segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

LIÇÃO 05 – UM INIMIGO QUE PRECISA SER RESISTIDO – (Tg 4.1-10) 1º TRIMESTRE DE 2019


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543

LIÇÃO 05 – UM INIMIGO QUE PRECISA SER RESISTIDO – (Tg 4.1-10)
1º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
Nesta lição aprenderemos sobre a expressa necessidade de se resistir um inimigo em comum à fé cristã, a saber, o Diabo; inicialmente pontuaremos algumas informações sobre a epístola do apóstolo Tiago; destacaremos à luz desta carta que o crente deve também resistir os prazeres da carne e do mundo, e por fim, elencaremos razões pelas quais devemos resistir a Satanás e bem como isso pode ser feito.

I – CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A EPÍSTOLA DE TIAGO
1.1 - Autoria O autor desse livro se identifica na saudação inicial como Tiago (Tg 1.1). Seu nome no grego é “Yakobos” é uma transliteração do conhecido nome hebraico do Antigo Testamento “Jacó”. A maioria dos estudiosos da Bíblia aponta este Tiago como o meio irmão do Senhor Jesus Cristo (Mt 13.55; Mc 6.3; Gl 1.19). Ele era chamado de “o Justo”, por causa de sua estrita aderência à santidade cerimonial judaica e de sua austera maneira de viver. A tradição diz que sofreu martírio por apedrejamento, pelas mãos do sumo sacerdote judeu Anano em 61 d.C. (CHAMPLIN, 2004, p. 426 – acréscimo nosso).

1.2 - Destinatários. A única indicação direta no livro que possivelmente sugere quem foram os leitores encontra-se no prefácio: “Tiago, servo de Deus, e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos que se encontram na dispersão, saudações” (Tg 1.1). Tradicionalmente a frase, “às doze tribos”, era usada para indicar toda a nação judia (At 26.7). Mas considerando que toda a nação judia, por mais espalhada que estivesse na Diáspora (dispersão), não poderia ser considerada como existindo fora da Palestina, parece indicar que o significado da frase é simbólico. Tiago estava escrevendo a toda a igreja, considerada como o Novo Israel (Gl 3.7-9; 6.16; Fp 3.3), dispersa por um mundo estranho e hostil (1Pe 1.1,17; 2.11; Fp 3.20; Gl 4.26; Hb 12.22; 13.14) (MOODY, sd, p. 03 – acréscimo nosso).

1.3 - Curiosidades acerca dessa epístola. É muito provável que ela tenha sido o primeiro livro do NT a ser escrito. Embora contenha apenas duas referências nominais a Cristo, há nela mais alusões aos ensinos de Jesus do que todas as demais do NT. A carta de Tiago possui fortes semelhanças com o Sermão do Monte e outras pregações de Jesus (Tg 1.22 e Mt 7.21,26; Tg 2.10 e Mt 5.19; Tg 2.13 e Mt 5.7; Tg 3.18 e Mt 5.9; Tg 4.5 e Mt 6.24; Tg 4.12 e Mt 7.1; Tg 5.2 e Mt 6.19; Tg 5.12 e Mt 5.34,37). É bom conferir também a posição semelhante de Jesus e Tiago em relação a pobres e ricos (Lc 6.24s; 16.19-25). O autor é considerado como o profeta Amós do NT por tratar com firmeza a injustiça e as desigualdades sociais (Tg 2.1-9; 5.1-6).

II– O CRISTÃO RESISTINDO OS PRAZERES DA CARNE
Uma palavra usada com frequência pelo apóstolo Tiago nesta epístola é o verbo resistir (Tg 4.6,7; 5.6), entre outros o termo usado é: “anthistemi”, que quer dizer: “colocar-se contra, opor-se, batalhar contra”, mostrando a necessidade do cristão não se deixar vencer pelos inimigos da caminhada cristã que geram lutas e conflitos (Tg 4.1). Pelas palavras, o apóstolo deixa claro que havia divisões e disputas carnais entre os crentes. Ele nos fala sobre alguns desses conflitos que estavam acontecendo no seio da igreja e que devem ser resistidos. Vejamos:

2.1 - Conflitos pessoais (Tg 4.1). Tiago nos mostra que a fonte dos conflitos exteriores surgem de dentro do próprio homem (Tg 4.1-b) veja também (Mt 15.18,19; Mc 7.20-23; Gl 5.20). A palavra “prazeres” não significa necessariamente paixão sensual; nesse caso, é apenas cobiça. A cobiça está em operação nos membros do corpo e estimula a carne e gera problemas” (WIERSBE, 2008, p. 765). A carne é a natureza caída, isto é, as paixões, os desejos e apetites desordenados que nela residem (1Co 10.13; Tg 1.14,15; Gl 5.16-21). Paulo exorta-nos a entregar os membros de nosso corpo ao Espírito Santo, a fim de não cumprimos os desejos da carne (Rm 6; Gl 5.16-26; Ef 4.22-30).

2.2 - Conflitos interpessoais (Tg 4.1,2). As causas das guerras e contendas não são meramente econômicas ou intelectuais, mas morais. Como não havia nenhuma guerra civil nessa época, Tiago parece considerar principalmente a ideia de “brigas pessoais e ações judiciais, rivalidades e facções sociais e controvérsias religiosas” (BRUCE, 2009, p. 2157). Em Tiago 4.1 a expressão “guerra” no grego “polemos” refere-se a “querelas e rixas”, enquanto “contendas” no grego “machai” traduz-se como “conflitos e batalhas”. O apóstolo tinha em mente não as guerras entre as nações mas as discussões e divisões entre os próprios cristãos. A Bíblia exorta-nos a viver em comunhão, unidade e diante de possíveis questões e desentendimentos praticar o perdão (Sl 133; 2Co 13.11; Ef 4.2; Fp 2.1-4; Cl 3.13).

III – O CRISTÃO RESISTINDO O MUNDO
Tiago assim adverte: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus?” (Tg 4.4). O apóstolo não faz referência aqui ao adultério físico, mas sim ao espiritual. Todo o conceito está baseado na ideia do Antigo Testamento que apresenta ao Senhor como o marido de Israel e a Israel como a esposa do Senhor (Is 54.5; Jr 3.1-5; Ez 23; Os 1-2). Neste mesmo sentido espiritual o Novo Testamento fala de “geração má e adúltera” (Mt 12.39; 16.4; Mc 8.38). Esta figura foi introduzida no pensamento cristão com o conceito da Igreja como esposa de Cristo (2Co 11.2; Ef 5.24-28; Ap 19.7; 21.9). “Esta forma de expressão pode ofender a sensibilidade contemporânea, mas a figura de Israel como esposa de Deus, e da Igreja como esposa de Cristo têm em si mesmo algo de precioso. Significa que desobedecer a Deus é como quebrar os votos do matrimônio” (MOODY, sd, p. 118 – acréscimo nosso). A Bíblia diz qual deve ser o comportamento do cristão em relação ao mundo:

(a) não ganhar o mundo às custas da alma (Mt 4.8-10; Mt 16.26);
(b) não ser do mundo (Jo 15.19; 17.14,16);
(c) ser crucificado para o mundo (Gl 5.24; 6.14);
(d) brilhar como a luz no mundo (MT 5.13-16; Fp 2.15);
(e) negar os desejos mundanos e viver justamente (Tt 2.12; Tg 1.27);
(f) não ser amigo do mundo (Tg 4.4);
(g) escapar da corrupção do mundo (2Pe 1.4; 2.20); (h) não amar o mundo nem as coisas que há nele (1Jo 2.15-17);
(i) ser como Cristo no mundo (1Jo 4.17);
(j) vencer o mundo com a fé (1Jo 5.4-5); e,
(l) não se conformar com o mundo (Rm 12.1,2).

IV – O CRISTÃO RESISTINDO O DIABO
4.1 - A identidade do inimigo. Embora Tiago tenha anteriormente enfatizado a tendência maligna da própria pessoa como responsável pelo pecado (Tg 1.14), aqui ele admite a atuação de um ser maligno sobre-humano como agente externo do mal (Tg 4.7). Sobre esse adversário Pedro afirmou: “[…] porque o diabo, vosso adversário […] (1Pe 5.8; ver Tt 2.8), adversário do grego: “antidikos” de “anti”,“contra” e “dike”, uma causa ou demanda legal, traz a ideia de um opositor um inimigo (Lc 18.3). A palavra “diabolos” é usada na Septuaginta (versão grega do AT) como tradução do termo “Satanás”, assim, esses dois títulos, têm significados idênticos (Ap 20.2), e sugerem que um dos propósitos básicos do inimigo, é separar o homem de Deus (2Co 11.3).

4.2 - As estratégias do inimigo. O apóstolo Paulo asseverou que: “precisamos ficar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11). A palavra “ciladas” vem do grego “metodeia”, que significa: “métodos, estratagemas, armadilhas”. O diabo tem um grande arsenal de armadilhas, ele pesquisa meticulosamente (Jó 1.7. 2.2) em busca de nossos pontos vulneráveis (Zc 3.1,3), e não hesita em buscar brechas em nossa vida espiritual “[…] anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1Pd 5.8), ele age insistentemente para nos levar a pecar contra Deus (Gn 39.10; Ne 6.4,5,13), não desistindo facilmente (Mt 4.1-11; ver Lc 4.13).

4.3 - As armas de resistência ao diabo. Satanás não é para ser temido, mas resistido de modo que qualquer que seja o poder que diabo possa ter, o cristão pode estar absolutamente certo de que recebeu a capacidade para vencer tal poder, condicionados a algumas atitudes. Vejamos:

4.3.1 - Sujeição e comunhão com Deus (Tg 4.7,8-a). A ordem do verbo “sujeitai-vos” exige uma ação passiva, a qual implica alinhar-se sob a autoridade de alguém. Para manter-se firme diante do diabo, o crente precisa estar prostrado diante do Senhor. A única maneira eficaz de resistirmos às artimanhas do Diabo, assim como aos desejos e paixões da nossa própria carne, é nos rendendo incondicionalmente ao Senhor, em plena devoção (Mt 4.10; 1Pe 5.8,9). Esta segunda ordem: “chegai-vos a Deus […]” (Tg 4.8-a) indica uma ação ativa dos crentes (Is 55.6). Esta atitude resulta numa reciprocidade de Deus: “[…] ele se chegará a vós”. Confira também (Jr 29.13,14; 33.3; Mt 6.6).

4.3.2 - Santidade e humildade (Tg 4.8,10). A santificação posicional ocorre no ato da salvação quando fomos purificados pelo poder da palavra (At 15.9; Tt 2.14) e, por isso, o Senhor espera de todo cristão uma purificação pessoal (santificação progressiva), prática e constante (Lv 20.7; Js 3.5; 2Co 7.1; 1Ts 4.3; Hb 12.14). Jesus dignificou a humildade nos seus ensinos (Mt 18.4; Fp 2.5-11). Tiago e Pedro afirmam que o resultado da humilhação presente é a exaltação futura: “humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará” (Tg 4.10); “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte” (1Pe 5.6).

4.3.3 - Fidelidade e prudência (1Pe 5.8,9). Na batalha contra o diabo devemos estar munidos do escudo da fé: “tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno” (Ef 6.16), para resisti-lo firmemente: “ao qual resisti firmes na fé” (1Pe 5.9), não podemos acreditar nas mentiras de Satanás nem dar crédito às suas falsas promessas (Gn 3.4,5). Sobre essa batalha Pedro também advertiu: “Sede sóbrios e vigiai […]” (1Pd 5.8), as palavras sobriedade e vigilância mostram o equilíbrio e a prudência que devem reger os soldados dessa guerra contra o diabo. Precisamos agir como o governador Neemias, que, em tempo de ameaças, colocou metade de seus homens empunhando as armas e a outra metade trabalhando (Ne 4.16), precisamos manter os olhos abertos.

CONCLUSÃO
Apesar dos ataques de Satanás contra os servos de Deus, temos em Cristo a graça necessária para resisti-lo, certos de que, em conservarmos a nossa vida diante do Senhor, o diabo não poderá nos vencer, antes, fugirá de nós.

REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
LOPES, Hernandes Dias. 1 Pedro: Com os pés no vale e o coração no céu. HAGNOS.
MOODY, D. L. Comentário Biblico de Tiago. PDF.
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo Novo Testamento. GEOGRÁFICA.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

LIÇÃO 04 – POSSESSÃO DEMONÍACA E A AUTORIDADE DO NOME DE JESUS - (Mc 5.2-13) 1º TRIMESTRE DE 2019


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 04 – POSSESSÃO DEMONÍACA E A AUTORIDADE DO NOME DE JESUS - (Mc 5.2-13)
1º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
Nesta lição definiremos o que é a possessão demoníaca; pontuaremos algumas verdades sobre isto; mostraremos que somente o Nome de Jesus pode proporcionar libertação a qualquer pessoa nesta condição; e, concluiremos destacando algumas considerações sobre o ato de expulsar os demônios.

I – DEFINIÇÃO DE POSSESSÃO DEMONÍACA
A possessão demoníaca “é a condição daquele que é tomado e controlado psicológica e fisicamente por espíritos malignos. É um ato invasivo, arbitrário e violento, que leva o possesso a perder completamente o controle sobre os sentidos, órgãos e movimentos” (ANDRADE, 2006, p. 301). Sob esta condição a pessoa pode adquirir uma “grande força” (Mc 5.3,4); “conhecimento da vida íntima das pessoas” (At 16.16); ou “pratica agressão física” (Mc 5.5; At 19.16); pode “despir-se” (Mc 5.15); “dar gritos altos” (At 8.7); “retorcer-se” (Mc 9.20), “mudar de voz” (Mc 5.9; At 19.15), “ranger os dentes” (Mc 9.18); até mesmo a aparência física da pessoa possessa pode ser afetada, e atitudes irracionais são assumidas de modo assustador (Mc 5.3; 9.20). Para esta condição espiritual, não há tratamento, remédio ou isolamento que resolva, somente o poder do Nome de Jesus (Mc 16.17; Lc 10.17; At 16.18).

II – SOBRE A POSSESSÃO DEMONÍACA
Uma das atuações de Satanás e dos demônios é possuir os corpos das pessoas. Acerca disto, é necessário fazer algumas observações. Vejamos:

2.1 - A possessão é possível. Há aqueles que não acreditam que os demônios possam possuir uma pessoa. Alegam estes que certas manifestações estranhas não passam de problemas mentais ou fingimento. Todavia, Jesus falou sobre a atuação dos espíritos malignos na vida das pessoas (Lc 11.20-22; 24-26); e, durante o seu ministério terreno, mostrou que a possessão é algo real. O Mestre sabia fazer a diferença entre as enfermidades e a possessão. Quando se tratava de enfermidade, Jesus se dirigia ao enfermo: “Então disse àquele homem: Estende a tua mão. E ele a estendeu, e ficou sã como a outra” (Mt 12.13). Quando se reportava as pessoas possessas, o Mestre se dirigia ao espírito mal: “espírito mudo e surdo, eu te ordeno: Sai dele, e não entres mais nele” (Mc 9.25). Vejamos alguns casos bíblicos no ministério de Jesus:

- Um homem de Cafarnaum (Mc 1.25; Lc 4.35);
- Dois homens gadarenos (Mt 8.28-32; Mc 5.8; Lc 8.33);
- Um homem mudo (Mt 9.32,33);
- Um lunático (Mt 17.14-18; Mc 9.17-27; Lc 9.38-42);
- Um homem cego e mudo (Mt 12.22; Lc 11.14);
- A filha da mulher cananeia (Mt 15.22,28);
- Maria Madalena (Mc 16.9; Lc 8.2);
- Vários outros casos (Mt 4.24; 8.16; Mc 1.32).

2.2 - Há pessoas mais propensas a possessão. Qualquer pessoa que ainda não teve o seu encontro pessoal com Jesus pode ficar possessa por demônios (1 Jo 3.8-a). No entanto, as pessoas que se envolvem com espiritismo, magia, feitiçaria, são mais propensas à possessão demoníaca, pois estão lidando diretamente com os demônios (At 13.6-10; 19.19; Ap 9.20,21).

2.3 - A possessão pode ser desfeita. Todos os casos de pessoas possessas por demônios que se encontraram com Jesus foram por ele libertas, e tiveram as suas vidas transformadas. Pedro disse que: “Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At 10.38). Vejamos alguns casos pontuais de libertação:

- O gadareno: “[…] e viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram” (Mc 5.15);
- O lunático: “E, repreendeu Jesus o demônio, que saiu dele, e desde aquela hora o menino sarou” (Mt 17.18);
- A filha da mulher cananeia: “Então respondeu Jesus, e disse-lhe: Ó mulher, grande é a tua fé! Seja isso feito para contigo como tu desejas. E desde aquela hora a sua filha ficou sã” (Mt 15.28);
- Maria Madalena: “E algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual saíram sete demônios” (Lc 8.2);
- A mulher de Filipos: “Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu” (At 16.18).

III – A AUTORIDADE DO NOME DE JESUS CONTRA OS DEMÔNIOS
Um dos sinais que Jesus prometeu seguir aos que cressem no evangelho foi o de expulsar os demônios (Mc 16.17). Antes mesmo de ser assunto aos céus, os discípulos já haviam experimentado o poder que há no Nome de Jesus sobre os demônios (Lc 10.17). Eles conhecem o Senhor Jesus e reconhecem a Sua autoridade suprema (Mt 8.31,32; Mc 1.24; 3.11). Portanto, a autoridade do nome de Jesus sobre os demônios revela a Sua superioridade acima de todos os nomes (Ef 1.20- 23; Fp 2.9,10). Sobre o ato de expulsar os demônios é necessário destacar que:

3.1 - O nome de Jesus expulsa demônios. Embora esta seja uma verdade que muitos crentes sabem, ainda há aqueles que, por desconhecimento, em vez de invocar o nome de Jesus contra os demônios, clamam pelo sangue, o qual tem outra finalidade que é a de purificar os pecados (Mt 26.28; Ef 1.7; Cl 1.14; 1Jo 1.7; 1Pd 1.2; Hb 9.14; 13.12); outro equívoco é achar que é a entonação da voz que expele o diabo. O Senhor Jesus nos ensinou que o Seu nome é que deve ser usado como arma contra os espíritos malignos (Mc 16.17). Quando enviou os outros setenta para curar os doentes e expulsar os demônios, eles voltaram cheios de júbilo dizendo: “Senhor, pelo teu nome, até os demônios se nos sujeitam” (Lc 10.17). Paulo, em Filipos, ordenou que uma mulher fosse liberta do poder dos demônios em Nome de Jesus (At 16.18).

3.2 - Jesus mandou expulsar os demônios. Por influência do Neopentecostalismo, muitos cristãos substituíram a prática bíblica de invocar o Nome de Jesus para “expulsar os demônios” pela prática antibíblica de “amarrar os demônios”. Todas as vezes que vemos Jesus libertando as pessoas, por Seu poder, vemos Ele expulsando os demônios: “e ele com a sua palavra expulsou deles os espíritos” (Mt 8.16); “E, expulso o demônio, falou o mudo” (Mt 9.33). Ele mandou que os discípulos expulsassem: “E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem [...]” (Mt 10.1-b). Veja ainda (Mt 10.8; 12.28; Mc 1.34,39; 3.15; 6.13; 16.17; Lc 11.14). É bom acrescentar que no momento da libertação não é necessário dizer o nome do demônio ou entrevistá-lo, basta repreendê-lo no Nome poderoso de Jesus Cristo. O caso do gadareno é uma exceção e não uma regra que deva ser reproduzida (Mc 5.9).

3.3 - O nome de Jesus expulsa qualquer demônio. Embora os demônios estejam divididos em castas e hierarquias (Mt 17.21; Ef 6.12), o poder que Jesus concedeu aos crentes, lhes dá condições de expulsar todo e qualquer demônio: “Eis que vos dou poder para pisar serpentes e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum” (Lc 10.19). A serpente e escorpião são simbolismo comum para as forças satânicas ou demônios e até para o próprio Satanás (Gn 3.1; Is 27.1; 2 Co 11.3; Ap 12.9; 20.2). “O significado principal deste texto é que os cristãos têm poder para pisar triunfantemente sobre os exércitos de Satanás, através do auxílio e da graça de Jesus Cristo” (BEACON, 2008, p. 411). Este poder foi concedido por Jesus a igreja no presente (Mc 16.15). e no futuro “E o Deus de paz esmagará em breve Satanás debaixo dos vossos pés” (Rm 16.20).

IV – ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A EXPULSÃO DE DEMÔNIOS
4.1 - Expulsar demônios não é termômetro que afere espiritualidade. Somente um crente em Jesus tem autoridade espiritual para expulsar os demônios (Mc 16.17; Lc 10.19). No entanto, é necessário dizer que tal proeza não afere a santidade do indivíduo. É possível que um crente seja usado com sinais e ainda assim não esteja vivendo de forma agradável a Deus: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade” (Mt 7.22,23). Diversas vezes, Jesus ensinou que o que afere o caráter é o fruto e não os dons ou sinais miraculosos (Mt 7.20; 12.33; Lc 6.44).

4.2 - Não devemos fazer por ostentação e sem o devido preparo espiritual. O apóstolo Paulo, foi um instrumento por meio do qual Deus operou grandes sinais em Éfeso (At 19.11); trazendo, naquele lugar, diversas libertações de pessoas possuídas por demônios (At 19.12). Alguns exorcistas judeus observando Paulo, decidiram também invocar o nome do Senhor Jesus sobre os demônios, quem sabe também querendo se tornar notórios por isso, mas não obtiveram êxito, antes foram envergonhados (At 19.13-16). Destacamos ainda que, os discípulos, certa vez, ficaram decepcionados, porque não puderam expulsar o demônio de um rapaz (Mt 17.15,16). Jesus lhes advertiu quanto a falta de fé e também da oração e do jejum (Mt 17.20,21).

4.3 - Não deve ser o motivo primordial da nossa alegria. Embora Deus conceda poder aos seus servos para operações de sinais e maravilhas (Mc 16.17; Lc 10.19; 1Co 12.8-10); e isto nos traga alegria pelo fato de sermos usados por Deus; nossa maior alegria não deve ser essa, porque os dons e os sinais passarão (1Co 13.8). É a garantia de vida eterna que deve nos proporcionar alegria maior e permanente (Lc 10.17-20). “Ter a cidadania do céu é mais importante do que atemorizar o inferno” (BEACON, 2008, p. 411).

CONCLUSÃO
Não se pode negar que a possessão demoníaca é uma realidade, e que somente a Igreja tem a autoridade de, no Nome de Jesus, orar pelos possessos a fim de que estes sejam libertos.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

LIÇÃO 03 – A NATUREZA DOS DEMÔNIOS – AGENTES DA MALDADE NO MUNDO ESPIRITUAL – (Ap 12.7-10) 1º TRIMESTRE DE 2019


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 03 – A NATUREZA DOS DEMÔNIOS – AGENTES DA MALDADE NO MUNDO ESPIRITUAL – (Ap 12.7-10)
1º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre uma das principais doutrinas das Escrituras conhecida como: demonologia, ou seja, o estudo da origem e natureza dos demônios; veremos a organização desses seres no reino das trevas à luz da Bíblia e a sua atuação na esfera humana; ressaltaremos falsos conceitos sobre a origem dos demônios como também a queda do maioral dos demônios; e por fim, pontuaremos o que se é ensinado biblicamente sobre o destino final dos anjos caídos.

I – QUEM SÃO OS DEMÔNIOS
1.1 - Significado do termo. No AT há poucas ocorrências do termo demônio (Lv 17.7; Dt 32.17; 2Cr 11.15; Sl 106.37). No NT a designação usual para demônios é: “daimonion”, um diminutivo de “daimon”, e aparece cerca de 46 vezes (Mt 7.22; 8.3; Mc 1.34; Lc 4.41; 8.2,27; etc) (OLIVEIRA, sd, p. 797), A etimologia da palavra deriva de: “doiomai”, que traz a ideia de: “dividir, partilhar” (SILVA, 1997, p. 88), se refere a seres espirituais hostis a Deus e aos homens sendo Belzebu o seu príncipe (Mc 3.22), pelo que os demônios podem ser considerados seus agentes; dessas referências a maior parte delas (16 vezes) estão no Evangelho escrito por Lucas, que sendo médico (Cl 4.14) não só reconheceu a existência como também testemunhou a atuação desses espíritos malignos na esfera humana (Lc 16.1-18) (DOUGLAS, 2006, p. 325 – acréscimo nosso).

1.2 - Origem e natureza. Os demônios são os anjos caídos que se rebelaram contra Deus (2Pe 2.4; Jd 6), eles foram criados por Deus e eram originalmente bons e, assim como o ser humano, dotados de livre-arbítrio; porém, sob a direção de Satanás, eles pecaram e rebelaram-se contra Deus, tornando-se maus (Ap 12.9). São identificados nas Escrituras como: “espíritos imundos” (At 8.7) “espíritos malignos” (At 19.12), e, “demônios” (Lc 9.1). Quanto a sua natureza de acordo com as Escrituras eles:

(a) são seres espirituais (Mt 8.16; Mc 1.23; 9.17-25; Ef 6.12);
(b) possuem intelecto (Mc 1.35,34; 1Tm 4.1-6) 1Jo 4.1-4);
(c) emoções, pois estremecem (Tg 2.19), gritam e imploram (Lc 8.28), têm ira (Ap 12.12);
(d) possuem vontade (Lc 8.31,32; Jd 6);
(e) são malignos (Lc 8.2; At 19.12-13; Ef 6.16); e
(f) possuem poder (Mc 5.1-4; At 19.16; Ap 16.13,14).

O número de demônios aparentemente é muito alto (Ap 9.13-19), Jesus expulsou sete de Maria Madalena (Mc 16.9; Lc 8.2) e na possessão do gadareno é dito que tinham muitos (Mc 5.9). Eles são espíritos maus desprovidos de corpos, capazes de possuir corpos humanos (Lc 11.24-26) e de animais (Mc 5.12,13).

1.3 - Organização hierárquica. Que existe um reino tenebroso, diabólico, organizado no mundo espiritual influenciando as nações e os povos para o mal em todos os sentidos, fica claro quando lemos as Escrituras (Mt 12.26), como declarou o apóstolo Paulo: “Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12). Quatro designações são usadas por Paulo que descrevem diferentes posições desses demônios e o império sobrenatural do mal no qual eles operam (Ef 2.2), entre estas designações estão:

(a) principados, do grego “archai”, que quer dizer: “primeiros”, na hierarquia do reino das trevas são os que ocupam posições mais elevadas (Cl 2.15; 1Pe 3.22);
(b) potestades o termo usado é: “exousia” que aponta para poderes espirituais;
(c) príncipes que significa: “líderes, comandantes, que tem responsabilidades sobre outros”, este termo é usado para designar o príncipe da Pérsia (Dn 10.13), e no NT os fariseus acusaram Jesus de expulsar demônios por Belzebu, “príncipe dos demônios” (Mt 12.24; ver Ef 2.2); e,
(d) hostes espirituais, designados pelo termo “skotos”, indicando que vivem na escuridão (Mt 8.12), esses têm o poder de produzir possessão, assenhorando-se das vidas que possuem (BRUNELLI, 20016, p. 433)

1.4 - Atuação. Tanto anjos como demônios são vistos em ação na Escrituras. A atuação demoníaca é diversificada, eles:

(a) opõem-se ao propósito de Deus (Dn 10.10-14);
(b) executam as ordens de Satanás (1Tm 4.1; Ap 16.12-14); e,
(c) afligem pessoas causando: insanidade (Mt 8.28; 17.15), mutismo da fala (Mt 9.33; 12.22), cegueira (Mt 12.22), autoagressão (Mc 5.5), paralisia (Lc 13.11) e, surdez (Mc 9.25). 

O que compete a cada crente é resistir sob o poder e aos ataques do inimigo, equipado com cada peça da armadura de Deus e o poder do Espírito Santo na batalha espiritual (Ef 6.10-17).

II – FALSAS CONCEPÇÕES A RESPEITO DOS DEMÔNIOS
2.1 - Os demônios como resultado da relação com mulheres. Segunda uma teoria antiga, os demônios são frutos do relacionamento sexual entre os filhos de Deus e as filhas dos homens com base na narrativa de Gênesis 6.1-4, sendo esta interpretação chamada de sobrenaturalista, que entendem que a expressão “filhos de Deus” refere-se a anjos, que supostamente atraídos pela beleza feminina, mantiveram relações com mulheres e, dessa relação nasceram seres gigantes “nephilim”, e valentes formando uma geração má; e devido essa geração má teria vindo o dilúvio. Ainda segundo essa teoria, os espíritos daqueles seres, por serem híbridos (semi-humanos e angelicais), quando pereceram pelas águas não foram para o céu nem o inferno, tornaram-se assim em demônios. Essa teoria não tem amparo escriturístico por algumas razões:

a) antes da geração dos filhos de Deus com as filhas dos homens, já haviam gigantes na terra: “Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois” (Gn 6.4-a);
b) os anjos são seres assexuados (que não possui vida sexual) (Mt 22.30; Mc 12.25); e
c) a expressão “filhos de Deus” refere-se nesse texto aos descendentes de Sete, filho de Adão, visto que eles foram os primeiros a invocar ao Senhor (Gn 4.14), sendo assim como em Deuteronômio 14.1, a expressão filhos de Deus em Gênesis 6, se refira a pessoas pertencentes ao Senhor e não aos anjos.

2.2 - Os demônios são espíritos humanos desencarnados. O historiador judeu Flávio Josefo informa que nas escolas teológicas judaicas era ensinado que os demônios, capazes de possuir e de controlar um corpo vivo, são espíritos de mortos partidos deste mundo, especialmente aqueles de caráter vil e de natureza perversa (JOSEFO apud CHAMPLIN, 2010, p. 47), no entanto, vários pais da igreja entre eles Tertuliano (150 d.C.) e Crisóstomo (407 d.C), combateram esse falso ensino que choca-se frontalmente com os ensinos das Escrituras que mostram claramente que não há divagação dos espíritos dos que morreram, antes diz o escritor aos Hebreus: “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo” (Hb 9.27), a Bíblia ainda deixa claro que, os que morrem vão para lugares definidos ainda que diferentes em razão da sua escolha em vida (Lc 16.22-25; Ap 6.9-11).

III – A QUEDA DE LÚCIFER
A Vulgata Latina (tradução da Bíblia para o latim) usa o termo Lúcifer, que quer dizer: “portador de luz”, em lugar de “estrela da manhã” (Is 14.12), daí Lúcifer ter se tornado um dos nomes de Satanás. Ele foi criado perfeito (Ez 28.15) e era “o selo da simetria e a perfeição da sabedoria e da formosura” (Ez 28.12 – TB), mas o seu orgulho levou-o a considerar-se semelhante a Deus: “Subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14.14; ver 1Tm 3.6). E assim, ele foi expulso do céu: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva!” (Is 14.12). Vejamos ainda algumas informações sobre isso:

3.1 - Um fato. No AT há dois textos clássicos que são aceitos pela maioria dos estudiosos como reveladores da origem e da queda de Lúcifer. O primeiro, na ordem aqui utilizada (Ez 28.11-19), enfatiza mais a sua origem, e o segundo (Is 14.12-16) trata mais da sua queda. Embora haja muitas discussões sobre a identidade de Satanás nesses textos, após uma exegese bíblica que considera os aspectos literários da época tais como poesia, figura de retórica própria da literatura hebraica e a duplicidade profética (dupla referência em uma só mensagem), chega-se à conclusão de que, sem sombra de dúvida, ambos os textos fazem menção clara à figura de Satanás, e isso por algumas razões:

(a) a Bíblia exalta Daniel por sua sabedoria, integridade e justiça (Ez 14.14), porém o rei de Tiro, é referido como mais sábio do que o profeta (Ez 28.3);
(b) que homem no mundo, além do Filho Unigênito de Deus, foi considerado por Ele um ser perfeito? (Ez 28.15), um rei humano de carne e osso e ainda pagão seria assim declarado por Deus?
(c) quando Deus quer fazer referência ao início da vida de alguém, se é dito: “desde o dia em que nasceste” (Rt 2.11; Jr 22.26), mas nunca: “desde o dia em que foste criado” (Ez 28.15), isso porque os anjos não nascem e não procriam, eles foram criados um a um; e,
(d) esse personagem é chamado de “querubim ungido” (Ez 28.14), categoria angelical mais elevada; nos dando a entender que há uma relação entre o rei de Tiro e Lúcifer que forma um paralelismo, da mesma forma como Daniel identifica Antíoco Epifânio ao homem do pecado, o anticristo (Dn 9.27; 12.11; Mt 24.15; 2Ts 2.3,4) (BRUNELLI, 2016, pp. 439-441 – acréscimo nosso).

3.2 - A época e os resultados da queda. Não está revelado na Bíblia o tempo definido da queda de Lúcifer e dos anjos caídos. Ela deve ter ocorrido antes da criação do homem, já que Satanás entrou no jardim personificado em serpente e induzindo Eva a pecar (Gn 3). Todos eles perderam a sua santidade original e se tornaram corruptos em natureza e conduta sendo chamados de “espíritos imundos” (Mt 10.1; Mc 1.27; Lc 11.24-26). Parte deles foram na ocasião lançados em prisão onde estão acorrentados até o dia do julgamento (2Pe 2.4). Os demais permanecem em liberdade e agem temporária e limitadamente, fazendo oposição a igreja, a Israel e ao crente (Ap 12.7-9; Dn 10.12,13,20,21).

IV – O DESTINO FINAL DOS DEMÔNIOS
Sobre o destino desses anjos caídos fica evidente nas Escrituras que estão sentenciados a condenação eterna, pois para eles não há provisão de salvação: “Pois ele, evidentemente, não socorre a anjos, mas socorre a descendência de Abraão” (Hb 2.16 – ARA), visto que Deus em Sua presciência, viu que eles jamais se arrependeriam de seus pecados (1Jo 3.8; Jo 8.44), de modo que o destino final será o lago de fogo e enxofre: “Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25.41), alguns deles já estão detidos em prisões: “E aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão e em prisões eternas até ao juízo daquele grande dia” (Jd 6; ver 2Pd 2.4), após o julgamento então estarão definitivamente no lago de fogo (Ap 20.10).

CONCLUSÃO
A existência dos demônios e a sua atuação na esfera humana não pode ser ignorada, devemos está precavidos seguindo as instruções que a Bíblia nos traz, para que, sem receio algum enfrentemos os embates espirituais no nome de Jesus.

REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS.
SILVA, Severino Pedro da. Os Anjos, sua natureza e ofício. CPAD.
DOUGLAS, J. D. O Novo dicionário da Bíblia. VIDA NOVA.
OLIVEIRA, Oséas Gomes. Concordância Bíblica Exaustiva. Vl 01. CENTRAL GOSPEL.
BRUNELLI, Walter. Teologia para Pentecostais. Vl 02. CENTRAL GOSPEL.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

LIÇÃO 02 – A NATUREZA DOS ANJOS – A BELEZA DO MUNDO ESPIRITUAL (Lc 1.26-35) - 1º TRIMESTRE DE 2019


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 02 – A NATUREZA DOS ANJOS – A BELEZA DO MUNDO ESPIRITUAL (Lc 1.26-35)
1º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos quem são os anjos, veremos os nomes dados a alguns deles; notaremos que eles são seres espirituais e pessoais; pontuaremos sua natureza e ofício; analisaremos um pouco sobre sua hierarquia; falaremos sobre quem é o “Anjo do Senhor”, e por fim, verificaremos porque não devemos adorar os anjos.

I – QUEM SÃO OS ANJOS
A área da teologia que estuda os anjos é denominada de angelologia. Há inúmeros registros de anjos nas páginas da Bíblia. Não obstante, a descrição dos anjos é sucinta e objetiva quanto a sua origem, identidade, natureza e ofícios. Temos de admitir que muitos fatos sobre os anjos não são claramente revelados nas Escrituras. Elas contêm o que precisamos saber de essencial sobre eles. Quando a Bíblia não detalha, devemos nos abster de especular (Dt 29.29). Por essa razão, precisamos tomar muito cuidado ao fazer deduções fundamentadas apenas em experiências humanas. Vejamos:

1.1 - Definição exegética da palavra anjo. Em hebraico a palavra anjo é “malak”, em grego é “angelos”, no aramaico é “qaddîsh” e no latim é “angelus” de onde provém o termo português “anjo” que tem o significado de “mensageiro”. A palavra “anjo” aparece 292 vezes em 35 livros da Bíblia (CHAFER apud GABY In: GILBERTO (org) 2010, p. 447). O termo “anjo” significa “mensageiro” nas línguas originais, hebraico e grego, e é usado para designar seres celestiais, seres humanos e também para designar os anjos-maus (Mc 1.2; Ap 3.1;7;14; 2Pe 2.4). Daí, somente no estudo do contexto é que se pode averiguar se a referência diz respeito a um mensageiro humano ou a um angelical. Na Bíblia os anjos são chamados de:

a) santos (Dt 33.2);
b) vigia (Dn 4.13);
c) exército ou exércitos (Sl 148.2); e,
d) tronos, dominações, principados, potestades (Cl 1.16).

Esses seres espirituais podem ser bons ou maus (Rm 8.38; Ef 6.12). O termo “angelos” é usado poucas vezes no NT para mensageiros humanos (Lc 7.24; 9.52; Tg 2.25; Ap 3.1;7;14), e na maioria das vezes, a palavra refere-se aos mensageiros de Deus que habitam o céu e assistem em sua presença.

1.2 - Os anjos são seres pessoais. Os anjos são uma ordem sobrenatural de seres celestiais criados por Deus antes da fundação do mundo (Jó 38.6,7; Ne 9.6; Sl 148.2,5; Cl 1.16; 1Pe 3.22). São espirituais: “Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores […]” (Hb 1.14). São numerosos (Ap 5.11) e organizados em milícias espirituais que povoam os céus: “E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus […]” (Lc 2.13). São seres dotados de:

a) personalidade (Lc 1.19);
b) inteligência (2Sm 14.17,20; Dn 10.14; Ap 17.7);
c) razão (Sl 148.2);
d) sentimentos (Jó 38.7; Lc 2.13; 15.10); e,
e) volição (Is 14.12-14; Jd 6), isto é verdadeiro tanto para anjos bons quanto para anjos do mal.

Eles não são meras figuras de retórica, nem emanações cósmicas, mas são reais e habitam nos céus: “os seus anjos nos céus sempre veem a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18.10). Os anjos e os homens possuem uma natureza racional e espiritual que os torna superiores às demais criaturas irracionais, mas eles não são semideuses (SOARES (org), 2017, p. 85 – acréscimo nosso).

II – A NATUREZA E OS OFÍCIOS DOS ANJOS
2.1 - A natureza dos anjos. Os anjos são seres espirituais (Hb 1.14), imortais (Lc 20.35,36), imateriais e incorpóreos (Lc 24.39; Ef 6.12), são assexuados (Lc 20.34-36), e não são eternos (Cl 1.16). São criaturas com poderes extraordinários: “Bendizei ao SENHOR, anjos seus, magníficos em poder” (Sl 103.20); estão acima dos seres humanos: “Enquanto os anjos, sendo maiores em força e poder” (2Pe 2.11); tem status superior aos humanos além de mais conhecimento (Sl 8.4,5; 2Sm 14.20). Todavia, não são ilimitados, pois são criaturas e não conheciam os planos eternos de Deus (Ef 3.9). Eles não são oniscientes (Mt 24.36; 1Pe 1.12). São seres invisíveis aos olhos humanos (Sl 34.7), mas podem manifestar-se de forma visível de acordo com a vontade de Deus (Lc 1.11,19; Hb 13.2). Eles são seres pessoais e morais (Hb 1.14). Suas aparições em forma humana são aparências assumidas ocasionalmente em forma angelofânica (Gn 19.1-3; Jz 13.6; Hb 13.2). Existem grandes multidões de anjos no céu (Hb 12.22; Ap 5.11) mas apenas Gabriel (Dn 10.13; Ap 12.7) e Miguel (Dn 8.16; 9.21; Lc 1.19,26; Jd 9) são identificados por nome na Bíblia. Os anjos também não se reproduzem nem podem multiplicar-se (Mc 12.25).

2.2 - Os ofícios dos anjos. Os anjos são poderosos (2Sm 24.15,16; 2Rs 19.35,36) e obedientes a Deus: “anjos seus, magníficos em poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra” (Sl 103.20). Eles louvam e glorificam a Deus tanto no céu (Sl 148.2; Ap 7.11,12) como na terra, assim como aconteceu por ocasião do nascimento de Jesus (Lc 2.13,14). Eles intermediaram a entrega da Lei no Monte Sinai (At 7.53; Gl 3.19). Estão presentes nos cultos e observam a nossa vida (1Co 4.9; 1Tm 5.21). Esses seres angelicais executam as obras de Deus tanto no julgamento dos inimigos do povo de Deus (2Rs 19.35; At 12.23) como também dos crentes quando estes desobedecem a Deus (1Cr 21.16). Eles revelam e comunicam a mensagem de Deus aos seres humanos (Lc 1.13; 26,27). Esses mensageiros celestiais assistiram os apóstolos Pedro e Paulo (At 27.23) e o próprio Senhor Jesus (Mc 1.13; Lc 22.43). Foram eles que anunciaram às mulheres a ressurreição de Jesus (Mc 28.5,6) e estiveram presentes na sua ascensão (At 1.10,11). Os anjos estão associados à vinda de Cristo (1Ts 4.16), pois eles acompanharão o Senhor Jesus na Sua volta gloriosa (Mt 25.31), que enviará os seus anjos para separar o trigo do joio (Mt 13.39- 41) e para ajuntar os escolhidos no fim dos tempos (Mt 24.31). Eles trabalham a favor dos que temem a Deus (Sl 34.7; 91.11,12) e os livra (At 5.19; 8.26; 12.11; Hb 1.14). São eles que transportam os salvos ao seu destino final na sua morte (Lc 16.22).

III – A HIERARQUIA DOS ANJOS
Os anjos acham-se organizados de forma hierárquica através de graduações que revelam níveis de autoridade entre eles. Essas graduações são percebidas pelo tipo de atividade que os anjos exercem no universo e na presença de Deus. Quando a Bíblia Sagrada se refere a principados (Ef 3.10), potestades (Cl 2.10), tronos (Cl 1.16) e domínios (Ef 1.21), não alude a espécies de anjos, mas à diversificação dos níveis de autoridade exercida por eles. Notemos:

3.1 - Os arcanjos. A palavra “arcanjo” do grego “archangelos” significa: “anjo principal”. O prefixo “arch” sugere tratar-se de um anjo chefe, principal ou poderoso. Isso indica um ser angelical que exerce um papel de maioral, de príncipe, como um “primeiro-ministro” em governos terrenos. Miguel é um deles (Jd 9), o guardião do povo de Israel (Dn 12.1). O nome Miguel, “mikhael” em hebraico, significa: “quem é semelhante a Deus?”. O nome aparece cinco vezes na Bíblia como: “príncipes” (Dn 10.13,21; 12.1); como arcanjo (1Ts 4.16; Jd 9); e como o combatente contra Satanás e seus anjos (Ap 12.7). Segundo o pastor Ezequias Soares, a declaração: “e eis que Miguel, um dos primeiros príncipes” (Dn 10.13) mostra que existem mais anjos da categoria dele, e não é, portanto, verdadeira a ideia de que só existe um arcanjo (SOARES; SOARES, 2018, pp. 46,47).

3.2 - Os querubins. A palavra “querubim” origina-se do plural hebraico “kerub” cujo significado é: “guardar; cobrir; proteger” que é um vocábulo correlato com um verbo acadiano que também significa: “bendizer, louvar, adorar”. Satanás pertencia à classe dos querubins (Ez 28.14). Os querubins aparecem como guardiões da árvore da vida, do trono e da santidade de Deus (Gn 3.24; 1Sm 4.4; 1Rs 6.29-35; Ez 10.1,20; 41.18-25). No livro do profeta Ezequiel eles aparecem como criaturas com características humanas e animais (Ez 10.14,15). Os querubins estão diretamente ligados à santidade de Deus e à sua adoração (Êx 25.20,22; 26.31; Nm 7.89; 2 Sm 6.2; 1Rs 6.29,32; 7.29; 2Rs 19.15; 1Cr 13.6; Sl 80.1; 99.1; Is 37.16; Ez 1.5-26; 9.3; 10.1-22; 11.22) (GABY In: GILBERTO (org) 2010, p. 454). Eles aparecem pela primeira vez na Bíblia como guardiões do jardim do Éden (Gn 3.24). Eles, porém, representam a presença, a grandeza e a majestade de Deus (Ez 11.22). Deus habita entre os querubins (1Cr 13.6; Sl 18.10; Ez 10.1-22) (SOARES (org.), 2017, p. 88).

3.3 - Os serafins. O vocábulo “serafim” origina-se da raiz hebraica “sarap” que quer dizer: “ardentes, flamejantes, brilhantes, refulgentes”. Os serafins aparecem em Isaías 6 como os seres de asas que cantam a Javé, o Deus de Israel. Estão diretamente ligados a adoração e o louvor a Deus. Os serafins, é mencionado somente em Isaías 6.2-7 (SOARES, 2017, p. 89).

IV – O ANJO DO SENHOR
4.1 - Um Anjo especial. O Anjo do Senhor reivindica uma autoridade divina, pois exibe atributos divinos e realiza ações divinas. A expressão “Anjo do Senhor” é mencionada na Bíblia Sagrada mais de cinquenta vezes no AT e a maneira pela qual esse Anjo é descrito distingue-o dos demais, pois Ele:

a) perdoa ou não pecados (Êx 23.20-23);
b) aceita adoração (Êx 3.1-6; Js 5.13-15);
c) executa juízos (Nm 22.22);
d) intercede pelo povo escolhido (Zc 1.12); e,
e) tem o poder de salvar (Is 63.9).

A designação “Anjo do Senhor” é a expressão usada no AT para revelar profeticamente o próprio Cristo em várias de suas manifestações antes da sua encarnação (Cristofania, uma aparição de Cristo pré-encarnado). Uma coisa sumamente importante é dita acerca dEle: que o “nome do Senhor está nEle” (Êx 23.20,21). Em um bom número de citações bíblicas “o Anjo do Senhor” fala como o próprio Deus, na primeira pessoa do singular (Gn 16.7; 21.17; 22.11,15; 31.11-13; Êx 3.2; 14.19; Nm 22.22-36; Js 5.13-15; 13.2-22; Jz 2.1,4; 1Cr 21.16). O Anjo do Senhor é identificado explicitamente como Deus. É dito claramente que Ele é o Senhor (Gn 16.13; 22.12,15-18; 31.11-13; 48.15-16; Êx 14.19; 23.21; Jz 6.11-23; 13.19-22; Is 42.8). A referência ao “Anjo do Senhor” cessa depois da encarnação de Cristo e as referências a “um anjo do Senhor” (Lc 1.11; At 5.19) falta o artigo “o”, o que sugere “um” anjo comum.

V - OS ANJOS NÃO RECEBEM ADORAÇÃO
O culto aos anjos é uma perigosa idolatria (angelolatria), na qual muitos têm naufragado. A Bíblia proíbe terminantemente que o homem os adore (Cl 2.18). Vejamos por que os anjos não devem ser objetos de nosso culto.

5.1 - Os anjos são criaturas de Deus. Somente o Criador é digno de toda a honra e de todo o louvor; sendo os anjos criaturas (Sl 33.6), têm como missão louvar a Deus, e não receber louvor ou adoração(Ap 19.10; 22.8,9).

5.2 - Os anjos são nossos conservos. Sendo eles criados por Deus, consideram-se nossos conservos (Ap 19.10). Esta é recomendação dos anjos (Ap 22.8,9). Erram, portanto, aqueles que, menosprezando o Criador buscam adorar a criatura (Rm 1.25). Os anjos recusam adoração; antes, adoram a Deus e a Cristo (Sl 148.1,2; Is 6.3; Hb 1.6; Ap 4.8-11; 5.11,12; 7.11).

CONCLUSÃO
Concluímos esta lição aprendendo que os anjos são seres reais, pessoais e espirituais que foram criados por Deus para servi-lo, adorá-lo e também para guardar o seu povo como conservos seus.

REFERÊNCIAS
GILBERTO, Antônio (Org.); et al. Teologia Sistemática Pentecostal. RJ: CPAD, 2008.
SOARES, Ezequias; SOARES, Daniele. Batalha Espiritual. RJ: CPAD, 2018.
SOARES, Ezequias (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. RJ: CPAD, 2017.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.
HORTON, S. M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. RJ: CPAD, 1996.

LIÇÃO 01 – BATALHA ESPIRITUAL – A REALIDADE NÃO PODE SER SUBESTIMADA - (1 Pd 5.5-9) 1º TRIMESTRE DE 2019


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 01 – BATALHA ESPIRITUAL – A REALIDADE NÃO PODE SER SUBESTIMADA - (1 Pd 5.5-9)
1º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
Neste primeiro trimestre de 2019, estudaremos o tema: “Batalha espiritual – O povo de Deus e a guerra contra as potestades do mal”. Hoje iniciaremos a primeira lição com o tema: “Batalha espiritual – a realidade não pode ser subestimada”. Introduziremos o assunto definindo o que é batalha espiritual; destacaremos que de forma equilibrada devemos estar conscientes de que vivemos em uma guerra contra as hostes espirituais da maldade; pontuaremos como se dá a atuação de Satanás no mundo; e, por fim veremos que Jesus se manifestou para desfazer as obras do diabo.

I – DEFININDO O TERMO
A palavra “batalha” é definida pelo dicionário como: “combate entre forças oponentes; combate especialmente importante ou decisivo; troca de golpes, luta, duelo, peleja, enfrentamento prolongado ou permanente” (HOUAISS, 2001, p. 413). Já a expressão “batalha espiritual” diz respeito ao enfrentamento espiritual que se dá entre a Igreja de Cristo e as forças do mal, a saber: Satanás e os demônios que estão sobre o seu comando. O principal texto bíblico que faz referência explícita a esta batalha é Efésios 6.10 onde Paulo diz que: “[…] não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12).

II – A REALIDADE DA BATALHA ESPIRITUAL
2.1 - Ignorar. Infelizmente não são poucos os cristãos que ignoram que estamos numa batalha espiritual contra os seres demoníacos. Alguns ignoram por falta de conhecimento, outras porque preferem não acreditar. No entanto, a Bíblia nos assegura que a vida cristã não é um mar de rosas, senão de que é uma peleja constante até o nosso último suspiro de vida ou até o retorno de nosso Senhor Jesus Cristo. A vida cristã sempre foi retratada como uma batalha ou combate (Mt 7.24- 27; 2 Co 7.5; Fp 1.27,30; 2.25; Cl 1.29; 2.1; 4.12; 1 Ts 2.2; 2 Tm 4.7; Hb 10.32; 12.4). Ignorar o diabo não o fará deixar de existir e de investir contra nós. Acerca disso Paulo diz: “Porque não ignoramos os seus ardis” (2 Co 2.11). Pedro também afirmou que: “o diabo […] anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pd 5.8). Veja ainda (1 Co 7.5; Ef 6.16; 1 Ts 2.18; Ap 12.17). Embora, haja anjos decaídos que estão algemados no Inferno (2 Pe 2.4; Jd v.6); há outros que estão soltos, como agentes e emissários de Satanás, sob o seu domínio e controle (Ef 2.2; Αp 12.7).

2.2 - Supervalorizar. Enquanto uns ignoram a realidade do inimigo das nossas almas, há outros que cometem pelo menos dois erros:

(a) atribuem tudo ao diabo. Embora Satanás seja um causador de males aos homens na terra, há males que sobrevêm ao homem por causa do seu pecado (Rm 5.12; Lm 3.39), e outros que são enviados por Deus como punição (gn 6.5,17; 2 Cr 7.13); e,
(b) acham que o diabo é tão poderoso quanto Deus. É bom dizer que embora o diabo tenha certo poder (At 26.18; 2 Ts 2.9), pois foi um ser angelical de destaque no mundo espiritual (Is 14.12-19; Ez 28.14,15), ele não pode agir de forma autônoma, pois esteve e sempre estará sob o controle de Deus (Jó 1.11,12; Mc 5.9,10; Lc 22.31). O diabo e seus anjos já foram derrotados por ocasião do sacrifício de Cristo (Gn 3.15; Cl 2.15). No entanto, a consumação de sua derrota está por vir, quando definitivamente será sentenciado ao castigo eterno (Is 14.15; Mt 25.41; Ap 20.10).

2.3 - Ser moderado. Que existe um reino tenebroso, diabólico, organizado no mundo espiritual (Ef 6.12) influenciando as nações e os povos para o mal em todos os sentidos, está patente na Bíblia, que afirma: “o mundo jaz no maligno” (1 Jo 5.19). Jesus, por diversas vezes chamou o diabo de “o príncipe deste mundo” (Jo 12.31; 14.30; 16.11); Paulo de “[…] o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos […]” (2 Co 4.4). Ele também falou do “príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Ef 2.2). No entanto, a Bíblia também diz que, por ocasião do sacrifício de Cristo que, esmagou a cabeça da serpente (Gn 3.15), e despojou os principados e potestades, quando triunfou deles na cruz do Calvário (Cl 2.15), sua atuação ficou ainda mais restrita no mundo, pela presença do Espírito Santo e da igreja (2 Ts 2.7). A esta Igreja, o Senhor Jesus concedeu poder e autoridade sobre os demônios e todo poder do maligno (Mc 16.17; Lc 10.19); de forma que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16.18). Esse texto não quer dizer que nenhum crente como pessoa e nenhuma igreja local ou denominação, jamais será destruída. O que Cristo quer dizer é que, a despeito de Satanás fazer o pior que pode, a igreja não será destruída. Portanto, o crente individualmente, pode sim, ser tentado e derrotado pelos demônios. Lembremos de Judas (Lc 22.3); Ananias e Safira (At 5.3-5), e outros que sucumbiram ante os ataques do inimigo (1 Tm 5.15). Logo, para vencermos, é necessário não darmos lugar ao diabo (Ef 4.27); nos fortalecermos no Senhor (Ef 6.10); usarmos as armas espirituais que dispomos (2 Co 10.3-5; Ef 6.11; 13-17); mantendo uma vida de constante oração e vigilância (Ef 6.18). A Bíblia mostra que a luta incessante do Diabo contra a igreja pode ocorrer de diferentes maneiras:

(a) através de pessoas ímpias que assumem posições na política (Dn 7.21; Ap 13.7);
(b) por meio da criação de leis que se contrapõe a liberdade de culto e afronta os valores judaico-cristãos (Dn 3.10; Ap 2.10; 13.16); e,
(c) do surgimento de heresias (At 20.29,30; 2 Co 11.3,13,14; 1 Tm 4.1).

III – A ATUAÇÃO DE SATANÁS NO MUNDO
3.1 - Induzindo os homens ao pecado. Após sua rebelião contra Deus, a primeira coisa que Satanás fez foi induzir a tentação o primeiro casal, no Éden, como registrou Moisés (Gn 3.1-6). Que o inimigo estava agindo, por meio da serpente, mais tarde o NT revela (Ap 12.9; 20.2). Após a Queda, este mesmo ser, continua tentando os homens, levando-os ao erro e consequente afastamento de Deus. Paulo tratou desse assunto quanto disse: “o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da desobediência” (Ef 2.2). Mesmo sendo crentes não estamos livres de sermos tentados pelo diabo. O próprio Jesus foi tentado (Mt 4.1; Hb 4.15); Paulo asseverou que o diabo ainda tenta os cristãos (1 Co 7.51 Ts 3.5); Tiago e Pedro também afirmaram isso (Tg 4.7; 1 Pe 5.8). É bom destacar que o fato de o diabo influenciar, isto não tira do homem a responsabilidade moral e individual do pecado (Gn 4.7; 1 Cr 21.1,8; Rm 5.12).

3.2 - Oprimindo as pessoas. O diabo e seus demônios, além de tentarem os homens para levá-los ao pecado, podem também oprimir as pessoas. A palavra “opressão” significa: “sujeição imposta pela força ou autoridade; tirania, jugo” (HOUAISS, 2001, p. 2072). Esta opressão pode se dar por meio das enfermidades (Mt 9.32; Lc 13.16) embora nem todas as doenças e enfermidades procedam de espíritos maus (2 Rs 20.1; Is 38.1; 1 Tm 5.23); e, também da possessão demoníaca (Mt 15.22; Mc 5.2-5; Lc 8.2; At 16.18). É bom destacar que o crente que vive em comunhão com Deus não pode ficar endemoninhado, pois neste habita o Espírito Santo (1 Co 6.19; 1 Jo 5.18); o Espírito Santo e os demônios nunca poderão habitar no mesmo corpo simultaneamente (2 Co 6.15,16), exceto se, esta pessoa pecar contra Deus e não se arrepender entristecendo o Espírito Santo (1 Sm 16.14; Ef 4.32; 1 Ts 5.19). Os demônios podem, no entanto, influenciar os pensamentos, emoções e atos dos crentes que não obedecem os ditames do Espírito Santo (Mt 16.23; 2 Co 11.3,14) (STAMPS, 2005, p. 1467 – acréscimo nosso).

3.3 - Cegando o entendimento dos incrédulos. Paulo diz que existe uma atuação de Satanás no mundo criando barreiras para os pecadores não se convertam: “[…] o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Co 4.4). A expressão “cegar o entendimento” fala de um poder espiritual que o diabo exerce sobre as pessoas que estão debaixo do pecado, dificultandolhes o entendimento e a compreensão das coisas de Deus (2 Co 4.3; Ef 4.18; Cl 1.21).

IV – A ATUAÇÃO DE CRISTO NO MUNDO
Além de vir ao mundo para salvar os pecadores (Mt 1.21), o apóstolo João diz que: “para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo” (1 Jo 3.8). Acima, citamos algumas obras do Diabo no mundo, no entanto, abaixo destacaremos o que Jesus veio fazer para desfazê-las. Vejamos:

4.1 - Perdoando os pecados. O pecado afasta o homem de Deus (Gn 3.23,24; Is 59.2). Só a remoção deste, tornará possível a reconciliação da criatura com o Criador. Jesus veio ao mundo “salvar o seu povo dos seus pecados” (Mt 1.21). João Batista disse que Ele é o “Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). O escritor aos hebreus disse que Jesus “uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 9.26).

4.2 - Libertando da opressão. Isaías profetizou que o Messias viria para “proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos” (Is 61.1-b). Na sinagoga de Nazaré, quando teve a oportunidade de fazer a leitura dos profetas e trazer a devida explicação, Jesus, leu esta profecia de Isaías e asseverou: “Então começou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lc 4.21), ou seja, Ele veio “pôr em liberdade os oprimidos” (Lc 19). Pedro, pregou o evangelho para o gentio Cornélio e asseverou o poder libertador de Jesus dizendo: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (At 10.38).

4.3 - Abrindo os olhos espirituais. Isaías também profetizou que o Messias abriria os olhos aos cegos (Is 35.5; Lc 4.19). No meio das mais densas trevas que o mundo ficou por causa do pecado, a vinda do Messias é retratada como o raiar de uma luz “o povo que andava em trevas, viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz” (Is 9.2). Tal profecia se cumpriu literalmente por ocasião do aparecimento de Jesus como nos mostrou Mateus (Mt 4.16-16). O apóstolo João também se referiu a vinda de Jesus ao mundo como a chegada da luz: “E a luz resplandece nas trevas […]” (Jo 1.5-a); e registra que o próprio Jesus se declarou ser “a luz do mundo” (Jo 8.12; 9.5; 12.46); que, como tal veio abrir os olhos dos homens, que desejam enxergar: “E disse-lhe Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não veem vejam, e os que veem sejam cegos” (Jo 9.39). Portanto, mediante o poder do evangelho o pecador pode ser iluminado, e ter seus olhos espirituais abertos (Ef 1.18; Hb 6.4; 10.32). Foi para esta tarefa espiritual que Jesus comissionou os apóstolos e a igreja (At 26.18).

CONCLUSÃO
Precisamos estar cônscios de que existe um inimigo que luta com todas as suas forças para destruir a nossa vida e impedir o avanço da obra de Deus. No entanto “maior é o que está conosco do que o que está no mundo” (1 Jo 4.4).

REFERÊNCIAS
GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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