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LIÇÃO 11 – MARIA, MÃE DE JESUS - UMA
SERVA HUMILDE - (Lc 1.46-49)
2º TRIMESTRE 2017
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos alguns aspectos do
caráter de Maria mãe de Jesus; pontuaremos algumas virtudes morais desta jovem
que foi escolhida por Deus para ser o invólucro onde milagrosamente, pela ação
do Espírito Santo, conceberia o Messias; e por fim, estudaremos também suas
qualidades espirituais como exemplo para todos nós.
I – INFORMAÇÕES SOBRE MARIA MÃE DE
JESUS
Maria era uma jovem desconhecida que
se tornou mulher de José e mãe de Jesus, e, ao que parece, ambos eram pobres(Lv
12.1-8; Lc 2.21-24). Pouco se sabe da sua vida pessoal, e sua genealogia é
mostrada no Evangelho de Lucas. Era da tribo de Judá e da linhagem de Davi (2Sm
7.12; 1Rs 8.25; Sl 132:11; Lc 1.32). Enquanto morava com os seus pais ainda
solteira, o anjo Gabriel anunciou-lhe que ela seria a mãe do Messias prometido
(Lc 1.35). Era de Nazaré uma cidade da Galileia um lugar sem grande importância
no contexto político e geográfico de Israel (Jo 1.46). Vejamos algumas
informações sobre Maria:
1.1 - Uma jovem de linhagem real. Mateus
registra a genealogia de Jesus dizendo: “Livro da geração de Jesus Cristo,
Filho de Davi, Filho de Abraão [...]” (Mt 1.1,6). Essa é a ponta inicial da
linhagem real que vincula Maria a Davi. Os judeus tinham consciência de que o
Cristo viria da descendência de Davi (Jo 7.41,42). Paulo citou que Jesus “[...]
nasceu da descendência de Davi segundo a carne” (Rm 1.3; Gl 4.4; 2Tm 2.8).
Assim sendo, como Jesus nasceu do ventre de Maria, ela era da descendência de
Davi (LIMA, 2017, p. 115). Em Mateus são citados os antepassados de José,
enquanto em Lucas são dados os dos antepassados de Maria. Tanto Maria como José
eram descendentes de Davi e a prova disso é que ambos, quando do edito de César
para o recenseamento foram se registrar em Belém, cidade de Davi. Ora, se Maria
não fosse descendente de Davi, ela teria tido que se recensear em outra
cidade.“E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus [...]” (Mt
1.16).
1.2 - Uma jovem humilde. Maria era
desconhecida e a respeito dela, o texto bíblico traz poucas informações. Os
nomes de seus pais não são registrados na Bíblia, o que comprova sua origem
humilde e sem influência na sociedade onde vivia (LIMA, 2017, p.113). Maria
“bendita [...] entre as mulheres” (Lc 1.42), nunca reivindicou glória para si e
nem para seu nome. Muito pelo contrário, ela considerou-se “serva” e também
carente de salvação (Lc 1.47). Ao receber a mensagem do nascimento de Jesus,
ela exclamou: “[...] Eis aqui a serva do Senhor; cumpra-se em mim segundo a tua
palavra” (Lc 1.38). Nas páginas do NT humildade é o termo “tapeinos” que
significa: “ausência completa de orgulho, rebaixamento voluntário por um
sentimento de fraqueza ou respeito, modéstia, pobreza”. É o mesmo que ausência
de orgulho, soberba ou vaidade (Mt 11.29; Lc 1.52; Rm 12.16; 2Co 7.6; Tg 4.6;
1Pe 5.5). Deus: “dá graça aos humildes” (Tg 4.6; 1Pe 5.5), e “eleva os
humildes” (SI 147.6).
1.3 - Uma jovem escolhida. Maria foi a única
mulher no mundo que teve uma concepção que não envolveu a semente do homem
contaminada pelo pecado, protagonizando assim o papel mais importante que uma
mulher poderia receber em toda a sua vida (Mt 1.20; Lc 1.31,34; ver Is 7.14;
9.6). Foi uma missão singular e única na história das mulheres em todos os
tempos (Lc 1.42). Ela recebeu a missão de ser mãe de Jesus, o Verbo que “se fez
carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do
Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14). Em seu ventre, ela acolheu, de
forma singular, aquele que veio ao mundo para salvar a humanidade perdida. Ela
não foi concebida sem pecado, como ensina o catolicismo romano, mas concebeu
Jesus sem pecado, por ter sido gerado pelo Espírito Santo, e não pelo processo
natural (LIMA, 2017, p. 115).
1.4 - Uma jovem serva. Maria, uma mulher
voluntária para Deus: “Disse então Maria. Eis aqui a serva do Senhor [...]” (Lc
1.38- a). O anjo chamou Maria de “favorecida”, porém, ela preferiu um termo bem
mais humilde de “serva”. Ela se entrega por completo sem reservas ao Senhor,
estava pronta a obedecer e oferecer sua vida, seu ventre, sua alma e seus
sonhos a Deus. Ela estava disponível para Deus e estava pronta a sofrer os
riscos, a desistir dos seus anseios em favor dos propósitos do Senhor. A
palavra servo no grego é “doulos” que denota um “servidor, escravo, criado”
(VINE, 2002, p. 991).
1.5 - Uma jovem corajosa. Maria foi uma mulher
obediente e disposta a correr riscos para fazer a vontade de Deus: “[…]
cumpra-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1.38-b). Percebe-se que ela
dispôs-se a pagar um alto preço por sua obediência ao projeto de Deus. Era uma
jovem agora grávida, com o risco de ser abandonada pelo noivo e apedrejada pelo
povo, mas ela não abriu mão de ir até o fim, de lutar até a morte, de sofrer
todas as estigmatizações possíveis para cumprir o projeto de Deus. Entre os
judeus daquela época, o noivado era um compromisso tão sério quanto o casamento
e só podia ser rompido pelo divórcio. Na verdade, o homem e a mulher eram
chamados de “esposo” e “esposa”, mesmo antes de se casarem (Mt 1.19; Lc 2.5). O
risco de ser apedrejada era enorme, pois esse era o castigo para uma mulher
adúltera, como ela já estava comprometida com José (Mt 1.19), ele poderia, com
base nos ditames da Lei mosaica, mandar apedrejá-la (Dt 22.22-24).
II - QUALIDADES MORAIS DE MARIA MÃE DE
JESUS
Maria foi escolhida para ser mãe do
Salvador, antes de tudo, por decisão divina, mas também, sem dúvida alguma, por
suas qualidades morais. Gardner (2005, p. 435) diz que “Maria, mãe de Jesus, é
uma das figuras mais proeminentes da Bíblia. Sua vida foi caracterizada pela fé,
humildade e obediência à vontade de Deus. Ela também ocupa uma posição única na
história humana [...]”. Uma vez que as moças judias se casavam muito jovens, é
bem provável que Maria fosse uma jovem quando recebeu a notícia do anjo
(WIERSBE, 2010, p. 221). Podemos destacar qualidades dignas daquela jovem sobre
quem Deus pôs seus olhos. Vejamos algumas características morais de Maria:
2.1 - Era casta. Gabriel, o mensageiro
celeste, foi enviado especialmente da parte de Deus à cidade de Nazaré: “a uma
virgem”, cujo nome era Maria (Lc 1.26,27; Mt 1.23). A virgindade de uma jovem
tem um valor de grande significado espiritual e moral. Falando sobre a glória de Jerusalém, o
Senhor diz que: “como o jovem se casa com a donzela (solteira, virgem pura),
assim teus filhos se casarão comigo [...]” (Is 62.5 – acréscimo nosso). Maria
era desposada (ou noiva) com José, o carpinteiro, mas mantinha-se pura em seu
estado moral. José não teve relações sexuais com Maria antes de ela dar à luz a
Jesus (Mt 1.25). Sua castidade era indispensável para o cumprimento da profecia
(Is 7.14; Mt 1.22,23). Tratando sobre a importância da pureza sexual Paulo fala
da preparação da Igreja por Cristo como: “uma virgem pura a um marido” (2Co
11.2).
2.2 - Era honrada. Maria foi grandemente
honrada recebendo a visita de um anjo (Lc 1.26,27). A jovem de Nazaré jamais
imaginara que estaria sendo observada dos céus pelo Senhor e Criador do
Universo: “E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada [...]”
(Lc 1.28-a). O termo “agraciada” quer dizer que ela foi “honrada por Deus”. O
Senhor sempre procura pessoas assim: simples, humildes, despretensiosas,
despojadas de ambições carnais para honrá-las. Cheia do Espírito Santo, Isabel
a chamou de “a mãe do meu Senhor” (Lc 1.43), o que é motivo suficiente para
mostrar sua honra.
2.3 - Era uma mãe amorosa. Mateus 1.25,
falando de José, declara: “E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o
primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus.” A palavra “até” claramente indica que
José e Maria só tiveram união sexual após o nascimento de Jesus. Tiveram vários
filhos depois que Jesus nasceu (Mt 13.55,56). Deus abençoou e agraciou Maria
dando a ela vários filhos, o que naquela cultura era a mais clara indicação de
que Deus estava abençoando uma mulher. Jesus como filho de Maria, seria humano;
como Filho do Altíssimo (Lc 1.32), seria o Filho de Deus (Lc 1.35). O texto de
Lucas (3.39-45) mostra seu cuidado amoroso com seu querido filho quando ainda
adolescente, e o texto de João revela o seu amor estando ao lado dele na cruz
do Calvário (Jo 19.25-27).
III - QUALIDADES ESPIRITUAIS DE MARIA
MÃE DE JESUS
3.1 - Uma jovem crente. Em seu cântico de
exaltação a Deus (Lc 1:46-56; ver 1Sm 2.1-10). Maria demonstrou ter consciência
de sua condição humana pecadora e imperfeita e tendo necessidade de salvação.
Ela cantou jubilosa e reverente, demonstrando como se sentia diante de Deus e
por ter sido escolhida para tão grande missão: “Disse, então, Maria: A minha
alma engrandece ao Senhor[...]” (Lc 1.46,47). Maria reconheceu que precisava
ser salva, que ela precisava de Deus como seu Salvador: “e o meu espírito se
alegra em Deus, meu Salvador”. Maria era uma pecadora como todos nós e que precisou
de salvador.
3.2 - Uma jovem de fé. Maria sabia o que
aconteceria, mas não sabia como seria. Sua pergunta: “Como se fará isso, visto
que nãoconheço varão?” (Lc 1.34) não é um sinal de incredulidade; antes, é uma
expressão de fé. Ela creu na promessa, mas não entendeu como se cumpriria, e
Gabriel explicou que seria um milagre, uma obra do Espírito Santo. José, seu
noivo, não seria o pai da criança (Mt 1.18-25), mesmo que, posteriormente,
Jesus fosse identificado em termos legais como seu filho (Lc 3.23; 4.22;Jo
1.45; 6.42). Em segundo lugar, Gabriel fez questão de ressaltar que o bebê
seria um “ente santo” e não compartilharia da natureza humana pecaminosa. Jesus
não conheceu pecado (2Co 5.21), não cometeu pecado (1Pe 2.22), e nele não
existe pecado (1Jo 3.5). Seu corpo foi preparado pelo Espírito de Deus (Sl
40.6; Hb 10.5).
3.3 - Uma jovem cheia do Espírito Santo. Não
temos dúvida de que Maria era uma jovem dedicada a Deus (Lc 1.35; Mt 1.20);
cremos que ela estava em comunhão com o Senhor e desenvolvia uma vida
devocional intensa e amorosa: “[...] o Senhor é contigo [...]” (Lc 1.28-b).
Essa expressão foi usada por Deus para outros instrumentos escolhidos por Ele
como: Josué (Js 1.9); Gideão (Jz 6.12) e Israel (Is 41.10-a).
3.4 - Era uma jovem adoradora. Sua alegria
levou-a a entoar um cântico de louvor e adoração. Esse cântico é chamado de
“Magnificat”, pois é a versão em latim de Lucas 1.46 que diz: “A minha alma
engrandece ao Senhor”. Seu maior desejo era engrandecer ao Senhor, não a si
mesma. O canto de Maria contém citações e referências das Escrituras do AT
especialmente dos Salmos e do cântico de Ana em 1 Samuel 2.1-10. Maria guardou
a Palavra de Deus em seu coração e a transformou em louvor.
3.5 - Uma jovem bendita. Quem imaginaria que
uma jovem de Nazaré, pobre, desconhecida, de família tão humilde, que sequer os
nomes de seus pais são mencionados fosse a escolhida por Deus para ser a mulher
que acolheria em seu ventre o Salvador do mundo. Dias depois, ao visitar
Isabel, sua prima, que também estava grávida, ela ouviu-a dizer:
“Bem-aventurada a que creu [...]” (Lc 1.45-a). O anjo declarou: “[...] bendita
és tu entre as mulheres” (Lc 1.28-c).
3.6 - Uma jovem favorecida. Maria sentiu temor
em seu coração por não entender como poderia ela ouvir coisas tão elevadas a
seu respeito: “E, vendo-o ela, turbou-se muito com aquelas palavras e
considerava que saudação seria esta” (Lc 1.29). Era a reação natural de uma
moça que nunca tivera experiência tão profunda em sua vida de comunhão com
Deus:“Disse-lhe, então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante
de Deus [...]” (Lc 1.30).
CONCLUSÃO
Aprendemos com a história de Maria mãe
de Jesus, que devemos servir a Deus com todas as nossas forças e sermos fiéis e
verdadeiros adoradores, pois assim, Deus, fará o milagre que precisamos.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado
Versículo por Versículo. HAGNOS.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD.
WIERSBE, Warren W. Comentário Bíblico
Expositivo do Antigo Testamento. PDF
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