Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO
09 – CONTRASTES NA ADORAÇÃO DA ANTIGA E NOVA ALIANÇA - (Hb 9.1-5,14,15,22-28)
1º
TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
Nesta
lição veremos que o santuário da antiga aliança é inferior ao da nova aliança
pontuando seus contrastes; e por fim, concluiremos falando sobre os utensílios
do Tabernáculo terreno e seus significados simbólicos para a Igreja.
I
– A INFERIORIDADE DO SANTUÁRIO DA ANTIGA ALIANÇA
Hebreus
9 apresenta um contraste detalhado entre o santuário da antiga aliança (o
tabernáculo terreno) e o santuário celestial da nova aliança onde Jesus Cristo
está ministrando (o tabernáculo celestial). Esse contraste deixa claro que o
santuário da nova aliança é superior. O que, então, tornava o tabernáculo
terreno inferior? Essa pergunta tem cinco respostas. Notemos:
1.1
- Era um santuário “terreno” (Hb 9.1). Isso significa que era feito por homens
(Êx 25.9,40; Hb 9.11) e erguido por homens (Hb 8.2). Apesar de a glória de Deus
ter enchido o santuário, ele continuava sendo um edifício terreno, feito por
seres humanos com materiais terrenos. Uma vez que era um edifício da terra,
possuía várias deficiências. Em primeiro lugar, precisava de manutenção; também
era geograficamente limitado: se o tabernáculo era erguido em um lugar, não
poderia estar, ao mesmo tempo, em outro; precisava ser desmontado, e suas
partes precisavam ser carregadas de um local para outro (Nm 4.1-16). Além
disso, pertencia à nação de Israel, não ao mundo inteiro (WIERSBE, 2010, p.
399).
1.2
- Era um “tipo” de algo maior (Hb 9.2-5). O tabernáculo terreno era “as figuras
das coisas que se acham nos céus” (Hb 8.5; 9.23,24 ver Êx 25.40). Os sacerdotes
terrenos haviam sido agraciados de serem ministros do santuário terrestre,
originalmente erigido no deserto, mas a honra de ser ministro do santuário
celestial, no Reino eterno de Deus, somente foi conferida a nosso Senhor Jesus
Cristo (Hb 8.1,2). O terrestre não era o verdadeiro Tabernáculo que estava nos
céus, cujo arquiteto foi Deus, e não o homem. Nele, somente Jesus teve o
privilégio de entrar e nele ministrar (SILVA, 2013, p. 140).
1.3
- Era “inacessível” para o povo (Hb 9.6,7). Somente os sacerdotes e levitas
poderiam adentrar os recintos do tabernáculo; o povo não tinha acesso a esse
local (Lv 16.17; Lc 1.10). Além disso, apesar de os sacerdotes ministrarem no
Lugar Santo diariamente, somente o sumo sacerdote poderia entrar no Santo dos
Santos uma vez por ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.25, 7; Hb 10.1). Quando o
fazia, tinha de oferecer um sacrifício pelos próprios pecados (Lv 9.7,8; Hb
5.3; 7.27,28) e outro pelos do povo (Lv 16.32-34). O tabernáculo celestial,
pelo contrário, está sempre aberto a todo o povo de Deus (Hb 10.19-25)
(WIERSBE, 2010, p. 401).
1.4
- Era “temporário” (Hb 9.8). A existência do pátio exterior “primeiro
tabernáculo” (Hb 9.6) era prova de que a obra salvadora de Deus em favor dos
homens ainda não havia sido completada (Hb 9.8). O pátio exterior separava o
povo do Santo dos Santos. Enquanto os sacerdotes ministravam no Lugar Santo,
não havia um caminho aberto para a presença de Deus (Êx 26.33; 27.21). Mas
quando Jesus morreu na cruz, o véu do templo rasgou-se de alto a baixo (Mt
27.50,51; Hb 10.19-22), dando acesso ao Santo dos Santos. O Lugar Santo e o
Santo dos Santos tornaram-se desnecessários, pois, desde então, todo pecador
que crê pode entrar na presença de Deus (Hb 10.20).
1.5
- Seu ministério era “exterior”, não interior (Hb 9.9,10). Os sacrifícios
oferecidos e o sangue aspergido sobre o propiciatório não tinham poder algum de
mudar o coração e a consciência do adorador (Hb 9.9; 10.1-4). Todas as
cerimônias relacionadas ao tabernáculo diziam respeito à pureza cerimonial, não
à pureza moral. Eram “ordenanças da carne” que se referiam ao homem exterior,
mas que não podiam mudar o ser interior.
II
- A SUPERIORIDADE DO SANTUÁRIO DA NOVA ALIANÇA
As
cinco deficiências do santuário da antiga aliança são confrontadas com as cinco
vantagens do santuário da nova aliança (Ap 21.3). Este último é superior em
todos os sentidos. Notemos cada uma delas:
2.1
- É um santuário “celestial” (Hb 9.11). O autor enfatizou esse fato anteriormente,
pois desejava que seus leitores concentrem-se nas coisas do céu, não nas coisas
da Terra. O tabernáculo da antiga aliança era feito por mãos humanas (Êx 35.30-
35), já o santuário da nova aliança “não era feito por mãos, isto é, não desta
criação” (Hb 9.11) indica que o tabernáculo de Moisés foi feito com materiais
pertencentes a esta criação, enquanto o tabernáculo celestial não precisa de
tais materiais (Hb 8.2; 9.24). Uma vez que o tabernáculo celestial não pertence
a esta criação, não sofre a ação erosiva do tempo. O tabernáculo foi modelado
segundo o santuário no céu (Hb 8.5), hoje não precisamos mais do modelo
(WIERSBE, 2010, p. 401).
2.2
- Seu culto é “eficaz” para tratar do pecado (Hb 9.12-15). O sangue de Jesus
Cristo é muitíssimo superior ao sangue dos sacrifícios de animais (Hb
10.11,12). O sumo sacerdote levava o sangue de um animal para o Santo dos
Santos, mas Jesus Cristo apresentou a “si mesmo na presença de Deus como
sacrifício completo e definitivo pelos pecados” (Hb 9.15). Os sacrifícios de
animais precisavam ser repetidos, mas Jesus Cristo ofereceu a si mesmo uma só
vez (Hb 7.26,27). Por fim, os sacrifícios de animais não poderiam jamais pagar,
pois, seu sangue apenas “cobriria” o pecado até que o sangue de Cristo “tirasse
o pecado do mundo” (Jo 1.29). Temos a “eterna redenção” que não depende de
méritos pessoais nem de boas obras; foi obtida de uma vez por todas pela obra
consumada de Jesus Cristo (Hb 8.6). Os rituais da antiga aliança não tinham o
poder de mudar o coração das pessoas, pois a ênfase era sobre a purificação
cerimonial exterior (Hb 9.13,14). Uma vez que Cristo é “sem mácula”, pôde
oferecer o sacrifício perfeito (Hb 10.10,14,18).
2.3
- Seu culto é baseado em um sacrifício mais “precioso” (Hb 9.16-23; 1Pe
1.18,19). Quando uma pessoa escreve um testamento, esse documento só começa a
vigorar quando ela morre. Foi necessário que Jesus Cristo morresse a fim de que
os termos da nova aliança entrassem em vigor (Lc 22.20). Tanto o livro da Lei
quanto o povo e o tabernáculo com seus utensílios foram aspergidos com sangue
(Êx 24.3-8; Lv 16.12-19; Nm 31.21-24). O tabernáculo (terreno) da antiga
aliança e seus utensílios que eram como “figuras” eram purificados pela
aspersão de sangue; o sangue de Jesus Cristo também purificou as “coisas
celestiais” (Cl 1.20; Hb 9.23; Hb 10.19-22). A antiga aliança foi firmada com
sangue, como também o foi a nova aliança. As figuras (tipos) eram purificadas
pelo sangue de animais, mas o santuário “original” foi purificado pelo sangue
do Filho de Deus, um sacrifício muito mais precioso (WIERSBE, 2010, p. 403).
2.4 - Seu culto é “definitivo e completo” (Hb 9.25-28). É impossível haver algo
incompleto ou temporário no ministério de nosso Senhor no céu. O autor
ressalta, mais uma vez, o contraste óbvio entre o ministério da antiga aliança
e o ministério da nova aliança. Convém observar o uso de três termos correlatos
em Hebreus 9.24-28 que apresentam um resumo da obra de Cristo: “Ele se
manifestou para aniquilar o pecado ao morrer na cruz” (Hb 9.26). Agora,
comparece “por nós no céu” (Hb 9.24). Um dia, aparecerá para “levar os cristãos
para seu lar” (Hb 9.28). O santuário do cristão está no céu; seu Pai está no
céu e seu Salvador está no céu; sua cidadania está no céu (Fp 3.20) e seus
tesouros devem estar no céu (Mt 6.19).
III
- OS UTENSÍLIOS DO TABERNÁCULO E SEUS SIGNIFICADOS PARA A IGREJA
A verdade mais
importante é que tudo isso era apenas simbolismo, não realidade espiritual,
motivo pelo qual o tabernáculo da antiga aliança era inferior. Vejamos então
alguns utensílios:
3.1
- O candelabro (Hb 9.2a). No Lugar Santo ficava o candelabro de ouro com sete
hastes (Êx 25.31-40; 27.20,21; 37.17-24). Uma vez que não havia janelas no
tabernáculo, o candelabro supria a luz necessária para o ministério dos
sacerdotes no Lugar Santo. A nação de Israel deveria ser uma luz para as nações
(Is 42.6; 49.6). Jesus Cristo é a “luz do mundo” (Jo 8.12), e os cristãos devem
resplandecer como luz no mundo (Fp 2.14, 15).
3.2
- Os doze pães (Hb 9.2b). No Lugar Santo também havia uma mesa sobre a qual
eram colocados doze pães. Era chamada de mesa da proposição (Êx 25.23,30;
37.10-16; Lv 24.5-9). A cada sábado, o sacerdote colocava pães frescos no lugar
dos pães da semana anterior, e estes últimos eram usados como alimento. Eram
chamados de “pães da proposição”. Somente os sacerdotes poderiam comer desse
pão e deveriam ingeri-lo dentro do santuário. Os pães lembravam às doze tribos
de Israel a presença de Deus que os sustentava. Nos dias de hoje, eles nos
trazem à memória Jesus Cristo, o “Pão da vida” dado ao mundo todo (Jo 6). O
“moer do trigo” simboliza os sofrimentos de Cristo até a morte (Is 53.5)
(WIERSBE, 2010, p. 400).
3.3
- O Santo dos Santos (Hb 9.3). Continha somente a arca da aliança, que media 1
metro e 65 centímetros de comprimento, 1 metro de largura e 1 metro de altura.
No alto dessa arca, ficava o belo “propiciatório” feito de ouro com um querubim
em cada extremidade. Esse era o trono de Deus no tabernáculo (Êx 25.10-22; SI
80.1; 99.1). No Dia da Expiação, aspergia-se sangue de um sacrifício sobre esse
propiciatório a fim de cobrir as tábuas da Lei que ficavam dentro da arca. Deus
não olhava para a Lei quebrada; olhava para o sangue. Cristo é nossa
“propiciação” (1Jo 2.2; Rm 3.25). Mas, em vez de cobrir o pecado, seu sangue o
remove (WIERSBE, 2010, p. 400).
3.4
- O altar de ouro (Hb 9.4a). Ficava no Lugar Santo, diante do véu que dividia
as duas partes do tabernáculo, e era usado para queimar incenso (Êx 30.1-10;
37.25-29; 30.34,35). Existiam dois altares: um de cobre (Êx 27.1,2) e o outro
de ouro (Êx 30.1-3), sendo este último chamado de “o altar do incenso”. Na
observação anual do Dia da Expiação, o sumo sacerdote usava brasas desse altar
para queimar incenso diante do propiciatório que ficava atrás do véu (Lv
16.12-14). Moisés relaciona o altar de ouro com a arca da aliança (Êx 40.5 ver
1Rs 6.22). No começo e no final de cada dia, um sacerdote queimava incenso
nesse altar (Êx 30.7,8). Davi sugere que era um retrato da oração subindo a
Deus (Sl 141.2). Pode ser uma forma de lembrar que Jesus Cristo intercede por
nós (Rm 8.33,34) (WIERSBE, 2010, p. 400).
3.5
- A Arca (Hb 9.4b). A Arca era feita de madeira de cetim revestida de ouro por
dentro e por fora. Ela tipificava a Cristo e suas duas naturezas: “a divina e a
humana”. Sua tampa era chamada de “propiciatório”, que era uma figura de Cristo
crucificado, o ponto de encontro entre Deus e o homem. Em suas extremidades
havia figuras de querubins de ouro, que falavam da misericórdia de Deus para
com Israel e, por extensão, para com o mundo inteiro (2Co 5.18,19) (SILVA,
2013, p. 154).
3.6
- Um vaso de ouro (Hb 9.4c). Quando foi feito o Tabernáculo com seus
utensílios, “este vaso de ouro não nos foi revelado”. Mas aqui, o autor sagrado
faz esta grande revelação desta urna de ouro que continha o maná. O maná
provido por Deus no deserto, mas que não era do deserto, isso representa a
Cristo que estava no mundo, mas que não era do mundo. Este se encontra num vaso
de ouro, que representa o crente fiel que guarda em seu coração a Cristo e sua
Palavra (Jo 14.20,21,23). O maná, mesmo tendo caído no deserto, era “pão do
céu” (Êx 16.14,15). Seu sabor não era terrestre; era uma figura de Cristo na
sua humilhação aqui no mundo, “o verdadeiro pão do céu” (Jo 6.32). O trigo era
da terra; seu sabor era do lugar onde se encontrava. Era uma figura de Cristo,
que mesmo sendo Deus, nasceu na Palestina e ali foi exaltado por Deus (SILVA,
2013, p. 155).
CONCLUSÃO
A
adoração antiga era terrena, imperfeita, transitória, incompleta. Por outro
lado, a adoração no Novo Pacto se firma em princípios celestiais, eternos e
perfeitos.
REFERÊNCIAS
GONÇALVES,
José. A supremacia de Cristo Fé, esperança e ânimo na carta aos Hebreus. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.· SILVA, Severino Pedro da. Epístola aos
Hebreus. CPAD
WILEY,
Orton. A excelência da nova aliança em Cristo. Central Gospel.
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