Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO
07 – JESUS – SUMO SACERDOTE DE UMA ORDEM SUPERIOR (Hb 7.1-19)
1º
TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
Nesta
lição falaremos sobre um enigmático personagem do AT: Melquisedeque;
destacaremos que ele um tipo de Cristo como rei e sacerdote; veremos ainda que
o sacerdócio de Cristo é superior ao sacerdócio levítico, pois é antecedente a
este e é eterno.
I
– INFORMAÇÕES SOBRE MELQUISEDEQUE
Devido
a poucas informações a seu respeito, Melquisedeque tornou-se um homem
enigmático; gerando algumas especulações sobre sua pessoa. Notemos o que Bíblia
informa a respeito dele:
1.1
- Sua origem. Melquisedeque é a transliteração para o português, do termo
hebraico “Melekh” e “Tsedek”, que significa “rei de justiça” (CHAMPLIN, 2001,
p. 210). A história de Melquisedeque é bastante resumida, ele é citado no primeiro
livro do Pentateuco (Gn 14); num texto poético (Sl 110) e na parte doutrinária
da Epístola aos Hebreus, no NT (Hb 5 a 7) (GARDNER, 2005, p. 450).
1.2
- Seu ofício. Ele era rei de Salém (a antiga Jerusalém). Salém é a forma
abreviada de Jerusalém e é encontrada pelo menos cinco vezes nas Escrituras (Gn
14.18; 33.18; Sl 76.2; Hb 7.1,2). O título Rei de Salém dado a Melquisedeque significa
“rei de paz”; além de rei, também lhe é atribuído a função de sacerdote de “El
Elyon”. O nome “El” era comumente aplicado a Deus entre os povos de origem
semita, e tornou-se na Bíblia um dos nomes principais de Deus, “El Elyon” (Deus
Altíssimo). Esta também é a primeira menção do termo sacerdote na Bíblia o que
o tornava um rei-sacerdote, o que serviu mui apropriadamente para ilustrar o
mesmo ofício, ocupado em forma muito mais significativa, pelo Senhor Jesus
Cristo (CHAMPLIN, 2001, p. 210 – acréscimo nosso).
1.3
- Sua aparição na história. O capítulo 14 de Gênesis registra a primeira menção
de um sacerdote, a primeira menção do dízimo e a primeira menção de uma guerra
envolvendo nove reis (Gn 14.1-17). As cinco cidades-estados da planície do Jordão
(Gn 14.2; 13.10) haviam se sujeitado a doze anos de governo sob os reis de
quatro cidades-estados do Oriente (Gn 14.1) e acabaram revoltando-se contra
elas. Isso representou uma declaração de guerra. Assim, os quatro reis invadiram
a planície do Jordão para subjugar os cinco reis das cidades daquela região.
Nessa batalha, Ló, sobrinho de Abraão, foi levado cativo (Gn 14.12). Ao saber
disso, Abraão, então, armou seus criados e entrou na peleja para libertar seu
sobrinho. Ao retornar da batalha, ele encontrou-se com Melquisedeque (Gn
18-24).
II
- A RELAÇÃO DE MELQUISEDEQUE COM CRISTO
Segundo
o escritor da Epístola aos Hebreus, Melquisedeque também prefigura Cristo (Hb
7.1-3). Vejamos em que:
2.1
- Como rei. Melquisedeque prefigura Cristo na função de rei, pois ele aparece
no Livro do Gênesis como rei “E Melquisedeque, rei [...]” (Gn 14.18-a). Cristo
é um título oficial de Jesus. Evoca-lhe também o ofício de rei (Mt 2.2; Lc 1.32,33;
Ap 19.16). Este ofício, Cristo ocupará na terra por ocasião da segunda fase da
segunda vinda, quando vier em glória (Ap 20.1-6). Ele também aponta para Jesus no
lugar onde reinou “rei de Salém” (Gn 14.18-b). Jacó profetizou que seria uma
tribo real (Gn 49.10), Jesus veio da tribo de Judá (Hb 7.14); Deus, jurou a
Davi que não faltaria sucessor no seu trono (Sl 89.35.36; 132.11), e que dos
seus lombos levantaria o Messias (2 Sm 7.12,13; Is 11.1; At 2.30). Portanto, um
dia, Jesus reinará sobre todas as nações (Sl 2.6,8; 110.1,2). Seu reino será
literal e universal, pois, todos os reinos do mundo estarão sob o senhorio de
Cristo (Dn 2.44,45). Israel será uma bênção para o mundo (Is 26.7). Jerusalém
será a sede do governo mundial (Is 2.3; 60.3; 66.2; Jr 3.17), e dela sairão,
tanto as diretrizes religiosas como as leis civis para o mundo (Is 65.20,22; Zc
8.4). Este rei de Salém também assemelha-se a Cristo, pela forma com que reinará,
pois é rei de paz e de justiça (Hb 6.2). Essa é a forma com que Jesus reinará
sobre a terra (Sl 2.10-12; Is 11.1-16; Jr 23.5).
2.2
- Como sacerdote. Além de rei é dito que Melquisedeque era “[…] sacerdote do
Deus Altíssimo” (Gn 14.18). O título de Cristo dado a Jesus, evoca-lhe também o
ofício de sacerdote (Hb 2.17; 7.26-28). O profeta Zacarias, referindo-se ao Messias,
atribui-lhe tanto o ofício de rei como o de sacerdote (Zc 6.13). Ele, apareceu
para Abraão e lhe trouxe “trouxe pão e vinho” (Gn 14.18); uma clara alusão a
Ceia do Senhor que fora instuída por Cristo, para que os seus seguidores fizessem
em Sua memória (Mt 26.26,28; Mc 14.22; Lc 22.19; 1 Co 11.24-26). O registro
bíblico diz também Melquisedeque abençoou Abraão (Gn 14.19,20), deixando claro
sua superioridade em relação ao patriarca (Hb 7.7), por isso, é, que “Abrão
deu-lhe o dízimo de tudo” (Gn 14.20-b). Cristo, veio da semente de Abraão, e é
por ele que a benção que Deus prometeu se estenda a todas as famílias da terra
(Gn 12.3; Gl 3.14). Um dia a nação de Israel, junto com todas as outras nações,
trarão suas ofertas ao Senhor Jesus Cristo, e, a que assim não proceder será
punida (Zc 14.16-19).
III
– JESUS - SACERDOTE DE UMA ORDEM SUPERIOR
Os
ritos do tabernáculo e a exigência de observá-los com exatidão tornaram
necessária a instituição de um sacerdócio dedicado totalmente ao culto divino.
Para esta importante função, Deus escolheu o levita Arão e seus filhos (Êx 28.1;
Sl 105.26). O sacerdócio instituído por Deus tinha algumas características, por
exemplo: o escritor aos hebreus diz que o sacerdote “era tomado dentre os
homens” (Hb 5.1). Por isso, o Verbo se fez carne (Jo 1.14), também para que em forma
humana, poder ser um perfeito sacerdote em prol dos homens “Por isso convinha
que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo
sacerdote naquilo que é de Deus [...]” (Hb 2.17). Ao sacerdote competia compadecer-se
dos pecadores e isto Cristo fez como ninguém (Lc 23.34; Hb 2.18); e, apresentar
sacrifício pelos pecadores diante de Deus com sangue (Hb 9.25), e, isto Cristo
também cumpriu, quando apresentou a si mesmo como oferta pelo pecado (Hb 5.7-9;
7.27; 9.26). Abaixo destacaremos porque Jesus é sacerdote de uma ordem superior
à de Arão. Vejamos:
3.1 - A origem do sacerdócio de Cristo. Arão foi feito
sacerdote por Deus e não pelos homens: “E ninguém toma para si esta honra,
senão o que é chamado por Deus, como Arão” (Hb 5.4). Da mesma forma Cristo foi
feito por Deus sacerdote “Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo,
para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, Hoje
te gerei. […] Tu és sacerdote eternamente, Segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb
5.5,6). Considerando que a Bíblia não menciona a genealogia de Melquisedeque
(Hb 7.3), seu sacerdócio era singular em sua ordem, pois não dependia de sua
genealogia, mas de sua nomeação direta por Deus (Gn 14.18). Da mesma forma,
Jesus foi feito sacerdote diretamente por Deus: “Chamado por Deus sumo sacerdote
[…]” (Hb 5.10). Ver também (Hb 10.21).
3.2
- A ordem do sacerdócio de Cristo. Na mente de um judeu, letrado nas idéias
levíticas rígidas, era inconcebível que alguém servisse como sacerdote sem ser
descendente de pais sacerdotes, sem genealogia. No entanto, Melquisedeque aparece
nesta função: “sem genealogia” (Hb 7.3) ou “cuja genealogia não é contada” (Hb
7.6). É bom lembrar que foi o próprio Moisés que chamou Melquisedeque de “sacerdote
do Deus Altíssimo” (Gn 14.18); e ele foi reconhecido como tal mesmo sem
credenciais formais. Neste sentido, ele foi feito semelhante a Jesus, que
também não tinha uma linhagem sacerdotal normal. Nosso Senhor procedeu de Judá
e desta tribo nunca Moisés falou de sacerdócio (Hb 7.14). Por isso, se ele
estivesse na terra, nem tampouco sacerdote seria (Hb 8.4). No entanto, o
escritor as Hebreus assevera que Jesus é sacerdote segundo a ordem de
Melquisedeque e não segundo a de Arão: “[...] Tu és sacerdote eternamente,
segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 7.14). Portanto, o sacerdócio de Cristo é
de uma ordem melhor, pois é independente da Lei de Moisés (Hb 7.11,12); e, da
tribo de Levi (Hb 7.13-15).
3.3
- A superioridade do sacerdócio de Cristo. O sacerdócio de Melquisedeque é
superior ao de Arão por, pelo menos, dois motivos:
(a) é anterior ao sacerdócio
aarônico. O registro da aparição de Melquisedeque se dá em Gênesis 14.18-20 e a
instituição do sacerdócio por Arão se deu em Êxodo 28.1, ou seja, por volta de
600 anos depois;
(b) foi feito sob juramento. Enquanto o sacerdócio de Arão foi
realizado por indicação divina (Nm 17.1-10), a continuação do sacerdócio de
Melquisedeque foi feita por indicação divina e sob juramento “Jurou o SENHOR, e
não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de
Melquisedeque” (Sl 110.4). É bom destacar que o juramento de Deus é feito em si
mesmo, visto que ninguém lhe é superior (Hb 6.13). E, isto é o equivalente de
dizer que Sua própria palavra bastava.
3.4
- A durabilidade do sacerdócio de Cristo. O sacerdócio levítico embora fosse
permanente, o sacerdote era impedido de exercer o sacerdócio quando morresse. O
sacerdócio de Cristo, pelo contrário, é eterno porque ele vive para sempre “[...]
tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4). O
escritor aos hebreus faz questão de aludir a isso: “E, na verdade, aqueles
foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de permanecer,
mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo” (Hb 7.23,24).
3.5
- A perfeição do sacerdócio de Cristo. O sacerdócio levítico era imperfeito,
por diversos motivos:
(a) os sacrifícios realizados, deviam ser repetidos não
eram sacrifícios definitivos (Hb 10.11);
(b) não podiam purificar a consciência
(Hb 10.1); e,
(c) era composto por homens imperfeitos, que necessitavam
sacrificar por si mesmos, para depois sacrificarem pelo povo (Lv 4.3). Jesus,
no entanto, ofereceu-se uma vez só (Hb 10.10); seu sacrifício purifica a
consciência (Hb 9.14); e, Ele não precisou sacrificar por si mesmo, porque é
sacerdote perfeito (Hb 7.28).
Como sacerdote, Cristo possui as seguintes
características: “[…] santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e
feito mais sublime do que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes,
de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e
depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo” (Hb
7.26,27).
CONCLUSÃO
Na
Nova Aliança, temos um sacerdote eterno e perfeito que ofereceu-se em
sacríficio definitivo pelos nossos pecados e que está assentado à direita de
Deus intercedendo por nós. Como sacerdote, Ele nos oferece uma salvação eterna (Hb
5.9); uma redenção eterna (Hb 9.12); o Espírito Eterno (Hb 9.14); uma herança
eterna (Hb 9.15); estabeleceu um concerto eterno (Hb 13.2); e, por fim, um
juízo eterno, aos que rejeitam (Hb 6.2).
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
GARDNER,
Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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