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LIÇÃO Nº 6 - JÔNATAS, UM EXEMPLO DE LEALDADE
(1 Sm 18.3,4; 19.1,2; 20.8,16,17,31,32)
2º TRIMESTRE DE 2017
(1 Sm 18.3,4; 19.1,2; 20.8,16,17,31,32)
2º TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre Jônatas –
um personagem pouco explorado nas Escrituras. Traremos informações
acerca do seu nome, quem eram seus familiares; veremos algumas
características deste que era o filho mais velho de Saul; destacaremos
importantes traços do seu caráter; sua aliança com Davi, seu grande e
estimado amigo; e, por fim,pontuaremos que a sua lealdade a Davi foi
recompensada quando este ajudou seu filho Mefibosete.
I – INFORMAÇÕES SOBRE JÔNATAS
1.1 - Nome. Nome que no
hebraico é composto de duas palavras, a primeira é “Ya” uma abreviação
do nome Yahweh; a segunda é “natã” que significa “dar”. Logo, o nome
completo quer dizer: “O Senhor tem dado”. Era um nome comum entre os
israelitas em todos os períodos (Jz 18.30; 2 Sm 23.32; 1 Rs 1.42; 1 Cr
2.32).
1.2 - Seus pais. Jônatas
era filho de Saul e Ainoã (1 Sm 14.50). Saul foi o primeiro rei de
Israel, e Jônatas era o primogênito e legítimo herdeiro do trono, já que
o reino era hereditário (1 Cr 8.33; 9.39). Mas, por causa da
desobediência de seu pai, Deus transferiu o reino para Davi (1 Sm
15.28,35; 16.1).
1.3 - Sua família.
Jônatas era casado, pois a Bíblia registra que ele teve um filho: “e o
filho de Jônatas foi Meribe-Baal, e Meribe-Baal gerou a Mica” (1 Cr
9.40). Meri-Baal também era chamado de Mefibosete (2 Sm 4.4; 9.6).
II – CARACTERÍSTICAS DE JÔNATAS
Jônatas era um homem de coragem, sabedoria e honra, com o potencial de ser um dos maiores reis de Israel. Vejamos algumas de suas características:
2.1 - Um filho obediente. Jônatas foi um filho obediente ao seu pai Saul. Nada o rei fazia sem contar a Jônatas (1 Sm 20.2).
Mesmo quando Saul havia sido rejeitado
por Deus para ser rei, manteve-se ao seu lado como um fiel companheiro:
“Saul e Jônatas, tão amados e queridos na sua vida, também na sua morte
não se separaram” (2 Sm 1.23).
2.2 - Um valente guerreiro.
A destreza de Jônatas como guerreiro é evidente em toda narrativa de
sua história, principalmente em 1 Samuel 13.1-23 e 14.1-13. Com dois
anos de governo Saul escolheu três mil homens para formarem o exército
(1 Sm 13.1). Dois mil ficaram com ele e mil ficaram sob a liderança de
Jônatas que não tardou em atacar os filisteus (1 Sm 13.2,3). A maior
parte das vitórias de Israel deu-se sob o comando de Jônatas. Mais tarde
quando veio a falecer no monte Gilboa, Davi tomou conhecimento,
lamentou, chorou e fez referência em seu lamento a habilidade deste como
guerreiro, dizendo que era “mais ligeiro que a águia e mais forte que o
leão” (2 Sm 1.22,23).
2.3 - Um soldado benquisto pelo povo.
Por causa de seu êxito nas investidas contra os inimigos de Israel,
Jônatas era amado pelo povo (1 Sm 14.45). Jônatas morreu como um
soldado, lutando bravamente por sua pátria, por isso o sepultaram-no
dignamente (1 Sm 31.12,13).
III – TRAÇOS DO CARÁTER DE JÔNATAS
3.1 - Uma pessoa de fé.
Na ocasião em que os filisteus estavam cercando Israel, junto com um
soldado, Jônatas fez uma investida contra uma parte do exército inimigo
(1 Sm 14.1). Sem que o seu pai e o povo soubesse (1 Sm 14.1,3) ele
deslocou-se até a guarnição dos filisteus e entre duas pedras agudas (1
Sm 14.4) disse aos seu moço que estava com ele: “[...] Vem, passemos à
guarnição destes incircuncisos; porventura operará o SENHOR por nós,
porque para com o SENHOR nenhum impedimento há de livrar com muitos ou
com poucos” (1 Sm 14.6). Diferente de seu pai Saul, Jônatas mostrava ter
fé verdadeira no Senhor. Destaca-se ainda que antes de atacar, ele
esperou um sinal de que o Senhor estaria com ele (1 Sm 14.8-10). Deus
confirmou dando-lhe este sinal e o fez prosperar na batalha (1 Sm
14.11-15).
3.2 - Um homem humilde.
Após a derrota do gigante filisteu por Davi, Jônatas nutriu por ele uma
amizade sincera (1 Sm 18.1,3), e demostrou isso lhe presenteando com a
sua vestimenta de guerreiro (1 Sm 18.4). Isto nos revela um atitude de
humildade. Lima (2017, p. 64) nos diz que este ato: “indica que ele
consciente e amorosamente transferiu o direito ao trono a seu amigo
Davi”. Além disso, Jônatas não ficou ressentido por ver Davi prosperar
nas batalhas mais do que ele, seu pai Saul e os soldados do exército e
de conquistar a simpatia do povo (I Sm 18.5). Pelo contrário, apesar de
ser o filho mais velho de Saul, e naturalmente o herdeiro do trono após a
sua morte, entendeu que Davi deveria ser rei (1 Sm 23.17). Já Saul, ao
ouvir o cântico das donzelas sobre a prosperidade de Davi, teve inveja e
começou a persegui-lo (1 Sm 18.6-9).
3.3 - Um amigo leal.
Jônatas não se revela apenas como uma pessoa de fé e humildade, mas
também como amigo leal (1 Sm 18.3; 19.1). O adjetivo “leal” segundo
Aurélio (2004, p. 1189) significa: “sincero, franco e honesto. Fiel aos
seus compromissos”. Champlin (2004, p. 746) nos diz: “ser leal é ser
fiel em qualquer relacionamento; é confiar e ser digno de confiança; é
oferecer e receber verdadeira lealdade e devoção”. Mas, em que ocasiões
vemos a lealdade de Jônatas? Citaremos algumas:
(a) na ocasião que
explicitamente, Saul por inveja, mandou Jônatas e os seus soldados
matarem Davi (I Sm 19.1). Jônatas não somente se negou a fazê-lo, mas
anunciou a Davi para que escapasse, e ainda persuadiu o seu pai, a não
realizar tão grande mal (I Sm 19.2-6);
(b) a ira de Saul contra Davi
retornou e ele tentou novamente matá-lo (1 Sm 20.1). Ao ser informado,
Jônatas dessa vez não acreditou, mas acertou com Davi para ver se de
fato era assim (1 Sm 20.4-13). Jônatas conferiu a informação que era
verdadeira e procurou noticiar a Davi, livrando-assim da morte novamente
(1 Sm 20.35-43); e,
(c) nesta mesma ocasião, Jônatas quase morreu por
perguntar ao seu pai, o porque do ódio contra Davi (1 Sm 20.32,33).
Quando foi obrigado a escolher entre o pai e Davi, Jônatas ficou ao lado
do amigo, o qual reconhecia como o escolhido do Senhor (1 Sm 23.17).
Embora nunca tenha abandonado seu pai (2 Sm 1.23).
Precisamos ser leais em todas as áreas da nossa vida: a Deus, ao nosso semelhante, e, aos nossos compromissos (Pv 3.3; 28.20; Lc 16.10; Tt 2.10).
Precisamos ser leais em todas as áreas da nossa vida: a Deus, ao nosso semelhante, e, aos nossos compromissos (Pv 3.3; 28.20; Lc 16.10; Tt 2.10).
IV – A ALIANÇA ENTRE JÔNATAS E DAVI
Consta na narrativa histórica dos Livros
de Samuel diversas vezes que Jônatas e Davi fizeram aliança entre si (1
Sm 18.3; 20.16; 23.18). Principalmente em 1 Samuel 20.14-17 uma aliança
entre Davi e Jônatas surgiu, a qual enfatizou a atitude de Davi em
relação a Jônatas e seus descendentes. Jônatas reconheceu que Davi seria
o próximo rei, e pediu que Davi jurasse que teria misericórdia de sua
casa. Champlin (2004, p. 1999) nos diz que “Jônatas temia o que poderia
acontecer a seus filhos órfãos. Era costume no Oriente, em todas as
épocas, quando uma dinastia era violentamente mudada, o novo rei tirar a
vida de toda a família do ex-monarca”. Abimeleque fez o possível para
que ninguém sobrasse da casa de Gideão (Jz 9.5); o mesmo aconteceu com
Atalia, que não quis que alguém sobrevivesse da semente real (2 Cr
22.10,11). Davi, no entanto, manteve esta aliança e provou ser
verdadeiro para com o seu amigo (2 Sm 9.1-13).
V - A RECOMPENSA DA LEALDADE
Apesar de Davi ter sofrido muitas
perseguições de Saul (1 Sm 18.10,11; 21-22,29; 19.1; 9-10) e de ter
oportunidade de matá-lo, duas vezes (I Sm 24.3-12; 26.8-11), mostrou-se
benigno não lhe fazendo mal nem a sua descendência. Pelo contrário,
quando estava no trono Davi decidiu beneficiar alguém que restou da
família de Saul, por amor de Jônatas seu amigo (2 Sm 9.1,7), como
veremos a seguir:
5.1 - A lembrança de Davi (2 Sm 9.1).
Davi havia alcançado o alto posto de
monarca segundo a promessa de Deus (I Sm 16.13; 2 Sm 8.15). No entanto,
mesmo nesta alta posição não havia esquecido de onde veio e a aliança
que fez com seu amigo Jônatas quando ainda não era rei: “e disse Davi:
Há ainda alguém que tenha ficado da casa de Saul, para que lhe faça
benevolência por amor de Jônatas? Isso aconteceu bem depois de sua
ascensão ao trono porque, pelo que tudo indica, Mefibosete, que tinha
apenas 5 anos de idade quando Saul morreu, já era pai de um filho nessa
ocasião (2 Sm 9.12). Davi foi avisado por um servo de Saul,
chamado Ziba, que havia ainda vivo um filho de Jônatas, chamado de
Mefibosete que era coxo de ambos os pés (2 Sm 9.2,3). Então Davi mandou
chamá-lo (2 Sm 9.4,5).
5.2 - A misericórdia de Davi (2 Sm 9.1,3,7).
Ao invés de chamar algum descendente da família de Saul para executar,
Davi convoca para usar de misericórdia. Em 2 Sm 9.1 Davi fala de
“beneficência”; em 2 Sm 9.3 de “benevolência de Deus”; e, em 2 Sm 9.7
ele fala de “benevolência”. Matthew Henry (2010, p. 380 – acréscimo
nosso) diz: “a beneficência que Davi prometeu mostrar é: (a)
beneficência em busca de cumprir a aliança que havia entre ele e
Jônatas, da qual Deus era testemunha (1 Sm 20.42); (b) beneficência em
relação ao exemplo de Deus; pois devemos ser misericordiosos como Ele o é
(Sl 17.7; 103.2; Lc 6.36); e, (c) Essa beneficência tem um caráter
piedoso, tendo um olho em Deus, bem como na sua honra e favor (Mt 5.16; 1
Pe 2.12).
5.3 - A lealdade de Davi (2 Sm 9.9).
Quando Davi chamou Mefibosete a sua presença, ele veio temendo e
tremendo, por certo pensando que o rei o executaria, pois era o único
que sobrara da descendência de Saul (2 Sm 9.6). No entanto, Davi o
apazigua dizendo: “Não temas, porque decerto usarei contigo de
benevolência por amor de Jônatas, teu pai [...]”. Em seguida o rei Davi
lhe concedeu:
(a) um servo para ajudá-lo (2 Sm 9.9,10);
(b) restituiu as terras de seu avô e seu pai (2 Sm 9.7-a); e,
(c) lhe concedeu um lugar a mesa, como um dos filhos do rei (2 Sm 9.11).
(a) um servo para ajudá-lo (2 Sm 9.9,10);
(b) restituiu as terras de seu avô e seu pai (2 Sm 9.7-a); e,
(c) lhe concedeu um lugar a mesa, como um dos filhos do rei (2 Sm 9.11).
CONCLUSÃO
Aprendemos com Jônatas que devemos
nutrir boas amizades e agirmos com lealdade a Deus e nos nossos
relacionamentos. Na vida as nossas atitudes sejam boas ou más, são como
semente que lançamos dia a dia no terreno da nossa vida. Mais cedo ou
mais tarde teremos que colher o fruto das nossas decisões.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO.
LIMA, Elinaldo R. de. O Caráter do Cristão. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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