Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO
04 – O SENHOR E SALVADOR JESUS CRISTO (Jo 1.1-14)
3º
TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Nesta
lição trataremos de uma das mais importantes doutrina da Teologia Sistemática –
a Cristologia – doutrina de Cristo; destacaremos à luz da Bíblia quais os
títulos que foram dados a Jesus nas Escrituras; falaremos a respeito de algumas
heresias que surgiram durante a história da igreja que interpretaram de forma
equivocada a pessoa de Jesus Cristo; e, por fim, pontuaremos que Jesus possui
em si duas naturezas: divina e humana.
I
– CRISTOLOGIA: ESTUDO SOBRE CRISTO
1.1
- O que é a Cristologia. “Do grego “christhos”, ungido + “logia”, estudo, é o
estudo sistemático e ordenado que tem como objeto a vida e obra de Cristo. É
uma das disciplinas da Teologia Sistemática” (ANDRADE, 2006, p. 123). 1.2 Sua
importância. Nos primeiros séculos da igreja cristã, uma das disciplinas que
esteve no centro das discussões foi a Cristologia, o que foi de grande
importância na tradição cristã, pois está inteiramente ligadas às demais
doutrinas, tais como:
(a)
a doutrina de Deus – já que Jesus é a revelação especial da divindade;
(b)
a doutrina da Bíblia – pois é por meio dela que conheço a Cristo; e,
(c)
a doutrina da salvação – pois somente poderá ser salvo aquele que crê no
Unigênito Filho de Deus (Jo 3.16).
Logo,
uma seita é identificada, em geral, por aquilo que ela prega a respeito de
vários assuntos, sendo o principal deles Jesus Cristo, pois Ele é o fundamento
do Cristianismo (Mt 16.16-18; 1 Co 3.11).
II
- O QUE A BÍBLIA DIZ A RESPEITO DA PESSOA DE JESUS
Diversos
títulos são dados a pessoa de Jesus nas Escrituras. Vejamos:
2.1
- Cristo. O adjetivo Cristo do hebraico “messiah”, do grego “christhos”
significa: “ungido” (ANDRADE, 2006, p. 122). As profecias do AT revelaram, com
muitos séculos de antecedência, que Deus enviaria um Redentor, o Ungido de Deus
(Sl 2.2; 45.7; 89.20; Is 61.1; Dn 9.5,26). Tanto judeus quanto samaritanos
ansiavam por sua vinda ((Jo 1.41; 4.25). Alguns homens na Antiga Aliança quando
separados para a vocação de sacerdote, rei e profeta eram ungidos com óleo como
símbolo da capacitação do Espírito para o exercício da função (Lv 4.3-5; 1 Sm
10.13; 1 Rs 19.16). No entanto, a promessa de Deus anunciava a vinda de alguém
que ocuparia as três funções (Dt 18.15; Sl 110.4; Zc 6.13; Sl 110.2; 2 Sm
7.4-17). Cristo é um título oficial de Jesus, que designa-o como Salvador do
mundo, destacando-lhe em especial a divindade (Mt 16.16). Evoca-lhe ainda o
tríplice ofício: profeta (Mt 21.11; Lc 7.15; 24.19); sacerdote (Sl 110.4; Hb
2.17; 7.26-28); e, rei (Mt 2.2; Lc 1.32,33; Ap 19.16). É bom destacar que o
título de Messias ou Cristo dado a Jesus não foi uma invenção dos seus
discípulos, senão que foi:
(a)
conferido pelo próprio Pai (Mt 16.16,18; At 2.36);
(b)
revelado pelo Espírito (Lc 2.26);
(c)
respeitado pelos anjos e demônios (Lc 4.41; Hb 1.6);
(d)
declarado por Jesus (Lc 4.16-21; Jo 4.25,26); e,
(e)
pelos apóstolos (At 3.6,18,20; 4.10; Rm 1.4; 1 Co 1.23).
Paulo,
em especial, usava também a expressão “Cristo Jesus” (o título primeiro que o
nome) para resaltar a sua messianidade (Rm 6.23; 8.39; 2 Tm 1.2). Na Bíblia, há
mais de trezentas profecias a respeito do Messias. Abaixo destacaremos algumas
e o seu cumprimento em Jesus:
2.2
- Senhor. O adjetivo Senhor do hebraico “Yahweh”, do grego “Kyrios” é “um
título de reverência, pertencente a Deus, denotando-lhe o poder e a soberania
sobre tudo o que existe. No AT, este era o título com que os profetas nomeavam
ao Deus de Israel (Jr 18.1; Ez 5.5; 5.23; Os 4.1). Já no NT, o título foi
conferido ao Senhor Jesus Cristo que, através de sua morte vicária, recebeu do
Pai toda a autoridade (Mt 28.18; At 16.31; Rm 5.1; 2 Pe 1.16)” (ANDRADE, 2006,
p. 329). Mcgrath (2010, p. 410) diz que “o reconhecimento de que “Jesus Cristo
é o Senhor” (Rm 10.9), parece ter se tornado uma das primeiras confissões da fé
cristã, servindo para distinguir entre os que crêem e os que não crêem em
Jesus”. Confira também (1 Co 12.3; Fp 2.11).
2.3
- Salvador. Jesus veio ao mundo com uma missão: salvar o homem. Seu nome revela
sua missão (Mt 1.21); suas palavras também: “só tu tens a palavra de vida
eterna” (Lc 19.10); como também sua morte: “para que todo aquele que nele crê
não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16-b). A palavra “salvar” segundo o
Aurélio (2004, p. 1797) significa: “tirar ou livrar de ruína ou perigo; pôr a
salvo”. No AT, Deus apresenta-se a nação de Israel como aquEle que o libertara
do Egito (Êx 20.2). Já no NT, Deus apresenta o Seu Unigênito como aquEle que
liberta não mais uma nação, mas o mundo todo do pecado e da condenação eterna
(Rm 6.18; Gl 5.1). A sublime missão do Messias está presente em todas as
Escrituras. Ela foi explicitada:
(a)
pelos profetas (Is 53.4,5,11-b; Jr 23.6; Ml 4.2);
(b)
pelos anjos de Deus (Mt 1.21; Lc 2.11);
(c)
o próprio Jesus (Mt 18.11; Mt 20.28; Lc 19.10; 26.26-28; Jo 3.16,17; 15.13); e,
(d)
os apóstolos (At 5.31; Ef 5.23; Fp 3.20; 1 Tm 1.11; 2 Tm 1.10; Tt 1.4; 2.13;
3.4,6; Hb 2.10; 2 Pe 1.1,11, 2.20; 3.18; 1 Jo 4.14).
III
– AS DUAS NATUREZAS DO REDENTOR
Durante
a história da igreja, diversas heresias surgiram em relação a pessoa de Jesus.
Umas negavam a natureza humana outras a natureza divina. Os gnósticos e os
docetistas negavam a humanidade, já os ebionitas e os arianos, negavam a
divindade. Vale salientar que o arianismo se perpetua até aos nossos dias,
principalmente por meio de um segmento religioso denominado de Testemunhas de
Jeová, que afirmam que Jesus não é Deus, mas que é um ser criado e menor que o
Pai. Para apoiar tal afirmação, eles usam a Bíblia Tradução do Novo Mundo, onde
as passagens que contém afirmações sobre a divindade de Jesus, foram
adulteradas. Por exemplo: em João 1.1 onde se lê “e o Verbo era Deus” (ARC),
eles corromperam o texto traduzindo como “e o Verbo era um deus” (TNM). A
Bíblia deixa claro o ensino de que Jesus tem em si mesmo plenamente as duas
naturezas: divina e humana, como veremos a seguir:
3.1
- Natureza divina. O Novo Testamento deixa claro que Jesus é o “Filho de Deus”.
Isto foi atestado pelo próprio Pai “E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o
meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.17). No monte da transfiguração
houve igual declaração (Mt 17.5). Jesus mesmo declarou ser o Filho de Deus (Jo
9.35-38); o anjo Gabriel disse a Maria: “[...] o Santo, que de ti há de nascer,
será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35); os apóstolos também asseveraram isso (At
3.13,26; 8.37; 9,20; Rm 1.4,9; 1 Co 1.9; 2 Co 1.19; Gl 2.20; 4.4; 2 Pd 1.17; 1
Jo 4.9; Ap 2.18). É bom destacar que “Paulo usa o termo “Filho de Deus” tanto
em relação a Jesus como aos cristãos. Entretanto, traça uma distinção entre a
filiação dos.cristãos, que tem origem na adoção, e a de Jesus, que se origina
do fato de ele ser “o Filho do Deus” (Rm 8.32)” (MACGRATH, 2010, p. 408). A
Bíblia nos mostra que Jesus todos os atributos divinos. Vejamos:
Deve
destacar-se ainda que Jesus tinha também as prerrogativas divinas, tais como:
poder para perdoar pecados (Mt 9.2; Lc 7.48); receber adoração (Mt 8.2; 9.18;
15.25; Mc 5.6; 9.38; Ap 5.8; 5.13); auto existência (Jo 5.26).
3.2
- Natureza humana. A expressão “Filho do Homem” é usada pelos escritores dos
evangelhos sinóticos 69 vezes aludindo a humanidade do Cristo (Mt 9.6; 12.8; Mc
8.31; Lc 9.56; 12.8). João introduz o evangelho dizendo que “o Verbo era Deus”
(Jo 1.1-c), mas também que “o Verbo se fez carne” (Jo 1.14-a). O mesmo apóstolo
diz que na ceia “recostara sobre o seu peito” (Jo 21.20); e, que “ouviu”,
“viu”, “contemplou”, e, “tocou” o Verbo da Vida (Jo 1.1). Paulo, por sua vez,
declarou que Jesus “que, sendo em forma de Deus [...] esvaziou-se a si mesmo
[...] fazendo-se semelhante aos homens” (Fp 2.6,7). Os escritores do NT
deixaram claro que Jesus tinha todos os atributos físicos dos homens, a saber:
ele nasceu de uma mulher (Rm 1.3; Gl 4.4); cresceu fisicamente (Lc 2.52);
dormiu (Mt 8.24); comeu (Lc 24.43); sentiu fome (Lc 4.2); sede (Jo 4.7; 19.28);
teve cansaço físico (Jo 4.6); chorou (Jo 11.35); sorriu (Lc 10.21) e, foi
tentado (Mt 4.1; Lc 22.28; Hb 4.15). Ao se fazer homem, Jesus tornou-se
tríplice, constituído de corpo (Mt 26.12; Hb 10.5), alma (Is 53.11,12; Mt
26.38; Jo 12.27), e, espírito (Mt 27.50).
CONCLUSÃO
As
promessas messiânicas feitas no AT tiveram seu cumprimento cabal na pessoa de
Jesus de Nazaré. Ele é o Filho de Deus, o Senhor e o Salvador do mundo. Ele é a
imagem do Deus invisível, pois tem em si mesmo a natureza divina e humana.
Portanto, qualquer outro ensinamento contrário ao que a Bíblia ensina deve ser
considerado expúrio.
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO.
GILBERTO,
Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
MCGRATH,
Alister E. Teologia sistemática, Histórica e Filosófica. SHEDD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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