Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
03 – OS MINISTROS DO CULTO LEVÍTICO – (Lv 8.1-13)
3º
TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
Nesta
presente lição veremos que Deus escolheu a tribo de Levi, para exercer o
serviço sagrado na Antiga Aliança; destacaremos também, fatos importantes
relacionados a consagração de Arão e seus filhos, para o ofício do culto
levítico, e por fim, descreveremos suas principais funções como ministros de
Deus e a devida aplicação para a vida cristã.
I
– A NOMEAÇÃO DA TRIBO DE LEVI PARA O MINISTÉRIO DO CULTO LEVÍTICO
De
acordo com Houaiss (2001, p. 1928) ministros são: “aqueles que executam os
desígnios de outrem; aqueles que, na religião exercem um ofício, uma função,
como administrar os sacramentos”. Os filhos de Levi antes de serem santificados
para o ministério levítico eram uma tribo secular; mas, foram separados pelo
Senhor para exercer as funções no Tabernáculo (Nm 1.50,51,53; 18.2-4,6; 1 Cr
15.2). Vejamos quais foram as funções que o Senhor delegou:
1.1
- Levitas. Por haverem sido resgatados da morte na noite da Páscoa, os
primogênitos das famílias hebraicas pertenciam a Deus (Êx 13.1,2), mas os
levitas, por seu zelo espiritual, foram escolhidos divinamente como substitutos
dos filhos mais velhos de cada família (Nm 8.17-19; ver 3.5-13). Deus separou
para isto os três filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari (Nm 26.57).
1.2
- Sacerdotes. A palavra sacerdote que no hebraico é “kohen”, e de acordo com
Champlin (2004, p.13), esse termo em português, vem do latim “sacer”, e que
quer dizer: “sagrado, consagrado”, e se refere ao ministro divinamente
designado na Antiga Aliança, cuja função principal era representar o homem
diante de Deus (Êx 28.38; 30.8). Antes do êxodo, o chefe de cada família ou o
primogênito, desempenhava o papel de sacerdote familiar; mas, os ritos do
tabernáculo e a exigência de observá-los com exatidão tornaram necessária a
instituição de um sacerdócio dedicado ao culto divino. Para esta importante
função, Deus escolheu Arão e seus filhos (Êx 28.1). A vocação sacerdotal era
hereditária, de modo que os sacerdotes podiam transmitir a seus filhos as leis
detalhadas relacionadas com o culto e com as numerosas regras às quais os
sacerdotes viviam sujeitos a fim de manterem a pureza legal que lhes permitisse
aproximar-se de Deus (Nm 18.2,7,8).
1.3
- Sumo sacerdote. O primeiro sumo sacerdote escolhido por Deus em favor de
Israel foi Arão (Hb 5.1-4). Ele era o filho mais velho do levita Anrão e de
Joquebede (Êx 6.20; Nm 26.59), e irmão de Moisés e Miriã, sendo três anos mais
velho que o Legislador (Êx 7.7). Sua esposa era chamada Eliseba (Êx 6.23). Com
ela Arão teve quatro filhos, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar (1 Cr 24.1). O sumo
sacerdote era o principal entre os sacerdotes. Em hebraico ele é chamado de
“kohen gadol”, que quer dizer: “grande sacerdote”. Somente ele entrava uma vez
por ano no Lugar Santíssimo para expiar os pecados da nação israelita, no Dia
da Expiação (Êx 30.10; Lv 16.34).
II
– A CERIMÔNIA DE CONSAGRAÇÃO SACERDOTAL
Três
coisas importantes ocorreram nesta consagração: sacrifícios de animais,
purificação e unção dos sacerdotes, como veremos a seguir:
2.1
- Os animais que foram sacrificados (Lv 8.2). Três animais foram sacrificados
durante a cerimônia de consagração:
O
novilho. Arão e seus filhos colocaram as mãos sobre a cabeça do novilho que foi
degolado à porta da tenda, como oferta pelo pecado (Lv 8.14-17; cf. Êx
29.10-14). Esse sacrifício purificava o sacerdote no caso de haver cometido
algum pecado involuntário que poderia desqualificá-lo para representar o povo
diante de Deus (Lv 4.3- 12). A imposição de mãos apontava para a transferência
dos pecados do sacerdote para o novilho (Lv 4.4,15,24,29,33; 16.21,22). Este
ato e oferta já apontavam para o sacrifício substitutivo de Cristo (Is 53.5; Jo
1.29; Gl 3.13; Hb 13.11-13).
O
primeiro carneiro. Esta oferta simbolizava consagração total ao Senhor, e não
um sacrifício pelo pecado (Lv 8.18-21; cf. Êx 29.15-18). Arão e seus filhos
impuseram as mãos sobre a cabeça do carneiro, não para transferência de pecado,
pois já foi realizada na ocasião da morte do novilho (Êx 29.10-14), e sim, para
oferecerem a si mesmo, como oferta agradável ao Senhor (Lv 8.21). Depois que o
animal foi degolado, seu sangue foi espalhado sobre o altar, então ele foi
partido e suas entranhas e suas pernas lavadas (Êx 29.16,17; Lv 8.21). Esta
lavagem apontava para a pureza daquele que estava sendo representado, ou seja,
Arão e seus filhos.
O
segundo carneiro. Era chamado de “carneiro da consagração” (Lv 8.22; cf. Êx
29.22). Neste sacrifício, também teve imposição de mãos sobre o carneiro (Êx
29.19). Depois que o carneiro foi degolado, o sangue foi colocado:
(a)
sobre a ponta da orelha direita de Arão e seus filhos, simbolizando que o
sacerdote era alguém que deveria estar preparado para ouvir tudo que o Senhor
ordenasse, a fim de cumprir suas ordens;
(b)
sobre o dedo polegar da mão direita. Tendo em vista que as mãos são
instrumentos de ação, simbolizava que o sacerdote deveria estar pronto a
realizar tudo que Deus lhe ordenasse; e,
(c)
sobre o dedo polegar do pé direito, mostrando que o sacerdote deveria andar
pelos caminhos que o Senhor lhe ordenasse. O resto do sangue era espalhado
sobre o altar (Êx 29.19-23).
2.2
- Arão e seus filhos foram lavados com água (Lv 8.6). Esta lavagem cerimonial
dos sacerdotes com água simbolizava a pureza que devia caracterizar o serviço
sacerdotal, bem como a Palavra de Deus, como fonte de purificação (Sl 119.9,11;
Jo 13.10; 17.17). Como Deus é santo (Lv 11.44,45; 19.2; 20.7; Is 48.17; 1 Pe
1.16), os sacerdotes deveriam estar limpos tanto no ato da consagração como no
exercício do seu ofício (Êx 30.19-21). Caso contrário, eles estariam impuros
para cumprir suas obrigações diante do Senhor. Semelhantemente, todos nós, como
reino sacerdotal e nação santa (1 Pe 2.9), necessitamos estar limpos, para nos
achegar a Deus (Jo 15.3; 2 Co 7.1; Ef 5.26). O escritor aos hebreus diz:
“Cheguemonos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os
corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” (Hb
10.22).
2.3
- Arão e seus filhos ungidos por Moisés (Lv 8.12,30). No AT, reis e sacerdotes
recebiam a unção com óleo antes de exercerem suas respectivas funções (Êx
28.41; Nm 35.25; 1 Sm 10.1; 12.3,5; 2 Sm 1.14,16; 1 Rs 1.39,46; 19.16). A unção
de um sacerdote lhe conferia um ofício vitalício (Lv 7.3; 4.3; 8.12-30; 10.7).
Além dos sacerdotes, o tabernáculo e seus utensílios também foram ungidos (Êx
30.26-29; 40.9; Lv 8.10). O azeite simboliza o Espírito Santo; pois, ninguém
pode realizar um serviço espiritual para Deus, sem a unção do Espírito. O próprio
Jesus foi ungido pelo Espírito (Is 60.1-3; Lc 4.18,19; Hb 1.9).
III
– ATIVIDADES DOS MINISTROS DO CULTO LEVÍTICO E SUA APLICAÇÃO NA VIDA CRISTÃ
Mais
de um terço das referências feitas aos sacerdotes do AT são encontradas no
Pentateuco. Com aproximadamente 185 referências, o livro de Levítico pode, de
forma muito acertada, ser chamado de manual dos sacerdotes (WYCLIFFE, 2010, p.
1714 – grifo nosso). Vejamos algumas das principais atividades dos ministros da
Antiga Aliança:
3.1
- Levitas. No sentido mais estrito, o termo levitas designa todos os
descendentes de Levi que ocuparam oficios subordinados ao sacerdócio, a fim de
distingui-los dos descendentes de Arão, que eram os sacerdotes (Êx 6.25; Lv
25.32; Js 21.3,41.); assim, destacamos que todos os sacerdotes eram levitas;
mas nem todos os levitas eram sacerdotes (Nm 8.24- 26) (CHAMPLIN, 2004, p.
793). Todavia, em um outro sentido, o termo levitas aponta para aquele segmento
da tribo de Levi, que foi separado para o serviço do santuário, e que atuava
subordinado aos sacerdotes (Nm 8.6; Ed 2.70; Jo 1.19). Os levitas eram
portanto, ajudantes no ministério sacerdotal (Nm 3.5-9). Suas obrigações eram
as mais variadas, algumas até manuais, como de limpeza, arranjo e arrumação no
templo (Nm 4.1-19). Semelhantemente, o cristão como membro do corpo de Cristo,
tem a sua devida utilidade, desenvolvendo os mais variados trabalhos na obra do
Senhor (1Co 12.14-18), e ainda, que da mesma forma que Israel sendo chamado por
Deus de reino sacerdotal (Êx 19.6); mas, dentre os hebreus separou uma tribo
para exercer o sacerdócio, a Igreja também é chamada de sacerdócio real (1Pd
2.9), e que dentre os crentes o Senhor separou uns para a obra do ministério
(Ef 4.11,12).
3.2
- Sacerdotes. Os sacerdotes deviam queimar incenso, cuidar do castiçal e da
mesa dos pães da proposição, oferecer sacrifícios no altar e abençoar o povo
(Nm 5.5-31); bem como ensinavam a Lei de Deus (Lv 10.11; Ne 8.7,8; Ez 44.23).
Eles ministravam sobretudo, como mediadores entre o povo e Deus (Êx
12.12,29,30), fazendo expiação pelos seus próprios pecados e pelo pecado da
nação (Êx 29.33; Hb 9.7,8). Essas muitas atribuições apontavam para a pessoa e
obra de Cristo (Hb 2.17,18; 4.14-16; 5.1-4; 7.11), como também, por meio dele,
todo crente é constituído sacerdote para o serviço de Deus (1Pd 2.9; Ap 1.6;
5.10; 20.6). Esse sacerdócio de todos os crentes abrange o seguinte: (a) todos
os crentes têm acesso direto a Deus, através de Cristo (Jo 14.6; At 4.12; Ef
2.18); (b) todos os crentes têm a obrigação de viver uma vida santa (1Pe
1.14-17; 2.5,9); (c) todos os crentes devem oferecer “sacrifícios espirituais”
a Deus (Cl 3.16; Hb 13.15; 1 Pe 2.5); (d) todos os crentes devem interceder e
orar uns pelos outros (Cl 4.12; 1 Tm 2.1; Ap 8.3); e, (e) todos os crentes
devem proclamar a Palavra e orar pelo bom andamento dela (At 4.31; 1 Co 14.26;
2 Ts 3.1).
3.3
- Sumo sacerdote. O sumo sacerdote estava encarregado de certos deveres
especiais, que só ele podia cumprir, como oficiar no dia da expiação, entrando
no Santo dos Santos com esse propósito uma vez no ano: “[…] só o sumo
sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas
culpas do povo” (Hb 9.7). Também estava obrigado a observar regras, acima dos
israelitas comuns (Lv 22.8); como também, oferecia sacrifícios pelos pecados de
ignorância do povo (Lv 22.12-16). No NT todos os crentes, têm acesso ao trono
celeste por meio de seu Sumo Sacerdote, Jesus Cristo (Hb 8.1). Visto haver
acesso pessoal a Deus, por meio de Cristo, não há necessidade da intermediação
de nenhuma casta sacerdotal (Hb 10.19-22).
CONCLUSÃO
O
Senhor nomeou Arão e seus descendentes para exercerem o sacerdócio, o que na
verdade é uma figura do eterno e perfeito sacerdócio de Cristo, o qual através
do seu sacrifício nos abriu o caminho de acesso a Deus tornando cada salvo um
sacerdote.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
HOFF,
Paul. O Pentateuco. VIDA.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
WYCLIFFE.
Dicionário Bíblico. CPAD.
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