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LIÇÃO
08 – ABIGAIL, UM CARÁTER CONCILIADOR - (1 Sm 25.18-24,27,28)
2º TRIMESTRE 2017
INTRODUÇÃO
Nesta
lição faremos um contra ponto sobre o caráter duro e maligno de Nabal com o
caráter justo e sábio de sua esposa Abigail. Pontuaremos os pontos negativos
deste homem cruel, egoísta e arrogante; e destacaremos sobre os pontos
positivos desta mulher pacificadora, humilde, sábia, intercessora, prudente e
corajosa que foi Abigail.
I
- CARACTERÍSTICAS DO CARÁTER DE NABAL
Nabal
descendia do famoso Calebe, companheiro de Josué (1Sm 25.3), e seu nome
significa: “tolo, louco” (1Sm 25.25) (CHAMPLIN, 2000, p. 1212). Davi não exigiu
de Nabal que mandasse grandes quantidades de víveres, mas, sim, que enviasse
para seus homens o que “achasse à mão”, ou seja, o que pudesse mandar (1Sm
25.8-c). Porém, ao ouvir o pedido de Davi, Nabal encolerizou-se diante dos
mensageiros e disse que não atenderia o pedido de um homem que, na visão dele,
era mais um fugitivo de “seu senhor”, o rei Saul (1Sm 25.10).Vejamos alguns
aspectos do seu caráter:
1.1
- Nabal um homem de caráter maligno. Nabal é descrito como um homem de
caráter “[…] duro e maligno nas suas ações” (1Sm 25.3), do qual ninguém poderia
aproximar-se com segurança: “[…] e não há quem lhe possa falar” (1Sm 25.17-c).
Um de seus servos, bem como a própria esposa, o chamaram de “filho de Belial”,
dizendo que: “[…] a loucura estava com ele” (1Sm 25.25). O termo hebraico
“beliya’al” refere-se a pessoas que transgrediam a lei deliberadamente. Um
filho de Belial é uma pessoa má e sem valor, por isso, a resposta de Nabal foi
desaforada, desrespeitosa e em tom de deboche (WIERSBE, 2010, p. 272).
1.2
- Nabal um homem de caráter egoísta. Davi protegera os pastores de Nabal
de atacantes árabes e filisteus (1Sm 25.7,8), no entanto, quando os jovens
explicaram-lhe educadamente a situação, Nabal insultou-os. Nabal tinha
informações de Davi, como o texto indica, em sua referência ao seu pai: “[…] e
quem é o filho de Jessé?” (1Sm 25.10-b). Nabal era partidário de Saul e
considerava Davi um rebelde (1Sm 25.10), suas palavras sem dúvida, revelam o
coração de um homem egoísta e arrogante: “Respondeu Nabal aos moços de Davi:
Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? […] Tomaria eu o meu pão, e a minha
água, e a carne das minhas reses (animais) que abati […] e o daria a homens que
não sei de onde vem?” (1Sm 25.10,11). Davi precisava sustentar 600 homens no
deserto (1Sm 23.13), e Nabal ao se recusar ajudar a Davi e seus homens, “[…]
pagou mal por bem” (1Sm 25.21 ver Sl 109.5; Pv 17.13).
1.3
- Nabal um homem arrogante. A resposta de Nabal aos homens de Davi foi
dura, e sem dúvida alguma, era uma grande afronta. Foi enviado uma original
saudação a Nabal, mostrando-lhe cortesia e desejando todas as coisas boas para
ele, seus familiares e servos: “e enviou Davi dez jovens, e disse aos jovens:
Subi ao Carmelo e, indo a Nabal, perguntai-lhe, em meu nome, como está. E assim
direis àquele próspero: Paz tenhas, e que a tua casa tenha paz, e tudo o que
tens tenha paz! […] Dá a teus servos e a Davi, teu filho, o que achares à mão”
(1Sm 25.5,6,8). Mesmo com toda essa saudação a resposta de Nabal demonstra seu
caráter prepotente e arrogante (1Sm 25.10,11). Esse insulto indica que ele
pertencia à facção de Saul e deveria ser considerado entre os que odiavam Davi.
O pedido estava sendo feito em um dia bom, em meio a uma ocasião em que Nabal
se tornava mais rico, com a “tosquia de seu rebanho” (1Sm 25.4), e entre festas
e celebrações (ELLICOTT apud CHAMPLIN, 2000, p. 1213 – grifo nosso).
1.4
- Nabal um homem ingrato. Em ocasiões anteriores, Davi chegara a dar
proteção aos pastores de Nabal seus homens serviam de apoio e de guarda para os
rebanhos: “De muro em redor nos serviram [...]” (1Sm 25.16). Proteção foi dada
aos pastores, que estavam muito vulneráveis em campo aberto, com suas ovelhas.
O texto implica proteção contra as feras e os salteadores. Os homens de Davi
não lhes haviam feito nenhum mal nem os tinham furtado. E podemos supor que
tenham dado proteção contra os temíveis filisteus, que tinham o mau hábito de
atacar pessoas que de nada suspeitavam.: “[..] os teus pastores estiveram
conosco […] têm-nos sido muito bons, e nunca fomos agravados por eles, e nada
nos faltou […] De muro em redor nos serviram, tanto de dia como de noite, todos
os dias que andamos como eles [...]” (1Sm 25.7,8; 15-17). Davi tinha uma
reivindicação pelos serviços realizados em favor de seus pastores, em Carmelo
(CHAMPLIN, 2000, p. 1213 – grifo nosso).
II
- CARACTERÍSTICAS DO CARÁTER DE ABIGAIL
O
nome Abigail significa “pai da alegria” ou “exultação” (LIMA, 2017, p. 87).
Abigail era bonita por dentro e por fora.“[…] Abigail; e era a mulher de bom
entendimento e formosa [...]” (1Sm 25.3). Para entendermos o caráter de uma
pessoa, faz-se necessário conhecer um pouco de sua história, de suas atitudes e
ações. Vejamos algumas de suas qualidades:
2.1
- Abigail uma mulher pacificadora. Abigail agiu com extrema prudência,
apaziguando o coração de Davi, pediu perdão e o fez reconhecer que a vingança
não era a melhor decisão naquele momento. Assim que soube das resoluções do
coração de Davi, ela apressou-se para apaziguá-lo e pacificá-lo. Davi ficou tão
grato que louvou a Deus por aquele encontro, fruto não da casualidade, mas,
sim, da providência divina: “Bendito o Senhor, Deus de Israel, que, hoje, te
enviou ao meu encontro”. Diante de tão grande livramento, pois essa atitude
vingativa desagradaria a Deus e desonraria seu nome, Davi agradeceu a Deus e a
Abigail (1Sm 25.33-35 ver Pv 31.30). Após cumprir a sua missão de paz, “[…]
voltou Abigail a Nabal” (1Sm 25.36a). Essa volta de Abigail para o marido é
incrível. Ela não estava voltando para um marido generoso, carinhoso,
tranquilo, mas para um marido embriagado, mesquinho e grosseiro. Ela, porém,
não o abandonou, mas retornou para ele mesmo assim (ver Mt 5.9; Rm 12.18; Ef
4.3).
2.2
- Abigail uma mulher intercessora. Abigail intercedeu por Nabal, e assumiu
a culpa do marido como se fosse sua pedindo clemência a Davi: “Perdoa a
transgressão da tua serva [..]” (1Sm 24,28). Ela tentou aplacar a fúria dele,
explicando que o marido era louco e que ela não tinha agido em favor dele e dos
moços porque não viu o momento em que eles chegaram ao Carmelo: “Meu senhor,
agora não faça este homem vil, a saber, Nabal, impressão no seu coração, porque
tal é ele qual é o seu nome. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele, e
eu, tua serva, não vi os moços de meu senhor, que enviaste” (1Sm 25.25).
Abigail era uma mulher de fé, que acreditava que Davi era o rei escolhido de
Deus e que Saul era apenas um homem (1Sm 25.29), por isso, confessou que seu
marido era um “homem de Belial” (v. 25, ver v. 1 7) que fazia jus a seu nome
que significa: “louco”.
2.3
- Abigail uma mulher prudente. A sua prudência pode ser vista,
principalmente, no seu jeito de falar. Seis vezes Abigail chamou a si mesma de
“tua serva” e oito vezes chamou a Davi de “meu senhor”. A Bíblia diz que a casa
e a fazenda são a herança dos pais; mas do SENHOR vem a mulher prudente. (Pv
19.14), e Abigail mostrou isso: “Agora, pois, meu senhor, vive o Senhor, e vive
a tua alma, que o Senhor te impediu de vires com sangue, e de que a tua mão te
salvasse; e, agora, tais quais Nabal sejam os teus inimigos e os que procuram
mal contra o meu senhor.” (1Sm 25.26). Abigail reconheceu Davi como rei (1Sm
25.28,30) quando o chamou de “meu senhor”.
2.4
- Abigail uma mulher sábia. É provável que em várias ocasiões Abigail já
tivesse feito reparos aos atos de seu marido, e esse era um dos fatores que o
mantinham rico e abastado. Abigail não se demorou em preparar para Davi e seus
homens uma pequena provisão: “Abigail se apressou […] e prostrou-se sobre o
rosto diante de Davi [...]” (1Sm 25.18-a; 23, Pv 14.1). “E agora este é o
presente que trouxe a tua serva a meu senhor; seja dado aos moços que seguem ao
meu senhor. Perdoa, pois, à tua serva esta transgressão, porque certamente fará
o Senhor casa firme a meu senhor, porque meu senhor guerreia as guerras do
Senhor, e não se tem achado mal em ti por todos os teus dias.” (1Sm 25.27,28)
(CHAMPLIN, 2000, p. 1213).
2.5
- Abigail uma mulher corajosa. Ciente de que se tratava da esposa de
Nabal, Davi poderia tê-la executado ali mesmo. De outra sorte, ela poderia ser
severamente castigada por seu marido por causa do ato de independência: “[…]
nada disse ela a seu marido Nabal.” (1Sm 25.19). Seus servos partiram na
frente, mas ela deve ter mudado de ideia acerca de sua missão e foi
pessoalmente: “[…]
enquanto ela, cavalgando um jumento, descia” (1Sm 25.20). Abigail considerou
ser importante ir pessoalmente, e foi o que fez, mesmo ariscando sua própria
vida, pois muita gente dependia de seu sucesso (1Sm 25.12,13).
2.6
- Abigail uma mulher humilde. Abigail fez o que Nabal deveria ter feito;
“prostrou-se com o rosto em terra” em homenagem ao futuro rei de Israel. É
interessante ver a forma como Abigail agiu com humildade diante de Davi e de
todo o exército que o acompanhava reconhecendo o homem de honra e de guerra que
ele era: “Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, e desceu do jumento, e
prostrou-se sobre o seu rosto diante de Davi, e se inclinou à terra. E
lançou-se a seus pés, [...] deixa, pois, falar a tua serva aos teus ouvidos, e
ouve as palavras da tua serva.” (1Sm 25.23,24 ver Pv 15.33). Abigail levou
consigo não somente a comida para Davi e seus homens mas também levou um
coração humilde. O coração de Davi se compungiu, e sua ira alçou vôo. A Bíblia
diz que o presente alargo o caminho de quem o dá (Pv 18.16).
2.7
- Abigail uma mulher conciliadora. Davi reconheceu que a atitude de
Abigail aplacou a ira dele e disse que o Senhor Deus de Israel era quem havia
enviado aquela mulher ao seu encontro: “Então Davi disse a Abigail: Bendito o
Senhor Deus de Israel, que hoje te enviou ao meu encontro. E bendito o teu
conselho, e bendita tu, que hoje me impediste de derramar sangue, e de
vingar-me pela minha própria mão […] que se tu não te apressaras, e não me
vieras ao encontro, não ficaria a Nabal até a luz da manhã nem mesmo um menino
[...]” (1Sm 25.32-35 ver ainda Pv 15.1).
2.8
- Abigail uma mulher profetiza. Abigail lembrou Davi de que o Senhor havia
lhe dado uma “casa firme” ou seja, uma dinastia permanente, de modo que ele não
precisava temer o futuro. Davi estava seguro, sua vida mantinha-se “atada no
feixe dos que vivem com o Senhor”; mas seus inimigos seriam “lançados longe
como a pedra que Davi usou para derrotar Golias” (1Sm 25.28-31). Não importava
o que Saul havia planejado fazer com Davi, o Senhor cumpriria suas promessas e
colocaria Davi no trono de Israel (WIERSBE, 2010, p. 274).
2.9
- Abigail uma mulher determinada. Abigail diz a Davi que ele não leve em
conta o que o seu esposo fez, porque o seu nome indicava sua loucura. (1Sm
25.24). Ela ainda anteviu a vitória de Davi sobre seus inimigos e disse que ele
seria feito por Deus “chefe sobre Israel” e que, quando assim sucedesse, Davi
não se esquecesse dela (1Sm 25.30,31). “E mandou Davi falar a Abigail, para
tomá-la por sua mulher” (1Sm 25.39). Ao ouvir as palavras dos emissários de
Davi, Abigail “[...] se levantou, e se inclinou com o rosto em terra, e disse:
Eis aqui a tua serva [...]” (v. 41).
2.10
- Abigail uma mulher submissa. Abigail causara tamanho impacto em Davi com
seu caráter e sabedoria a ponto dele considerar que seria uma boa rainha.
Assim, enviou mensageiros a fim de pedir a mão de Abigail em casamento, e ela
se sujeitou a seu rei e se ofereceu até para lavar-lhe os pés dos seus servos:
“Vindo os servos de Davi a Abigail […] ela se levantou, inclinou-se com o rosto
em terra, e disse: Eis aqui a tua serva, pronta para servi-te e para lavar os
pés dos servos do meu senhor” (1Sm 25.40,41). Tornou-se esposa de Davi e
deu-lhe um filho por nome de Quileabe, também chamado Daniel (2Sm 3.3; 1Cr
3.1).
CONCLUSÃO
Concluímos
que a história de Abigail e Nabal nos ensina que devemos cultivar as
características positivas de um bom caráter como fez esta mulher, e evitarmos
os maus exemplos deste homem que foi egoísta, duro e maligno.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN,
R. N. Antigo Testamento versículo por versículo. Vol. 2. HAGNOS.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
LIMA,
Elinaldo Renovato de. O caráter do cristão. CPAD
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