segunda-feira, 29 de maio de 2017

LIÇÃO 10 – MARIA, IRMÃ DE LÁZARO, UMA DEVOÇÃO AMOROSA (Jo 12.1-11) 2º TRIMESTRE DE 2017

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves

Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 10 – MARIA, IRMÃ DE LÁZARO, UMA DEVOÇÃO AMOROSA (Jo 12.1-11)
2º TRIMESTRE DE 2017

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre Maria irmã de Lázaro, como um grande exemplo de dedicação a Cristo no Novo Testamento; veremos importantes informações a respeito dessa personagem, ressaltando alguns aspectos da sua devoção; pontuaremos também traços de um caráter que Deus reprova; e por fim, elencaremos alguns resultados da devoção amorosa de Maria.

I – DEFINIÇÕES DAS PALAVRAS DEVOÇÃO E AMOROSA
1.1 Devoção. De acordo com Aurélio devoção é: “Ato de dedicar-se ou consagrar-se a alguém, dedicação íntima; afeição, afeto” (FERREIRA, 2010, p. 668). Já Andrade (2006, p. 142) define como: “Consagração individual que tem por objetivo o estreitamento da comunhão entre a criatura e o Criador; implica em serviço em prol do Reino de Deus”.
1.2 Amorosa. Segundo Aurélio a palavra amorosa significa: “Que tem ou sente amor; carinhosa, terna, meiga” (FERREIRA, 2010, p. 123). Qualidade cristã decorrente da ação do Espírito Santo em sua vida (Rm 5.5; Gl 5.22).

II – INFORMAÇÕES SOBRE MARIA A IRMÃ DE LÁZARO
2.1 - Nome. O nome Maria é derivado da mesma raiz hebraica do nome “Miriã”, que tanto pode significar “ser amargo ou amargurar”, como também “ser forte ou fortalecer” (HARRIS et al, 1998, p. 880) sendo esse último, o que descreve muito bem a personagem em destaque. É importante salientar que a personagem em destaque nessa lição, não pode ser confundida com a mulher pecadora que ungiu os pés de Jesus na casa de um fariseu chamado Simão (Lc 7.36-50). Além de Maria irmã de Lázaro algumas outras mulheres são chamadas por esse nome no Novo Testamento. Entre elas destacamos:

(a) a mãe de Jesus (Mt 1.16);
(b) Maria chamada Madalena (Lc 8.2);
(c) a mãe de Tiago e de José (Mt 27.56);
(d) a mãe de João Marcos (At 12.2);
(e) e uma irmã na igreja em Roma cooperadora do apóstolo Paulo (Rm 16.6).

2.2 - Familiares. A família de Maria se limita a três integrantes, todos eles seguidores de Jesus, vistos entre seus amigos mais próximos (Jo 11.5). Sua irmã era Marta, nome que quer dizer “senhora”, uma piedosa serva de Deus que tinha dentre outras coisas a virtude da hospitalidade (Lc 10.38). Seu irmão era Lázaro, cujo nome significa “Deus é auxílio” (CHAMPLIN, 2002, p. 457) que recebeu também um destaque especial nas Escrituras ao ser ressuscitado por Jesus (Jo 12.1), sendo lembrado como aquele a quem Cristo amava (Jo 11.3).

2.3 - Local de origem. Maria e família eram residentes de uma aldeia chamada Betânia, uma vila no declive leste do monte das Oliveiras, situada a cerca de três quilômetros ao leste de Jerusalém “Ora Betânia distava de Jerusalém quase quinze estádios” (Jo 11.18); um estádio era uma medida grega de distância equivalente a 200 metros (BRUCE, 1987, p. 210). Betânia era um local que sempre aparece a fatos importantes ligados a Jesus durante o seu ministério (Mt 21.17; Mc 11.11;Lc 24.50); hoje a cidade é chamada de “el Azariyeh”, ou seja, “o lugar de Lázaro” (TYNDALE, 2015, p. 246).

III – ASPECTOS DA VERDADEIRA DEVOÇÃO
Maria a irmã de Lázaro, aparece apenas três vezes nos Evangelhos, e em todas as ocasiões estava aos pés de Jesus para aprender (Lc 10.39), para chorar (Jo 11.32,33) e para agradecer (Jo 12.1-3) (LOPES, 2006, p. 398); sua atitude de adoração é semelhante a encontrada em um dos Evangelhos (Lc 7.36-50), porém as diferenças de tempo, local ou ocasião, mostram ser duas pessoas totalmente diferentes. Maria a irmã de Lázaro, tem como sua principal marca com toda certeza a sua dedicação. Vejamos algumas características da sua devoção a Cristo:

3.1 - Voluntária. Não há registro de Jesus pedindo que alguém procedesse dessa maneira, que por sinal contrariava alguns conceitos sociais, a atitude parte deliberadamente de Maria “Então Maria, tomando um arrátel de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus, e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos […]” (Jo 12.3). Seu gesto de amor foi público e espontâneo. Diante disso, precisamos lembrar que a devoção aceita por Deus deve partir de uma atitude livre, espontânea, voluntária (Êx 25.2; 35.5,29; 2Co 8.3; 9.7).

3.2 - Sacrificial. Aquele perfume foi avaliado por trezentos denários (Jo 12.5), que representava o salário de um ano de trabalho. Sobre o perfume nos é dito que era: “[…] unguento de grande valor” (Mt 26.7); “[…] preciosíssimo perfume” (Mc 14.3 – ARA); “[…] de muito preço” (Jo 12.30). O nardo puro era oriundo das folhas secas de uma planta natural do Himalaia, entre o Tibete e a Índia, e pelo fato de provir de uma região tão remota, era altamente cotada (HENDRIKSEN apud LOPES, 2015, p. 317). Maria tomou o objeto mais precioso que possuía e o gastou todo em Jesus “[…] lho derramou sobre a cabeça” (Mc 14.3). A semelhança de Maria a nossa devoção a Deus deve ser plena, sem reservas (Dt 6.5; 1Ts 5.23; Rm 12.1). Devemos lembrar o exemplo de Deus que deu o seu melhor para nós, o seu FilhoJesus (Jo 3.16). O amor é dadivoso e a única coisa que lamenta é quando não tem mais para dar (2Sm 24.24; 1Cr 21.24).

3.3 - Oportuna. Maria demonstrou seu amor a Jesus antes da sua morte e antecipou-se a ungi-lo para a sepultura (Jo 12.7; Mc 14.8). As outras mulheres também foram ungir o corpo de Jesus, mas quando elas chegaram lá, Ele já não estava mais, pois havia ressuscitado (Mc 16.1-6). Em certo sentido, Maria demonstrava sua devoção a Jesus antes que fosse tarde demais, enquanto o Senhor ainda estava vivo. Do mesmo modo devemos nos dedicar ao Criador em tempo oportuno, devido à brevidade da vida (Ec 12.1,2); fazendo a obra com eficiência diante das dificuldades naturais (Jo 9.4); aproveitando cada oportunidade (2Tm 4.2).

3.4 - Generosa. Sua gratidão a Jesus é uma das suas motivações para tamanha devoção. Além da sua vida marcada pelos ensinos do Mestre, que frequentava a sua casa mostrando comunhão com a família, era também grata pela ressurreição de seu irmão Lázaro (Jo 11.1-44; 12.1). A generosidade é uma virtude que deve ser cultivada pelos autênticos servos de Deus diante da sua graça revelada (Sl 103.1,2; Cl 3.15,16; 1Tm 6.18).

3.5 - Cristocêntrica. Maria não tinha outra intenção a não ser honrar ao seu Senhor (Mc 14.6); seu gesto como demonstração de sua devoção não tem como propósito a sua própria apresentação, nem buscava ela aprovação de outrem. Muito pelo contrário, a sua ação inusitada e ousada a fez ser alvo de severas críticas (Mc 14.5,6), mas não a inibiu de adorar ao seu Mestre. A centralidade da pessoa de Cristo na verdadeira adoração, é reafirmada pelo apóstolo Paulo ao dizer: “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém” (Rm 11.36).

IV – JUDAS ISCARIOTES, UM CARÁTER REPROVÁVEL
O texto em apreço também apresenta um grande contraste, dessa feita não entre Maria e sua irmã Marta (Lc 10.38-42), mas, entre Maria e Judas Iscariotes, que por meio de sua crítica revela traços de um caráter reprovado por Cristo.Notemos alguns aspectos negativos de seu caráter:

4.1 - Hipócrita. A crítica de Judas a Maria, é resultado de uma falsa preocupação pelos menos favorecidos (Jo 12.5). Sua atitude aparentemente louvável, servia de máscara para ocultar suas verdadeiras motivações. Tal comportamento é algo que caracteriza os que dizem conhecer a Deus, mas, o negam com suas obras (Tt 1.16), e como também, indica traços de um caráter ímpio conforme ensinou o apóstolo Paulo (2Tm 3.5).

4.2 - Egoísta e avarento. A cobiça pessoal de Judas por coisas materiais se disfarça de uma aparente filantropia (amor ao próximo), não havendo contudo preocupação genuína, mas, visando uma oportunidade de levar proveito da situação para benefício próprio. “Por trás das palavras de Judas, havia um espírito mercenário, e não um interesse altruísta pelos pobres” (BRUCE apud LOPES, 2015, p. 320). A avareza de Judas é declarada pela observação que o evangelista faz a respeito da sua intenção (Jo 12.6). Segundo Aurélio avareza é: “excessivo e sórdido apego ao dinheiro; falta de generosidade; mesquinhez” (2004, p. 236). O apóstolo Paulo adverte sobre o perigo da avareza (1Tm 6.10). 

V – OS RESULTADOS DE UMA DEVOÇÃO AMOROSA
Devoção é a mesma coisa que piedade ou sentimento religioso; expressão de adoração a Deus através de práticas religiosas. Piedade é uma constante cultura da vida interior de santidade diante de Deus e para Ele, que por sua vez se aplica em todas as outras esferas da vida prática. Notemos que apesar da oposição encabeçada por Judas Iscariotes, Maria recebe de Cristo como resultado de sua devoção três coisas:

5.1 - A defesa das críticas. Diante das críticas de Judas, Jesus defendeu Maria mostrando a importância de sua atitude: “[...]deixai-a, para que a molestais?” (Mc 14.6-a). Judas não tinha que criticar, pois, Maria não estava fazendo para ele, mas para o Mestre amado: “Ela fez-me [...]” (Mc 14.6).

5.2 - O elogio e aprovação. Na tradição judaica os reis, sacerdotes e outros eram ungidos para exercer seu ofício, eis aí onde reside também sua “boa obra”, uma indicação que Jesus era alguém que merecia tamanha honra: “[…] Ela fez-me boa obra” (Mc 14.6-b); e fez o que tinha condições: “Ela fez o que podia [...]” (Mc 14.8-a)

5.3 - A honra de ser lembrada pelo seu ato de amor em todas as gerações. Ela seria lembrada por ter ungido o Messias para seu sepultamento: “Em verdade vos digo que, em todas as partes do mundo onde este evangelho for pregado, também o que ela fez será contado para sua memória” (Mc 14.8,9).

CONCLUSÃO
A atitude de Maria revela o que é na prática a verdadeira devoção ao Senhor, tornando-se um exemplo de serviço agradável a Deus. Ao quebrar o vaso de alabastro estava expressando um quebrantamento interior, ressaltando qual a natureza da autêntica adoração, como lembra Davi um adorador por excelência: “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus” (Sl 51.17).

REFERÊNCIAS
BRUCE, F.F. João Introdução e comentário. MUNDO CRISTÃO.
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS.
Dicionário Bíblico Tyndale. GEOGRÁFICA.
Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento. VIDA NOVA.
LOPES, Hernandes dias. Marcos: O evangelho dos milagres. HAGNOS.
LOPES, Hernandes dias. João: As glórias do Filho de Deus. HAGNOS.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Traduza Aqui, gostou do Blog divulgue, Leia a Biblia