quarta-feira, 29 de outubro de 2014

LIÇÃO 05 – DEUS ABOMINA A SOBERBA (Dn 4.10­-18)­ - 4º TRIMESTRE 2014

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 05 – DEUS ABOMINA A SOBERBA ­ 4º TRIMESTRE 2014
(Dn 4.10­-18)

INTRODUÇÃO
Nesta quinta lição, veremos no mau exemplo do Rei Nabucodonosor, que a soberba é um grave pecado contra Deus.Estudaremos a definição da palavra soberba, as características deste sentimento e analisaremos as sérias consequências que ela (a soberba), proporciona. Também pontuaremos alguns exemplos de pessoas que foram soberbas na Bíblia.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA SOBERBA
A soberba é o encurvamento do homem a si mesmo. Soberbo no grego é “huperephanos” que significa:“mostrar-­se a si mesmo acima dos outros” formada de “huper” que é “muito acima de” e da expressão “phainomai” que é “aparecer, ser manifesto”, embora muitas vezes denote “preeminente”, sempre é usado no NT no mau sentido de“arrogante, desonesto, orgulhoso, altivo, soberbo” (Lc 1.51; Rm 1.30; 2Tm 3.2; Tg 4.6; 1 Pe 5.5) (VINE, 2002, p. 996 – grifo nosso). Um outro termo equivalente é “arrogância”. O Aurélio define como: “orgulho que se manifesta por atitudes altivas e desdenhosas” (FERREIRA, 2004, p. 199). O termo deriva-­se do hebraico “zadôn” e significa “altivez”, “orgulho” ou “soberba” (Ml 3.15; 4.1; Sl 119.51,69,78,122; Jr 43.2). O orgulho é um pecado abominável diante de Deus (Pv 21.4; 6.16).

II – CARACTERÍSTICAS DA GRANDEZA DA BABILÔNIA
O império babilônico recebeu na Bíblia Sagrada o título de "a jóia dos reinos, a glória e orgulho (soberba) dos caldeus...", e sua capital foi chamada de "cidade dourada" (Is 13.19; 14.4). Jeremias 51.41, diz de Babilônia: "A glória de toda terra". A cidade era extravagante; suntuosa além do que se possa imaginar; era sem rival na história do mundo. “A grandeza do reino dos caldeus pode ser medida pelas dimensões e riquezas de Babilônia. Esta cidade ocupou uma área quadrada de 576 Km com avenidas de 45 metros de largura por 24 km de comprimento, que dividiam luxuosos quarteirões com exuberantes jardins, suntuosas residências, magníficos palácios e gigantescos templos. Um desses templos, dedicado a Bel, media 5 km de circunferência, e um dos palácios reais ocupava uma área superior a 12 km quadrados. Os historiadores afirmam que os muros de Babilônia eram duplos e alcançavam a altura de 112 metros, com uma largura de 24 metros […] essa grande metrópole inventou um alfabeto, resolveu problemas de aritmética, inventou instrumentos para medição do tempo, descobriu a arte de polir, gravar e perfurar pedras preciosas; alcançou grande progresso nas artes têxteis, estudou com êxito o movimento dos astros, concebeu a ideia da gramática como ciência e elaborou um sistema de leis civis. Em grande parte, a cultura dos gregos provinha de Babilônia” (ALMEIDA, sd, p. 10).

III – CARACTERÍSTICAS DA GRANDEZA DE NABUCODONOSOR
O profeta Jeremias, contemporâneo do período do exílio de Israel e Judá na Babilônia, diz que Deus chamou a Nabucodonosor de “meu servo”, seu significado evidentemente é "meu instrumento" (Jr 25.9; 27.6 e 43.10.). Na verdade, Nabucodonosor foi a vara de Deus de punição ao seu povo por ter abandonado o Senhor e tomado o caminho da idolatria e dos costumes pagãos. Ao referir-­se a Nabucodonosor, um escritor disse que: "o Império era ele e ele era o Império. Como supremo e absoluto [...] ele era o 'tudo', a majestade suprema..”. Além disso, desempenhou uma administração que conservou todas as nações em harmonia, bem como sob completa segurança e proteção. Jamais a história registrou um soberano político no trono do mundo maior do que ele. Ele a todos sobrepujou em glória, grandeza e majestade. Assim, achou por bem Deus que lhe dera todo o poder e a glória (Dn 2.37-­38; Jr 25.9), honrá­-lo no símbolo da cabeça de 'ouro fino' da estátua de seu impressionante sonho inspirado... É surpreendente notar que a interpretação de Daniel ignorou por completo, não somente os reis que precederam Nabucodonosor no trono de Babilônia como também os que lhe sucederam. Em toda a Terra e em toda a História não houve outro potentado que governasse o mundo tão a contento de Deus" (ALMEIDA, sd, pp. 11,12).

IV ­- CARACTERÍSTICAS DA SOBERBA DE NABUCODONOSOR
O relato do quarto capítulo de Daniel demonstra o sutil, mas desastroso, efeito da soberba. Um comportamento excessivamente orgulhoso, arrogante e presunçoso caracteriza o sentimento da soberba. A ideia de poder sobre os outros por si só é uma loucura. "A soberba leva o homem a desprezar os superiores e a desobedecer as leis. Ela nada mais é
que o desejo distorcido de grandeza" e completa: "a pessoa que manifesta a soberba atribui apenas a si próprio os bens que possui. Tem ligação direta com a ambição desmedida, a vanglória, a hipocrisia, a ostentação, a presunção, a arrogância, a altivez, a vaidade, e o orgulho excessivo, com conceito elevado ou exagerado de si próprio". Nabucodonosor concentrou todas estas características perdendo-­se em si mesmo no mundo obscuro do orgulho. “... Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei [...] para glória da minha magnificência? (Dn 4.30) (Revista Ensinador Cristão. Editora CPAD. p. 38).

V -­ EXEMPLOS NEGATIVOS NA BÍBLIA DE SOBERBA
A soberba é o orgulho excessivo que uma pessoa demonstra e não tem nenhum senso de autocrítica. É como uma doença contagiosa que se aloja no coração do homem e ele perde a capacidade de admitir que para viver no mundo dos homens precisa lembrar que o outro existe. A falta do senso de autocrítica o faz agir irracionalmente (Sl 101.5; 2 Cr 26.16). A soberba nada mais é do que o egoísmo na sua mais alta plenitude. Uma pessoa soberba é capaz de menosprezar até o poder de DEUS, achando que não precisa Dele. A Bíblia nos mostra que a soberba torna os olhos altivos, apodrece a alma (Pv 21.4) e cega a vista (1 Tm 3.6; 6.4). Vejamos:

● A história de Lúcifer infere-­se em dois textos proféticos de Isaías e Ezequiel nos quais, encontramos em linguagem metafórica, a história literal da queda de Lúcifer, perdendo sua posição na presença de Deus. Ele é identificado na Bíblia como Diabo, Satanás (Is 14.13­16; Ez 28.14,16). Essas duas escrituras revelam que Lúcifer perdeu seu status celestial na presença de Deus por causa da sua soberba. Por isso, a soberba é um pecado do espírito humano, que afeta diretamente as relações verticais do homem com Deus.

● Rei Saul é outro exemplo negativo do significado da soberba. Saul começou bem o seu reinado, até que se deixou dominar por inveja, ciúmes e, então, começou a agir irracionalmente. A presunção de se achar superior a tudo, o levou a agir com atitudes arbitrárias dentro do Palácio e nos assuntos do reino. Foram atitudes que feriam princípios morais, políticos e espirituais de Israel. Sua arrogância o fez praticar ações que não competiam à sua alçada e, por isso, foi lhe tirado a graça de Deus na sua vida. Então passou a agir irrefletidamente dominado pela soberba que fez Deus rejeitá-­lo, porque sua desobediência era fruto da soberba (1 Sm 9.26; 10.1; 15.2,3,9; 15.23).

● O Rei Herodes é outro personagem que se destaca na Bíblia por sua soberba Ele era um homem altivo, presunçoso e teve um fim triste para a sua história. Em Atos dos Apóstolos está registrado sua arrogância (At 12.1,2; At 12.3­-11; At 12.21,22). Para que todos entendessem que Deus não aceita que se zombe da sua soberania e justiça, enviou o seu anjo que “feriu-­o..., porque não deu glória a Deus e, comido de bichos, expirou” (At 12.23).

● Nabucodonosor é o grande exemplo do perigo da arrogância. Por esta causa ele perdeu seu trono e seu reino. A soberba é um dos pecados do espírito humano que afeta diretamente a soberania de Deus. Por causa da sua arrogância contra o cetro do Deus Altíssimo, Nabucodonosor, assim como a árvore do sonho, foi cortado até a raiz (Dn 4.18). A profecia cumpriu-­se integralmente na vida deste rei, e ele, depois de humilhado, perdeu a capacidade moral de pensar e decidir porque seu coração foi mudado, de “coração de homem”(Dn 4.16) para “um coração de animal” (Dn 4.25).

VI - ­ ENSINOS SOBRE SOBERBA E A ARROGÂNCIA
Nos dias de Daniel, Nabucodonosor era o rei do maior império da época de 605 a 562 a.C. Certa ocasião, quando ele passeava no palácio real de Babilônia, disse: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder, e para glória da minha magnificência?” (Dn 4.30). Quando ele reconheceu que o poder e a soberania pertence única e exclusivamente a Deus, foi restabelecido o seu reino e sua glória foi acrescentada (Dn 4.35,36). Vejamos o que a Bíblia nos diz sobre a soberba:

● “Vindo a soberba, virá também a afronta...” (Pv 11.2). A soberba conduz a afronta. A Bíblia está repleta de exemplos: Golias desafiou o exército de Israel (I Sm 17.8-­10); Hamã desejou exterminar Mardoqueu e o povo judeu (Et 3.6­-15); o rei Belsazar tomou vinho juntamente com seus oficiais, suas mulheres e concubinas nos utensílios da casa de Deus (Dn 5.23).

● “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda” (Pv 16.18). O fim do soberbo é sempre trágico. Golias foi morto por Davi, um pastor de ovelhas (I Sm 17.48­-54); Hamã conduziu Mardoqueu pelas ruas da cidade, gritando: “assim se fará ao homem cuja honra o rei se agrada”, e, depois, foi morto na forca que preparou para Mardoqueu (Et 6.11; 7.10); e o rei Belsazar foi morto na mesma noite que bebeu vinho nos utensílios do templo (Dn 5.30).

● “Abominável é para o Senhor todo altivo (soberbo) de coração” (Pv 16.5). A palavra abominar deriva-­se do hebraico: nã'ats e significa “desprezar”, “rejeitar”, “abominar”. Também tem o sentido de “aborrecer”, “detestar” e “odiar”. Deus abomina o orgulho porque conduz o homem a uma falsa sensação de independência, auto suficiência e superioridade aos demais; sentimentos estes, condenados na Palavra de Deus (Pv 6.17; 8.13; Ob 1.3; Lc 14.11; At 17.28; Fp 2.3).

CONCLUSÃO
Vimos que Deus não derrama Seu juízo antes de chamar o homem ao arrependimento. O Senhor deu doze meses para Nabucodonosor se arrepender, porém, ele exaltasse em vez de dar glória a Deus (Dn 4.29-­30). “Eu edifiquei”; “pela força do meu poder” “para a glória da minha majestade”. Quando o homem não escuta a voz da graça, ouve a trombeta do juízo. O orgulho é algo abominável para Deus, pois Ele resiste ao soberbo (Tg 4.6).

REFERÊNCIAS
● ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
● CABRAL, Elienai. Integridade Moral e Espiritual: o legado do livro de Daniel para igreja hoje. CPAD
● CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
● _______________. O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
● STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: www.rbc1.com.br

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

JOGRAL - LANÇAI A REDE (LC 5. 1-10)

Todos - Lançai a rede!

1 - A Bíblia, em Lucas 5, narra a passagem da pesca maravilhosa em que Jesus estava ensinando a palavra de Deus junto ao lago de Genesaré.
2 - E por ter muita gente a sua volta, querendo ouvir a palavra de Deus, entrou em um dos barcos que estavam na praia.
3 - E tendo subido no barco pediu que o afastasse um pouco da praia e dali ensinou a multidão.
4 - E havendo Jesus acabado de pregar mandou que Simão Pedro saísse ao alto mar para que lançasse mais uma vez as redes.
5 - Tendo em vista, que durante toda a noite haviam tentado apanhar algum peixe e nada acharam...
Simão Pedro disse a Jesus: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes.
6 - E o texto Bíblico nos diz que: fazendo isto, apanharam grande quantidade de peixes a ponte de romper-se lhes as redes.
1 a 3 - Ao que vendo isso, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus dizendo:
4 a 5 - Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador.
Todos – Respondeu Jesus: Não temas; doravante serás pescador de homens.

1 e 2 - Essa foi a ordem de Jesus para o Pedro pescador!
3 e 4 - Essa é a ordem de Jesus para você!
5 e 6 - Essa é a ordem de Jesus para a sua Igreja!
Todos - Lançai a rede!

1 - O crente que não lança a sua rede não está cumprindo o ide de Jesus!
2 - Não está em sintonia com a vontade divina!
3 - Não está dando de graça o que recebeu de graça!
4 - E muitos colocam desculpas para não anunciar o evangelho!
5 - Dizem que estão cansados, com sono, sem palavra, com dor de cabeça!
6 - E ainda outros dizem: é meu dia de descanso!
Todos - Mas Pedro disse: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes.

1 - Pedro estava cansado!
2 - Pedro estava sem forças!
3 - Pedro estava com sono!
4 - Pedro estava desanimado e preocupado!
5 - Mas Pedro teve fé e confiança nas palavras de Jesus!
6 - Lançou a rede e o milagre aconteceu!
Todos - Lançai a rede!

1, 3 e 5 - Queres ver milagres de Jesus na tua vida?
2, 4 e 6 - Lançai a rede!
1, 3 e 5 - Queres ver a providencia de Deus em tua vida?
2, 4 e 6 - Lançai a rede!
Todos - Lançai a rede!

1 e 2 - Lance a rede ainda que o mar da tua vida esteja revolto.
3 e 4 - Lance a rede mesmo em meio às dificuldades.
5 e 6 - Lance a rede mesmo que pareça que não tem peixes.
Todos – Lançai a rede!

1, 2 e 3 - Se Jesus mandou lance a rede!
4, 5 e 6 - Se Jesus ordenou lance a rede!
1 - Não duvides...
2 - Não desobedeças...
3 - Cumpra essa ordem...
4 - Não fujas da tua missão...
5 - Não te escondas do teu chamado...
6 - Não enterres o teu talento...
Todos – Lança a rede!

1 - Não te esquives do chamado divino...
2 - Não ignores o ide glorioso...
3 - Não retenhas as palavras de vida eterna...
4 - Não negues O Pão a quem tem fome...
5 - Não negues A Água a quem tem sede...
6 – não feches o céu ao teu próximo...
Todos – Mas,...

1 - Prega a palavra...
2 - Prega a verdade...
3 - Anuncia o ide glorioso...
4 - Propaga a mensagem da cruz...
5 - Prega o Evangelho de Jesus...
6 - Prega o calvário de dor...
5 - Prega a mensagem de amor...
4 - Prega que Jesus é O Caminho...
3 - Prega que Jesus é A Verdade...
2 - Prega que Jesus é A Vida...
1 - Que Jesus é o alento...
Todos - Que Jesus é o lenitivo divino!

1 - Que Ele é o Pão da Vida!
2 - A Esperança para o perdido!
3 - O Logos divino...
4 - O Filho do Amor de Deus...
5 - O Santo...
6 - O Bendito...
5 - O nosso Advogado...
4 - O Amado das nações...
3 - O desejado das nações...
2 - O Esperado...
1 - O Cristo...
Todos - Pregai!

1 - O Cristo vivo!
2 - O Cristo redivivo!
3 - O Messias!
4 - O Yeshua Hamashia!
5 - O Noivo da Igreja!
6 - O Criador de todas as coisas!

Todos - O redentor da tua vida, O salvador da tua alma, O Sumo-Sacerdote, O sumo-Pastor e O Senhor de todas as coisas! Lançai a rede! Amém!

terça-feira, 21 de outubro de 2014

LIÇÃO 04 – A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA (Dn 3.1-7,14) - 4º TRIMESTRE 2014

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 04 – A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA - 4º TRIMESTRE 2014 
(Dn 3.1-7,14)

INTRODUÇÃO
No capítulo 3 do livro de Daniel, Misael, Hananias e Azarias, se depararam com um culto idólatra promovido pelo rei que, por meio de um decreto, obrigou a todos que se curvassem diante de um ídolo. Contudo, eles demonstraram sua fidelidade mantendo-se de pé mesmo sob sentença de morte. Nesta lição, destacaremos algumas virtudes destes servos do Senhor e o que Deus pode realizar quando alguém se compromete com a sua Palavra, custe o que custar.

I – A PROPOSTA ARDILOSA DO REI NABUCODONOSOR
O registro do capítulo 3 do livro de Daniel sugere claramente que o propósito principal desta parte do livro é diretamente prático e não doutrinário. Como podemos ver, não há predições. A narrativa simplesmente fala do destino dos três amigos de Daniel na qualidade de firmes confessores da fé (Daniel não aparece no capítulo). “Por que Daniel não foi descoberto em desobediência civil como os três foram, explica-se melhor pela conjectura de que estivesse ausente da cidade em alguma obrigação oficial” (MOODY, sd, pp. 29,30 – acréscimo nosso).

1.1 - A promoção da idolatria (Dn 3.1). O paganismo fazia parte da cultura babilônica. Deuses como Aku, Bel, Nebo dentre outros eram adorados em Babilônia (Dn 1.7; 2.11; 3.12,14,18;5.4,23). A narrativa do capítulo 3 de Daniel elucida bem esta verdade, pois narra a construção de um ídolo (Dn 3). A descrição de quem a erigiu: Nabucodonosor; o material 
com que foi feito: ouro; o seu tamanho 30 metros de altura por 3 de largura; e as pessoas convidadas para prestigiar o evento nos mostra quão significativa era esta reunião e quão imponente era a estátua (Dn 3.1,2). Há três opiniões principais entre os estudiosos da Bíblia sobre que tipo de ídolo era esse que foi construído por Nabucodonosor: 

(1ª) Talvez ele estivesse tentando reproduzir a estátua que vira em sonho (Dn 2.31-49); 
(2ª) podia estar homenageando seu padroeiro, Nebo, ou alguma outra divindade; e
(3ª) poderia ser uma imagem de si mesmo na tentativa de auto deificar-se, o que era uma prática pagã comum aos grandes conquistadores (Jz 8.27; II Sm 18.18; Dn 4.29,30). A Bíblia condena veemente a prática da idolatria (Êx 20.2-4,23; Lv 19.4; 26.1; Dt 7.5,25; 12.3; I Rs 14.9; Is 2.8,9; 57.5; Jr 1.16; At 15.28,29; I Co 10.14; Cl 3.5; I Pe 4.3; I Jo 5.21).

1.2 - A unificação da religião. A política de Nabucodonosor após conquistar cidades era de torná-las colônias de exploração exigindo o pagamento de tributo (II Rs 24.1; 36.10), e conduzir cativos à elite do reino para que estes pudessem auxiliá-lo na administração do seu império (Dn 1.3-5; 3.4,5). Sabedor de que os seus conquistados eram de outras religiões, Nabucodonosor, intentou na construção dessa grande imagem de escultura fazer com que seu governo fosse supremo em tudo, tanto no aspecto civil quanto religioso, promovendo um grande culto ecumênico (Dn 3.3-5). “Inicialmente, o ecumenismo era a concretização do ideal apostólico de agregação de todos os que professam o nome de Cristo. Com o passar dos tempos, porém, a palavra foi sendo desvirtuada até ser tomada como um perfeito sinônimo para o sincretismo religioso. Os que buscam semelhante universalidade, pregam a união indistinta entre protestantes, católicos, judeus, espíritas, budistas etc. Tal união é contrária ao espírito das Escrituras; tanto o Antigo quanto o Novo Testamento são exclusivistas em matéria de fé e prática” (Lv 20.23-27; II Co 6.14-18) (ANDRADE, 2006, pp. 156,157). 

1.3 - Um decreto real nocivo (Dn 3.4-5,10). Para forçar os convidados adorarem a estátua, o sagaz Nabucodonosor através do arauto anunciou que a homenagem aquele ídolo tinha a força de um decreto “Tu, ó rei, fizeste um decreto” (Dn 3.10-a). O Aurélio diz que um decreto é uma “determinação escrita, emanada do chefe do Estado, ou de outra autoridade 
superior” (FERREIRA, 2004, p. 608). Diante disto, não adorar a imagem era estar em desobediência civil a autoridade constituída. A Bíblia recomenda que o servo de Deus esteja sujeito a autoridade e a obedeça (Dn 3.12; 6.10,11; Lc 20.22-25; Rm 13.1-7; I Tm 2.1,2; I Pe 2.17). Todavia, quando a autoridade cria leis e decretos que contrariam a Palavra de Deus, que é a nossa regra de fé e prática, devemos preferir a vontade soberana do Senhor (Lc 12.31-33; At 5.27-29). 

1.4 - A pena capital (Dn 3.6,11). Nabucodonosor parecia prever que alguns daqueles líderes que foram convidados para a cerimônia de consagração da estátua se opusesse a prostrar-se perante ela, por isso providenciou uma penalidade, um castigo severo para o que procedesse assim “E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro da fornalha de fogo ardente” (Dn 3.6). A fornalha de que se refere o texto “trata-se de um forno grande, com abertura no alto, usado para moldar coisas (Dn 3.22,23). Ao nível do chão havia uma porta, por onde o metal era extraído (Dn 3.26). Esse tipo de forno recebia o combustível pelo alto, ao passo que era fechado por tijolos nos quadro lados. Ele era usado para infligir punição capital por parte dos persas (Jr 29.22; Os 7.7). Usualmente tinha forma de cúpula” (CHAMPLIN, p. 808, 2004 – acréscimo nosso). Como podemos ver, o verdadeiro servo de Deus está disposto a sofrer o pior dos castigos que contrariar a vontade do Senhor (Dn 6.10-17; Hb 11.34-38). 

II – A POSTURA FIRME DOS SERVOS DE DEUS 
Após o anúncio do arauto e o toque dos instrumentos, os líderes que ali estavam dobraram-se diante da estátua de ouro (Dn 3.7). Todavia, o registro bíblico acrescenta que três judeus: Misael, Hananias e Azarias, mantiveram-se de pé. Por isso, foram acusados pelos caldeus de desrespeito ao rei “não fizeram caso de ti”, deslealdade “a teus deuses não servem” e desobediência “nem adoram a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.12). Com essa postura, eles revelaram possuir características que autenticam um verdadeiro servo de Deus. Destacaremos algumas:

2.1 - Coragem (Dn 3.16-18). O texto bíblico nos mostra que era necessário muita coragem por parte destes homens judeus de se contrapor a vontade do seu patrão Nabucodonosor, estando cientes de que não ficariam impunes por isso. O Aurélio define coragem como: “bravura em face do perigo. Intrepidez, ousadia” (FERREIRA, 2004, p. 549). “Um homem corajoso é aquele que não recua diante de consequências adversas, na realização do seu dever. A coragem é uma qualidade mental que leva o homem a enfrentar perigos ou oposição com intrepidez, calma, firmeza e propósito” (CHAMPLIN, p. 899, 2004). A Bíblia exorta-nos a sermos corajosos (Sl 31.24; Pv 24.10; Lc 12.4,5; I Pe 3.14). 

2.2 - Fidelidade (Dn 3.12,18). A expressão “fidelidade” advém da palavra “fiel” que significa: “que cumpre aquilo a que se obriga; leal” (FERREIRA, 2004, p. 894). Esta virtude é fruto do Espírito (Gl 5.22), que por sua vez é característica fundamental na vida de todo aquele que serve a Deus (Nm 12.7; I Sm 12.24; Pv 12.22; I Tm 4.10,12; Ap 2.10). “Os três 
homens poderiam ter transigido com o rei e defendido sua desobediência com argumentos como: 'todos estão fazendo isso', ou 'é uma das obrigações de nosso cargo', ou ainda 'dobraremos nossos joelhos, mas não o nosso coração'. Poderiam ter dito: 'podemos ser mais úteis para nosso povo como oficiais à serviço do rei do que como cinzas na fornalha do rei'. Contudo, a verdadeira fé não procura brechas para escapar; simplesmente obedece a Deus e sabe que ele fará aquilo que for melhor. A fé baseia-se em ordens e em promessas, não em argumentos e explicações” (WIERSBE, 2008, p. 324). 

2.3 - Determinação (Dn 3.16,17). Determinado é alguém “decidido, resolvido” (FERREIRA, 2004, p. 667). É o que estes homens de Deus mostraram ser diante da proposta de Nabucodonosor de se curvarem diante da imagem e pouparem suas vidas da morte “não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de ouro que levantaste” (Dn 3.18-b). Aquele que é determinado em agradar a Deus ele o faz em todo tempo. Estes homens assim que chegaram a Babilônia juntos com Daniel assentaram no seu coração de não se contaminar (Dn 1.8). Passado um tempo, eles serviam ao Senhor mantendo a mesma fidelidade. Essa virtude foi reconhecida pelo próprio Nabucodonosor (Dn 3.8).

2.4 - Capacidade de renunciar (Dn 3.18-20). Do que poderemos abrir mão a fim de comprovarmos nossa fidelidade a Deus e aos homens? Misael, Hananias e Azarias mostraram que estavam dispostos a renunciar a própria vida, se preciso fosse. O martírio é preferível à apostasia. O texto deixa claro que eles não sabiam se Deus iria livrá-los, mas mesmo assim permaneceriam fiéis até a morte (Dn 3.17,18). O verdadeiro servo do Senhor está disposto a abrir mão de qualquer coisa por amor ao seu Deus (Gn 12.1-3; 22; Fp 3.5-8; Hb 11.24-27). 

III – A PROVIDÊNCIA DIVINA NA FIDELIDADE HUMANA
Tanto os hebreus como o Deus deles foi afrontado por Nabucodonosor (Dn 3.15). Contudo, nesta ocasião o Senhor resolveu intervir trazendo três benefícios aos seus servos, a fim de mostrar a Nabucodonosor, aquela multidão, aos três judeus e a todos aqueles que lhe obedecem, que para Ele nada é impossível (Gn 18.14; Lc 1.37).

3.1 - Livramento. O rei furioso mandou lançar os judeus amarrados dentro de fornalha. Todavia, algo extraordinário aconteceu, aqueles hebreus não sofreram queimadura alguma, porque Deus estava com eles dentro do forno aniquilando o poder do fogo, livrando-os da morte conforme asseverou e viu o próprio Nabucodonosor (Dn 3.25). 

3.2 - Honra. A Bíblia ensina que aquele que honra a Deus por ele será honrado (I Sm 2.30; Jo 12.26). “Diante do grandioso milagre operado por Deus, o monarca babilônico firma em seu coração um propósito pelo qual a soberania do verdadeiro Deus fosse reconhecida e aceita por todos os povos sob seu governo. Nabucodonosor reconhece isso e declara: “porquanto não ha outro Deus que possa livrar como este” (Dn 3.29-b)” (SILVA, 1986, p. 69).

3.3 - Prosperidade. Após o ocorrido, aqueles homens de Deus foram promovidos por Nabucodonosor “Então o rei fez prosperar a Sadraque, Mesaque e Abednego, na província de Babilônia” (Dn.3.30). Deus recompensa tanto nesta vida quanto no porvir aqueles que lhe servem de forma agradável (Dn 12.13; II Tm 4.8). 

CONCLUSÃO
Como pudemos ver, Deus glorificou o seu nome proporcionando livramento aos três judeus que se propuseram honrá-lo mesmo correndo risco de morte. Devemos agir de forma semelhante diante das atuais propostas do inimigo. Não devemos jamais abrir mãos de valores inegociáveis. 

REFERÊNCIAS
• ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.
• CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
• SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: www.rbc1.com.br

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

LIÇÃO 03 – O DEUS QUE INTERVÉM NA HISTÓRIA (Dn 2.12-23) - 4º TRIMESTRE 2014

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 03 – O DEUS QUE INTERVÉM NA HISTÓRIA - 4º TRIMESTRE 2014 
(Dn 2.12-23)

INTRODUÇÃO
Uma das principais lições que aprendemos na Bíblia, principalmente no livro de Daniel, é que o Soberano Deus intervém na história da humanidade (Dn 2.20-22; 3.28; 4.24,37; 5.18,24; 6.22,26,27). Nesta lição, estudaremos sobre a intervenção de Deus na História e também sobre o sonho do rei Nabucodonosor, onde Deus revelou os reinos que sucederiam a Babilônia.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA INTERVENÇÃO
Segundo Aurélio, o termo intervenção, do latim, “interventione” significa “ato de intervir”, “interferência”. Existem duas teorias acerca da intervenção de Deus na história. Vejamos:

1.1 - Deísmo. “Doutrina que, apesar de admitir a existência do Supremo Ser, ensina não estar Ele interessado no curso que a história toma ou venha a tomar. Noutras palavras, de acordo com o deísmo, Deus limitou-se tão somente a criar-nos, abandonando-nos a seguir à própria sorte” (ANDRADE, 2006, p. 133) 

1.2 - Teísmo. “Doutrina que admite a existência de um Deus pessoal, Criador e Preservador e tudo quanto existe, e que, em sua inquestionável sabedoria, intervém nos negócios humanos” (ANDRADE, 2006, p. 338).

II - A INTERVENSÃO DE DEUS NA HISTÓRIA
A Bíblia nos mostra claramente que Deus intervém na história. Ele é o Deus vivo, que intervém na história da humanidade e faz tudo que lhe apraz (Dt 32.39; Jó 5.8-13,18; Sl 115.3; Ec 8.3; Dn 2.20-22).. Ele intervém, tanto de forma individual como de coletiva. Vejamos:

2.1 - Individualmente: Muitos servos de Deus tiveram experiências que provam claramente a intervenção de Deus em suas vidas, tais como: Enoque, ao ser trasladado por Deus (Gn 5.24); quando concedeu um filho a Sara de forma milagrosa, pois além de estéril estava avançada em idade (Gn 21); no momento em que Deus livrou Daniel na cova dos leões (Dn 6); e tantos outros (Jz 13.3-5; I Sm 1.19; Jó 42.10; Is 6.6-8; Jr 1; Ez 1).

2.2 - Coletivamente: Deus também interfere na história de forma coletiva, como podemos observar no juízo que ele trouxe sobre a terra por ocasião do dilúvio (Gn 6-8); na confusão das línguas (Gn 11.1-9); na destruição das cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 19.24-28); na formação e preservação da nação de Israel (Gn 12.1-3; Êx 19.5,6); na destruição dos cananeus, como está registrado no livro de Josué; no envio do profeta Jonas a cidade de Nínive (Jn 1-4); na destruição do exército de Senaqueribe(II Rs 19.32-35); nas experiências dos servos de Deus em Babilônia, registradas no livro do profeta Daniel (Dn 3).

III – A INTERVENÇÃO DIVINA REVELADA NO SONHO DE NABUCODONOSOR
A Bíblia nos mostra que Deus fala e também revela o futuro por intermédio de sonhos (Jó 33.15,16; Gn 37.5-10; 40.5-9; 41.1-32; Nm 12.6; Jz 7.13-15; Dn 4.5-19; 7.1; Mt 1.20; 2.12,13,19,22). No capítulo 2 de Daniel, encontramos uma das mais extraordinárias profecias acerca dos grandes impérios que surgiram após o babilônico, inclusive, o Reino Milenial de Cristo, que ainda terá seu cumprimento no futuro, e demonstra como o Soberano Deus intervém na história, como veremos a seguir:

3.1 - O Sonho. No segundo ano do seu reinado, Nabucodonosor, rei de Babilônia, foi dormir pensando no que ocorreria depois do seu reino (Dn 2.29), e teve um sonho que lhe deixou perturbado. Ele sonhou com uma grande estátua, cuja cabeça era de ouro; o peito e os braços de prata; o ventre e as coxas de cobre; as pernas de ferro; e os pés, em parte de ferro e em parte de barro. Ele viu ainda quando uma pedra foi lançada, sem o auxílio de mãos, e feriu a estátua nos pés, e despedaçou o barro, oferro, o bronze, a prata e o ouro. E, a pedra que feriu a estátua, tornou-se num grande monte, e encheu toda a terra (Dn 2.31-35). 

3.2 - O esquecimento do sonho e a perturbação do rei. Os caldeus acreditavam que os deuses se comunicavam com os homens por intermédio de sonhos. Por isso, Nabucodonosor julgou que seus deuses queriam comunicar-lhe algo acerca do seu reino Dn 2.3). Mas, ele esqueceu só sonho, ficou perturbado e teve até insônia (Dn 2.1). O que o rei não sabia é que não se tratava de nenhum deus da Babilônia, e sim, do Deus de Israel, que Nabucodonosor veio a conhecê-lo posteriormente, depois de algumas experiências envolvendo Daniel e seus amigos na corte de Babilônia (Dn 2.46-48; 3.28,29; 4.37). 

3.3 - A incapacidade dos adivinhadores de Babilônia. O rei mandou chamar, então, os magos, os astrólogos, os encantadores e os caldeus para lhe declarar o sonho e dar-lhe a sua interpretação (Dn 2.2). Eles eram conselheiros do rei, e eram peritos em astrologia, astronomia, adivinhações, artes mágicas, interpretação de sonhos e assuntos afins. As atividades desses servos do rei eram praticadas desde os tempos antigos no Egito (Êx 7.11,22; 8.7,18,19). Mas, nenhum deles puderam dizer o sonho e nem dar a sua interpretação (Dn 2.11), pois aquele sonho veio do próprio Deus, e somente Ele poderia revelar e dar-lhe a sua interpretação (Dn 2.29).

3.4 - A ordem para matar os sábios de Babilônia. Diante da frustração, o rei ficou enfurecido e decidiu mandar matar todos os sábios, inclusive Daniel e seus amigos: “Saiu o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos” (Dn 2.13). Mas, Daniel, sabiamente, numa atitude de fé, pediu ao rei, por intermédio de Arioque, que lhe desse tempo para ele dar a interpretação do sonho, e chamou seus companheiros para buscarem a Deus em oração, para que Deus lhe revelasse o sonho, para que eles não fossem mortos também (Dn 2.16-18).

3.5 - Deus revelou o sonho a Daniel. Não podemos dizer, ao certo, por quanto tempo Daniel e seus companheiros oraram por esta causa; mas, no momento oportuno, Deus revelou o sonho a Daniel numa visão durante a noite (Dn 2.19). Então, Daniel louvou a Deus, dizendo: “Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele são a sabedoria e a força; E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz” (Dn 2.20-23). 

IV – A INTERPRETAÇÃO DO SONHO
O gráfico abaixo nos mostra detalhes sobre o sonho de Nabucodonosor, acerca dos impérios mundiais. Vejamos: 

PARTE MATERIAL IMPÉRIO PERÍODO TEXTO

Cabeça Ouro Babilônico 606 a 539 a.C. Dn 2.32a,37,38
Braços e Peito Prata Medo-Persa 539 a 331 a.C. Dn 2.32b,39
Ventre e coxas Bronze Grego 331 a 146 a.C. Dn 2.32c,39b
Pernas Ferro Romano 146 a.C. a 476 d.C. Dn 2.33a,40
Pés Ferro e barro Império Romano restaurado 7 anos de Tribulação Dn 2.33b,41-43

4.1 - A cabeça de ouro. O profeta Daniel disse ao rei Nabucodonosor: “... tu és a cabeça de ouro” (Dn 2.38). Logo, a cabeça de ouro representa, tanto o império babilônico como o próprio rei. O império babilônico recebeu na Bíblia Sagrada o título de “oornamento dos reino”, “a glória e a soberba dos caldeus”, e a sua capital foi chamada de “cidade dourada” (Is 13.19; 14.4). 

4.2 - O peito e os braços de prata. Este segundo império está simbolizado na estátua pelo peito e braços de prata, diz respeito ao império que foi formado pela união de dois povos: Os Medos e os Persas. “Ciro, o Persa derrotou os medos em 550 a.C., e empreendeu as conquistas que deram como resultado a fundação do Império Persa que dominou o mundo de 539 a 331 a.C.

4.3 - O ventre e as coxas de cobre. Simbolizam o terceiro Império Mundial, a Grécia, que tornou-se conhecida no mundo inteiro devido as conquistas do seu líder, Alexandre, que conquistou o mundo conhecido da sua época. O Império grego perdurou de 331 a 146 a.C. 

4.4 - As pernas de ferro. Refere-se ao Império Romano que cumpriu cabalmente tudo o que dele se acha escrito nas profecias (Dt 28.50-53; Dn 2.40,7.7). Este foi o mais longo de todos os Impérios, que durou por mais de seis séculos (de 146a.C. a 476 d.C.).

4.5 - Pés de ferro com barro. Os reinos anteriores já se cumpriram no passado. Este é futuro e diz respeito a restauração do Império Romano, que se dará pelo governo do Anticristo na terra durante os sete anos de Tribulação (Dn 9.27; 11.31-45; II Ts 2.3-8; Ap 13.1-10). 

4.6 - A pedra atirada sem o auxílio de mãos. De acordo com o sonho de Nabucodonosor, a pedra atingiu a estátua, não na cabeça de ouro (Império Babilônico); nem no peito e braços de prata (Império Medo-persa); nem no ventre e coxas de bronze (Império Grego); nem nas pernas de ferro (Império Romano); mas, sim nos pés e nos dedos em parte de ferro e barro (O Império Romano restaurado). Será o Reino de Cristo na terra por mil anos (Is 2.3; 60.3; 66.2; Je 3.17; Ap 20.1-6). 

CONCLUSÃO
Como pudemos ver, o Soberano Deus intervém na História dos homens, e faz tudo o que lhe apraz. O sonho de Nabucodonosor não foi um sonho comum; mas, uma profecia acerca dos Reinos que sucederiam a Babilônia (Medo-Persa, Grego, Romano), inclusive do Reino Milenial de Cristo, quando “... o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, e será estabelecido para sempre” (Dn 2.44). 

BIBLIOGRAFIA
• ALMEIDA, Abraão de. Uma profecia para Hoje. BEREIA.
• __________________. As Visões Proféticas de Daniel. CPAD.
• ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário teológico. CPAD.
• GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
• SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: www.rbc1.com.br

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

LIÇÃO 02 – A FIRMEZA DO CARÁTER MORAL E ESPIRITUAL DE DANIEL (Dn 1.1-8;17,20) - 4º TRIMESTRE DE 2014

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 02 – A FIRMEZA DO CARÁTER MORAL E ESPIRITUAL DE DANIEL(Dn 1.1-8;17,20) - 4º TRIMESTRE DE 2014 

INTRODUÇÃO
Viver uma vida irrepreensível diante da sociedade e principalmente diante de Deus é algo que não é tão fácil diante da sociedade contemporânea. Veremos nesta lição que é possível ser moralmente e espiritualmente firme e íntegro diante de Deus baseados na vida do Profeta Daniel. Estudaremos algumas características de seu caráter e analisaremos também algumas de suas qualidades como um bom servo do Senhor.

I – DEFINIÇÃO DAS PALAVRAS INTEGRIDADE E CARÁTER
Pode-se definir integridade como “solidez de caráter”. Pode, também, significar o estado de “ser inteiro”, “ser completo”. Deriva-se do verbo “integrar”, que significa “tornar unido para formar um todo completo ou perfeito” “retidão, perfeição”. Qualidade de alguém de conduta reta, pessoa de honra, ética, educada, imparcial, pureza ou castidade, o que é justo. Já a palavra caráter significa o aspecto dinâmico da nossa personalidade. É aquilo que nos faz diferentes dos outros, conjunto dos traços particulares de uma pessoa (FERREIRA, 2004, pp. 1116, 402).

II – CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DE DANIEL (Dn 1.3) 
2.1 - “E disse o rei a Aspenaz chefe dos seus eunucos...” (Dn 1.3-a). Eunuco do hebraico “sarís”, era um macho castrado. Por motivos óbvios, os eunucos eram frequentemente encarregados dos haréns reais. Às vezes a palavra, por metáfora, era usada simplesmente com referência a um oficial. Há quem defenda que exista uma grande possibilidade de que Daniel e seus amigos tenham sido desvirilizados (castrados) baseados na profecia de II Rs 20.18 e Is 39.7. No entanto, essa informação não significa a literalidade da palavra, não há nada absolutamente que prove que Daniel e seus três amigos foram castrados, mais sim, que tenham apenas se afastado do contato com mulheres e preservado o seu estado de castidade por uma livre escolha e devoção “Porque há eunucos que nasceram assim; e há eunucos que pelos homens foram feitos tais; e outros há que a si mesmos se fizeram eunucos por causa do reino dos céus..." (Mt 19.12).

2.2 - “....que trouxesse alguns dos filhos de Israel..” (Dn 1.3-b). Esses eram originalmente descendentes de Jacó ou Israel. Tinham a reputação de serem da linhagem de Davi. Esses quatro jovens de Judá, por intermédio dos seus nomes, testemunhavam do único e verdadeiro Deus. Quaisquer que tivessem sido as limitações do seu ambiente religioso em 
Judá, seus pais lhes deram nomes que serviam de testemunho ao Deus que serviam. Daniel significava: “Deus é meu juiz”; Hananias significava: “O Senhor tem sido gracioso ou bondoso”; Misael significava: “Quem é como é Deus?” e Azarias declarava: “O Senhor é meu Ajudador”.

2.3 - “...e da linhagem real e dos nobres ou príncipes” (Dn 1.3-c). A palavra nobres no hebraico “partemím” é um termo aparentemente usado com referência a pessoas importantes. Entre esses cativos da primeira leva estava os melhores da nação judaica, inclusive membros da casa real, provavelmente descendentes do rei Ezequias, conforme a profecia de Isaías 39.6,7. Também refere-se a ilustres famílias, e não somente à casa real de Davi. O sentido dos três termos, “Israel, linhagem real e nobres”, indica que a seleção tinha de ser feita entre os hebreus, tanto da família real como de outras famílias da nobreza. 

III - TRÊS QUALIFICAÇÕES DE DANIEL 
Poucas personagens no AT são tão conhecidas quanto Daniel, desarraigado da sua terra natal, educado numa sociedade estrangeira, que manteve a firmeza do caráter moral e espiritual e uma lealdade inabalável ao Deus do seu povo. As suas habilidades e a integridade inspirada pela sua fé o conduziu a altos escalões de governo. Vejamos algumas de suas qualificações:

3.1 - QUALIDADES FÍSICAS

“Jovens sem nenhum defeito...” (Dn 1.4-a). Esta é a primeira de uma série de qualificações estipuladas para a seleção de homens a serem treinados na corte da Babilônia. Jovens no hebraico “yeladím”, entre quatorze ou quinze anos de idade ou um pouco mais é o que parece certo. Ausência de defeito. 

“...formoso e de boa aparência...” (Dn 1.4-b). A mesma combinação de palavras se usou em relação à beleza de Raquel (Gn 24.16; 26.7), Bate-Seba (IISm 11.3), da Rainha Vasti (Et 1.11) e de Ester (Et 2.2; 3,7). Daniel e seus amigos nobres (ou reais) eram fisicamente “perfeitos”. 

3.2 - QUALIDADES INTELECTUAIS 
"Instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, e versados no conhecimento”(Dn 1.4-c). Essas três expressões cumulativas “sabedoria, ciência e conhecimento” enfatizam a capacidade natural. A redundância da expressão hebraica é para dar ênfase e não para estabelecer distinções. Referia-se mais ao que os jovens já eram e não ao que iriam se tornar. “O programa educacional que estes jovens iriam se submeter provavelmente incluiu o estudo da agricultura, da arquitetura, da engenharia, da astrologia, da astronomia, das leis civis, da matemática e da difícil língua acádica” (CHAMPLIN, 2009, p. 3374). 

3.3 QUALIDADES MORAIS
“Que fossem competentes para assistirem no palácio do rei” (Dn 1.4-d). Talentos naturais e adquiridos que capacitassem esses homens a servirem um rei esplêndido em um edifício magnífico é o que se quis dizer. Os rapazes deviam ser humildes mas não tímidos. “E lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus” (Dn 1.4-e). A frase “competentes para assistirem no palácio”, indica claramente que deveriam ter conhecimentos em diversas áreas mais também ser moralmente justos.

IV – A INTEGRIDADE DE DANIEL COMO MODELO PARA NOSSO DIAS
A decisão de não comer das iguarias do rei era muito mais do que uma questão de conveniência ou saúde (Dn 1.8). A palavra traduzida por contaminar-se “gaal”, pode significar contaminação física (Is 63.3), "mancha", contaminação moral (Sf 3.1), ou, mais frequentemente, contaminação cerimonial (Ed 2.62; Ne 7.64). Vejamos algumas lições:

4.1 - Daniel um modelo de EXCELÊNCIA. Mesmo tendo sido levado muito jovem para o exílio babilônico, Daniel conhecia a Deus e não o trocaria por iguaria alguma que lhe fosse oferecida. É um modelo para os jovens (Ec 12.1), como também foram outros jovens na história bíblica como Samuel (1Sm 3.1-11), José (Gn 39.2), Davi (1Sm 16.12),Timóteo (2Tm 3.15). Durante toda a sua vida, Daniel foi um exemplo de fidelidade, integridade e de oração, pois orava três vezes ao dia, continuamente (Dn 6.10).

4.2 - Daniel modelo de INTEGRIDADE numa sociedade corrupta (Dn 1.6,7). Apesar de todo o esforço de seus exatores que os trouxeram para uma terra estranha e pagã, com costumes e hábitos, dedicados a outros deuses, Daniel soube, durante toda a sua vida, manter-se íntegro moral e fisicamente. A mudança de nome não os fez esquecerem de sua fé e seu Deus Vivo e Poderoso (Dn 1.6,7). 

4.3 - Daniel modelo de SUPERAÇÃO pela fidelidade a Deus (Dn 1.20). Neste versículo a poderosa mão de Deus dirigiu todo o curso dos acontecimentos, bem como, a saúde física, o vigor intelectual e a capacidade de superar inteligências comuns. O texto diz que “Deus lhes deu o conhecimento e a inteligência em todas as letras e sabedoria...” (Dn 1.17),tudo aquilo que os outros príncipes do palácio não tinham.

V - OS PERIGOS E RISCOS DA ACULTURAÇÃO
Daniel era radical em sua posição e não estava aberto a mudanças, se essas interferissem em sua fidelidade a Deus. Ele e seus companheiros compreenderam que a “babilonização” era uma porta aberta para a apostasia. Daniel não negociou seus valores, não se corrompeu e nem se mundanizou. Também não satanizou a cultura, dizendo que “tudo era 
do diabo”, mas percorreu com sabedoria os corredores da universidade e do palácio sem se corromper. Analisemos: 

5.1 - O perigo da mudança dos valores (Dn 1.7). Assim que chegaram na Babilônia seus nomes foram trocados. Com isso a Babilônia queria que eles esquecessem o passado e seu Deus. A Babilônia quis remover os marcos e arrancar suas raízes. Entre os hebreus, o nome era resultado de uma experiência com Deus. A universidade da Babilônia queria tirar a convicção de Deus da mente de Daniel e de seus amigos e implantar neles novas convicções, novas crenças, novos valores, por isso mudaram seus nomes. A Babilônia mudou os nomes deles, porém, não mudou seus corações. Daniel e seus amigos não permitiram que o ambiente, as circunstâncias e as pressões externas ditassem sua conduta. 

5.2 - O perigo das iguarias do mundo (Dn 1.8-a). Os jovens, além de ter a melhor universidade do mundo de graça, ainda teriam comida de graça, e da melhor qualidade. Os alimentos consumidos pelos pagãos continham coisas consideradas cerimonialmente imundas para os judeus. A carne da mesa do rei era sem dúvida morta de acordo com o ritual pagão e oferecida a um deus. Os judeus estavam proibidos de comer carne sacrificada a um deus pagão (Êx 34.15). Os judeus sempre enfrentaram este problema ao comer fora de sua terra (Lv 3.17; 6.26; 17.10-14; 19.26; Os 9:3, 4; Ez 4:13, 14).

5.3 - O perigo das ofertas vantajosas (Dn 1.19). Muitos judeus se dispuseram a aceitar as ofertas generosas da Babilônia. Esqueceram de Sião e dos absolutos da Palavra de Deus. A Lei já não servia mais para eles. Agora estavam num “estágio mais avançado” estudando as ciências do mundo. Além do mais, a Babilônia oferecia riquezas, prazeres e delícias. A lei de Deus, pensavam, é muito rígida, tem muitos preceitos. E assim, muitos se esqueceram de Deus e de Sua Palavra (2Rs 24.14). Para eles, tudo havia se tornado relativo e ultrapassado. No entanto, Daniel era ortodoxo, ou seja, vivia em plena obediência a Palavra do Senhor (Dn 1.8).

CONCLUSÃO
Daniel, um jovem fiel a Deus apesar de um passado de dor é um farol a ensinar-nos o caminho certo no meio da escuridão do relativismo. Seu testemunho rompeu a barreira do tempo e ainda encoraja homens e mulheres e jovens em todo o mundo a viver com integridade e santidade em nossos dias.

REFERÊNCIAS
ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. Mundo Cristão.
CABRAL, Elienai. Integridade Moral e Espiritual: O Legado do Livro de Daniel para a Igreja Hoje. CPAD
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. Editora Batista Regular. 
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

Fonte: www.rbc1.com.br

Traduza Aqui, gostou do Blog divulgue, Leia a Biblia