é poderosa (Jo 14.16; 16.26; 17.9, 15, 20);
c) A intercessão de Cristo é contínua (Rm 8.34; Hb 7.25);
d) A intercessão de Cristo é eficaz quanto a justificação (Rm 8.34);
e) A intercessão de Cristo é eficaz quanto a santificação (Jo 17.17);
f) A intercessão de Cristo é eficaz quanto a tentação (Hb 2.17,18).

2.3 - Plenamente homem e plenamente Deus. Os sacerdotes eram apenas homens, sujeitos as mesmas fraquezas que os demais hebreus (Hb 5.1,2). Todavia, Jesus sendo plenamente homem e plenamente Deus, fez a reconciliação com Deus, o Pai, de forma plena. Ele é a ponte que nos leva ao Pai, como Ele mesmo afirmou: “Ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6). Paulo diz que por Cristo somos reconciliados com Deus: “[...]Deus [...] nos reconciliou consigo mesmo por Jesus” (2 Co 5.18-20). Cristo entrou por nós na presença de Deus “Jesus, o precursor, entrou por nós” (Hb 6.20). A expressão “precursor” no grego “pródromos” que significa: “alguém que vem primeiro até um lugar onde outros o seguirão”. Ele também Ele entra conosco, pois nos fez reis e sacerdotes (1 Pd 2.9; Ap 1.6; 5.10).

CONCLUSÃO
Temos um sacerdote que compareceu por nós no céu, apresentando-se como sacrifício definitivo pelos nossos pecados, e, baseado neste sacrifício, Ele intercede por nós continuamente.

REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. 1 ed. SP: HAGNOS, 2004.
GILBERTO, Antônio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé. CPAD.
HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

segunda-feira, 17 de junho de 2019

LIÇÃO 12 – A NUVEM DE GLÓRIA – (Êx 40.34-38; Nm 9.15,16) 2º TRIMESTRE DE 2019


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 12 – A NUVEM DE GLÓRIA – (Êx 40.34-38; Nm 9.15,16)

2º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos a definição exegética e etimológica das palavras “glória” e “shekhinah” de Deus; pontuaremos a glória de Deus revelada plenamente na pessoa de Jesus Cristo; e por fim, falaremos da glória do Senhor revelada na vida do crente fiel.

I – DEFINIÇÃO O TERMO GLÓRIA
1.1 - Definição exegética do termo. O vocábulo mais comum para glória é “kavôd” que significa: “glória, peso, esplendor, copiosidade, majestade, riqueza” dando a ideia de alguma coisa muito importante (Êx 33.18; Sl 72.19; Is 3.8; Ez 1.28). A glória de Deus é a revelação de Seu próprio ser, da natureza e da Sua presença para a humanidade e leva o homem a reconhecer a grandeza de Deus e a sua pequenez e indignidade (Is 42.8; 48.9-11; 60.2). A palavra “glória” é uma das mais ricas e diversas no contexto linguístico do AT e são encontrados pelo menos oito termos para designá-la no AT (Êx 40.35; 1Sm 4.22; 1Sm 6.5; 1Rs 3.13; 8.11; 1Cr 16.28; 29.12; Is 11.10; 24.23; 42.12; Dn 2.37; 1Cr 29.11,13). Na Bíblia, a glória de Deus está muitas vezes associada a brilho, esplendor e a majestade do Todo-Poderoso (Ez 1.28; Lc 2.9; Mt 17.5). Ela descreve a presença visível de Deus como uma nuvem escura, trovões, relâmpagos (Êx 19.9,16,18; 20.18). A manifestação física de que a presença de Deus estava chegando (a glória de Deus) poderia ser a aparência de um fogo consumidor (Êx 24.17; Dt 4.24; Hb 12.29), no caso de Sua autoridade e Seu poder serem vistos. Em outros casos, quando Seu propósito era outro e Ele desejava mostrar outro aspecto do Seu caráter, ao invés de fogo (Êx 13.21; Nm 9.15-16) aparecia nuvem, fumaça, vento ou, então, o cicio suave (BÍBLIA DE ESTUDO PALAVRAS CHAVES: HEBRAICO E GREGO, 2011, p. 1700).

1.2 - Definição etimológica do termo. A nuvem que aparecia durante o dia sobre o Tabernáculo era uma forma da “glória visível de Deus” sobre o Santuário. Moisés viu parcialmente esta “glória” na coluna de nuvem e de fogo (Êx 13.21). Em Êxodo 29.43 ela é chamada “minha glória” (Is 60.2). A majestade da glória de Deus é tão grandiosa que nenhum ser humano pode vê-la de maneira plena e continuar vivo (Êx 33.18-23). Quando muito, pode-se ver apenas um “aparecimento parcial da glória do Senhor” (Ez 1.26-28). Neste sentido, a glória de Deus designa Sua singularidade, Sua santidade e sua transcendência (Is 6.1-3; Rm 11.36; Hb 13.21). Ela cobriu o Sinai quando Deus outorgou a Lei (Êx 24.16,17), encheu o Tabernáculo (Êx 40.34), guiou Israel no deserto (Êx 40.36-38) e posteriormente encheu o templo de Salomão (2Cr 7.1; 1Rs 8.11-13). Mais precisamente, Deus habitava entre os querubins no Lugar Santíssimo do templo (1Sm 4.4; 2 Sm 6.2; Sl 80.1). Ezequiel a sua glória levantar-se e afastar-se do templo por causa da idolatria presente ali (Ez 10.4,18,19) (STAMPS, 1995, p. 1183).

II – DEFINIÇÃO O TERMO SHEKHINAH
2.1 - Definição exegética do termo. O termo “shekhinah” significa: “avizinhar, habitar, residir, morar, armar tenda” (Êx 24.16; 25.8; 29.45; 40.34,35; Dt 12.11; Sl 37.3; 85.9; Jr 33.16; Is 8.18; Zc 8.3). Para alguns teólogos a tradução que mais se aproxima da palavra “shekhinah” é: “a presença de Deus vista entre o seu povo” (Dt 12.11; 14.23; 16.2,6,11; 26.2). De acordo com o Dicionário Internacional de Teologia do AT (1998, p. 1743), os verbos hebraico “shakhan” e “shekhen” possuem a mesma raiz da palavra “shekhinah”. Por isso, que quando a glória “kavôd” de Deus era manifestada em forma visível entre o povo de Israel, os rabinos posteriormente através de sua tradição literária (Talmude e Targuns) a chamaram de “shekhinah” porque o Senhor estava “vizinho” dos homens (Êx 13.21; 16.10; 19,9.16; 24.16; 33.18-20; 40.34,35). Deus prometeu habitar entre (no meio) o povo de Israel (Êx 13.20-22; 19.17-19; 40.34-35; 1R 8.10-12). A glória de Deus também se refere a Sua presença visível entre o seu povo, ou seja, “shekhinah”, na verdade, é a habitação da glória “kavod” de Deus entre nós (Sl 85.9). Há muitas pessoas que fazem confusão com o termo; umas usam-no sem a noção; outras pessoas têm uma visão radical de que o termo não deveria ser usado porque “ele não existe na Bíblia” […]. Há palavras na cultura judaica que, por causa de sua sacralidade, ou perda dos fonemas hebraicos, foram reformulados […]. Portanto, não há nada que proíba usar o termo “shekhinah” (CABRAL, 2019, pp. 85, 86 151 – grifo nosso).

2.2 - Definição etimológica do termo. A palavra “shekhinah” não apareça na Bíblia judaica (Tanakh – Lei, Profetas e Escritos) nem no NT. O termo é uma expressão extrabíblica, mas não antibíblica, pois, seu princípio é encontrado em toda Escritura Sagrada. Apesar de não aparecer na Bíblia, podemos dizer que é bíblico por aquilo que significa: “a presença de Deus visível”. Esta palavra normalmente está associada aos casos quando Deus se apresentou de forma perceptível ao seu povo. O vocábulo ainda aponta para “residir ao lado” (Êx 25.8; 1Rs 8.10-11; 2Cr 6.1,2; Sl 74.2), e, é empregado para designar a presença de Deus (Êx 24.16,17; 29.43; 60.2). Quando o Senhor mandou que Moisés construísse a Arca da Aliança, Ele disse que a Sua presença iria com o povo. Então a Arca do Senhor representava a “presença do Senhor no meio do povo” (STAMPS, 1995, p. 1183). De acordo com a compreensão dos exegetas do judaísmo a “shekhinah” era uma forma de teofania (aparição ou revelação da manifestação de Deus) muito frequente no relacionamento entre Deus e Israel. Querer atribuir o termo “shekhinah” unicamente a Cabala (parte mística do judaísmo) é esquecer que este termo já era usado pelos rabinos muito antes do cabalismo surgir na história judaica.

III - A GLÓRIA DE DEUS REVELADA EM JESUS CRISTO
3.1 - A glória de Deus revelada na pessoa de Jesus. Em linguagem metafórica, a “shekhinah” no NT representa a presença majestosa de Deus e sua decisão de “habitar” (shakhan) entre os homens (Jo 1.14). O verbo shakhan, que deu origem ao termo shekhinah, ressalta a ideia de vizinhança e também proximidade de Deus com os homens. O equivalente da glória de Deus, ou seja, a presença Dele no NT é a pessoa de Jesus Cristo como a “glória de Deus em carne humana” (Cl 1.15,19), que veio habitar entre nós (Mt 1.23). Ele é a maior manifestação visível da presença de Deus entre nós (Mt 1.22-23). O apóstolo Pedro emprega a expressão “a magnífica glória” como um nome de Deus (2Pd 1.17). Os pastores de Belém viram a glória do Senhor no nascimento de Cristo (Lc 2.9), os discípulos a viram na transfiguração de Cristo (Mt 17.2; 2Pd 1.16-18). Cristo como o Logos e Filho de Deus, sempre existiu em glória antes de sua encarnação (Jo 17.5,22,24). Ele é o mistério glorioso de Deus (Cl 1.27). O resplendor de Cristo é a sua g1ória divina (Hb 1.3). Ele é glorioso por ser a própria imagem de Deus (Jo 1.14). Jesus manifestou a sua glória no princípio de seu ministério (Jo 2.11) (STAMPS, 1995, p. 1183 – grifo nosso).

3.2 - A glória de Deus revelada no ministério de Jesus. Todo o ministério de Cristo na terra redundou em glória ao nosso Deus (Jo 14.13; 17.1,4,5). Quando Isaías falou da vinda de Jesus Cristo, profetizou que nEle seria “revelada a glória de Deus” para que toda a raça humana a visse (Is 40.5). Tanto João (Jo 1.14) como o escritor aos Hebreus (Hb 1.3) testificam que Jesus Cristo cumpriu essa profecia. A glória de Cristo era a mesma glória que Ele tinha com seu Pai antes que houvesse mundo (Jo 1.14; 17.5). A glória do seu ministério ultrapassou em muito a glória do ministério dos profetas do AT (2Co 3.7-11). Paulo chama Jesus de “o Senhor da glória” (1Co 2.8), e Tiago o chama de “nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória” (Tg 2.1). Repetidas vezes, o NT refere-se ao vínculo entre Jesus Cristo e a glória de Deus. Seus milagres revelavam a sua glória (Jo 2.11; 11.40-44). Cristo transfigurou-se em meio a “uma nuvem luminosa” (Mt 17.5), onde Ele recebeu glória (2Pd 1.16-19) (STAMPS, 1995, p. 1183 – grifo nosso).

3.3 - A glória de Deus revelada na morte e ressurreição de Jesus. Estêvão a viu na ocasião do seu martírio a glória de Jesus (At 7.55). A hora da morte de Jesus foi o momento da sua glorificação (Jo 12.23,24; 17.4,5). Ele subiu ao céu em glória (At 1.9; 1Tm 3.16), agora está exaltado nos céus em glória (Ap 5.12,13), e um dia voltará “sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 24.30; 25.31; Mc 14.62; 1Ts 4.17) (STAMPS, 1995, p. 1183).

IV - A GLÓRIA DE DEUS REVELADA NA VIDA DO CRENTE
Como a glória de Deus relaciona-se ao crente pessoalmente?

4.1 - Deus revela Sua glória mediante a habitação do Espírito Santo. Deus nos escolheu para sermos sua habitação ambulante aqui na terra, e através de nós manifestar a sua glória “kavôd” ao mundo. O apóstolo João registrou as palavras de Jesus sobre a manifestação da glória de Deus quando disse: “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste […] para que o mundo reconheça que tu me enviaste e que os amaste, como amaste a mim” (Jo 17.22,23). Através do Espírito Santo repousa sobre o verdadeiro crente a glória de Deus (Jo 14.16-17; 1Pd 4.14). Paulo também nos revela que a glória de Deus habita em nós pelo seu Espírito Santo (2Co 3.18; Ef 3.16-19), e Pedro também afirma esta mesma verdade (1Pd 4.14). Concernente que à glória celestial e majestosa de Deus de maneira plena ninguém pode contemplar (Jo 1.18-a); mas, sabemos que ela existe. O apóstolo Paulo afirma que Deus habita em “uma luz [glória] inacessíveis”, que nenhum ser humano pode ver (1Tm 6.16). O Espírito Santo nos aproxima da presença de Deus e de Jesus (2Co 3.16,17; 1Pd 4.14).

4.2 - Deus revelará Sua glória mediante consumação da salvação. A experiência da glória de Deus é algo que todos os crentes terão na consumação da salvação: “[…] com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18). Seremos levados à presença gloriosa de Deus (Hb 2.10; 1Pd 5.10; Jd 24), compartilharemos da glória de Cristo: “[…] para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8.17). Paulo ainda disse que: “[…] somos transformados de glória em glória, na mesma imagem, como pelo Espírito Santo” (2Co 3.18-c) e receberemos uma coroa de glória (1Pd 5.4). Até mesmo o nosso corpo ressurreto terá a glória do Cristo ressuscitado: “que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso [...]” (Fp 3.21 ver ainda 1Co 15.42,43).

CONCLUSÃO
Concluímos que a glória de Deus transcende a qualquer coisa que o ser humano venha a produzir. A glória do Senhor esteve com Israel, no Antigo Testamento, com a Igreja Primitiva, em Atos, e também está em nossa vida através do seu Espírito Santo.

REFERÊNCIAS
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. 1 ed. RJ: OBJETIVA, 2001.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. 1 ed. RJ: CPAD, 1995.
MERRIL, E. H. História de Israel no Antigo Testamento. 6 ed., RJ: CPAD, 2007.
COLE, Alan. Êxodo, Introdução e Comentário. 1 ed. SP: Vida Nova, 1963.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. 1 ed. SP: HAGNOS, 2004.

segunda-feira, 3 de junho de 2019

LIÇÃO 10 - O SISTEMA DE SACRIFÍCIOS - (Lv 1.1-3; 2.1-3; 3.1,2; 7.1,2; 1 Jo 2.1,2) 2º TRIMESTRE DE 2019

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543

LIÇÃO 10 - O SISTEMA DE SACRIFÍCIOS - (Lv 1.1-3; 2.1-3; 3.1,2; 7.1,2; 1 Jo 2.1,2)
2º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
O sistema sacrificial levítico foi instituído por Deus a fim de que o povo pudesse por meio das ofertas expiar o pecado e também expressar sua gratidão pelos bens recebidos; nesta lição falaremos de cada uma destas ofertas, dando destaque a que era feita anualmente no dia da expiação; concluiremos mostrando que tais sacrifícios eram apenas sombra do perfeito e definitivo sacrifício que seria realizado por Cristo Jesus.

I – O SISTEMA DE SACRIFÍCIOS DO CULTO LEVÍTICO
Junto com os Dez Mandamentos, Deus também concedeu ao povo de Israel um sistema de sacrifícios para que por meio deles os hebreus pudessem comparecer diante de Deus no tabernáculo. Notemos:

1.1 - A oferta de holocausto (Lv 1.1-17; 6.8-13). A palavra hebraica traduzida como holocausto é: “olah”, e significa literalmente: “aquilo que vai para cima”. O dicionário Vine (2002, p. 692), lembra que no grego o termo advém de: “holokautõma” (Mc 12.33; Hb 10.6,8) e que denota: “oferta queimada por inteiro”. A oferta do holocausto, também chamada de oferta queimada (Lv 1.9), era inteiramente consumida sobre o altar (Lv 6.9), com exceção da pele do animal (Lv 7.8), e das entranhas com os resíduos de comida (Lv 1.16). Deveriam ser apresentados como sacrifício de holocausto, animais específicos (Lv 1.2,10,14), sendo “macho” e “sem defeito” (Lv 1.3,10; 22.19-21).

1.2 - A oferta de manjares (Lv 2.1-16; 6-14-23). A oferta de manjares não consistia em oferta de animais, consistia em produtos da terra que representam o resultado de uma boa colheita. O ofertante reconhecia que Deus o havia provido com o pão cotidiano. Parte da oferta trazida deveria ser “queimada ao Senhor” (Lv 2.8,9); a outra parte, deveria ser “dada aos sacerdotes para o seu sustento” (Lv 2.10). Não se deveria acrescentar a oferta de manjares o fermento nem o mel (Lv 2.11). As ofertas deveriam ser temperadas com o sal (Lv 2.13). Três tipos de oferta de manjares eram oferecidos: (a) flor de farinha com azeite e incenso (Lv 21.2); (b) bolos cozidos untados com azeite (Lv 2.4,5); e, (c) grão de cereais tostados com azeite e incenso (Lv 2.14,15).

1.3 - A oferta pacífica (Lv 3.1-17; 7.11-34). A expressão “pacifica” é oriunda da palavra “paz” do hebraico “shalom” que significa: “paz, bem, feliz, tranquilo, saúde e prosperidade”. Era também chamada de “oferta de paz” ou de “ofertas de comunhão”. Tais termos denotam que esta oferta não era para pacificar a Deus, mas era apresentada pelo ofertante que já estava em comunhão com Deus. Nesta oferta, podia se oferecer “gado” (Lv 3.1); ou “gado miúdo” (Lv 3.6) tais como: “cordeiro” (Lv 3.7) ou “cabra” (Lv 3.12); podendo ser “macho ou fêmea” (Lv 3.1,7,12), desde que fosse “sem defeito” (Lv 3.1,6). O ofertante tinha de impor a mão sobre a cabeça da sua oferta (Lv 3.2,8,13), matar o animal e apresentar ao sacerdote os pedaços a serem oferecidos (Lv 3.3,4,9,10,14,15). Em seguida, o sacerdote ministrante os “queimava” no altar (Lv 3.5,11,16). A outra parte da carne fazia parte da “refeição” (Lv 7.14,15,16). Quanto a “gordura” e ao “sangue”, estes dois, não poderiam jamais ser comidos, mas oferecidos ao Senhor como oferta queimada (Lv 3.16,17). Os sacrifícios pacíficos tinham três variedades, a saber: “ofertas de ações de graças” (Lv 7.12), “ofertas votivas” (Lv 7.16) e, “ofertas voluntárias” (Lv 7.29).

1.4 - Oferta pelo pecado (Lv 4.13-21; 16.1-34; 23.26-32). Apesar de todos os sacrifícios feitos durante o ano pelos membros da congregação de Israel e pelos próprios sacerdotes, ainda ficavam pecados e imundícias que exigiam expiação para que houvesse um relacionamento adequado entre Deus e o Seu povo. Por isso um dia particular foi inaugurado, no qual o ritual executado pelo sumo sacerdote realizaria a reconciliação da nação com o seu Deus. O Dia da Expiação no hebraico é “yom kippur” é traduzido como “dia do expiação” (Lv 23.27). A palavra “expiação” no hebraico “kippurim”, é derivado de “kaphar”, que significa “cobrir”, comunica a ideia de cobrir o pecado mediante um resgate de modo que haja uma reparação ou restituição adequada pelo delito cometido” (STAMPS, 1995, p. 209). Hoff (2007, p. 85) diz que: “era o dia mais importante do calendário judeu. Era a coroa e ponto culminante de todo o sistema de sacrifícios”. Vejamos algumas informações sobre esta celebração:

1.4.1 - Data. Foi instituído como estatuto permanente por Moisés, como dia de expiação pelos pecados, no décimo dia do mês de Tishri (setembro/outubro) (Lv 16.29; 23.31). Essa grande festividade, tal como todos os demais dias festivos dos judeus, começava ao pôr do sol do dia anterior, prolongando-se por 24 horas, isto é, de pôr do sol a pôr do sol (Lv 23..32).

1.4.2 - A cerimônia. O AT nos mostra diversos detalhes quanto a celebração do Dia da Expiação, notemos:
a) A postura do povo. Durante a celebração o povo não devia trabalhar: “naquele mesmo dia, nenhuma obra fareis” (Lv 16.28-a). Deviam afligir suas almas jejuando, demonstrando desse modo humildade e tristeza por seu pecado: “afligireis a vossa alma” (Lv 16.27-a). O sumo sacerdote banhava-se completamente, simbolizando sua purificação espiritual (Lv 16.23,24).

b) A expiação do sacerdote. Aarão fazia uma expiação por seus próprios pecados e pelos dos outros sacerdotes: sacrificava um bezerro e levava o sangue em um vaso (Lv 16.6,11). Com um incensário cheio de brasas tomadas do altar do incenso e com os punhos cheios de incenso, entrava no lugar santíssimo. Imediatamente punha o incenso sobre as brasas para que o fumo perfumado cobrisse o propiciatório. Assim seus pecados eram cobertos e ele não morria (Lv 16.12,13). Depois espargia o sangue sete vezes sobre o propiciatório, no lugar santo e sobre o altar de bronze, expiando os pecados do sacerdócio e suas faltas ao ministrar no lugar santo (Lv 16.14).

c) A expiação do povo. Dois bodes eram escolhidos para o sacrifício e eram sido trazidos ao tabernáculo (Lv 16.5). Aarão lançava sortes sobre os animais; uma sorte para o Senhor e outra para Azazel, ou “emissário” (Lv 16.7,8). Aarão sacrificava o bode sobre o qual caía a sorte pelo Senhor. Já havia entrado no lugar santíssimo para expiar seus pecados e agora da mesma maneira fazia expiação por seu povo (Lv 16.9,15,16,18-19). A seguir punha as mãos sobre a cabeça do segundo bode vivo e confessava todas as iniquidades de Israel (Lv 16.21,22). O bode era enviado ao deserto para nunca mais voltar (Lv 16.10). Embora as duas ofertas sejam distintas, os dois bodes formam um único sacrifício pelo pecado.Depois disso, Aarão lavava suas vestes, banhava-se e se vestia. Oferecia carneiros como sacrifícios do holocausto (Lv 16.23-25).

II – CRISTO JESUS – O CUMPRIMENTO DAS LEIS CERIMONIAIS
Embora as leis cerimoniais desempenhassem papel vital antes da morte de Cristo, eram, no entanto, deficientes sob vários aspectos. Notemos:

(a) era o sacrifício de animais (Hb 10.4);
(b) eram sacrifícios repetitivos (Hb 10.1-b);
(c) a expiação apenas cobria o pecado; e,
(d) nem todos os pecados eram perdoados (Lv 4.2).

O escritor aos hebreus acrescenta dizendo que tais sacrifícios eram apenas as “sombras dos bens vindouros” (Hb 10.1). Na morte de Cristo, a vigência das leis cerimoniais chegou ao fim. Seu sacrifício expiatório providenciou perdão para todos os pecados (Hb 9.12). Notemos:

2.1 - O próprio Cristo é o sumo sacerdote. Assim como Arão (Êx 28.1), Jesus também feito sacerdote por Deus Pai (Hb 5.5,6,10; 7.21). Embora procedesse de Judá (Hb 7.14), o Mestre foi feito sacerdote da ordem de Melquisedeque (Hb 7.14). Portanto, o sacerdócio de Cristo é de uma ordem melhor, pois é independente da Lei de Moisés (Hb 7.11,12); e, da tribo de Levi (Hb 7.13-15). O sacerdócio de Melquisedeque é superior ao de Arão por, pelo menos, dois motivos:

(a) é anterior ao sacerdócio aarônico (Gn 14.18-20);
(b) foi feito sob juramento (Sl 110.4).

O sacerdócio levítico embora fosse permanente, o sacerdote era impedido de exercer o sacerdócio quando morresse. O sacerdócio de Cristo, pelo contrário, é eterno porque ele vive para sempre (Hb 7.24). Cristo também é superior porque é sacerdote perfeito, imaculado (Hb 7.26-28).

2.2 - O próprio Cristo é a oferta. Isaías profetizou que um homem faria expiação pelos pecados da humanidade (Is 53.1-12). O salmista também anunciou que o sacrifício definitivo seria de um corpo sem pecado (Sl 40.6-8). O escritor aos hebreus citou este texto para mostrar que profeticamente se cumpriu em Jesus (Hb 10.5-9). Na cruz, Jesus, ofereceu-se a si mesmo como oferta definitiva pelo pecado (Hb 10.10). Enquanto no Dia da Expiação, dois bodes cumpriam o papel de expurgar o pecado do povo, um sendo sacrificado e outro levado para o deserto. em Cristo, temos único sacrifício que atende estas duas demandas. Jesus compareceu ao tabernáculo celeste oferecendo-se como sacrifício definitivo (Hb 10.10), e ao mesmo tempo padeceu fora da porta (Hb 13.12,20), ou seja, fora da cidade de Jerusalém (Jo 19.20), levando sobre o madeiro os nossos pecados (1 Pd 2.24).

2.3 - O sangue do sacrifício é o Seu próprio sangue. Deus já havia ensinado por meio do culto levítico que o sangue é que fazia expiação pelo ser humano (Lv 17.11). Por isso, o sacerdote no Dia da Expiação entrava com sangue alheio, ou seja, um sangue de um animal para ser aspergido na presença do Senhor (Hb 9.25). Cristo, no entanto, quando se ofereceu como oblação pelo pecado da humanidade, ofertou o seu próprio sangue (Hb 9.12), o que Ele chamou de Sangue do “Novo Testamento” (Mt 26.28); também chamada de “Eterna Aliança” (Hb 13.20). Este é o sangue que fala melhor que o sangue de Abel (Hb 12.24). O sangue de Abel clamava por justiça (Gn 4.10); mas, o sangue de Cristo fala mais alto, clamando por misericórdia (Rm 8.34). Enquanto os sacrifícios do sistema levítico contemplavam apenas o povo de Israel, o sangue de Cristo propicia o mundo inteiro (1 Jo 2.2).

2.4 - Entrou no tabernáculo celeste. O Sumo sacerdote só podia entrar no Lugar Santíssimo, onde estava a arca da aliança, que simbolizava a presença de Deus, apenas uma vez no ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.7). No entanto, Cristo, nosso “[…] grande sumo sacerdote […] penetrou nos céus” (Hb 4.14). Ele entrou no santuário celeste, para interceder por nós: “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus” (Hb 9.24).

CONCLUSÃO
Os sacrifícios dos sistema levítico não eram suficientes para resolver o problema do pecado humano. Eles eram imperfeitos porque precisavam ser repetitivos e não eram capazes de expiar qualquer iniquidade. No entanto, Cristo se ofereceu uma única vez pelo pecado e o seu sangue nos purifica de toda e qualquer iniquidade (Hb 10.10; 1 Jo 1.7).

REFERÊNCIAS
GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé. CPAD.
HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
TENNEY, Merril C. Enciclopédia da Bíblia. EDITORA CULTURA CRISTÃ.

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