Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO
10 – DÁDIVAS, PRIVILÉGIOS E RESPONSABILIDADES NA NOVA ALIANÇA - (Hb
10.1-7,22-25)
1º
TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
No
capítulo dez da Epístola aos Hebreus vemos o escritor mostrando que a Lei e o
sistema de sacrifícios do AT eram insuficientes para redimir a alma humana,
eles apenas apontavam para uma realidade superior: Cristo. Nesta lição,
destacaremos a superioridade do sacrifício de Cristo em relação aos sacrifícios
de animais; trataremos também dos privilégios e das responsabilidades da Nova
Aliança.
I
– A INSUFICIÊNCIA DA LEI E DO SISTEMA LEVÍTICO PARA A REDENÇÃO HUMANA
“Porque
tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca,
pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode
aperfeiçoar os que a eles se chegam” (Hb 10.1). O autor começa esse versículo
com uma declaração que deve ter provocado espanto em seus leitores — a Lei é
uma sombra da realidade, e não a própria realidade. “O autor da Epístola
emprega a metáfora da estátua e da sombra que ela projeta, termos bem escolhidos
para mostrar que o judaísmo era mera sombra das realidades da dispensação do
evangelho. Entre os gregos, no entanto, a ‘skia’ era entendida pelos
comentadores como o primeiro esboço de uma figura, e ‘eikon’, com o quadro
concluído com as respectivas cores” (WILEY, 2013, p. 419 – acréscimo nosso).
Vejamos:
1.1
- A Lei era uma sombra (Hb 10.1-a). Deus deu a Lei através de Moisés ao povo de
Israel (Êx 31.18). Referindo-se especificamente ao Decálogo (Dez Mandamentos),
Paulo diz que: “o mandamento é santo, justo e bom” (Rm 7.12). Todavia, o homem
não tem condições de cumprir a Lei plenamente, por causa de seu estado de
pecado (Rm 7.14-21). Aliás, quando forneceu a Lei ao homem, Deus não tinha o
propósito de que por ela, o pecador viesse a ser salvo, por isso, ele instituiu
sacrifícios, porque sabia da fragilidade humana (Lv 1.5; 16.33). Logo, a Lei é
a “sombra dos bens futuros” (Hb 10.1-a), ou seja, “a projeção de um objeto que
é a realidade”. Sabendo disto Paulo diz que:
(a)
a justificação pela fé em Cristo tem o testemunho da Lei (Rm 3.21);
(b)
o cumprimento da Lei é Cristo (Rm 10.4); e,
(c)
que a Lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo (Gl 3.24).
1.2
- Os sacrifícios eram uma sombra (Hb 10.1-b). Os sacrifícios realizados no
sistema levítico desempenhavam importante papel no AT, no entanto, eram
insuficientes para redimir o homem, representando apenas a “sombra dos bens
vindouros” (Hb 10.1). Os profetas do AT já haviam vaticinado sobre isso (Is
1.11-15; Jr 7.21-23; Mq 6.6-8). O salmista Davi quando pecou contra o Senhor,
reconhecia que holocaustos não eram suficientes para apagar a sua transgressão
“pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em
holocaustos” (Sl 51.16). Como podemos verificar, Deus não estava satisfeito com
o culto apenas formalista na Antiga Aliança e, por isso, falou sobre a
necessidade de um sacrifício superior que teve seu cumprimento cabal em Cristo
(Sl 40.6-8; Hb 10.5-10). No entanto, mediante o sistema cerimonial Deus ensinou
ao Seu povo que:
(a)
o perdão de pecados só pode ser obtido pelo derramamento de sangue (Lv 17.11;
Hb 9.22);
(b)
o pecador só receberia seria absolvido de forma substitutiva (Lv 1.4); e,
(c)
a provisão do sacrifício era divina e não humana, visto que todos os animais
foram criados por Deus (Gn 1.21,24,25).
II
– CRISTO JESUS, A IMAGEM EXATA DAS COISAS
Enquanto
a Lei e o sistema levítico eram a sombra, Cristo Jesus, “é a imagem exata das
coisas” (Hb 10.1). A perfeição moral que a Lei exige do homem, só Jesus Cristo
homem cumpriu plenamente (Mt 5.17; Gl 4.4); e, os sacrifícios que foram
instituídos no sistema levítico, não eram definitivos, quanto ao pecado, no
entanto, a oblação do corpo de Jesus foi definitiva “uma vez se manifestou,
para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo” (Hb 10.18). Abaixo
pontuaremos a superioridade do sacrifício de Cristo. Vejamos:
OS
SACRIFÍCIOS DA ANTIGA ALIANÇA
Eram
uma sombra (Hb 10.1)
Eram
de animais (Lv 1.1-17)
Eram
repetitivos (Lv 16.34; Hb 9.7; 10.2)
Não
podem purificar os pecados (Hb 10.4,11)
Ineficaz
quanto a consciência (Hb 9.9)
Não
satisfazia a justiça divina (Sl 51.16; Hb 9.23)
O
SACRIFÍCIO DA NOVA ALIANÇA
É
a imagem exata (Jo 1.29,36; 1 Co 5.7; 1 Pe 1.19)
Foi
do próprio Filho de Deus (Hb 9.12)
Foi
único e definitivo (Hb 10.5-10,12,14,18)
Purifica
de todo pecado (Hb 10.10; Tt 2.14; 1 Jo 1.7,9)
Eficaz
quanto a consciência (Hb 9.14)
Satisfez
a justiça divina (Hb 10.18; 2 Co 5.21)
III
– PRIVILÉGIOS DA NOVA ALIANÇA
Depois
de mostrar a superioridade da Nova Aliança em relação a Antiga, o escritor da
epístola aos hebreus nos fala dos privilégios desta. O Houaiss (2001, p. 2301)
define a palavra “privilégio” como: “direito, vantagem, prerrogativa”. Vejamos
alguns destes privilégios:
3.1
- Ousadia para entrar no santuário, porque o pecado foi removido (Hb 10.19).
Enquanto o acesso ao Templo terrestre era restrito aos sacerdotes, na Nova
Aliança o escritor diz todos podemos “[…] entrar no santuário […]” (Hb
10.19-a). Está claro que o termo “santuário” ou “casa de Deus” (Hb 10.21)
refere-se ao santuário celeste, cujo artífice e construtor é o próprio Deus (Hb
8.2). O escritor acrescenta também que devemos com “[…] ousadia entrar no
santuário […]” (Hb 10.19-a). Tal ousadia é possível por causa do “sangue de
Jesus” (Hb 10.19-b), que nos purifica de todo pecado, nos tornando aptos para
comparecer diante do Senhor. O sangue de Jesus nos dá acesso agora a presença
de Deus, e nos garante também no futuro (Ap 22.14).
3.2
- Liberdade para entrar na presença de Deus, porque o véu foi removido (Hb
10.20). Neste Novo Testamento que foi instituído por Cristo (Mt 26.28; Hb
9.15), as limitações impostas no Antigo Testamento foram removidas. Quando
Jesus bradou na cruz do Calvário, está consumado (Jo 19.30), o véu do templo se
rasgou de alto a baixo (Mt 27.51; Mc 15.38; Lc 23.45). O escritor aos hebreus
diz que este véu é símbolo do corpo de Cristo que foi rasgado para nos abrir
caminho a presença de Deus (Hb 10.20). Acerca disso afirma Silva: “a alusão ao
‘véu’ em comparação ao corpo humano de Cristo é a do ‘segundo véu’, citado em
Hb 9.3. Este véu era a cortina que separava o Lugar Santo do Santíssimo. Era
chamado de ‘véu interior’ e tornou-se símbolo do corpo de Cristo, que foi
rasgado pelo malho da ira divina, mediante o qual foi nos foi concedido acesso
a Deus” (2013, p. 193).
3.3
- Autoridade para estar na presença de Deus, porque temos um grande sacerdote
(Hb 10.21). Por meio do sacerdote o povo tinha acesso a presença de Deus (Hb
5.1). Ele entrava, e o povo ficava do lado de fora, ou seja, ele entrava pelo
povo no Templo (Lc 1.9,10). Agora, na Nova Aliança, temos “um grande sacerdote
sobre a casa de Deus” (Hb 10.21), “Jesus, nosso precursor, entrou por nós” (Hb
6.20-a). Muito mais que isso, Jesus nos introduz na presença de Deus, ou seja,
Jesus entra com o povo (Hb 7.25). Paulo também disse que por Ele temos acesso
ao Pai (Ef 2.18; 3.12). O nosso grande sacerdote, é perfeito (Hb 7.26-28),
eterno (Hb 6.20), que penetrou nos céus (Hb 4.14; 8.2) e pode socorrer-nos
quando somos tentados (Hb 4.15,16).
IV
– COMO DEVEMOS NOS COMPORTAR NA NOVA ALIANÇA
Após
o escritor da Epístola aos Hebreus falar dos privilégios que os cristãos
desfrutam na Nova Aliança, ele também fala do comportamento que precisamos
assumir como servos de Deus. Notemos:
4.1
- Chegarmos a Deus com verdadeiro coração (Hb 10.22). Visto que o caminho foi
aberto para que todos sem exceção possam chegar-se a Deus (Tg 4.8), mas com
verdadeiro coração. Não pode haver fingimento de uma devoção que não é
verídica. A hipocrisia faz da parte da velha natureza e dessa prática devemos
nos despir (Cl 3.8,9). Precisamos servir a Deus com sinceridade pois com os
tais Ele tem intimidade (Pv 2.7; 3.32; 1 Co 5.8; Ef 6.24; Fp 2.15).
4.2
- Retermos aquilo que recebemos de Deus (Hb 10.23). A expressão “reter” segundo
o Houaiss (2001, p. 2445) significa: “guardar, conservar, segurar firmente, não
deixar escapar”. O escritor aos Hebreus exorta em toda a epístola, aos cristãos
judaicos que não retrocedam, mas conservem aquilo que receberam: “convém-nos
atentar com mais diligência para as coisas que já temos ouvido, para que em
tempo algum nos desviemos delas” (Hb 2.1). Tal exortação cabe a todos nós (Mt
28.20; Ap 2.26; 3.3,10; 1 Jo 2.3).
4.3
- Estimularmo-nos a prática das boas obras (Hb 10.24). A palavra obra no grego
“ergon” denota “trabalho, ação, ato”. As boas obras de que fala o escritor é
tudo quando se faz, pela fé, visando a expansão do Reino de Deus. Em Tiago
2.14-26 vemos o apóstolo chamando a atenção dos cristãos quanto a práticas das
boas obras como demonstração da fé que professavam ter em Cristo. Tiago é
enfático ao asseverar que a fé sem as obras é morta.
3.4
- Não deixarmos a nossa congregação (Hb 10.25). O abandono da congregação e o
consequente afastamento dos demais irmãos de fé é um sinal de enfraquecimento
espiritual. O autor exorta seus leitores porque observou que alguns já estavam
com esse mau costume, e isso era extremamente nocivo à comunhão cristã. É um
alerta que ecoa forte nestes dias onde aumenta assustadoramente o número de
desigrejados (GONÇALVES, 2017, p. 100).
CONCLUSÃO
A
função da Lei era apenas apontar o pecado a de Cristo de aniquilar o pecado; os
sacrifícios do sistema levítico apenas cobriam o pecado; Cristo purifica de
todo pecado. Diante disto, devemos com diligência estarmos atentos aos
benefícios e responsabilidades que temos na Nova Aliança.
REFERÊNCIAS
GONÇALVES,
José. A supremacia de Cristo Fé, esperança e ânimo na carta aos Hebreus. CPAD.
HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
SILVA,
Severino Pedro da. Epístola aos Hebreus. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.· VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
WILEY,
Horton H. A excelência da Nova Aliança em Cristo. Central· Gospel.
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