Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO
04 – A FUNÇÃO SOCIAL DOS SACERDOTES - (Lv 13.1-6)
3º
TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
A
presente lição falará sobre o sacerdote, uma importante figura do AT;
pontuaremos detalhadamente suas múltiplas tarefas; veremos que o sacerdote
levítico é uma figura do ministério pastoral na função de liderança e das
atribuições que lhe foram dadas por Deus.
I
– QUEM ERA O SACERDOTE
Em
português, “sacerdote” vem do latim sacer, “sagrado”, “consagrado” (CHAMPLIN,
2004, p. 13). Eram os descendentes diretos de Arão que, normalmente,
desempenhavam o ofício superior do sacerdócio. Os sacerdotes eram ordenados a
seu ofício e às suas funções mediante um elaborado ritual (Êx 29; Lv 8). Era
preciso ser homem sem defeito físico (Lv 21.16-21). Devia casar-se com uma
mulher de caráter exemplar (Lv 21.7). Não devia contaminar-se com costumes
pagãos nem tocar coisas imundas (Lv 21.1; 22.5). Eles usavam vestimentas
especiais, em sinal de seu ofício, e cada peça de seu vestuário ao que se
presume, tinha significados simbólicos (Êx 29; Lv 8). Eram sustentados mediante
dízimos, primícias do campo, primogênito dos animais e porções de vários
sacrifícios (Nm 18).
II
– AS MÚLTIPLAS TAREFAS DO SACERDOTE LEVÍTICO
O
sacerdote levítico tinha diversas funções. Vejamos algumas:
2.1
- Função docente. A função original de um sacerdote era dar instruções por
inspiração divina (Ne 8.1-8; Ez 44.23). Ele devia ensinar com a Lei: “A lei da
verdade esteve na sua boca”; com a sua própria vida: “e a iniquidade não se
achou nos seus lábios; andou comigo em paz e em retidão”; e, conduzir o povo no
caminho do Senhor: “e da iniquidade converteu a muitos” (Ml 2.6). As pessoas
deveriam buscar o conhecimento da Lei, pela boca do sacerdote “porque ele é o
mensageiro do SENHOR dos Exércitos” (Ml 2.7). Em seus dias, o rei Josafá,
restituiu aos sacerdotes e levitas a função docente de ensinar ao povo a Lei do
Senhor (2 Cr 17.8-9).
2.2
- Função cerimonial. Eles queimavam o incenso sobre o altar de ouro, no lugar
santo, o que era mesmo um símbolo das funções sacerdotais. Também cuidavam das
lâmpadas, acendendo-as a cada novo começo de noite; e arrumavam os pães da
proposição a cada sábado (Êx 27.21; 30.7,8; Lv 24.5-8). Eles mantinham a chama
sempre acesa no altar dos holocaustos (Lv 6.9,12); limpavam as cinzas desse
altar (Lv 6.10,11); ofereciam sacrifícios matinais e vespertinos (Êx 29.38-44);
abençoavam o povo após os sacrifícios diários (Lv 9.22; Nm 6.23-27); aspergiam
o sangue e depositavam sobre o altar as várias porções da vítima sacrificial;
sopravam as trombetas de prata e o chifre do jubileu, por ocasião de
festividades especiais (Lv 25.9).
2.3
- Função clínica. Inspecionavam os imundos quanto à lepra (Lv 13 e 14). Era
dever do sacerdote determinar a presença de lepra e dar instruções relativas ao
tratamento da impureza. Esta seção apresenta informação sobre a forma de o
sacerdote identificar a lepra no corpo humano (Lv 13.1-46), numa peça de roupa
(Lv 13.47-59) e numa casa (Lv 14.33-48). Pelo visto, a lepra na roupa era um
tipo de mofo ou fungo. Se o sacerdote diagnosticasse prontamente que o caso é
lepra, o indivíduo é de imediato declarado imundo (Lv 13.3). Se o sacerdote tem
dúvidas, ele fecha o indivíduo por sete dias (Lv 13.4). Se a praga não se
espalhasse nos sete dias, o indivíduo ficaria fechado por outros sete dias (Lv
13.5). Se a doença não se espalhasse, o sacerdote o declararia limpo. O homem
lavaria as suas vestes e seria limpo (Lv 13.6). Se a pústula na pele se
estendesse grandemente, o sacerdote o declararia leproso (Lv 13.7,8). Se
houvesse alguma vivificação da carne viva, o sacerdote o declararia leproso (Lv
13.10,11). Tornando a carne viva e mudando-se em branca, ou se a praga se
tornasse branca, seria declarado limpo (Lv 13.16,17). Quando curou o leproso,
Jesus ordenou-lhe que se apresentasse ao sacerdote (Mt 8.1-4) orientando a cumprir
a exigência de Levítico (Lv 14.3,10).
2.4
- Função cível. Administravam o juramento que uma mulher deveria fazer quando
acusada de adultério (Nm 5.15-31). A questão aqui não se tratava de adultério
comprovado, pois leis concernentes a esta condição eram claras e prescreviam a
pena de morte (Lv 20.10). Este regulamento relacionava-se com situações em que
não se podia comprovar a infidelidade (Nm 5.13,29) ou em que a conduta da
esposa despertava suspeitas (Nm 5.14). O sacerdote não poderia julgar precipitadamente,
mas orientado por Deus procurar a solução para este problema (Nm 5.16).
2.5
- Função penal. O sacerdote agia como juiz, uma consequência de suas respostas
a questões legais (Êx 33.7-11). Agiam como juízes quanto às queixas do povo,
tomando decisões válidas quanto aos casos apresentados (Dt 17.8-12; 19.17). Os
sacerdotes eram reconhecidos como os principais servidores judiciais: “Então se
achegarão os sacerdotes, filhos de Levi; pois o SENHOR teu Deus os escolheu
para o servirem, e para abençoarem em nome do SENHOR; e pela sua palavra se
decidirá toda a demanda e todo o ferimento” (Dt 21.5).
2.6
- Função mediadora. O sacerdote tinha como função principal representar o homem
diante de Deus, com dons e sacrifícios (Êx 28.38; 30.8; Hb 5.1; 8;3). Isto ele
fazia continuamente por meio dos sacrifícios matinais e vespertinos (Êx
29.38-44), e no Dia da Expiação (Lv 16.1-34; Nm 29.7-11). Ele também
representava Deus diante do povo, quando este queria consultar ao Senhor,
deveriam ir ao sacerdote que usando Urim e Tumim lhes fazia saber a vontade
divina (Nm 27.21; Dt 33.8). Esses objetos eram pequenos seixos, guardados no
peitoral das vestes sumo sacerdotais de Israel. Um deles indicava “sim”, e o
outro, “não”. Ao que se presume, o sumo sacerdote metia a mão no peitoral, e
tirava uma das pedras. Isso determinava o “sim”, e outro, “não” a qualquer
pergunta importante que se fizesse (Js 7.14; 14.2; 18.6; 1 Sm 14.42; 1 Cr 6.54;
1 Cr 35.7,8; 26.13) (CHAMPLIN, 2004, p. 271).
III
– O SACERDOTE LEVÍTICO UMA FIGURA DO MINISTÉRIO PASTORAL
No
hebraico, “raah”, palavra que figura por setenta e sete vezes, tem o sentido de
pastor (Gn 49.24; Êx 2.17,19; Nm 27.17; 1 Sm 17.40; Sl 23.1; Is 13.20; Jr 6.3;
23.4; 25.34-36; 31.10; Ez 34.2-10,12,23; Am 1.2; 3.1; Zc 10.2,3;
11.3,5,8,15,16; 13.7) (CHAMPLIN, 2004, p. 104). Muitas passagens, no AT, se
referem aos líderes do povo de Deus como pastores que agem sob a supervisão de
Deus (Nm 27.17; 1 Rs 22.17). No NT, o pastor é o responsável pela direção e
pelo apascentamento do rebanho. Assim como o sacerdote é “o anjo do Senhor” (Ml
2.7) para Israel; o pastor é “o anjo da igreja” (Ap 2.1). Cabe ao pastor velar
pelas ovelhas, como quem tem de dar conta delas (Hb 13.17).
3.1
- A necessidade de um pastor para a igreja. Assim como era necessário na Antiga
Aliança um sacerdote sobre o povo de Israel, o pastor é essencial ao propósito
de Deus para sua igreja (At 20.28). O NT nos ensina que embora a igreja seja
chamada de “sacerdócio real”, dentre o povo, Deus escolheu pessoas e lhes deu
dons de liderança: “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas,
e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores” (Ef 4.11). A
igreja que deixar de ter pastores piedosos e fiéis não será pastoreada segundo
a mente do Espírito (1 Tm 3.1-7). Será uma igreja vulnerável às forças
destrutivas de Satanás e do mundo (At 20.28-31). Haverá distorção da Palavra de
Deus, e os padrões do evangelho serão abandonados (2 Tm 1.13,14). Membros da
igreja e seus familiares não serão doutrinados conforme o propósito de Deus (1
Tm 4.6,14-16; 6.20,21). Muitos se desviarão da verdade e se voltarão às fábulas
(2 Tm 4.4). Se, por outro lado, os pastores forem piedosos, os crentes serão
nutridos com as palavras da fé e da sã doutrina, e também disciplinados segundo
o propósito da piedade (1 Tm 4.6,7).
3.2
- O pastor e as suas muitas atribuições. Sua missão é múltipla e polivalente.
Um pastor de verdade tem que agir como ensinador (2 Tm 4.2), conselheiro (2 Co
8.10), pregador (1 Co 2.2), evangelizador (Mt 28.19), missionário (At 15.35),
profeta (1 Tm 4.1), juiz de causas complexas (At 15.1-31), fazer às vezes de
psicólogo, conciliador (Fp 4.2; Fl 1.10-19), administrador eclesiástico dos
bens espirituais e de recursos humanos sob seus cuidados, na igreja local (1 Co
4.1; Tt 1.3; Tt 1.5); é administrador de bens materiais ou patrimoniais; gestor
de finanças e recursos monetários, da igreja local (1 Co 16.1-7; 2 Co 9.1-14).
Algumas outras atribuições do pastor são:
a)
Cuidar da sã doutrina e refutar a heresia (Tt 1.9-11);
b)
Ensinar a Palavra de Deus e exercer a direção da igreja local (1 Ts 5.12; 1 Tm
3.1-5);
c)
Ser um exemplo da pureza e da sã doutrina (Tt 2.7,8); e,
d)
Esforçar-se no sentido de que todos os crentes permaneçam na graça divina (Hb
12.15; 13.17; 1Pe 5.2).
Sua
tarefa é assim descrita em At 20.28-31: salvaguardar a verdade apostólica e o
rebanho de Deus contra as falsas doutrinas e os falsos mestres que surgem
dentro da igreja. Pastores são ministros que cuidam do rebanho, tendo como
modelo Jesus, o Bom Pastor (Jo 10.11-16; 1 Pe 2.25; 5.2-4).
3.3
- Os pastores mestres. O ensino, acompanhado do evangelismo, faz parte da
original Grande Comissão de Cristo à sua igreja (Mt 28.20). Tanto os apóstolos
como os profetas eram mestres, e nenhum pastor pode ser um verdadeiro pastor se
não for apto para ensinar (1 Tm 3.2,11). É interessante destacar que a frase
“pastores e mestres” em Efésios 4.11 no original grego não consta o artigo “e”,
razão pela qual alguns supõem que isso salienta uma única “categoria” -
pastores e mestres seriam aspectos da mesma função. Inferimos que o pastor
também deve ser mestre, pois boa parte do seu trabalho é o ensino (CHAMPLIN,
2005, p. 601 – grifo nosso).
CONCLUSÃO
Deus
separou a tribo de Levi para as tarefas no templo. E, dessa tribo separou a
família de Arão para exercer o sacerdócio, função esta que tinha diversas
atribuições e que prefigura o ministério pastoral no NT. Deus, por meio de
Cristo, providenciou pastores a fim de liderar, instruir e edificar a Sua
igreja aqui na terra.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN,
R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS.
ELISSEN,
Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
HOFF,
Paul. O Pentateuco. VIDA.
HOWARD, R.E,
et al. Comentário Bíblico
Beacon. CPAD.
RENOVATO,
Elinaldo. Dons espirituais e ministeriais: servindo a Deus e aos homens com o
poder extraordinário. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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