Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
Av.
Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 /
3084.1543
LIÇÃO
02 – A BELEZA E A GLÓRIA DO CULTO LEVÍTICO - (Lv 9.15-24)
3º
TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição
etimológica e exegética da palavra “culto”; pontuaremos a tipologia do culto
levítico com a pessoa de Jesus; analisaremos os princípios de adoração no AT, e
por fim, estudaremos as verdades espirituais das cinco ofertas do livro de
Levítico na vida da Igreja.
I
– DEFINIÇÃO DA PALAVRA CULTO
1.1 - Definição etimológica. Segundo Houaiss (2001, p. 887), a palavra “culto”
deriva do Latim, “cultu”, e significa: “adoração ou homenagem a Deus”.
Etimologicamente, o termo latino envolve em sua raiz a expressão “colo,
colere”, que indica: “honrar, cultivar, reverenciar respeitosamente […], é o
conjunto de atitudes e ritos pelos quais se adora uma divindade […] veneração,
reverência, admiração, paixão externa para com alguém”. Os reformadores
ortodoxos definiram culto como: “a maneira correta de honrar a Deus”. Ou seja,
é: “uma tributação voluntária de louvores e honra ao Criador” (CLAUDIONOR,
2006, p. 127).
1.2 - Definição exegética. Os principais termos que descrevem o ato de “culto”
na Bíblia são “shachah” no hebraico significando: “inclinar-se, prostrar-se”
(Is 66.22), e no grego existem duas expressões que são respectivamente
“latréia” e “proskyneo” significando “baixar-se para beijar, prostrar-se para
adorar; reverenciar, prestar obediência, render homenagem” (Jo 4.24; Ap.
4.3-11). O culto é o momento da adoração que tributamos a Deus o melhor que
temos e marca o encontro do Senhor com os seus adoradores (Êx 25.8). Na prática
cristã, o culto é o encontro do homem com Deus, que pode ser praticado
individualmente ou de forma coletiva (Mt 6.6; 16.25; At 2.46; 5.42).
II
- PRINCÍPIOS DE ADORAÇÃO DO ANTIGO TESTAMENTO
É claro que a adoração do AT estava
carregada de coisas que foram postas “até ao tempo oportuno da reforma” (Hb
9.10). “Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados”
(Hb 9.11), o que estava envelhecido e prestes a desaparecer, passou (Hb 8. 13),
mas a tudo subjaz alguns princípios atemporais que queremos observar. Notemos:
2.1 - A adoração deve ser verdadeira. No AT Deus devia ser adorado do mais
profundo do coração (Abel e sua fé), e não religiosamente apenas (Caim e seus
frutos). Os profetas condenavam veementemente o formalismo religioso (1Sm
15.22). A aparência vazia é recusada (Dt 6.5; Is 1.10-17; 58; Ml 1.7,8), e a
retidão do povo é exigida (Am 5. 24-27). O culto no AT era centralizado em
Deus, que reivindica e espera isso de seu povo (Gn 8.20; 35.11, 14; Êx 3.18;
5.1; 2Cr 7.3; Ne 8.6).
2.2 - A Adoração deve ser só a Deus. O texto áureo do povo de Israel, os Dez
Mandamentos, começa com a ordem expressa: “Não terás outros deuses diante de
mim” (Êx 20.3). A idolatria, o ato de colocar qualquer coisa no lugar, ou ao
lado de Deus é expressamente condenada (Êx 20.4-6; 1Rs 13.1; 14.7;18; Am 4.15;
Os 8.1; Mq 5.13).
2.3 - A adoração deve ser sacrificial. O princípio do sacrifício: substituição
pelo pecado, ou oferta pacifica está estabelecido no culto do AT. Ninguém se
aproximava de Deus a seu bel prazer, o sacerdote era o intermediário para
oferecer sacrifícios pelos pecados do povo, bem como ofertas de adoração (Lv
1-6). O grande cume da adoração nacional era o Dia da Expiação nacional (Lv
16), onde o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos, oferecendo um
sacrifício por ele, e depois no Propiciatório (a tampa da Arca da Aliança),
oferecia um sacrifício pelo pecado nacional. O caminho entre o altar do
holocausto e o altar do incenso (adoração) era salpicado com o sangue do
sacrifício. Sem o sangue do holocausto ninguém chegaria ao altar do incenso.
Este belo símbolo mostra que a adoração tem que ser sacrificial. Deus só aceita
adoração de quem já foi lavado (Hb 10.22).
2.4 - A adoração deve ser reverente. Moisés quando teve uma visão de Deus na
sarça foi advertido que até as sandálias tirasse (Êx 3.1-5). No Sinai, o povo
na presença de Deus não podia se aproximar do monte, e o temor tomou conta de
todos (Êx 19. 16-25; 20.18-19). No Tabernáculo e no Templo só os sacerdotes
oficiavam e o manuseio dos objetos era para ser feito com o máximo de cuidado.
A presença de Deus sempre resulta em temor e prostração (1Rs 18. 38-39; 2Cr
7.1-3; Sl 95. 6; Is 6. 1-5). O adorador ao aproximar-se da Majestade divina
deve fazer sabendo onde está pisando, ali é lugar sagrado (Ec 5. 1-20).
2.5 - A adoração deve ser alegre. A reverência não exclui alegria. Não se
pode confundir reverência com morte, formalismo, frieza. O culto no Antigo
Testamento tinha muita movimentação, festa. O povo tocava, cantava, e se
alegrava na presença de Deus (2Sm 6; Sl 95. 1-7; 100; 150). Os Levitas eram
encarregados da execução do canto e de tocar os instrumentos (1Cr 15.16;
16.4-6; 2Cr 5. 12-14). O culto deve ser celebrativo, e exultante.
2.6 - A adoração deve ser respeitada. Todo povo tinha o dever de atender as
“santas convocações” de Deus para coletivamente se unirem em adoração (Lv 23).
Do mesmo jeito que a adoração particular tinha importância na vida deles, a
adoração coletiva, no Tabernáculo ou Templo, não poderia ser descuidada. Uma
não eliminava a outra. Quanto mais contrito com sua família o homem fosse, mais
deveria se unir aos outros na adoração.
III
– A TIPOLOGIA DO CULTO LEVÍTICO COM A PESSOA DE JESUS
A tipologia de Jesus no livro de
Levítico está nas cinco ofertas que aparecem neste livro:
a) holocausto (Lv 1.1-17; 6.8-13);
b) oferta de manjares (Lv 2.1-16 e 6.14-23),
c) oferta
pacífica (Lv 3.1-17; 7.11-34),
d) oferta pelo pecado (Lv 4.1-35), e,
e) oferta
pela culpa (Lv 5.14-19).
Ali, Deus, deu as instruções sobre o cerimonial de Levítico que representa todos os detalhes da obra de Jesus Cristo na cruz. As cinco ofertas são descritas nos capítulos 1 a 7 de Levítico e explicam tudo que foi realizado no Calvário. Há quem diga que não existe nenhum livro do AT que nos faça melhor compreender o NT que o de Levítico. Não há em toda a Bíblia nenhum livro que nos conduza mais diretamente à cruz que o de Levítico. Ele é chamado por alguns de o “Evangelho do Antigo Testamento”. Vejamos a tipologia com o sacrifício de Cristo:
Ali, Deus, deu as instruções sobre o cerimonial de Levítico que representa todos os detalhes da obra de Jesus Cristo na cruz. As cinco ofertas são descritas nos capítulos 1 a 7 de Levítico e explicam tudo que foi realizado no Calvário. Há quem diga que não existe nenhum livro do AT que nos faça melhor compreender o NT que o de Levítico. Não há em toda a Bíblia nenhum livro que nos conduza mais diretamente à cruz que o de Levítico. Ele é chamado por alguns de o “Evangelho do Antigo Testamento”. Vejamos a tipologia com o sacrifício de Cristo:
3.1 - A oferta de holocausto tipificava o sacrifício de Cristo. A
primeira oferta descrita em Levítico é o holocausto (Lv 1.3-5). O termo
hebraico é “Olah”, que significa “fazer subir”. O sentido geral da oferta é que
ela subia para Deus como cheiro suave e era totalmente queimada. Em Levítico
1.3-5 observa-se: “sacrifício queimado e voluntário” para que fosse aceito. As
exigências de Deus quanto aos animais que eram aceitos para os sacrifícios estão
reiteradas em Levítico 22.18-20-25 e indicam que estes sacrifícios deveriam ser
“fisicamente perfeitos” apontando para perfeição de Cristo. Em Levítico 1.8-9,
fala das ofertas queimadas de aroma agradável. São assim chamadas porque
tipificam Cristo em Suas próprias perfeições e em Sua devoção afetuosa para com
a vontade do Pai.
3.2 - A oferta de animais tipificava a obediência perfeita de Cristo. O
novilho que é um “tipo” de Cristo como servo paciente e sofredor (Hb 12.2,3),
obediente até a morte (Is 53.1-7; At 8.32-35), as aves são naturalmente
símbolos da inocência (Is 38.14, 59.11, Mt 23.37, Hb 7.26), e estão associados
com a pobreza (Lv 5.7; 12.8), pois Ele por amor a nós se tornou pobre (Lc
9.58).Esse caminho voluntário para a pobreza começou quando se esvaziou de Sua
glória e terminou no sacrifício através do qual nos tornamos ricos (2Co 8.9; Fp
2.6-8, Jo 17.5).
3.3 - A oferta de manjares tipificava o sofrimento perfeito de Cristo. Muitas
são as características dessas ofertas (Lv 2.1-16; 6.14,23). Para se obter uma
farinha de qualidade, era necessário um esmagamento do trigo. Isto faz lembrar
o sofrimento de Jesus na cruz. O fogo usado nesta oferta descreve a prova de
seu sofrimento até a morte (Mt 27.45,46, Hb 2.18) e o incenso aponta para a
fragrância de sua vida diante de Deus. A ausência de fermento neste sacrifício
tem a ver com sua atitude para com a verdade (Jo 14.6). O azeite que era
colocado por cima aponta para unção do Espírito Santo (Jo 1.1-32, 6.27), e o
sal explicita a pungência da verdade de Deus àquilo que impede a ação do
fermento e simboliza a eterna e incorrupta aliança com Deus.
3.4 - A oferta pacíficas tipificava a paz de Cristo. O termo “pacífico” traduzido é
“shelami” do verbo “shalom” e significa “ser completo, estar em paz, fazer paz”.
Por outro lado, podia reafirmar a comunhão com Deus. Era a festa de comunhão
daqueles que andavam em harmonia com o Senhor, e com o próximo. Em Cristo, Deus
e o pecador se encontram em paz. Toda a obra de Cristo em relação a paz do
crente está aqui tipificada (Lv 3.1-17, 7.11-33). A oferta pacífica representa
a comunhão com Deus, pois Cristo trouxe a paz (Cl 1.20), proclamou a paz (Ef
2.17), e Ele é a própria paz do cristão (Ef 2.14).
3.5 - A oferta pelo pecado tipificava a substituição de Cristo. A
oferta pelo pecado simboliza Cristo levando o pecado do homem (Lv 4.1-35), isto
é, Cristo ocupando absolutamente o lugar do pecador (Is 53; Sl 22, Mt 26.28,
1Pe 2.24), Ele foi “feito pecado pelo pecador”. As ofertas pelo pecado são
expiatórias, substitutivas e eficazes (Lv 4.12,29,35). A oferta pelo pecado é
queimada fora do arraial e tipifica o aspecto da morte de Cristo fora da
cidade.
IV
- AS CINCO OFERTAS DE LEVÍTICO E A APLICAÇÃO COM A IGREJA
4.1 - A oferta queimada (Lv 1.1-17). Esta representa a consagração total,
pois o adorador voluntariamente oferecia esta oferta e todo o animal que ele
sacrificasse era consumido no altar. Tudo pertence a Deus, e devemos estar
dispostos a dar tudo a ele.Paulo se refere a isso como um “sacrifício vivo” (Rm
12.1).
4.2 - A oferta de alimentos (Lv 2.1-16). Esta oferta era oferecida a Deus
em gratidão por suas bênçãos. Esta deveria ser das primícias. Esta oferta
ilustra a importância de retribuir a Deus com um coração de gratidão pela vida
que Ele nos deu.
4.3 - A oferta de sacrifício pacífico (Lv 3.1-17). Esta deveria ser colocada
sobre as cinzas do holocausto. Ela repousava sobre o trabalho do sacrifício
feito anteriormente. Podemos ter paz com Deus somente porque Jesus
voluntariamente se entregou a Deus na cruz (Rm 5.1 comparar Is 53.7).
4.4 - A oferta pelo pecado (Lv 4.1 - 5.13). Este era para o pecado que
foi cometido na ignorância. Era para cobrir o pecado não intencional. Quando
nos aproximamos de Deus, precisamos ser lembrados de que na melhor das
hipóteses nós ainda somos pecadores diante de Deus e que a nossa única base
para a aproximação com ele é através do sacrifício de Jesus Cristo (Hb
10.19,20).
4.5 - A oferta pela culpa (Lv 5.14 - 6.7). Esta oferta era para pecados
específicos que foram cometidos intencionalmente. A diferença entre esta e a
oferta pelo pecado é que essa exigia a restituição. Não se pode, com razão,
adorar se abrigamos pecado em nossa vida, ou mesmo pecado confessado que não
foi feito corretamente.
CONCLUSÃO
O Antigo Testamento mostra o povo de
Deus adorando a Deus por um reconhecimento de seu pecado, uma confiança em Sua
graça, e uma apreciação por Sua bondade, e isso retrata como a nossa adoração
deve ser hoje.
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
KESSLER, N.
O culto e suas formas. CPAD.
Nenhum comentário:
Postar um comentário