Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
12 – JOSÉ, O PAI TERRENO DE JESUS – UM HOMEM DE CARÁTER (Mt 1.18-25)
2º TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre um dos mais importantes personagens do NT – José
o pai adotivo de Jesus; inicialmente traremos algumas informações detalhadas
sobre ele; destacaremos importantes traços do seu caráter que denotam que este
homem era um autêntico servo de Deus; e, por fim, pontuaremos que ele foi um
excelente exemplo de marido e de pai.
I
– INFORMAÇÕES SOBRE JOSÉ
Muito
pouco se sabe sobre a vida de José. Seu nome só é mencionado nas narrativas
sobre o nascimento de Jesus, em Mateus 1 e 2 e Lucas 1 e 2, bem como na árvore
genealógica, em Lucas 3.23. Gardner (1999, p. 382) diz que: “a ausência do nome
de José em Mateus 13.55 e João 2.1, passagens onde se esperaria que estivesse
presente, implica que ele já havia falecido quando Jesus iniciou seu ministério
público ou logo depois (Lc 3.23)”. Abaixo destacaremos algumas informações
sobre este personagem:
1.1
- Nome. O nome José vem de uma palavra hebraica que significa: “Yahweh
acrescentará” ou então “que Yahweh adicionará” (CHAMPLIN, 2004, p. 591). José
era um nome comum entre os hebreus (Nm 13.7; Ed 10.42; At 1.23; 4.36). Talvez,
este nome foi dado fazendo alusão ao grande patriarca José, o filho de Jacó, já
que era comum na cultura hebraica colocar nome nos filhos em homenagem aos
antepassados (Lc 1.60,61).
1.2
- Família. O texto bíblico nos informa que José estava noivo de uma moça
chamada Maria (Mt 1.18; Lc 1.27) e que ele pertencia à “Casa e família de Davi”
(Lc 2.4), a linhagem do Messias (2 Sm 7.12,16). José foi o pai adotivo e não
biológico de Jesus (Mt 1.22-25). No entanto, com Maria, após o nascimento de
Jesus (Mt 1.25) ele teve filhos, a saber: Tiago, José, Simão, Judas e algumas
filhas (Mt 13.55; Mc 3.31; Lc 8.19; Jo 2.12; 7.3,5,10; At 1.14; Gl 1.19).
1.3
- Profissão. José era um carpinteiro (Mt 13.55), um ofício que provavelmente
ensinou a Jesus (Mc 6.33). Os carpinteiros eram operários especializados em
madeira. José também era um homem de condição humilde. Isto fica claro pelo
sacrifício que ofereceu a Deus, na ocasião em que levou Jesus ao templo para
ser apresentado ao Senhor (Lv 12.1-8; Lc 2.24).
1.4
- Lugar de origem. Embora fosse da tribo de Judá, da cidade de Belém, José não
residia em Judá, pelo contrário, era de Nazaré uma aldeia da Galiléia (Lc
2.4,39), como também o menino Jesus (Lc 4.16). Foi ali que o anjo anunciou a
Maria o nascimento do Messias (Lc 1.26-28). Após esta família ter passado algum
tempo no Egito, eles voltaram a Nazaré (Lc 4.14). Posteriormente, Jesus ensinou
na sinagoga de Nazaré (Mt 13.54; Lc 4.15). A associação de Jesus com a
localidade o fez ser conhecido como Nazareno (Mt 2.23; Lc 18.37; 24.19; 2.22).
II
– CARACTERÍSTICAS DO CARÁTER DE JOSÉ
José foi um homem escolhido para uma
grande obra: ser o pai adotivo do Messias. Para tal precisava ter um caráter
polido, santo, refinado. Vejamos quais as características do caráter de José,
segundo a Bíblia:
2.1
- Justo. José é declarado pelas Escrituras como sendo alguém justo (Mt 1.19-a).
Tal virtude fica evidente pelas atitudes que tomara diante das circunstâncias
que lhe sobrevieram. A expressão “justo” no hebraico é “hasid” que significa:
“aquele que é piedoso, religioso, santo, justo”. No grego a expressão é
“dikaios”. No Novo Testamento, denota “justo, íntegro”, um estado de estar
certo, ter razão ou de conduta correta, julgada quer pelo padrão divino, quer
de conformidade com os padrões humanos, do que é direito (VINE, 2005, pp.
163,734 – acréscimo nosso). Os servos de Deus em toda a Bíblia são chamados de
justos (Sl 5.12; 11.5; 33.1; 34.17); e, Deus quer que nós O sirvamos em justiça
e santidade (Sl 15.1-5; Mq 6.8; 1 Jo 2.29; Ap 22.11).
2.2
- Prudente. Apenas Maria sabia que estava grávida por uma intervenção
sobrenatural, portanto, ao vê-la nessa condição, é dito que José não querendo
infamá-la “intentou deixá-la secretamente” (Mt 1.19-b). Aos olhos de José,
parecia que Maria havia sido infiel, visto que estava “desposada” ou “noiva”
dele (Lc 1.27). Esse compromisso de noivado era tão sério que “se houvesse o
rompimento do noivado, tinha que haver o processo de divórcio” (LIMA, 2017, p.
133). A descoberta de que Maria havia engravidado, era o suficiente para que
houvesse o pedido de divórcio por José, o que lhe garantiria o ressarcimento do
dote e possivelmente o apedrejamento da noiva, por causa da infidelidade (Dt
22.20,21). Todavia, antes de agir José pensou: “E, projetando ele isto [...]”
(Mt 1.20-a). O Aurélio (2004, p. 1651) define o adjetivo “prudente” como sendo
alguém: “moderado, comedido, cauteloso, precavido, sensato”. A Bíblia faz
severas exortações a sermos prudentes:
(a)
no falar (Pv 14.6; 21.23; 25.15);
(b)
no andar (Pv 14.15; Ef 5.15);
(c)
no agir (Pv 19.11; 22.3; Mt 7.24; 25.4); e,
(d)
no pensar (Pv 15.5; 16.20; 17.10).
2.3
- Obediente. A obediência era um dos traços mais marcantes do caráter de José.
Ao ver Maria grávida José intentou deixá-la secretamente, no entanto, quando
projetava tomar esta decisão, um anjo do Senhor lhe apareceu, trazendo-lhe uma
consoladora mensagem: “José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua
mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo” (Mt 1.20). Diante
disso, José, foi obediente a voz divina, recebendo Maria como sua esposa (Mt
1.24), e, não teve relações sexuais com ela até que Jesus nasceu (Mt 1.25). Com
José, aprendemos que além de escutar a voz de Deus precisamos ouvir, ou seja
atender. O verbo “ouvir” no hebraico “shãma” quer dizer “ouvir, dar atenção a,
escutar, obedecer, publicar” (VINE, 2002, p. 210 – acréscimo nosso). A
obediência é exigida por Deus (Dt 13.4), é essencial à fé (Hb 11.6); resultado
para quem dá ouvidos à voz de Deus (Êx 19.5); é um dever que temos diante de
Cristo (2 Co 10.5); o evangelho requer obediência (Rm 1.5); consiste em
observar os mandamentos de Deus (Ec 12.13).
2.4
- Temente a Deus. José demonstrou com suas atitudes, ser um judeu que temia ao
Senhor, servindo a Deus com a sua família. A lei exigia que os homens judeus
fossem a três celebrações em Jerusalém todos os anos (Dt 16.16,17). O registro
bíblico diz que ele e Maria subiam anualmente a Jerusalém para a celebração da
Páscoa como de costume (Lc 2.41). Como podemos ver o temor sempre está ligado
há uma vida de comunhão e obediência a Deus (Pv 8.13; 16.6; 22.4); é uma
atitude que devemos manter com constância (Dt 14.23; Sl 2.11; 86.11; Pv 23.17);
devemos ensinar aos outros o temor a Deus (Sl 34.11); e, quem teme a Deus tem
vários benefícios (Pv 15.16; 19.23; Ec 8.12,13).
2.5
- Sensível a voz divina. José caracteriza-se também por ser um homem sensível a
voz divina. Ele ouviu e atendeu orientação divina quando intentou deixar Maria
secretamente (Mt 1.20-24); também na ocasião em que Herodes enfurecido mandou
que matassem todas as crianças de Belém de dois anos para baixo, Deus lhe falou
em sonhos dizendo: “Levantate, e toma o menino e sua mãe, e foge para o Egito,
e demora-te lá até que eu te diga; porque Herodes há de procurar o menino para
o matar” (Lc 2.13). Ele não hesitou, antes obedeceu a Deus (Mt 2.14); José
ainda ouviu e se inclinou a direção divina, quando Deus o mandou retornar a
Israel, porque Herodes já estava morto (Mt 2.19-21); e, por fim, quanto voltava
do Egito intentou ir morar na Judeia, mas o Senhor lhe orientou ir para a
Galiléia, habitar em Nazaré (Mt 2.22,23).
III
– JOSÉ, UM EXEMPLO DE MARIDO E DE PAI
José
não destaca-se na Bíblia apenas como um servo de Deus, mas também como um
marido amoroso e um pai dedicado. Aprendemos com isso que, o nosso
relacionamento com Deus, deve resultar em um estilo de vida que produza um
relacionamento saudável com o próximo (Mt 22.37,39). Abaixo veremos como José
foi um exemplo de esposo e pai:
3.1
- Exemplo de esposo. Em toda narrativa neotestamentária observamos as atitudes
de José que denotam que ele era um bom marido para sua esposa. Vejamos:
a)
Quando viu Maria grávida não a acusou de fornicação, porque não queria
infamá-la (Mt 1.19);
b)
Após descobrir que o que na sua esposa estava gerado era do Espírito Santo, ela
a recebeu (Mt 1.20,24);
c)
Todas as vezes que se menciona Maria se diz que José está junto, pois era um
esposo presente (Lc 2.4,5,16,33,41);
d)
Trabalhava para sustentar seu lar (Mt 13.55; Mc 6.33).
3.2
- Exemplo de pai. Champlin (2004, p. 13) nos diz que: “em Israel, o pai da
família era o principal mestre de sua família e precisava levar a sério os seus
deveres. Suas instruções incluíam tanto alguma profissão como a educação
religiosa (Dt 4.9; 6.7; 31.13; Pv 22.6; Is 28.9)”. Deus concedeu a José uma
missão muito mais elevada - ser o pai adotivo de Jesus, “o Filho do Altíssimo”
(Lc 1.32). Pela narrativa dos evangelhos observamos que José foi um pai
dedicado. Vejamos:
a)
José levou Jesus ao templo para a circuncisão no oitavo dia (Lc 2.21);
b)
Nesta mesma ocasião deu o nome a criança conforme orientação dada pelo anjo (Mt
1.21);
c)
Levou a Jerusalém, junto com Maria, para as cerimônias da purificação (Lc
2.22);
d)
Conduzia Jesus anualmente a Jerusalém para a comemoração das festas: “todos os
anos iam seus pais a Jerusalém à festa da páscoa” (Lc 2.41);
e)
Aos doze anos, Jesus foi encaminhado por José para fazer o “Bar Mitzvah”, que é
traduzido como “Filho do Mandamento” (Lc 2.42), uma “cerimônia judaica onde aos
doze anos, o menino tornava-se diretamente responsável pela obediência à Lei,
incluindo suas ordenanças e festividades prescritas (CHAMPLIN, 2014, p. 48);
f)
Quando soube pelo anjo do Senhor que Herodes iria tentar matar o menino, José o
protegeu, refugiando-se no Egito como havia sido orientado (Mt 2.13-15).
CONCLUSÃO
Observamos
no caráter de José que ele fez jus a escolha de Deus de incumbi-lo de uma
grande tarefa – ser o pai adotivo de Jesus, o Salvador do mundo. Tal missão,
este nobre servo cumpriu, sob a graça de Deus, com muita dedicação, temor e
amor. Portanto, para todos nós ele é um modelo de como devemos ser
comprometidos com a vontade divina.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
FERREIRA,
Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. POSITIVO.
GARDNER,
Paul. Quem é quem na Bíblia. VIDA.
LIMA,
Elinaldo R. de. O Caráter do Cristão. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E et
al. Dicionário Vine.
CPAD.
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