segunda-feira, 25 de março de 2019

LIÇÃO 13 – ORANDO SEM CESSAR – (Mt 6.5-13) 1º TRIMESTRE DE 2019


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524
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LIÇÃO 13 – ORANDO SEM CESSAR – (Mt 6.5-13)
1º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO

Na última lição deste trimestre, destacaremos à luz da Bíblia, algumas considerações a respeito da oração; aprenderemos também o quanto ela é necessária para vencermos na batalha espiritual; e por fim, veremos quais requisitos são necessários para que a nossa oração seja eficaz.

I – CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A ORAÇÃO
1.1 - Definição. O termo oração vem do grego “proseuchomai”, e do latim “orationem”, diz respeito a: “prece dirigida pelo homem ao seu Criador”, tendo como objetivo:

(a) adorá-lo como Criador e Senhor de tudo quanto existe;
(b) pedir-lhe perdão pelas faltas cometidas (Sl 51.1-14; Mt 6.12);
(c) agradecer-lhe pelos favores imerecidos (Dn 2.20,23); e,
(d) buscar proteção e uma comunhão mais íntima com Ele e colocar-se à disposição de seu reino (Mt 6.10) (ANDRADE, 2006, p. 285).

Em síntese, podemos dizer que a oração é o meio de comunicação com Deus. Não é apenas uma necessidade do cristão, mas também, um mandamento (1Cr 16.11; Is 55.6; Rm 12.12; Cl 4.2; 1Ts 5.17; 1Tm 2.8). A oração pode ser melhor definida como estar em comunhão com Deus, é mais do que simplesmente falar para Deus, mas falar com Ele. Isso implica em uma via dupla de “dar e receber” e não em um monólogo (WILMINGTON, 2015, p. 634 – acréscimo nosso).

1.2 - A postura específica para orar. Ao lermos a Bíblia, podemos observar que não existe uma posição única para orar, pois, ela registra diversos exemplos de pessoas que oraram de maneiras diferentes.

(a) oração de joelhos. Como Salomão que na dedicação do templo de Jerusalém, orou a Deus de joelhos e com as mãos estendidas (1Rs 8.22,54; 2Cr 6.13); o salmista nos convida a nos ajoelharmos diante do Senhor (Sl 95.6). Além disso, também oraram de joelhos: Daniel (Dn 6.10), Jesus (Lc 22.41), Estêvão (At 7.60), Pedro (At 9.40), e o apóstolo Paulo (Ef 3.14);
(b) inclinado ou prostrado. Foi assim que orou o servo de Abraão quando Betuel e Labão consentiram que Rebeca fosse com ele (Gn 24.52); e, o próprio Senhor Jesus no jardim do Getsêmani (Mt 26.39; Mc 14.35);
(c) em pé. A Bíblia registra também exemplos de pessoas que oraram em pé, como Abrão (Gn 18.22); Jesus (Mt 11.25; Jo 11.41); e o publicano (Lc 18.13); e,
(d) sentados (At 2.1,2). Ficando claro que pra Deus, não é a posição do corpo que necessariamente é importante, mas a condição do coração (Sl 51.17).

1.3 - O local certo de orar. A respeito do local ideal da oração, a Bíblia menciona o templo como um lugar específico de se buscar a Deus (Is 56.7; Lc 19.46; At 2.46; 3.1). No NT a uma ampliação a esta realidade, não se restringindo única e exclusivamente o templo como lugar de oração, Jesus disse: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente” (Mt 6.6). Portanto, não existe um lugar específico ou único para buscarmos a Deus em oração (Jo 4.20-24), contanto que este lugar esteja em perfeita harmonia com o que ensina a Palavra de Deus e as lideranças constituídas por Ele (Hb 13.17).

II – ORAÇÃO UMA ARMA NA BATALHA ESPIRITUAL
Escrevendo aos efésios sobre a batalha espiritual, Paulo além de tratar da armadura de Deus como recurso para vencermos este combate, ele faz referência a uma ferramenta imprescindível que nos proporciona a energia necessária para sermos vitoriosos, a oração: “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18). Podemos concluir que a oração faz parte permanente de todo o equipamento de guerra exposto nos versículos precedentes (Ef 6.14-17). Cada uma das armas espirituais, desde o “cinto” até a “espada”, deve ser vestida com a oração (CABRAL, 1999, p. 92). São três as coisas que devemos notar aqui com respeito à oração na batalha espiritual, vejamos:

2.1 - Orando em todo tempo. O apóstolo Paulo recomenda que devemos orar sempre: “Orando em todo o tempo […]” (Ef 6.18), a expressão “em todo tempo” é a tradução de: “en panti kairo”, que pode ser traduzida por: “em todas as ocasiões, o tempo todo, sempre”. O termo grego: “kairós”, às vezes tem a força de circunstância especial, e por conseguinte, neste contexto, significaria: “na ocasião do conflito” (BEACON, 2006, p. 200 – acréscimo nosso). O bom soldado é aquele que atenciosamente está ligado ao seu comandante para lutar. A oração, na guerra espiritual, tem o sentido de comunhão com o seu comandante. Talvez a maior falha da vida cristã seja que frequentemente tendemos a orar só nas grandes crises da vida. Só pela oração diária o cristão torna-se forte cada dia. A orientação apostólica é que devemos orar sem cessar (1Ts 5.17), o Senhor Jesus ensinou sobre a necessidade de orar sempre e não desvanecer (Lc 18.1), ficando claro que a constância da oração é imperativa para a vitória (Dn 6.10,22,27).

2.2 - Orando no Espírito. A respeito desse aspecto da oração Paulo afirma: “[…] com toda a oração e súplica no Espírito” (Ef 6.18). Esse tipo envolve aquela oração produzida pelo Espírito Santo, isto é, ensinada ou dirigida por Ele. Portanto, é o Espírito Santo quem nos ensina e habilita a orar a Deus (Rm 8.15,26; Gl 4.6; Jd 20). É a oração que recebe o impulso do Espírito para interceder, para adorar e louvar a Deus, na epístola ao coríntios Paulo motiva aos crentes de que orem com o espírito (1Co 14.14,15), que é a oração do espírito do crente, produzida pelo Espírito Santo. Aqui aprendemos que é o Espírito Santo quem ensina o nosso espírito a orar. As línguas estranhas, que são a evidência inicial do batismo no Espírito Santo, são ditas pelo nosso espírito interior através da fala. É a oração sem a interferência da mente, ou seja, do intelecto. Entretanto, Paulo orienta para que se ore com o espírito e, também, com o entendimento (1Co 14.15); já a oração em espírito, pode ser considerada a oração silenciosa, mental, que se faz em qualquer ocasião, trabalhando ou não, na rua ou em casa. É a oração em momentos difíceis onde não se pode alçar a voz, mas pode-se elevar à comunhão com Deus e dEle receber a resposta (CABRAL, 1999, p. 92,93 – acréscimo nosso).

2.3 - Orando com vigilância e perseverança. A convocação para orar é seguida da exortação à vigilância na intercessão persistente: “Orando […] e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6.18; ver At 1.14; 2.42; Rm 12.12; Cl 4.2). A combinação de “orar e vigiar” origina-se das palavras de Jesus aos discípulos (Lc 21.36; Mt 26.41; Mc 14.38). Quando Neemias estava restaurando os muros de Jerusalém e o inimigo tentava impedi-lo de realizar essa obra, Neemias derrotou os adversários vigiando e orando: “Porém nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles” (Ne 4.9). Vigiar e orar é o segredo para vencer o mundo (Mc 13.33), a carne (Mc 14.38) e o diabo (Ef 6.18). Pedro adormeceu quando deveriam orar, e o resultado foi o fracasso espiritual (Mc 14.29-31,67-72). Deus espera que usemos os sentidos que Ele nos deu para que, conduzidos pelo Espírito, possamos perceber quando Satanás está começando a operar (WIERSBE, 2007, p. 78).

III – REQUISITOS PARA UMA ORAÇÃO EFICAZ
3.1 - Orar com fé. A fé é um dos requisitos indispensáveis à oração. O Senhor Jesus disse: “E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis” (Mt 21.22); “Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê” (Mc 9.23); e, o apóstolo Tiago nos exorta dizendo: “Peça-a, porém, com fé, em nada duvidando; porque o que dúvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte” (Tg 1.6). Portanto, não basta orar, é preciso ter fé e reconhecer que, mesmo que nos pareça impossível o que estamos pedindo, todas as coisas são possíveis para Deus (Mt 19.26; Jo 11.25,26). O próprio Senhor Jesus declarou (Mc 9.23;11.24). O escritor aos hebreus admoesta-nos: “cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé” (Hb 10.22).

3.2 - Em nome de Jesus. Um outro requisito não menos importante para uma oração eficaz, é fazê-la em Nome de Jesus, na autoridade do Filho de Deus. O próprio Senhor Jesus nos ensinou, dizendo: “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo 14.13,14); “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda” (Jo 15.16); “E naquele dia nada me perguntareis. Na verdade, na verdade vos digo que tudo quanto pedirdes a meu Pai, em meu nome, ele vo-lo há de dar” (Jo 16.23).

3.3 - Segundo a vontade de Deus. É imprescindível que a vontade de Deus prevaleça sempre sobre as nossas vidas. Por isso, devemos orar pedindo a Deus que faça sempre conforme a Sua vontade. (Mt 6.33). O próprio Jesus nos deu o exemplo quando orou no jardim do Getsêmani: “E, indo segunda vez, orou, dizendo: Pai meu, se este cálice não pode passar de mim sem eu o beber, faça-se a tua vontade” (Mt 26.42). E, o apóstolo João, diz: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1Jo 5.14).

CONCLUSÃO
Colocando em prática esses princípios dos ensinamentos de Jesus acerca da oração o Senhor nos ouvirá e mandará a resposta, uma vez que ele nos garantiu: “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito” (Lc 15.7). A vivência desses ensinamentos do modelo da oração proposta por Jesus conduz o crente a uma vida vitoriosa e mais íntima com Deus o Pai.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. CPAD.
HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
LOPES, Hernandes Dias. Comentário Expositivo Efésios. HAGNOS.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.
WIERSBE, W. W (Trad. Susana Klassen). Comentário Bíblico Expositivo NT. SP: GEOGRÁFICA, 2007.
WILLMINGTON, Harold L.Guia de Willmington para a Bíblia Vol.2. ACADÊMICO, 2015.

segunda-feira, 18 de março de 2019

LIÇÃO 12 – VIVENDO EM CONSTANTE VIGILÂNCIA – (Mt 26.36-41) 1º TRIMESTRE DE 2019


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 12 – VIVENDO EM CONSTANTE VIGILÂNCIA – (Mt 26.36-41)
1º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição da palavra “vigilância”; pontuaremos algumas causas da necessidade da vigilância na batalha espiritual; elencaremos como devemos vigiar na batalha contra as hostes do maligno; e por fim, analisaremos a importância da vigilância espiritual para vencermos Satanás e seus anjos.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA VIGILÂNCIA
1.1 - Definição exegética. O verbo “vigiar” traduz pelo menos cinco palavras hebraicas no AT e outras cinco palavras gregas no NT. O lexicógrafo Houaiss explica que o verbo “vigiar” quer dizer: “observar com atenção; estar atento a; velar; espiar, espreitar atentamente” (2001, p. 2860). No hebraico o principal verbo é “shamar” que significa: “vigiar, guardar”. No grego o termo “gregoreo” significa literalmente “vigiar” e é encontrado em 22 lugares no NT. Já o verbo “agrypneo” significa: “manter-se acordado, vigiar, guardar, cuidar”. Pode-se ainda citar o verbo “eknepho” que só aparece uma vez no NT (1Co 15.34). Na Bíblia a palavra “vigiar” é aplicada em diferentes contextos e, é usado acerca de:

(a) “manter-se acordado” (Mt 24.43; 26.38.40.41); e,
(b) “vigilância espiritual” (At 20.31; 1Co 16.13; Cl 4.2; 1Ts 5.6.10; 1Pd 5.8; Ap 3.2.3; 16.15) (VINE, 2002, p. 323 – acréscimo nosso).

II – CAUSAS DA EXORTAÇÃO A VIGILÂNCIA NA BATALHA ESPIRITUAL
O apóstolo Paulo fala da importância da armadura de Deus, do poder de Deus, da oração e também da vigilância para vencermos as astutas ciladas do inimigo: “orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda perseverança e súplica [..]” (Ef 6.18). A vigilância é o ato de estarmos atentos em todos os aspectos da vida cristã. Vejamos o porque da importância da vigilância:

2.1 - A fraqueza humana. Sabendo da fragilidade humana, Jesus exortou os apóstolos a estarem vigilantes, para vencerem as tentações (Mt 26.41; Mc 14.38). Fomos perdoados e libertos dos nossos pecados (1Jo 2.12; Rm 6.22), todavia, ainda não estamos livres da presença do pecado na nossa natureza humana. Isto somente se dará quando nosso corpo for glorificado, por ocasião do arrebatamento da Igreja (1Co 15.51-54). Precisamos viver vigilantes, a fim de não sermos vencidos pelo pecado (Rm 6.11,12; 1Co 15.34).

2.2 - A astúcia do Diabo. Além da fragilidade humana, o crente precisa vigiar também porque “[...] o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1Pd 5.8). Toda tentação é proveniente da própria natureza humana (1Co 10.13; Tg 1.13-15), todavia, o principal agente da tentação é Satanás (Mt 4.3; Lc 4.2; 1Ts 3.5; Tg 4.7). Precisamos estar vigilantes e fortalecermo-nos no Senhor a fim de vencer as batalhas espirituais, que somos submetidos (Ef 6.10-18). Jesus exortou os crentes de Esmirna a serem fiéis até a morte, mesmo diante das tentações do diabo (Ap 2.10). Da mesma forma, falou aos crentes de Filadélfia, dizendo: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11).

2.3 - A repentina vinda do Senhor. A necessidade da vigilância espiritual se dá também pelo fato de ser o retorno de Cristo um evento repentino. Diversas vezes, Jesus exortou os seus discípulos sobre isso (Mt 24.36,42,44; 25.13; Mc 13.33; Lc 12.46). Infelizmente, não são poucos aqueles que têm a promessa do Senhor como tardia, ao ponto de desacreditarem dela (2Pe 3.4). Todavia, Jesus nos assegurou que viria “sem demora” (Ap 3.11; 22.12,20). A Bíblia nos exorta a estarmos vigilantes para não sermos pegos de surpresa e sermos achados dormindo naquele dia (Mc 13.36; Lc 21.34).

III – COMO DEVEMOS VIGIAR NA BATALHA ESPIRITUAL
Notemos quais atitudes devemos ter para vencermos as batalhas espirituais:

3.1 Vigiando em oração. Jesus associou o verbo vigiar com o verbo orar: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41), são duas atividades que se misturam e se completam. Não basta orar: é preciso vigiar cuidadosamente. A Bíblia nos exorta a aguardarmos o Senhor vigiando em oração (1Pd 4.7). É por meio desta prática constante: “Orai sem cessar” (1Ts 5.17) que o cristão mantém contato com Deus (Jr 33.3; Tg 4.8). Ela expressa uma atitude de sujeição e inteira dependência da Sua graça, ou seja, quem ora reconhece que precisa da ajuda divina para vencer as batalhas espirituais e as dificuldades da vida (Is 38.1-5; 2Cr 20.3,4). Faz-se necessário entender que, os últimos dias da Igreja de Cristo aqui na terra, serão dias de esfriamento espiritual na vida de alguns cristãos (Mt 24.12; Ap 3.15,16). Portanto, devemos ter cuidado para não sermos cristãos superficiais, mas de profunda comunhão com Deus.

3.2 - Vigiando em santidade. A ausência de vigilância é terreno propício para que a tentação encontre brechas e nos conduza à derrota espiritual (Hb 12.1,2). Jesus anunciou que antecipadamente que os dias que antecedem a sua vinda, serão de extrema corrupção moral, comparando com o período antediluviano e geração de Sodoma e Gomorra (Mt 24.37; Lc 17.28). Os apóstolos também fizeram: a mesma afirmação (2Tm 3.1-5; 2Pd 3.3). Sabedores disto, nós cristãos, devemos no meio desta geração pervertida, vigiar em santidade, a fim de não contaminarmos com o pecado (Fp 2.15). A santidade é tipificada na Bíblia como vestes (Ap 19.8,14). Por sua vez, a falta de santidade pode ser retratada como vestes sujas ou a nudez (Zc 3.3,4; Ap 3.18; 16.15). A exortação bíblica é que devemos estar vestidos e com vestes limpas em todo tempo (Ec 9.8; Ap 3.4), e só assim, venceremos as batalhas espirituais.

3.3 - Vigiando em todo tempo. O ensino sobre a vigilância é constante no ministério de Jesus (Mt 26.41 ver Ef 6.18). Já vimos que a palavra “vigiar” significa: “estar atento”. O contrário da palavra “vigiar” é justamente “dormir” (Mc 14.37; Ef 5.14; Rm 13.11). Do ponto de vista bíblico, o sono espiritual, tem conotação negativa, pois leva o homem a um estado de invigilância. Jesus falou disto quando disse: “Vigiai, pois, porque não sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se pela manhã, para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo” (Mc 13.35,36). Foi quando as dez virgens cochilaram que chegou o esposo “E, tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram” (Mt 25.5). A “demora” da volta de Cristo se constitui num teste de resistência e fidelidade para aqueles que professam segui-lo. Por isso, somos exortados a perseverança (Mt 24.13; Lc 8.15; Rm 2.7; 1Tm 4.16; Ap 3.10-11). Devemos também exorta-nos uns aos outros (Hb 10.25).

IV – A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA ESPIRITUAL
A vigilância é o ato ou efeito de vigiar, o estado de quem permanece alerta, de quem procede com precaução nas várias áreas da vida, principalmente na vida espiritual. A atitude de vigiar na vida espiritual implica em algumas atitudes. Notemos:

4.1 - Vigiar implica ficar de atalaia. O atalaia exercia um papel bastante importante na segurança da cidade e se aquele atalaia falhasse na sua função, colocaria a cidade em risco (2Cr 20.2-10). Para proteger o gado, a lavoura e os centros urbanos, os judeus construíam as chamadas torres de vigia nos pastos (Mq 4.8; Mt 21.33), nas vinhas (Is 5.2) e nas cidades (Sl 127.1). A vigilância era de dia e de noite e os guardas ansiavam pelo romper da manhã (Sl 130.6). No NT Jesus também insiste muito na prática da vigilância e o imperativo vigiai aparece três vezes na parábola da figueira (Mc 13.33, 35, 37), uma vez na parábola das dez virgens (Mt 25.13) e duas vezes na cena do Getsêmani (Mc 14.34,38). O texto de Marcos 13.37 é muito enfático: “O que, porém vos digo, digo a todos: vigiai”. A ordem para vigiar não está apenas no ensino de Jesus. Encontra-se também em Paulo, tanto no discurso dirigido aos presbíteros de Éfeso (At 20.31) como nas cartas endereçadas aos Coríntios (1Co 16.13) e aos Tessalonicenses (1Ts 5.6). Aos cristãos judeus expulsos de Jerusalém e espalhados pelo Ponto, pela Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, Pedro escreve: “Sede sóbrios e vigilantes” (1Pe 5.8) A igreja em Sardes recebe a mesma exortação (Ap 3.2). Depois de glorificado Jesus declarou que é: “bem-aventurado aquele que vigia [...]” (Ap 16.15). É exigido daquele que vigia atitude de alerta permanente (1Ts 5.6; Rm 13.11).

4.2 - Vigiar implica ficar acordado. A vigilância na fé cristã pode ser entendida o ato de permanecer acordado (Lc 12.36-38; 1Ts 5.6). Estar alerta e acordado tem como objetivo evitar o comportamento negligente ou indolente que pode levar alguém a cair em alguma cilada ou ceder a alguma tentação que acaba enfraquecendo sua fé em Cristo (Mt 24.42; 25.13; 26.41; 1Co 16.13; 1Ts 5.6; 1Pd 5.8; Ap 3.2; 16.15). Todos nós precisamos de vigilância espiritual, e são inúmeras as recomendações bíblicas acerca da importância da vigilância constante para o crente. Diariamente somos submetidos a diversas tentações, e diante disso o conselho Jesus é: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação” (Mt 26.41).

4.3 - Vigiar implica ter consciência das realidades espirituais. Ter consciência dos perigos espirituais contidos no reino oposto de Satanás, e resiste-lhes ativamente. Tal batalha trava-se no reino espiritual das nossas vidas, pois nós não lutamos contra carne e sangue, mas sim contra um poder espiritual hostil e seus malévolos princípios (Ef 6.12). Quanto mais nos lembrarmos da realidade desse outro mundo invisível, mais vigilantes devemos estar. Acerca disso Paulo diz: “Porque não ignoramos os seus ardis” (2Co 2.11). Pedro também afirmou que: “o diabo […] anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1Pd 5.8). Quanto mais inclinados estivermos para o mundo secular, menos vamos considerar as realidades espirituais, desprezando assim ordenar as nossas vidas de harmonia com elas. Estar vigilante no sentido bíblico, requer que os nossos olhos estejam abertos a certas realidades e que tal conhecimento determine as nossas decisões e ações.

CONCLUSÃO
Aprendemos que o ensino bíblico sobre a vigilância envolve precaução, cuidado, perseverança, fé e obediência, considerando esta verdade sigamos o ensino de Jesus: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41).

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. RJ: CPAD, 2006.
HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. RJ: CPAD 2010.
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. RJ: OBJETIVA, 2001.
STAMPS, Donald C (Trad. Gordon Chown). Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.
VINE, W.E, et al (Trad. Luís Aron). Dicionário Vine. RJ: CPAD, 2000.

segunda-feira, 11 de março de 2019

LIÇÃO 11 – DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS – UM DOM IMPRESCINDÍVEL - (At 16.16-22) 1º TRIMESTRE DE 2019


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LIÇÃO 11 – DISCERNIMENTO DE ESPÍRITOS – UM DOM IMPRESCINDÍVEL - (At 16.16-22)
1º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
Nesta lição introduziremos o assunto definindo o verbo “discernir”; destacaremos as três fontes das manifestações sobrenaturais; falaremos sobre a importância do dom de discernir os espíritos a fim de detectarmos a fonte das operações miraculosas; pontuaremos ainda quais as ferramentas que Deus outorgou a igreja a fim de que ela pudesse discernir as coisas espirituais; e, concluiremos destacando três exortações paulinas úteis a vida cristã.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA “DISCERNIR”
O verbo “discernir” segundo o dicionário significa: “perceber claramente; capacidade de compreender situações; distinguir; diferenciar; compreender; perceber; entender; formar juízo” (HOUAISS, 2001, p. 1051). O substantivo no grego “diakrisis” significa: “distinção, discriminação clara, discernimento, julgamento” (VINE, 2002, p. 568). Segundo Boyd (apud RENOVATO, 2014, p. 40 – acréscimo nosso), a palavra ‘diakrisis’ tem o sentido de “penetrar por baixo da superfície, desmascarando e descobrindo a verdadeira fonte dos motivos e da manifestação”.

II – CONHECENDO A FONTE DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITUAIS
As manifestações sobrenaturais podem ter basicamente três origens. Notemos:
2.1 - Divina. A Bíblia não somente afirma a existência de Deus (Gn 1.1; Dn 2.28), como também fala de suas intervenções miraculosas na terra (1 Sm 2.6-8). Ele opera sinais e maravilhas (Êx 10.1; Nm 14.22; Dn 6.27).

2.2 - Humana. A Bíblia fala de pessoas que profetizam “falsamente” (Jr 14.14); do “próprio coração” (Jr 23.16); falam “sonhos mentirosos” (Jr 23.32). Na época do profeta Isaías e Jeremias havia aqueles que afirmavam predizer o futuro (Is 8.19; 44.25; Jr 27.9; 29.8). Há casos no Novo Testamento de mágicos que iludiam as pessoas com truques, fazendo seus seguidores crer que eles possuíam algum poder para fazer milagres (At 8.8-11; 13.6).

2.3 - Diabólica. Quando os demônios agem na vida das pessoas podem fazê-las “operar sinais” (Êx 7.10,11; 2 Ts 2.9); “profetizar” (1 Rs 22.22); adquirir “grande força” (Mc 5.3,4); ter “conhecimento da vida íntima das pessoas” (At 16.16). A Bíblia diz que: (a) Satanás usa as Escrituras e as interpreta para o mal (Mt 4.6; Lc 4.10,11); (b) ele opera grandes sinais e prodígios (Mt 24.24; 2 Ts 2.9; Ap 16.14; 19.20); e, (c) ele tem a capacidade de transformar-se em anjo de luz (2 Co 11.14).

II – A NECESSIDADE DE DISCERNIR OS ESPÍRITOS
Em um universo de muita pluralidade religiosa como esta em que vivemos, onde existem muitas ações malignas, imitações e até supostas ações sobrenaturais faz-se necessário a manifestação deste dom. É bom dizer que pelo entendimento e pela lógica humana, nem sempre é possível avaliar a origem das manifestações espirituais, porque às vezes são muito semelhantes. Abaixo destacaremos alguns casos, que constam no registro bíblico, e que são muito semelhantes entre si a fim de entendermos a importância do dom de discernir para sabermos a fonte das operações sobrenaturais a fim de não sermos enganados pelo diabo. Vejamos:

O ESPÍRITO SANTO OPERANDO
Moisés tornou o cajado em serpente (Êx 7.10)
Elias fez cair fogo do céu (2 Re 1.10)
A mulher sunamita elogiou Eliseu (2 Re 4.9)
Saul profetizou (1 Sm 10.11)
Sansão tinha uma grande força (Jz 16.22)

O ESPÍRITO MAL OPERANDO
Os magos tornaram o cajado em serpente (Êx 7.10,11)
O anticristo fará cair fogo do céu (Ap 13.13)
A mulher pitonisa elogiou Paulo (At 16.17)
Saul profetizou (1 Sm 18.10)
O gadareno tinha uma grande força (Mc 5.4)

III – O QUE NOS AUXILIA NOS DISCERNIMENTO DAS COISAS ESPIRITUAIS
3.1 - Ser um homem espiritual. A expressão ‘homem espiritual’ no grego ‘pneumatikos anthrõpos’, é o homem que, nascido de novo, procura andar segundo a natureza divina recebida por ocasião do novo nascimento (Jo 3.3,7; 2 Co 5.17; Gl 6.15; Jo 1.12.13; Ef 2.1,5; Cl 2.13; Tt 3.5; Tg 1.18; 1 Pe 1.23). Ao contrário do homem natural, quanto as coisas espirituais, o homem espiritual “[…] discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (1 Co 2.15-b). Por possuírem o Espírito Santo, os crentes entendem estas coisas. Eles são capazes de fazer julgamentos corretos sobre os assuntos espirituais, tais como: a salvação ou as bênçãos futuras de Deus (APLICAÇÃO PESSOAL, 1995, p. 118 – acréscimo nosso). Todo cristão nascido de novo deve ter, em certo grau, a capacidade de “provar os espíritos” (1 Jo 4.1).

3.2 - A Palavra de Deus. Para que pudéssemos discernir as manifestações espirituais Deus nos concedeu a Sua Palavra. Qualquer manifestação espiritual que não esteja de acordo com as Escrituras, deve ser descartada. Jesus nos advertiu sobre os falsos profetas, dizendo que eles fariam até prodígios (Mt 7.15; 24.11,24; Mc 13.22). Os apóstolos Paulo, Pedro e João também nos advertiram quanto a isso (1 Ts 5.21; 2 Pd 2.1; 1 Jo 4.1).

3.3 - O dom de discernir. Quando da ocasião da vinda do Espírito Santo no Dia de Pentecostes (At 2), dons espirituais foram concedidos a igreja a fim de equipá-la para sua tríplice função: “adoração, edificação e evangelização” (1 Co 12.8-10). O dom espiritual é uma: “dotação ou concessão especial e sobrenatural pelo Espírito Santo, de capacidade divina sobre o crente, para serviço especial na execução dos propósitos divinos para e através da Igreja” (GILBERTO, 2006, p. 195). O dom de discernir os espíritos (1 Co 12.10) é “uma ação sobrenatural do Espírito Santo na vida do crente, capacitando-o a discernir as manifestações sobrenaturais”. Pelo dom de discernimento, o crente pode saber, por exemplo, se uma determinada profecia vem de Deus, do homem ou dos demônios. Ou seja, esse dom capacita a “enxergar” todas as aparências exteriores e conhecer a verdadeira natureza de uma inspiração (At 13.6-12; 16.16-18).

IV – O QUE A BÍBLIA NOS ORDENA A JULGAR
A palavra “julgar” segundo o dicionário significa: “emitir parecer, opinião sobre (alguém ou alguma coisa); formar conceito ou opinião” (HOUAISS, 2001, p. 1691). A Bíblia nos exorta a submetermos ao julgamento as seguintes coisas. Vejamos:

4.1 - Julgar as profecias. Desde o AT que Deus ensinou o seu povo a julgar as profecias (Dt 18.20-22). No NT, há o mesmo direcionamento. Na igreja de Corinto, por exemplo, onde os dons espirituais eram abundantes (1 Co 1.7); e, faziam parte regularmente dos cultos (1 Co 14.26). Quanto ao dom de profecia, o apóstolo orientou aos que profetizavam que falassem um após o outro e que a igreja julgasse o conteúdo das profecias (1 Co 14.29). A palavra “julgar” usada por Paulo aqui neste texto é a expressão grega “diakrinetosan” que significa “discernir”. Mas, que aspectos devemos julgar? Notemos alguns:

(a) a mensagem glorifica a Deus? (1 Co 10.31);
(b) a mensagem está de acordo com as Escrituras? (1 Pd 4.11);
(c) a mensagem edifica a igreja? (1 Co 14.3,4,5,12,17,26);
(d) a pessoa que profetiza se submete ao julgamento dos outros? (1 Co 14.29); a pessoa que profetiza está no controle de si mesmo? (1 Co 14.32); a pessoa que profetiza é submissa a Palavra de Deus e a autoridade pastoral? (1 Co 14.37).

4.2 - Julgar a mensagem pregada. Satanás também cria doutrinas heréticas com a finalidade de destruir a pureza doutrinária da igreja, levando-a a apostasia. Sabedor disto, Paulo exortou aos presbíteros de Éfeso (At 20.28), e previu, pelo Espírito Santo, que isto ocorreria em maior abundância nos últimos dias (1 Tm 4.1-3). Paulo elogiou a igreja de Bereia, que examinava as Escrituras para ver se o que ele estava falando era de fato a verdade (At 17.11). A igreja de Éfeso foi grandemente elogiada por Jesus, pelo fato de ter rejeitado a mensagem dos falsos apóstolos (Ap 2.2-b). Exortando as igrejas da Galácia, que estavam sendo seduzidas por heresias, o apóstolo Paulo disse: “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Gl 1.8).

4.3 - As manifestações espirituais. Não podemos ignorar que o homem (At 8.8-11; 13.6) ou mesmo Satanás e os demônios (Mt 24.24; 2 Ts 2.9; Ap 16.14; 19.20) podem realizar coisas que se assemelham as operações miraculosas, com o intuito de enganar as pessoas e induzi-las ao erro. Diante disto, necessitamos “provar os espíritos” (1 Jo 4.1). À semelhança do metalúrgico que testa a integridade do metal por meio do fogo, testar a mensagem com a verdade apostólica, para saber qual o espírito que está por trás dela.

V - TRÊS RECOMENDAÇÕES ÚTEIS A VIDA CRISTÃ
5.1 - Não extinguir o Espírito. O Espírito Santo foi concedido a igreja para nela e por meio dela manifestar a glória do Senhor, realizando proezas sinais e maravilhas (At 2.1-4; Hb 2.4). Logo, não devemos jamais extinguir o Espírito (1 Ts 5.19); nem atribuir uma obra do Espírito Santo ao diabo, pois isto é um pecado que não tem perdão (Mc 3.22-30).

5.2 - Não desprezar as profecias. Segundo Paulo não devemos desprezar ou desacreditar do dom de profecia (1 Ts 5.20). O verbo “desprezeis” no grego é, literalmente, “contar como nada”. O dom de profecia é de extrema importância para a igreja, pois foi concedido para “edificação, exortação e consolação” (1 Co 14.3).

5.3 - Examinar tudo e reter o bem. Paulo orientou a igreja de Tessalônica a submeter as manifestações espirituais a um exame minucioso para reter somente o que é bom (1 Ts 5.21). Esta última exortação na passagem equilibra as primeiras duas. O julgamento cristão, o bom senso, o exame criterioso são ações imprescindíveis na vida da igreja.

CONCLUSÃO
Satanás tenta de todas as formas atacar o povo de Deus até mesmo imitando as manifestações sobrenaturais com a finalidade de ludibriar os salvos. Usemos a Palavra de Deus e busquemos o dom de discernimento de espíritos, a fim de não cairmos no erro.

REFERÊNCIAS
BÍBLIA DE APLICAÇÃO PESSOAL. CPAD.
GILBERTO, Antônio (Org.); et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
RENOVATO, Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.

quinta-feira, 7 de março de 2019

LIÇÃO 10 – PODER DO ALTO CONTRA AS HOSTES DA MALDADE - (At 8.5-13,18-21) 1º TRIMESTRE DE 2019


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO 10 – PODER DO ALTO CONTRA AS HOSTES DA MALDADE - (At 8.5-13,18-21)
1º TRIMESTRE DE 2019

INTRODUÇÃO
A Bíblia não somente fala da realidade da batalha espiritual, bem como nos ensina sobre o que devemos fazer para prevalecermos na luta contra Satanás e os demônios – “fortalecer-se no Senhor e na força do Seu poder” (Ef 6.10). Nesta lição, falaremos sobre a necessidade do poder espiritual para a nossa caminhada cristã; destacaremos a importância de termos o Espírito em nós e sobre nós; veremos porque o poder de Deus é necessário; e, por fim, pontuaremos que uma vida cheia do Espírito Santo é uma condição vital para nos mantermos de pé espiritualmente.

I – A IMPORTÂNCIA DO PODER DE DEUS NA VIDA CRISTÃ
Após trazer diversas recomendações práticas aos cristãos de Éfeso, Paulo decidiu abrir os seus olhos quanto a realidade do mundo espiritual e da necessidade de estarmos capacitados para vencermos a batalha contra o mal. Para tal, o apóstolo conclama os irmãos a buscarem o poder do Senhor. Paulo diz: “fortalecei-vos” (Ef 6.10), expressão que no grego é “endunamoo”, que significa: “fortalecer”, “tornar-se forte” (CHAMPLIN, 2004, p. 641). Já a palavra “poder” no grego “dúnamis” significa: “força”, “energia”, “habilidade”, “poder”, mas que normalmente se refere a algum agente de poder ou força capaz de realizar um determinado trabalho. Nosso vocábulo “dinamite” se deriva desse termo grego; e isso ilustra a natureza da palavra (CHAMPLIN, 2004, p. 311). Vejamos o que a Bíblia nos sobre o poder de Deus:

1.1 - A necessidade do poder. Como a nossa luta não é contra carne e sangue, mas, sim, “contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais” (Ef 6.12); seres que são maiores que os homens (Sl 8.5; Hb 2.7); e, que são poderosos (At 26.18; 2Ts 2.9; 2Pd 2.11), necessitamos de um poder que não produzimos e que seja maior que o poder dos demônios. Portanto, fortalecer-se é tão necessário que Paulo afirma que é a condição para nos mantermos firmes “contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6.11).

1.2 - A busca pelo poder. O crente por si mesmo e com suas próprias forças jamais poderá suportar uma guerra espiritual. Inimigos espirituais são enfrentados com armas espirituais. O poder que necessitamos para vencer está em Deus. Por isso, Paulo diz: “[…] fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6.10). A Bíblia diz que Ele é aquele que tem todo o poder nos céus e na terra, pois é Todo Poderoso (Mt 28.28; Ap 1.8). Somente na epístola aos Efésios Paulo fala da “grandeza do seu poder” (Ef 1.19); da “superioridade do seu poder” (Ef 1.21); da “operação do seu poder” (Ef 3.7); que ele é “poderoso para fazer” (Ef 3.20); e, de que é a “fonte do poder” (Ef 6.10). É bom notar que o verbo “fortalecer” está no imperativo, denotando uma ordem, ou seja, cabe ao crente individualmente buscar fortalecer-se no Senhor (1Co 16.13; Tg 5.8). Paulo também exortou a Timóteo dizendo: “Fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus” (2Tm 2.1).

1.3 - A concessão de poder. Jesus não deixou a igreja sem o poder necessário para vencer as batalhas espirituais. Ele nos concedeu o Espírito Santo por meio do qual temos condições de vencer: “Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior” (Ef 3.16). Paulo falou do poder de Deus que está “sobre nós, os que cremos” (Ef 1.19); e, do “poder que em nós opera” (Ef 3.20); e, nas mais diversas situações que enfrentou, prevaleceu, porque Cristo o fortalecia (Fp 4.13; 2Tm 4.17). Jesus concedeu poder para
expulsarmos os demônios (Mc 16.17; Lc 10.19); e, também fez a confirmou a promessa de revestimento de poder para os seus discípulos a fim de equipá-los espiritualmente (Lc 24.49; At 1.8).

II – A OPERAÇÃO DO PODER DE DEUS NO CRENTE
2.1 - O poder em nós. Todo crente salvo tem o Espírito Santo (Rm 5.5; 8.9; 1Co 6.19; 1Ts 4.8; 2Tm 1.14). O recebemos no momento da conversão, ocasião que fomos selados, como prova de que somos propriedade particular de Deus (Ef 1.13,14; 4.30). A presença do Espírito Santo em nós confere-nos poder (Ef 3.16,20).

2.2 - O poder sobre nós. No AT o Espírito Santo apareceu capacitando algumas pessoas para o serviço e até mesmo para as batalhas físicas contra os inimigos de Israel (Jz 6.34; 14.19). No NT, vemos uma atuação mais ampla e diferenciada. Além de habitar em todos os crentes, Jesus prometeu que o Espírito Santo viria para “revestir os crentes” (Lc 24.49; At 1.8). A palavra “revestir” dá a ideia de vestir sobre outra vestimenta. Este poder é tão necessário que Jesus orientou os discípulos que não se ausentassem de Jerusalém até serem revestidos (Lc 24.49; At 1.4). O batismo com o Espírito Santo é extremamente necessário para o crente em Jesus também nos dias atuais: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (At 2.38).

III – PARA QUE PRECISAMOS DE PODER
3.1 - Para que o evangelismo prevaleça. O diabo se opõe frontalmente a sublime tarefa da evangelização dos povos que Jesus confiou a igreja (Mc 4.15; At 13.8-10; 1Ts 2.18). Ele cegou o entendimento dos incrédulos “[…] para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo […]” (2Co 4.4). Logo, para levarmos adiante a evangelização dos povos devemos estar revestidos de poder a fim de prevalecermos contra as trevas (Lc 24.49; At 1.8). Em Éfeso, havia doze discípulos que não eram batizados com o Espírito Santo, quando Paulo tomou ciência disto, orou por eles e logo foram revestidos de poder (At 19.1-7). Após este acontecimento, Paulo na unção do Espírito Santo (At 19.11,12), começou a pregar nesta cidade e o impacto do evangelismo foi tão grande que agitou a cidade, provocando muitas conversões até mesmo de feiticeiros (At 19.18); e, “assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia” (At 19.19). Por onde andava, Paulo sabia que o diabo erguia suas fortalezas na vida das pessoas a fim de que não fossem salvas, no entanto, ele sabia que Deus nos disponibilizou armas espirituais para destruição destas fortalezas (2Co 10.4).

3.2 - Para que possamos prevalecer contra os demônios. O cristão jamais poderá prevalecer contra o poder de Satanás e dos demônios sem o poder de Deus. Sabedor disto, Jesus delegou aos apóstolos poder para expulsar os demônios: “E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem” (Mt 10.1). Veja também (Mc 10.1; Lc 9.1). Na ocasião em que o Mestre ordenou que outros setenta discípulos fossem expulsar os demônios, também lhes conferiu poder (Lc 10.19). Sobre a necessidade do poder para vencer os ataques demoníacos, Paulo exortou aos cristãos de Éfeso dizendo: “[…] fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder (Ef 6.10,11). Sobre esta afirmação paulina, Beacon (2008, p. 194) diz que: “no conflito com os poderes demoníacos, os cristãos têm de utilizar, de forma imediata e contínua, o poder de Cristo para terem vitória”.

3.3 - Para que possamos vencer a si mesmos. Além de ataques externos, cada crente também enfrenta ataques internos, na sua “natureza pecaminosa”, também chamada de “carne”, no grego “sarx”. Nas Sagradas Escrituras, o termo é usado tanto para descrever a natureza humana, como para qualificar o princípio que está sempre disposto a opor-se ao Espírito. Tal propensão para as práticas pecaminosas herdamos de Adão, que quando transgrediu afetou toda a raça humana (Gn 4.7; 8.21; Sl 51.5; Rm 7.18). É importante dizer que fomos salvos da condenação e do poder do pecado, mas não ainda da presença do pecado (Cl 3.5). No campo do nosso interior ainda se trava uma guerra, um conflito permanente entre a carne e o Espírito. Eles são opostos entre si. Paulo tratou da guerra interior que existe em cada cristão com as suas duas naturezas (Rm 7.22.23; Gl 5.17). Logo, o poder da carne só poderá ser detido pelo poder do Espírito (Rm 8.1-6; Gl 5.16,17). “O homem natural não tem poder para combater o pecado, porque o pecado reside no seu interior. Somente pela sua transformação através da obra regeneradora do Espírito Santo é que ele se torna ‘homem espiritual’. O espírito interior do homem se torna acessível ao Espírito Santo e recebe dEle o fortalecimento espiritual necessário (Rm 7.14,15; 1Co 2.14,15; Gl 5.17,26)” (CABRAL, 1999, p. 38).

IV – VIVENDO CHEIO DO PODER DE DEUS PARA VENCER AS HOSTES DA MALDADE
Enquanto estivermos no mundo não teremos trégua na luta contra Satanás e os demônios. Como a batalha é contínua nossa capacitação para vencer também deve ser contínua. Precisamos diariamente do poder do Espírito Santo para prevalecermos as hostes da maldade. Em Efésios 5.18 o apóstolo Paulo diz que devemos nos encher do Espírito Santo. Tal palavra nos mostra pelo menos quatro verdades práticas. Vejamos:

4.1 - Ser cheio do Espírito Santo é uma ordem. Encher-se do Espírito é um mandamento: “[…] enchei-vos do Espírito” (Ef 5.18). É a vontade de Deus que vivamos sob o poder do Espírito Santo. Portanto, não buscar a plenitude do Espírito é
desobedecer a ordem divina.

4.2 - Ser cheio do Espírito é uma necessidade de todos. A plenitude do Espírito é abrangente a todo crente. A plenitude do Espírito não é um privilégio para alguns, mas, uma possibilidade para todo aquele que foi regenerado. Este mandato foi dado a toda Igreja e não a indivíduos em particular: “E todos foram cheios do Espírito Santo” (At 2.4-a).

4.3 - Ser cheio do Espírito é uma parceria. O ser cheio do Espírito Santo não depende exclusivamente de nós, pois não é obra humana, é uma operação divina no homem (At 19.1-6; Ef 3.19). No entanto, a vida de obediência e sujeição do crente é a condição para o recebimento da plenitude do Espírito (At 5.32).

4.4 - Ser cheio do Espírito é um ato contínuo. Não descreve uma ação única, e sim contínua, porque a plenitude do Espírito é vivida constantemente, não é uma experiência para uma única vez, mas, precisa ser sempre renovada (At 2.4; 4.31; 13.52). Não devemos viver uma vida espiritual conformada e rotineira, e sim, anelar sempre por novas experiências concedidas pelo Espírito Santo (Rm 12.2; 1Ts 1.5).

CONCLUSÃO
Para prevalecermos no combate espiritual contras as trevas, precisamos buscar a Deus diariamente a fim de nos fortalecermos e assim prevalecermos contra as astutas ciladas do diabo.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
CABRAL, Elienai. Comentário Bíblico: Efésios. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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