Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
12 – VIVENDO EM CONSTANTE VIGILÂNCIA – (Mt 26.36-41)
1º
TRIMESTRE DE 2019
INTRODUÇÃO
Nesta
lição veremos a definição da palavra “vigilância”; pontuaremos algumas causas
da necessidade da vigilância na batalha espiritual; elencaremos como devemos
vigiar na batalha contra as hostes do maligno; e por fim, analisaremos a importância
da vigilância espiritual para vencermos Satanás e seus anjos.
I
– DEFINIÇÃO DA PALAVRA VIGILÂNCIA
1.1
- Definição exegética. O verbo “vigiar” traduz pelo menos cinco palavras
hebraicas no AT e outras cinco palavras gregas no NT. O lexicógrafo Houaiss
explica que o verbo “vigiar” quer dizer: “observar com atenção; estar
atento a; velar; espiar, espreitar atentamente” (2001, p. 2860). No
hebraico o principal verbo é “shamar” que significa: “vigiar, guardar”.
No grego o termo “gregoreo” significa literalmente “vigiar” e é
encontrado em 22 lugares no NT. Já o verbo “agrypneo” significa: “manter-se
acordado, vigiar, guardar, cuidar”. Pode-se ainda citar o verbo “eknepho”
que só aparece uma vez no NT (1Co 15.34). Na Bíblia a palavra “vigiar” é
aplicada em diferentes contextos e, é usado acerca de:
(a)
“manter-se acordado” (Mt 24.43; 26.38.40.41); e,
(b)
“vigilância espiritual” (At 20.31; 1Co 16.13; Cl 4.2; 1Ts 5.6.10; 1Pd
5.8; Ap 3.2.3; 16.15) (VINE, 2002, p. 323 – acréscimo nosso).
II
– CAUSAS DA EXORTAÇÃO A VIGILÂNCIA NA BATALHA ESPIRITUAL
O
apóstolo Paulo fala da importância da armadura de Deus, do poder de Deus, da
oração e também da vigilância para vencermos as astutas ciladas do inimigo: “orando
em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e vigiando nisso com toda
perseverança e súplica [..]” (Ef 6.18). A vigilância é o ato de estarmos
atentos em todos os aspectos da vida cristã. Vejamos o porque da importância da
vigilância:
2.1
- A fraqueza humana. Sabendo da fragilidade humana, Jesus exortou os apóstolos
a estarem vigilantes, para vencerem as tentações (Mt 26.41; Mc 14.38). Fomos
perdoados e libertos dos nossos pecados (1Jo 2.12; Rm 6.22), todavia, ainda não
estamos livres da presença do pecado na nossa natureza humana. Isto somente se
dará quando nosso corpo for glorificado, por ocasião do arrebatamento da Igreja
(1Co 15.51-54). Precisamos viver vigilantes, a fim de não sermos vencidos pelo pecado
(Rm 6.11,12; 1Co 15.34).
2.2
- A astúcia do Diabo. Além da fragilidade humana, o crente precisa vigiar
também porque “[...] o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando
como leão, buscando a quem possa tragar” (1Pd 5.8). Toda tentação é proveniente
da própria natureza humana (1Co 10.13; Tg 1.13-15), todavia, o principal agente
da tentação é Satanás (Mt 4.3; Lc 4.2; 1Ts 3.5; Tg 4.7). Precisamos estar
vigilantes e fortalecermo-nos no Senhor a fim de vencer as batalhas espirituais,
que somos submetidos (Ef 6.10-18). Jesus exortou os crentes de Esmirna a serem
fiéis até a morte, mesmo diante
das tentações do diabo (Ap 2.10). Da mesma forma, falou aos crentes de
Filadélfia, dizendo: “Eis que venho sem demora; guarda o que tens, para que
ninguém tome a tua coroa” (Ap 3.11).
2.3
- A repentina vinda do Senhor. A necessidade da vigilância espiritual se dá
também pelo fato de ser o retorno de Cristo um evento repentino. Diversas
vezes, Jesus exortou os seus discípulos sobre isso (Mt 24.36,42,44; 25.13; Mc
13.33; Lc 12.46). Infelizmente, não são poucos aqueles que têm a promessa do
Senhor como tardia, ao ponto de desacreditarem dela (2Pe 3.4). Todavia, Jesus
nos assegurou que viria “sem demora” (Ap 3.11; 22.12,20). A Bíblia nos
exorta a estarmos vigilantes para não sermos pegos de surpresa e sermos achados
dormindo naquele dia (Mc 13.36; Lc 21.34).
III
– COMO DEVEMOS VIGIAR NA BATALHA ESPIRITUAL
Notemos
quais atitudes devemos ter para vencermos as batalhas espirituais:
3.1
Vigiando em oração. Jesus associou o verbo vigiar com o verbo orar: “Vigiai
e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto,
mas a carne é fraca” (Mt 26.41), são duas atividades que se misturam e se completam.
Não basta orar: é preciso vigiar cuidadosamente. A Bíblia nos exorta a
aguardarmos o Senhor vigiando em oração (1Pd 4.7). É por meio desta prática
constante: “Orai sem cessar” (1Ts 5.17) que o cristão mantém contato com
Deus (Jr 33.3; Tg 4.8). Ela expressa uma atitude de sujeição e inteira
dependência da Sua graça, ou seja, quem ora reconhece que precisa da ajuda
divina para vencer as batalhas espirituais e as dificuldades da vida (Is
38.1-5; 2Cr 20.3,4). Faz-se necessário entender que, os últimos dias da Igreja
de Cristo aqui na terra, serão dias de esfriamento espiritual na vida de alguns
cristãos (Mt 24.12; Ap 3.15,16). Portanto, devemos ter cuidado para não sermos
cristãos superficiais, mas de profunda comunhão com Deus.
3.2
- Vigiando em santidade. A ausência de vigilância é terreno propício para que a
tentação encontre brechas e nos conduza à derrota espiritual (Hb 12.1,2). Jesus
anunciou que antecipadamente que os dias que antecedem a sua vinda, serão de
extrema corrupção moral, comparando com o período antediluviano e geração de
Sodoma e Gomorra (Mt 24.37; Lc 17.28). Os apóstolos também fizeram: a mesma
afirmação (2Tm 3.1-5; 2Pd 3.3). Sabedores disto, nós cristãos, devemos no meio
desta geração pervertida, vigiar em santidade, a fim de não contaminarmos com o
pecado (Fp 2.15). A santidade é tipificada na Bíblia como vestes (Ap 19.8,14).
Por sua vez, a falta de santidade pode ser retratada como vestes sujas ou a nudez
(Zc 3.3,4; Ap 3.18; 16.15). A exortação bíblica é que devemos estar vestidos e
com vestes limpas em todo tempo (Ec 9.8; Ap 3.4), e só assim, venceremos as
batalhas espirituais.
3.3
- Vigiando em todo tempo. O ensino sobre a vigilância é constante no ministério
de Jesus (Mt 26.41 ver Ef 6.18). Já vimos que a palavra “vigiar” significa:
“estar atento”. O contrário da palavra “vigiar” é justamente “dormir”
(Mc 14.37; Ef 5.14; Rm 13.11). Do ponto de vista bíblico, o sono
espiritual, tem conotação negativa, pois leva o homem a um estado de
invigilância. Jesus falou disto quando disse: “Vigiai, pois, porque não
sabeis quando virá o senhor da casa; se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar
do galo, se pela manhã, para que, vindo de improviso, não vos ache dormindo” (Mc
13.35,36). Foi quando as dez virgens cochilaram que chegou o esposo “E,
tardando o esposo, tosquenejaram todas, e adormeceram” (Mt 25.5). A
“demora” da volta de Cristo se constitui num teste de resistência e fidelidade
para aqueles que professam segui-lo. Por isso, somos exortados a perseverança
(Mt 24.13; Lc 8.15; Rm 2.7; 1Tm 4.16; Ap 3.10-11). Devemos também exorta-nos
uns aos outros (Hb 10.25).
IV
– A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA ESPIRITUAL
A
vigilância é o ato ou efeito de vigiar, o estado de quem permanece alerta, de
quem procede com precaução nas várias áreas da vida, principalmente na vida
espiritual. A atitude de vigiar na vida espiritual implica em algumas atitudes.
Notemos:
4.1
- Vigiar implica ficar de atalaia. O atalaia exercia um papel bastante
importante na segurança da cidade e se aquele atalaia falhasse na sua função,
colocaria a cidade em risco (2Cr 20.2-10). Para proteger o gado, a lavoura e os
centros urbanos, os judeus construíam as chamadas torres de vigia nos pastos
(Mq 4.8; Mt 21.33), nas vinhas (Is 5.2) e nas cidades (Sl 127.1). A vigilância
era de dia e de noite e os guardas ansiavam pelo romper da manhã (Sl 130.6). No
NT Jesus também insiste muito na prática da vigilância e o imperativo vigiai
aparece três vezes na parábola da figueira (Mc 13.33, 35, 37), uma vez na
parábola das dez virgens (Mt 25.13) e duas vezes na cena do Getsêmani (Mc
14.34,38). O texto de Marcos 13.37 é muito enfático: “O que, porém vos digo,
digo a todos: vigiai”. A ordem para vigiar não está apenas no ensino de
Jesus. Encontra-se também em Paulo, tanto no discurso dirigido aos presbíteros
de Éfeso (At 20.31) como nas cartas endereçadas aos Coríntios (1Co 16.13) e aos
Tessalonicenses (1Ts 5.6). Aos cristãos judeus expulsos de Jerusalém e espalhados
pelo Ponto, pela Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia, Pedro escreve: “Sede
sóbrios e vigilantes” (1Pe 5.8) A igreja em Sardes recebe a mesma exortação
(Ap 3.2). Depois de glorificado Jesus declarou que é: “bem-aventurado aquele
que vigia [...]” (Ap 16.15). É exigido daquele que vigia atitude de alerta
permanente (1Ts 5.6; Rm 13.11).
4.2
- Vigiar implica ficar acordado. A vigilância na fé cristã pode ser entendida o
ato de permanecer acordado (Lc 12.36-38; 1Ts 5.6). Estar alerta e acordado tem
como objetivo evitar o comportamento negligente ou indolente que pode levar alguém
a cair em alguma cilada ou ceder a alguma tentação que acaba enfraquecendo sua
fé em Cristo (Mt 24.42; 25.13; 26.41; 1Co 16.13; 1Ts 5.6; 1Pd 5.8; Ap 3.2;
16.15). Todos nós precisamos de vigilância espiritual, e são inúmeras as recomendações
bíblicas acerca da importância da vigilância constante para o crente.
Diariamente somos submetidos a diversas
tentações, e diante disso o conselho Jesus é: “Vigiai e orai, para que não
entreis em tentação” (Mt 26.41).
4.3
- Vigiar implica ter consciência das realidades espirituais. Ter consciência
dos perigos espirituais contidos no reino oposto de Satanás, e resiste-lhes
ativamente. Tal batalha trava-se no reino espiritual das nossas vidas, pois nós
não lutamos contra carne e sangue, mas sim contra um poder espiritual hostil e
seus malévolos princípios (Ef 6.12). Quanto mais nos lembrarmos da realidade
desse outro mundo invisível, mais vigilantes devemos estar. Acerca disso Paulo
diz: “Porque não ignoramos os seus ardis” (2Co 2.11). Pedro também
afirmou que: “o diabo […] anda em derredor, bramando como leão, buscando a
quem possa tragar” (1Pd 5.8). Quanto mais inclinados estivermos para o
mundo secular, menos vamos considerar as realidades espirituais, desprezando
assim ordenar as nossas vidas de harmonia com elas. Estar vigilante no sentido
bíblico, requer que os nossos olhos estejam abertos a certas realidades e que
tal conhecimento determine as nossas decisões e ações.
CONCLUSÃO
Aprendemos
que o ensino bíblico sobre a vigilância envolve precaução, cuidado, perseverança,
fé e obediência, considerando esta verdade sigamos o ensino de Jesus: “Vigiai
e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto,
mas a carne é fraca” (Mt 26.41).
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. RJ: CPAD, 2006.
HOWARD, R.E,
et al. Comentário Bíblico
Beacon. RJ: CPAD 2010.
HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. RJ: OBJETIVA,
2001.
STAMPS, Donald
C (Trad. Gordon Chown). Bíblia
de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995.
VINE, W.E, et
al (Trad. Luís Aron). Dicionário
Vine. RJ: CPAD, 2000.
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