Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
03 – A SUPERIORIDADE DE JESUS EM RELAÇÃO A MOISÉS - (Hb 3.1-19)
1º
TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
No
capítulo três da Epístola aos Hebreus, o autor procura mostrar aos cristãos
judeus que, embora Moisés tenha sido um ícone no AT, Cristo Jesus é superior a
ele, quanto a natureza, função, aliança, missão e glória.
I
– QUEM FOI MOISÉS
Moisés
era filho de Anrão e Joquebede ambos oriundos da tribo de Levi (Êx 2.1). Era
irmão de Arão e Miriã (1 Cr 6.3). Ele nasceu durante os amargos anos de
escravidão do povo de Israel no Egito (Êx 1.1-14), que culminou no decreto de
Faraó que ordenou a morte de todos os bebês do sexo masculino ao nascer (Êx
1.15-22). Seus pais o esconderam em casa e depois o colocaram no meio da
vegetação, na margem do Nilo, dentro de um cesto de junco (Êx 2.2,3). A filha
de Faraó saiu para banhar-se neste rio e quando viu o menino decidiu adotá-lo,
contratando inclusive uma ama de leite, que por providência divina foi a mãe de
Moisés (Êx 2.5-9). Quando o menino cresceu, Joquebede o trouxe a princesa, que
colocou o nome dele de Moisés (Êx 2.10) que significa: “tirado das águas”. Por
meio de sua esposa Zípora (Êx 2.21), Moisés teve dois filhos, Gérson e Eliezer.
A este homem, Deus chamou para uma grande obra. Vejamos:
1.1
- Um profeta. Após se revelar para Moisés na sarça, Deus o comissionou para
falar ao povo de Israel como seu porta-voz. A expressão “Tu falarás tudo o que
eu te mandar[...]” (Êx 7.2-a), evidencia isso. O próprio Moisés se declarou um
profeta de Deus: “O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de
teus irmãos, como eu [...]” (Dt 18.15). O povo de Israel o via como profeta: “E
nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem o SENHOR
conhecera face a face” (Dt 34.10).
1.2
- Um libertador. Quando se levantou um Faraó que não fez caso do bem que José
fizera ao Egito, o povo hebreu começou a padecer, debaixo de escravidão (Êx
1.8-11). Oprimido, o povo clamou a Deus e Ele os ouviu. No tempo certo, Deus se
revelou a Moisés e o chamou para por meio dele libertar o povo de Israel da
opressão egípcia: “Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó para que tires o
meu povo (os filhos de Israel) do Egito” (Êx 3.10). Embora Faraó recusasse
diversas vezes soltar o povo de Israel, por meio de grandes castigos, Deus
puniu o Egito até chegar no ponto que este líder liberou o povo de uma vez por
todas (Êx 9.14; 12.31,32).
1.3
- Um legislador. A palavra “legislador” significa: “aquele que promulga a lei”.
No AT o termo é usado para descrever alguém que torna públicos os decretos do
Senhor. A Bíblia descreve Moisés como o doador da lei, o instrumento e agente
de Deus que concedeu ao povo hebreu a Sua Lei (Êx 24.12; 31.18; 32.15,16; Lv
26.46). Os cinco primeiros livros da Bíblia são chamados de “Lei de Moisés” (Js
23.6; 1 Re 2.3; Ed 3.2; Ne 8.1; Dn 9.11; Ml 4.4). O NT também também se refere
assim: “Porque a lei foi dada por Moisés [...]” (Jo 1.17). Veja ainda (Jo 7.19;
13.39; Hb 10.28).
1.4
- Um mediador. A expressão “mediador” significa: “que serve de intermediário,
elo” (HOUAISS, 2001, p. 1876). O AT associa Moisés com a aliança e a revelação
no monte Sinai (Êx 19.3-8; 20.18,19). Literalmente, ele é chamado de medianeiro
(Gl 3.19). Moisés mediou até mesmo quando o povo pecou, intercedendo por eles
(Êx 32.11-14).
II
– A RELAÇÃO DE MOISÉS COM JESUS
2.1
- Moisés prefigurou Cristo (Hb 11.25,26). A expressão “prefigurar” significa:
“representar o que está por vir” (HOUAISS, 2001, p. 2284). Algumas pessoas do
AT prefiguraram Cristo e uma delas foi Moisés. Sua história assemelhase a de
Cristo em muitos detalhes. Vejamos:
MOISÉS
Correu
risco de morte quando criança (Êx 1.15-22)
Refugiou-se
no Egito (Êx 2.5-9)
Renunciou
uma grande posição para sofrer pelo seu povo (Hb 11.24-26)
Foi
enviado para libertar o seu povo (Êx 3.10)
Operou
grandes sinais (Êx 4.17,30; At 7.22)
Mediador
da Antiga Aliança (Êx 24.8)
CRISTO
Correu
risco de morte quando criança (Mt 2.13)
Refugiou-se
no Egito (Mt 2.14)
Renunciou
uma grande posição para sofrer pelo seu povo (Fp 2.5-8)
Foi
enviado para libertar o seu povo (Jo 8.36; Gl 5.1)
Operou
grandes sinais (Lc 24.19; Jo 3.2; 20.30,31)
Mediador
da Nova Aliança (Hb 8.6)
2.2
- Moisés profetizou sobre Cristo. Há diversas palavras proféticas que foram
anunciadas por Moisés e uma delas falou sobre o advento de um profeta
semelhante a ele, quando disse: “O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do
meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Dt 18.15). Esta promessa
diz respeito a mais que que mera sucessão de profetas que viriam depois de
Moisés. Este fato é esclarecido em (Dt 34.10), que, logicamente, rememora esta
passagem. Outros profetas surgiram desde a morte de Moisés, mas nenhum conheceu
o Senhor de forma tão direta quanto ele. Desse tempo em diante, Israel sempre
estava a procurar “o profeta que haveria de vir” que passou a ser uma figura
associada à era messiânica, identificada às vezes com o próprio Messias (Jo
1.21,45; 6.14; 7.40). Diversas vezes, Jesus disse que Moisés falara dEle em
seus escritos: “Porque, se vós crêsseis em Moisés, creríeis em mim; porque de
mim escreveu ele” (Jo 5.46). Os discípulos entenderam que a profecia de Deuteronômio
18.15 se cumpriu em Jesus (At 3.20-22; 7.37).
2.3
- Moisés falou com Cristo. Mateus 17.1-9 relatou que Jesus foi “transfigurado”
diante de três dos seus discípulos (Mt 17.1,2). O evangelista detalha que
durante a transfiguração “uma nuvem luminosa os envolveu” (Mt 17.5). O fato de
que Mateus escreveu o seu evangelho para judeus, põe em evidência o fato de que
Jesus é o Messias anunciado e isso pode ser visto na manifestação da nuvem
luminosa. No AT essa nuvem recebe o nome de “shekinah”, e está relacionada com
a manifestação da presença de Deus (Êx 14.19-20; 24.15-17; 1 Rs 8.10, 11; Ez
1.4; 10.4). No evento da transfiguração observamos que “apareceram Moisés e
Elias, falando com ele” (Mt 17.3). Mateus procura mostrar isso quando põe em
evidência o próprio Deus falando aqui: “A Ele ouvi” (Mt 17.5). Moisés
pronunciou exatamente as palavras quando se referia ao Profeta que viria depois
dele “[...] a ele ouvireis” (Dt 18.15). A transfiguração revela que Moisés
representa toda a Lei que apontava para o Messias e nele se cumpria (Mt 5.17).
III
– A SUPERIORIDADE DE CRISTO EM RELAÇÃO A MOISÉS
Por
causa de todas as coisas que Deus realizou por meio de Moisés, os hebreus
sempre tiveram grande estima por ele (Dt 34.10-12), e, consideravam-se
“discípulos de Moisés” (Jo 9.28). Embora Moisés tenha sido uma figura
proeminente no AT, Jesus é superior a ele. Vejamos em que:
3.1
- Quanto a natureza. A Escritura chama Moisés de “homem de Deus” (Dt 33.1).
Embora fosse o homem mais manso de toda terra (Nm 12.3), era falho (Dt 1.37;
32.51,52). Quanto a Jesus, embora tenha se tornado homem, Ele era Deus (Jo 1.1;
1.14). Embora em todas as coisas tenha sido tentado, nunca pecou (Hb 4.15;
7.26; 1 Pe 1.19; 2.22). O escritor da epístola aos Hebreus lembra aos judeus
convertidos que embora Moisés tenha sido um ícone do AT, ele não passava apenas
de “uma casa edificada” (Hb 3.4). Quanto a Jesus, o escritor faz distinção
dizendo que Ele “edificou a casa” , ou seja, Ele é Deus e o Criador (Hb 2.3,4).
Confira também: (Hb 1.2,10-12).
3.2
- Quanto a função. Vimos acima que Moisés foi: profeta (Dt 34.10); libertador
(Êx 3.10); legislador (Êx 24.12; Jo 1.17- a); e, mediador da Antiga Aliança (Êx
24.6-8; Gl 3.19). Todavia, Jesus é maior que ele, pois foi “O Profeta” (Dt
18.15); o “Libertador do pecado” (Jo 8.36); “aquele por quem a graça de Deus se
manifestou de forma plena” (Jo 1.17-b; 2 Co 8.9; 13.13; Gl 1.6; 6.18; Ef 2.7;
Fp 4.23; 1 Pe 1.13); e, o “mediador da Nova Aliança” (Mt 26.28; 1 Co 11.25; Hb
12.24).
3.3
- Quanto a aliança. A Bíblia diz que Moisés foi o mediador da Antiga Aliança,
que foi feita com sangue de animais (Êx 24.6-8); era transitória; e, foi
quebrada pela desobediência de Israel (Jr 31.32; 44.7). Quanto a Jesus, o
Escritor aos hebreus diz que Ele é o “[...] mediador de uma melhor aliança” (Hb
8.6); a quem a Bíblia chamada de Nova Aliança (1 Co 11.25; Hb 12.24), que foi
feita com Seu próprio sangue (Mt 26.28; Hb 9.20); e, que é permanente e
definitiva (Hb 8.6-13; 13.20).
3.4
- Quanto a missão. A missão que Deus confiou a Moisés foi de libertar o povo de
Israel da opressão egípicia e conduzilos a Terra Prometida, o descanso terreno
(Êx 3.10,17). Moisés foi um fiel servo de Deus que cumpriu a vontade do Senhor,
deixando o povo ao pé do monte que dava acesso a Canaã. Jesus, no entanto, é maior
que Moisés em sua missão, pois veio tirar o povo da escravidão de Satanás (Cl
1.13; Hb 2.14); e conduzi-los ao descanso eterno (Hb 4.10).
3.5
- Quanto a glória. Deus revelou a Sua glória a Moisés e ao povo de Israel no
Monte Sinai (Êx 24.16); por ocasião, do recebimento das novas tábuas da Lei (Êx
34.27,28), quando passou um período de quarenta dias na presença do Senhor, o
seu rosto resplandecia, com a glória que lhe foi revelada (Êx 34.29,30), a qual
era “transitória” (2 Co 3.7); podia ser “coberta” (Êx 34.33); e, não foi
revelada em Sua plenitude, pois Moisés não suportaria (Êx 33.18-23). Quanto a
Jesus, o escritor aos hebreus diz que “[...] ele é tido por digno de tanto
maior glória do que Moisés” (Hb 2.3). João diz que: “[…] o Verbo se fez carne,
e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai
[…]” (Jo 1.14). Ele é chamado “Senhor da glória” (1 Co 2.8). No monte Tabor não
apenas o rosto, mas todo o Seu ser resplandecia (Mt 17.2; Mc 9.2,3; Lc 9.29);
esta glória foi manifesta de forma permanente, em Suas obras (Jo 2.11; 11.40);
na Nova Aliança que Ele instituiu (2 Co 3.9,11); na posição que se encontra no
céu: “coroado de glória” (Hb 2.9); e, quando retornar: “[...] e verão o Filho
do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória” (Mt 24.30).
CONCLUSÃO
Deus
se revelou através de Moisés para trazer a libertação física ao povo hebreu.
Isto prefigurou a revelação superior da vinda de Cristo Jesus ao mundo para
proporcionar a todos os homens a libertação espiritual.
REFERÊNCIAS
GARDNER,
Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
HENRICHSEN,
Walter A. Depois do sacrifício: Estudo Prático da Carta aos Hebreus. VIDA.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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