segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

LIÇÃO 09 – CONTRASTES NA ADORAÇÃO DA ANTIGA E NOVA ALIANÇA - (Hb 9.1-5,14,15,22-28) 1º TRIMESTRE DE 2018


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 09 – CONTRASTES NA ADORAÇÃO DA ANTIGA E NOVA ALIANÇA - (Hb 9.1-5,14,15,22-28)
1º TRIMESTRE DE 2018

INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos que o santuário da antiga aliança é inferior ao da nova aliança pontuando seus contrastes; e por fim, concluiremos falando sobre os utensílios do Tabernáculo terreno e seus significados simbólicos para a Igreja.

I – A INFERIORIDADE DO SANTUÁRIO DA ANTIGA ALIANÇA
Hebreus 9 apresenta um contraste detalhado entre o santuário da antiga aliança (o tabernáculo terreno) e o santuário celestial da nova aliança onde Jesus Cristo está ministrando (o tabernáculo celestial). Esse contraste deixa claro que o santuário da nova aliança é superior. O que, então, tornava o tabernáculo terreno inferior? Essa pergunta tem cinco respostas. Notemos:

1.1 - Era um santuário “terreno” (Hb 9.1). Isso significa que era feito por homens (Êx 25.9,40; Hb 9.11) e erguido por homens (Hb 8.2). Apesar de a glória de Deus ter enchido o santuário, ele continuava sendo um edifício terreno, feito por seres humanos com materiais terrenos. Uma vez que era um edifício da terra, possuía várias deficiências. Em primeiro lugar, precisava de manutenção; também era geograficamente limitado: se o tabernáculo era erguido em um lugar, não poderia estar, ao mesmo tempo, em outro; precisava ser desmontado, e suas partes precisavam ser carregadas de um local para outro (Nm 4.1-16). Além disso, pertencia à nação de Israel, não ao mundo inteiro (WIERSBE, 2010, p. 399).

1.2 - Era um “tipo” de algo maior (Hb 9.2-5). O tabernáculo terreno era “as figuras das coisas que se acham nos céus” (Hb 8.5; 9.23,24 ver Êx 25.40). Os sacerdotes terrenos haviam sido agraciados de serem ministros do santuário terrestre, originalmente erigido no deserto, mas a honra de ser ministro do santuário celestial, no Reino eterno de Deus, somente foi conferida a nosso Senhor Jesus Cristo (Hb 8.1,2). O terrestre não era o verdadeiro Tabernáculo que estava nos céus, cujo arquiteto foi Deus, e não o homem. Nele, somente Jesus teve o privilégio de entrar e nele ministrar (SILVA, 2013, p. 140).

1.3 - Era “inacessível” para o povo (Hb 9.6,7). Somente os sacerdotes e levitas poderiam adentrar os recintos do tabernáculo; o povo não tinha acesso a esse local (Lv 16.17; Lc 1.10). Além disso, apesar de os sacerdotes ministrarem no Lugar Santo diariamente, somente o sumo sacerdote poderia entrar no Santo dos Santos uma vez por ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.25, 7; Hb 10.1). Quando o fazia, tinha de oferecer um sacrifício pelos próprios pecados (Lv 9.7,8; Hb 5.3; 7.27,28) e outro pelos do povo (Lv 16.32-34). O tabernáculo celestial, pelo contrário, está sempre aberto a todo o povo de Deus (Hb 10.19-25) (WIERSBE, 2010, p. 401).

1.4 - Era “temporário” (Hb 9.8). A existência do pátio exterior “primeiro tabernáculo” (Hb 9.6) era prova de que a obra salvadora de Deus em favor dos homens ainda não havia sido completada (Hb 9.8). O pátio exterior separava o povo do Santo dos Santos. Enquanto os sacerdotes ministravam no Lugar Santo, não havia um caminho aberto para a presença de Deus (Êx 26.33; 27.21). Mas quando Jesus morreu na cruz, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo (Mt 27.50,51; Hb 10.19-22), dando acesso ao Santo dos Santos. O Lugar Santo e o Santo dos Santos tornaram-se desnecessários, pois, desde então, todo pecador que crê pode entrar na presença de Deus (Hb 10.20).

1.5 - Seu ministério era “exterior”, não interior (Hb 9.9,10). Os sacrifícios oferecidos e o sangue aspergido sobre o propiciatório não tinham poder algum de mudar o coração e a consciência do adorador (Hb 9.9; 10.1-4). Todas as cerimônias relacionadas ao tabernáculo diziam respeito à pureza cerimonial, não à pureza moral. Eram “ordenanças da carne” que se referiam ao homem exterior, mas que não podiam mudar o ser interior.

II - A SUPERIORIDADE DO SANTUÁRIO DA NOVA ALIANÇA
As cinco deficiências do santuário da antiga aliança são confrontadas com as cinco vantagens do santuário da nova aliança (Ap 21.3). Este último é superior em todos os sentidos. Notemos cada uma delas:

2.1 - É um santuário “celestial” (Hb 9.11). O autor enfatizou esse fato anteriormente, pois desejava que seus leitores concentrem-se nas coisas do céu, não nas coisas da Terra. O tabernáculo da antiga aliança era feito por mãos humanas (Êx 35.30- 35), já o santuário da nova aliança “não era feito por mãos, isto é, não desta criação” (Hb 9.11) indica que o tabernáculo de Moisés foi feito com materiais pertencentes a esta criação, enquanto o tabernáculo celestial não precisa de tais materiais (Hb 8.2; 9.24). Uma vez que o tabernáculo celestial não pertence a esta criação, não sofre a ação erosiva do tempo. O tabernáculo foi modelado segundo o santuário no céu (Hb 8.5), hoje não precisamos mais do modelo (WIERSBE, 2010, p. 401).

2.2 - Seu culto é “eficaz” para tratar do pecado (Hb 9.12-15). O sangue de Jesus Cristo é muitíssimo superior ao sangue dos sacrifícios de animais (Hb 10.11,12). O sumo sacerdote levava o sangue de um animal para o Santo dos Santos, mas Jesus Cristo apresentou a “si mesmo na presença de Deus como sacrifício completo e definitivo pelos pecados” (Hb 9.15). Os sacrifícios de animais precisavam ser repetidos, mas Jesus Cristo ofereceu a si mesmo uma só vez (Hb 7.26,27). Por fim, os sacrifícios de animais não poderiam jamais pagar, pois, seu sangue apenas “cobriria” o pecado até que o sangue de Cristo “tirasse o pecado do mundo” (Jo 1.29). Temos a “eterna redenção” que não depende de méritos pessoais nem de boas obras; foi obtida de uma vez por todas pela obra consumada de Jesus Cristo (Hb 8.6). Os rituais da antiga aliança não tinham o poder de mudar o coração das pessoas, pois a ênfase era sobre a purificação cerimonial exterior (Hb 9.13,14). Uma vez que Cristo é “sem mácula”, pôde oferecer o sacrifício perfeito (Hb 10.10,14,18).

2.3 - Seu culto é baseado em um sacrifício mais “precioso” (Hb 9.16-23; 1Pe 1.18,19). Quando uma pessoa escreve um testamento, esse documento só começa a vigorar quando ela morre. Foi necessário que Jesus Cristo morresse a fim de que os termos da nova aliança entrassem em vigor (Lc 22.20). Tanto o livro da Lei quanto o povo e o tabernáculo com seus utensílios foram aspergidos com sangue (Êx 24.3-8; Lv 16.12-19; Nm 31.21-24). O tabernáculo (terreno) da antiga aliança e seus utensílios que eram como “figuras” eram purificados pela aspersão de sangue; o sangue de Jesus Cristo também purificou as “coisas celestiais” (Cl 1.20; Hb 9.23; Hb 10.19-22). A antiga aliança foi firmada com sangue, como também o foi a nova aliança. As figuras (tipos) eram purificadas pelo sangue de animais, mas o santuário “original” foi purificado pelo sangue do Filho de Deus, um sacrifício muito mais precioso (WIERSBE, 2010, p. 403).

2.4 - Seu culto é “definitivo e completo” (Hb 9.25-28). É impossível haver algo incompleto ou temporário no ministério de nosso Senhor no céu. O autor ressalta, mais uma vez, o contraste óbvio entre o ministério da antiga aliança e o ministério da nova aliança. Convém observar o uso de três termos correlatos em Hebreus 9.24-28 que apresentam um resumo da obra de Cristo: “Ele se manifestou para aniquilar o pecado ao morrer na cruz” (Hb 9.26). Agora, comparece “por nós no céu” (Hb 9.24). Um dia, aparecerá para “levar os cristãos para seu lar” (Hb 9.28). O santuário do cristão está no céu; seu Pai está no céu e seu Salvador está no céu; sua cidadania está no céu (Fp 3.20) e seus tesouros devem estar no céu (Mt 6.19).

III - OS UTENSÍLIOS DO TABERNÁCULO E SEUS SIGNIFICADOS PARA A IGREJA
A verdade mais importante é que tudo isso era apenas simbolismo, não realidade espiritual, motivo pelo qual o tabernáculo da antiga aliança era inferior. Vejamos então alguns utensílios:

3.1 - O candelabro (Hb 9.2a). No Lugar Santo ficava o candelabro de ouro com sete hastes (Êx 25.31-40; 27.20,21; 37.17-24). Uma vez que não havia janelas no tabernáculo, o candelabro supria a luz necessária para o ministério dos sacerdotes no Lugar Santo. A nação de Israel deveria ser uma luz para as nações (Is 42.6; 49.6). Jesus Cristo é a “luz do mundo” (Jo 8.12), e os cristãos devem resplandecer como luz no mundo (Fp 2.14, 15).

3.2 - Os doze pães (Hb 9.2b). No Lugar Santo também havia uma mesa sobre a qual eram colocados doze pães. Era chamada de mesa da proposição (Êx 25.23,30; 37.10-16; Lv 24.5-9). A cada sábado, o sacerdote colocava pães frescos no lugar dos pães da semana anterior, e estes últimos eram usados como alimento. Eram chamados de “pães da proposição”. Somente os sacerdotes poderiam comer desse pão e deveriam ingeri-lo dentro do santuário. Os pães lembravam às doze tribos de Israel a presença de Deus que os sustentava. Nos dias de hoje, eles nos trazem à memória Jesus Cristo, o “Pão da vida” dado ao mundo todo (Jo 6). O “moer do trigo” simboliza os sofrimentos de Cristo até a morte (Is 53.5) (WIERSBE, 2010, p. 400).

3.3 - O Santo dos Santos (Hb 9.3). Continha somente a arca da aliança, que media 1 metro e 65 centímetros de comprimento, 1 metro de largura e 1 metro de altura. No alto dessa arca, ficava o belo “propiciatório” feito de ouro com um querubim em cada extremidade. Esse era o trono de Deus no tabernáculo (Êx 25.10-22; SI 80.1; 99.1). No Dia da Expiação, aspergia-se sangue de um sacrifício sobre esse propiciatório a fim de cobrir as tábuas da Lei que ficavam dentro da arca. Deus não olhava para a Lei quebrada; olhava para o sangue. Cristo é nossa “propiciação” (1Jo 2.2; Rm 3.25). Mas, em vez de cobrir o pecado, seu sangue o remove (WIERSBE, 2010, p. 400).

3.4 - O altar de ouro (Hb 9.4a). Ficava no Lugar Santo, diante do véu que dividia as duas partes do tabernáculo, e era usado para queimar incenso (Êx 30.1-10; 37.25-29; 30.34,35). Existiam dois altares: um de cobre (Êx 27.1,2) e o outro de ouro (Êx 30.1-3), sendo este último chamado de “o altar do incenso”. Na observação anual do Dia da Expiação, o sumo sacerdote usava brasas desse altar para queimar incenso diante do propiciatório que ficava atrás do véu (Lv 16.12-14). Moisés relaciona o altar de ouro com a arca da aliança (Êx 40.5 ver 1Rs 6.22). No começo e no final de cada dia, um sacerdote queimava incenso nesse altar (Êx 30.7,8). Davi sugere que era um retrato da oração subindo a Deus (Sl 141.2). Pode ser uma forma de lembrar que Jesus Cristo intercede por nós (Rm 8.33,34) (WIERSBE, 2010, p. 400).

3.5 - A Arca (Hb 9.4b). A Arca era feita de madeira de cetim revestida de ouro por dentro e por fora. Ela tipificava a Cristo e suas duas naturezas: “a divina e a humana”. Sua tampa era chamada de “propiciatório”, que era uma figura de Cristo crucificado, o ponto de encontro entre Deus e o homem. Em suas extremidades havia figuras de querubins de ouro, que falavam da misericórdia de Deus para com Israel e, por extensão, para com o mundo inteiro (2Co 5.18,19) (SILVA, 2013, p. 154).

3.6 - Um vaso de ouro (Hb 9.4c). Quando foi feito o Tabernáculo com seus utensílios, “este vaso de ouro não nos foi revelado”. Mas aqui, o autor sagrado faz esta grande revelação desta urna de ouro que continha o maná. O maná provido por Deus no deserto, mas que não era do deserto, isso representa a Cristo que estava no mundo, mas que não era do mundo. Este se encontra num vaso de ouro, que representa o crente fiel que guarda em seu coração a Cristo e sua Palavra (Jo 14.20,21,23). O maná, mesmo tendo caído no deserto, era “pão do céu” (Êx 16.14,15). Seu sabor não era terrestre; era uma figura de Cristo na sua humilhação aqui no mundo, “o verdadeiro pão do céu” (Jo 6.32). O trigo era da terra; seu sabor era do lugar onde se encontrava. Era uma figura de Cristo, que mesmo sendo Deus, nasceu na Palestina e ali foi exaltado por Deus (SILVA, 2013, p. 155).

CONCLUSÃO
A adoração antiga era terrena, imperfeita, transitória, incompleta. Por outro lado, a adoração no Novo Pacto se firma em princípios celestiais, eternos e perfeitos.

REFERÊNCIAS
GONÇALVES, José. A supremacia de Cristo Fé, esperança e ânimo na carta aos Hebreus. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.·  SILVA, Severino Pedro da. Epístola aos Hebreus. CPAD
WILEY, Orton. A excelência da nova aliança em Cristo. Central Gospel.

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