quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

LIÇÃO 07 – JESUS – SUMO SACERDOTE DE UMA ORDEM SUPERIOR (Hb 7.1-19) 1º TRIMESTRE DE 2018


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LIÇÃO 07 – JESUS – SUMO SACERDOTE DE UMA ORDEM SUPERIOR (Hb 7.1-19)
1º TRIMESTRE DE 2018

INTRODUÇÃO
Nesta lição falaremos sobre um enigmático personagem do AT: Melquisedeque; destacaremos que ele um tipo de Cristo como rei e sacerdote; veremos ainda que o sacerdócio de Cristo é superior ao sacerdócio levítico, pois é antecedente a este e é eterno.

I – INFORMAÇÕES SOBRE MELQUISEDEQUE
Devido a poucas informações a seu respeito, Melquisedeque tornou-se um homem enigmático; gerando algumas especulações sobre sua pessoa. Notemos o que Bíblia informa a respeito dele:

1.1 - Sua origem. Melquisedeque é a transliteração para o português, do termo hebraico “Melekh” e “Tsedek”, que significa “rei de justiça” (CHAMPLIN, 2001, p. 210). A história de Melquisedeque é bastante resumida, ele é citado no primeiro livro do Pentateuco (Gn 14); num texto poético (Sl 110) e na parte doutrinária da Epístola aos Hebreus, no NT (Hb 5 a 7) (GARDNER, 2005, p. 450).

1.2 - Seu ofício. Ele era rei de Salém (a antiga Jerusalém). Salém é a forma abreviada de Jerusalém e é encontrada pelo menos cinco vezes nas Escrituras (Gn 14.18; 33.18; Sl 76.2; Hb 7.1,2). O título Rei de Salém dado a Melquisedeque significa “rei de paz”; além de rei, também lhe é atribuído a função de sacerdote de “El Elyon”. O nome “El” era comumente aplicado a Deus entre os povos de origem semita, e tornou-se na Bíblia um dos nomes principais de Deus, “El Elyon” (Deus Altíssimo). Esta também é a primeira menção do termo sacerdote na Bíblia o que o tornava um rei-sacerdote, o que serviu mui apropriadamente para ilustrar o mesmo ofício, ocupado em forma muito mais significativa, pelo Senhor Jesus Cristo (CHAMPLIN, 2001, p. 210 – acréscimo nosso).

1.3 - Sua aparição na história. O capítulo 14 de Gênesis registra a primeira menção de um sacerdote, a primeira menção do dízimo e a primeira menção de uma guerra envolvendo nove reis (Gn 14.1-17). As cinco cidades-estados da planície do Jordão (Gn 14.2; 13.10) haviam se sujeitado a doze anos de governo sob os reis de quatro cidades-estados do Oriente (Gn 14.1) e acabaram revoltando-se contra elas. Isso representou uma declaração de guerra. Assim, os quatro reis invadiram a planície do Jordão para subjugar os cinco reis das cidades daquela região. Nessa batalha, Ló, sobrinho de Abraão, foi levado cativo (Gn 14.12). Ao saber disso, Abraão, então, armou seus criados e entrou na peleja para libertar seu sobrinho. Ao retornar da batalha, ele encontrou-se com Melquisedeque (Gn 18-24).

II - A RELAÇÃO DE MELQUISEDEQUE COM CRISTO
Segundo o escritor da Epístola aos Hebreus, Melquisedeque também prefigura Cristo (Hb 7.1-3). Vejamos em que:

2.1 - Como rei. Melquisedeque prefigura Cristo na função de rei, pois ele aparece no Livro do Gênesis como rei “E Melquisedeque, rei [...]” (Gn 14.18-a). Cristo é um título oficial de Jesus. Evoca-lhe também o ofício de rei (Mt 2.2; Lc 1.32,33; Ap 19.16). Este ofício, Cristo ocupará na terra por ocasião da segunda fase da segunda vinda, quando vier em glória (Ap 20.1-6). Ele também aponta para Jesus no lugar onde reinou “rei de Salém” (Gn 14.18-b). Jacó profetizou que seria uma tribo real (Gn 49.10), Jesus veio da tribo de Judá (Hb 7.14); Deus, jurou a Davi que não faltaria sucessor no seu trono (Sl 89.35.36; 132.11), e que dos seus lombos levantaria o Messias (2 Sm 7.12,13; Is 11.1; At 2.30). Portanto, um dia, Jesus reinará sobre todas as nações (Sl 2.6,8; 110.1,2). Seu reino será literal e universal, pois, todos os reinos do mundo estarão sob o senhorio de Cristo (Dn 2.44,45). Israel será uma bênção para o mundo (Is 26.7). Jerusalém será a sede do governo mundial (Is 2.3; 60.3; 66.2; Jr 3.17), e dela sairão, tanto as diretrizes religiosas como as leis civis para o mundo (Is 65.20,22; Zc 8.4). Este rei de Salém também assemelha-se a Cristo, pela forma com que reinará, pois é rei de paz e de justiça (Hb 6.2). Essa é a forma com que Jesus reinará sobre a terra (Sl 2.10-12; Is 11.1-16; Jr 23.5).

2.2 - Como sacerdote. Além de rei é dito que Melquisedeque era “[…] sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14.18). O título de Cristo dado a Jesus, evoca-lhe também o ofício de sacerdote (Hb 2.17; 7.26-28). O profeta Zacarias, referindo-se ao Messias, atribui-lhe tanto o ofício de rei como o de sacerdote (Zc 6.13). Ele, apareceu para Abraão e lhe trouxe “trouxe pão e vinho” (Gn 14.18); uma clara alusão a Ceia do Senhor que fora instuída por Cristo, para que os seus seguidores fizessem em Sua memória (Mt 26.26,28; Mc 14.22; Lc 22.19; 1 Co 11.24-26). O registro bíblico diz também Melquisedeque abençoou Abraão (Gn 14.19,20), deixando claro sua superioridade em relação ao patriarca (Hb 7.7), por isso, é, que “Abrão deu-lhe o dízimo de tudo” (Gn 14.20-b). Cristo, veio da semente de Abraão, e é por ele que a benção que Deus prometeu se estenda a todas as famílias da terra (Gn 12.3; Gl 3.14). Um dia a nação de Israel, junto com todas as outras nações, trarão suas ofertas ao Senhor Jesus Cristo, e, a que assim não proceder será punida (Zc 14.16-19).

III – JESUS - SACERDOTE DE UMA ORDEM SUPERIOR
Os ritos do tabernáculo e a exigência de observá-los com exatidão tornaram necessária a instituição de um sacerdócio dedicado totalmente ao culto divino. Para esta importante função, Deus escolheu o levita Arão e seus filhos (Êx 28.1; Sl 105.26). O sacerdócio instituído por Deus tinha algumas características, por exemplo: o escritor aos hebreus diz que o sacerdote “era tomado dentre os homens” (Hb 5.1). Por isso, o Verbo se fez carne (Jo 1.14), também para que em forma humana, poder ser um perfeito sacerdote em prol dos homens “Por isso convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote naquilo que é de Deus [...]” (Hb 2.17). Ao sacerdote competia compadecer-se dos pecadores e isto Cristo fez como ninguém (Lc 23.34; Hb 2.18); e, apresentar sacrifício pelos pecadores diante de Deus com sangue (Hb 9.25), e, isto Cristo também cumpriu, quando apresentou a si mesmo como oferta pelo pecado (Hb 5.7-9; 7.27; 9.26). Abaixo destacaremos porque Jesus é sacerdote de uma ordem superior à de Arão. Vejamos:

3.1 - A origem do sacerdócio de Cristo. Arão foi feito sacerdote por Deus e não pelos homens: “E ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão” (Hb 5.4). Da mesma forma Cristo foi feito por Deus sacerdote “Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, Hoje te gerei. […] Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 5.5,6). Considerando que a Bíblia não menciona a genealogia de Melquisedeque (Hb 7.3), seu sacerdócio era singular em sua ordem, pois não dependia de sua genealogia, mas de sua nomeação direta por Deus (Gn 14.18). Da mesma forma, Jesus foi feito sacerdote diretamente por Deus: “Chamado por Deus sumo sacerdote […]” (Hb 5.10). Ver também (Hb 10.21).

3.2 - A ordem do sacerdócio de Cristo. Na mente de um judeu, letrado nas idéias levíticas rígidas, era inconcebível que alguém servisse como sacerdote sem ser descendente de pais sacerdotes, sem genealogia. No entanto, Melquisedeque aparece nesta função: “sem genealogia” (Hb 7.3) ou “cuja genealogia não é contada” (Hb 7.6). É bom lembrar que foi o próprio Moisés que chamou Melquisedeque de “sacerdote do Deus Altíssimo” (Gn 14.18); e ele foi reconhecido como tal mesmo sem credenciais formais. Neste sentido, ele foi feito semelhante a Jesus, que também não tinha uma linhagem sacerdotal normal. Nosso Senhor procedeu de Judá e desta tribo nunca Moisés falou de sacerdócio (Hb 7.14). Por isso, se ele estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria (Hb 8.4). No entanto, o escritor as Hebreus assevera que Jesus é sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque e não segundo a de Arão: “[...] Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 7.14). Portanto, o sacerdócio de Cristo é de uma ordem melhor, pois é independente da Lei de Moisés (Hb 7.11,12); e, da tribo de Levi (Hb 7.13-15).

3.3 - A superioridade do sacerdócio de Cristo. O sacerdócio de Melquisedeque é superior ao de Arão por, pelo menos, dois motivos:

(a) é anterior ao sacerdócio aarônico. O registro da aparição de Melquisedeque se dá em Gênesis 14.18-20 e a instituição do sacerdócio por Arão se deu em Êxodo 28.1, ou seja, por volta de 600 anos depois;

(b) foi feito sob juramento. Enquanto o sacerdócio de Arão foi realizado por indicação divina (Nm 17.1-10), a continuação do sacerdócio de Melquisedeque foi feita por indicação divina e sob juramento “Jurou o SENHOR, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4). É bom destacar que o juramento de Deus é feito em si mesmo, visto que ninguém lhe é superior (Hb 6.13). E, isto é o equivalente de dizer que Sua própria palavra bastava.

3.4 - A durabilidade do sacerdócio de Cristo. O sacerdócio levítico embora fosse permanente, o sacerdote era impedido de exercer o sacerdócio quando morresse. O sacerdócio de Cristo, pelo contrário, é eterno porque ele vive para sempre “[...] tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4). O escritor aos hebreus faz questão de aludir a isso: “E, na verdade, aqueles foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer, mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo” (Hb 7.23,24).

3.5 - A perfeição do sacerdócio de Cristo. O sacerdócio levítico era imperfeito, por diversos motivos:

(a) os sacrifícios realizados, deviam ser repetidos não eram sacrifícios definitivos (Hb 10.11);
(b) não podiam purificar a consciência (Hb 10.1); e,
(c) era composto por homens imperfeitos, que necessitavam sacrificar por si mesmos, para depois sacrificarem pelo povo (Lv 4.3). Jesus, no entanto, ofereceu-se uma vez só (Hb 10.10); seu sacrifício purifica a consciência (Hb 9.14); e, Ele não precisou sacrificar por si mesmo, porque é sacerdote perfeito (Hb 7.28).

Como sacerdote, Cristo possui as seguintes características: “[…] santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo” (Hb 7.26,27).

CONCLUSÃO
Na Nova Aliança, temos um sacerdote eterno e perfeito que ofereceu-se em sacríficio definitivo pelos nossos pecados e que está assentado à direita de Deus intercedendo por nós. Como sacerdote, Ele nos oferece uma salvação eterna (Hb 5.9); uma redenção eterna (Hb 9.12); o Espírito Eterno (Hb 9.14); uma herança eterna (Hb 9.15); estabeleceu um concerto eterno (Hb 13.2); e, por fim, um juízo eterno, aos que rejeitam (Hb 6.2).

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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