Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
Av.
Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 /
3084.1543
LIÇÃO
05 – CRISTO É SUPERIOR A ARÃO E À ORDEM LEVÍTICA - (Hb 4.14-16; 5.1-14)
1º TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
Nesta
lição falaremos um pouco sobre Arão, o irmão de Moisés, que foi chamado por
Deus para ser o primeiro sacerdote do povo de Israel; destacaremos sua relação
com Jesus, quanto a função, consagração, intercessão e oferta; pontuaremos a
superioridade do sacerdócio de Cristo em relação ao araônico; e, por fim, quais
os benefícios que recebemos por meio do sacrifício de Jesus na cruz.
I
– QUEM FOI ARÃO
Arão
era filho de Anrão e Joquebede ambos oriundos da tribo de Levi (Êx 2.1). Ele
era o irmão do meio, numa família de três filhos (Êx 6.20; Nm 26.59). Arão
nasceu durante a opressão de Israel no Egito, mas evidentemente antes do
decreto genocida de Êxodo 1.22. Tinha três anos de idade quando Moisés nasceu
(Êx 7.7). Quando cresceu casou com Eliseba e teve quatro filhos: Nadabe, Abiú,
Elezar e Itamar (Êx 6.23; Lv 10.1,6; 1 Cr 24.1). Durante toda a narrativa do
Êxodo Arão é um auxiliar de Moisés (Êx 4.14). A Bíblia como um todo fala gentilmente
de Arão. Nos Salmos ele é chamado de pastor (Sl 77.20); sacerdote (Sl 99.6);
escolhido (Sl 105.26); santo (Sl 106.16) e ungido (Sl 133.2).
II
– A RELAÇÃO DE ARÃO COM JESUS
O
escritor aos Hebreus diz que o sacerdócio de Arão prefigurava o de Cristo (Hb
2.17,18; 4.14-16; 5.1-4; 7.11). A expressão “prefigurar” significa:
“representar o que está por vir” (HOUAISS, 2001, p. 2284). A forma antiga é
apenas uma figura (uma sombra) da real que está por vir (Hb 10.1). Vejamos a
relação que existe entre ambos personagens:
2.1
- Na função. O sacerdote, termo que no hebraico é “kohen”, era o ministro
divinamente designado, cuja função principal era representar o homem diante de
Deus (Êx 28.38; 30.8). Os sacerdotes deviam queimar incenso, cuidar do castiçal
e da mesa dos pães da proposição, oferecer sacrifícios no altar e abençoar o
povo (Nm 5.5-31). Eles ensinavam a Lei (Ne 8.7,8); ministravam como mediadores
entre o povo e Deus (Êx 12.12,29,30); comunicavam ao povo a vontade e o
concerto de Deus (Jr 33.20-22; Ml 2.4); intercediam, perante Deus, devido à
pecaminosidade do povo. Exercendo o seu ministério, eles faziam expiação pelos
seus próprios pecados e pelo pecado do povo (Êx 29.33; Hb 9.7,8), e
testificavam da santidade de Deus (Êx 28.38; Nm 18.1). O primeiro sacerdote
escolhido por Deus em favor de Israel foi Arão (Êx 28.1; Hb 4.4); e, dentre os
sacerdotes, ele foi eleito “sumo sacerdote” o qual era o principal entre os
sacerdotes (Hb 5.1-4). Em hebraico o “sumo sacerdote” é chamado de “kohen
gadol” que quer dizer “grande sacerdote”. Somente ele entrava uma vez por ano
no Lugar Santíssimo para expiar os pecados da nação israelita, no Dia da
Expiação (Êx 30.10; Lv 16.34). Jesus também feito sacerdote por Deus Pai:
“Chamado por Deus sumo sacerdote [...]” (Hb 5.10). Veja ainda: (Hb 5.5,6;
7.21).
2.2
- Na consagração. Quando foi escolhido para ser sacerdote, Arão foi ungido por
Moisés (Êx 28.41). Davi faz alusão a esta consagração no Salmo 133.2. Tal ato
tipifica a unção do Espírito Santo que era concedido para capacitá-lo para
exercer tal função. No NT Jesus recebe o título de Cristo (Mt 16.16,18; Lc
2.26; Hb 1.6; Jo 4.25,26; At 3.6,18,20; 4.10; Rm 1.4; 1 Co 1.23). O adjetivo
Cristo do hebraico “messiah”, do grego “christhos” significa: “ungido”
(ANDRADE, 2006, p. 122). As profecias do AT revelaram, com muitos séculos de
antecedência, que Deus enviaria um Redentor, o Ungido de Deus (Sl 2.2; 45.7;
89.20; Is 61.1; Dn 9.25,26). A promessa de Deus anunciava a vinda de alguém que
ocuparia as três funções, dentre elas a de sacerdote (Sl 110.4; Hb 2.17;
7.26-28).
2.3
- Na intercessão. Dentre as atribuições do sacerdote destaca-se a de ser
mediador entre o povo e Deus, fazendo intercessão por eles (Êx 12.12,29,30). O
profeta Isaías anunciou que o Messias intercederia pelos pecadores (Is 53.12).
Jesus interceu pelos seus discípulos (Jo 17.9); intercedeu por aqueles que
haveriam de crer, por meio da pregação deles (Jo 17.20). Jesus, como sacerdote,
encontra-se a direita de Deus, intercedendo por aqueles que a Ele se chegam (Hb
7.25).
2.4
- Na oferta. Aos sacerdotes foi dada a responsabilidade de comparecer diante de
Deus com ofertas e sacrifícios (Hb 5.11). Estas leis são classificadas
didaticamente de “Lei Cerimonial”, pois elas regulavam os serviços praticados
pelos sacerdotes no Templo e tinham tudo a ver com os sacrifícios e ofertas, os
dias anuais de festas e a questão dos deveres do sacerdócio (Nm 8.1; Js 8.31; 2
Cr 23.18; 30.15-16; Ed 3.2). Embora estes sacrifícios tenham sido instituídos
por Deus, eles eram plenos, pois:
(a)
eram repetitivos (Hb 10.11);
(b)
não limpavam à consciência (Hb 9.9); e,
(c)
não purificavam os pecados (Hb 10.4).
Isaías
profetizou que um homem faria expiação pelos pecados da humanidade (Is
53.1-12). O salmista já havia profetizado que o sacrificio definitivo seria de
um corpo sem pecado (Sl 40.6-8). O escritor aos hebreus cita este texto para
mostrar que profeticamente se cumpriu em Jesus, quando este encarnou e vivendo
de forma perfeita fez oblação pelo nosso pecado (Hb 10.5-9). Na cruz, Jesus,
ofereceu-se a si mesmo como oferta pelo pecado (Hb 10.10).
III
– A SUPERIORIDADE DO SACERDÓCIO DE CRISTO EM RELAÇÃO AO DE ARÃO
O
sacerdócio de Arão prefigura o sacerdócio de Cristo. No entanto, o sacerdócio
de Cristo é superior. As Escrituras deixam bem claro que a Antiga Aliança era
apenas sombra dos bens futuros (Hb 10.1), demonstrando assim a superioridade da
Nova Aliança. O escritor aos Hebreus diz: “De tanto melhor aliança Jesus foi
feito fiador” (Hb 7.22). Destacaremos na tabela abaixo, informações que
comprovam que o sacerdócio de Cristo é superior ao de Arão:
SACERDÓCIO DE ARÃO
Feito sem juramento (Hb 7.20)
Instituído durante a Lei (Êx
28.1; Hb 7.28)
Necessitava sacrificar por si
mesmo, pois era imperfeito (Lv 9.7,8; Hb 5.3; 7.27,28)
Sacrificava continuamente (Hb
10.11)
Teve o seu ministério impedido
pela morte (Hb 7.23)
Entrou no tabernáculo
terrestre (Hb 9.1)
Oferecia sacrifício de animais
(Hb 9.13)
Entregou dízimos a
Melquisedeque na pessoa de Abraão (Hb 7.9,10)
SACERDÓCIO DE CRISTO
Feito com juramento (Hb 7.21)
Instituído antes da Lei (Gn
14.18; Hb 6.20)
Não necessitou sacrificar por
si mesmo, pois é perfeito (Hb 7.28; 1 Pe 2.22)
Fez um único sacrifício (Hb
7.26,27; 9.25-28,10.10,12,14)
É sacerdote para sempre (Hb
6.20; 7.3,24)
Entrou no tabernáculo celeste
(Hb 8.1,2; 9.11,24)
Ofereceu a si mesmo como
sacrifício (Hb 9.11-14)
Recebeu dízimos até de Levi na
pessoa de Melquisedeque (Hb 7.9,10)
IV
– QUE TIPO DE SACERDOTE É CRISTO
Embora
Arão e Cristo preenchessem as qualificações para sacerdote, pois foram
instituídos por Deus para este fim (Hb 5.4-6), ambos eram diferentes na forma
como podiam funcionar. Vejamos:
4.1
- Um sacerdote que tem acesso direto a Deus. O Sumo sacerdote só podia entrar
no Lugar Santíssimo, onde estava a arca da aliança, que simbolizava a presença
de Deus, apenas um vez no ano (Êx 30.10; Lv 16.34; Hb 9.7). No entanto, Cristo,
nosso “[...] grande sumo sacerdote […] penetrou nos céus” (Hb 4.14). Ele entrou
no santuário celeste, para interceder por nós: “Porque Cristo não entrou num
santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para agora
comparecer por nós perante a face de Deus” (Hb 9.24).
4.2
- Um sacerdote que se identifica com a natureza humana. Quando encarnou,
Cristo, compartilhou da natureza humana de forma plena: corpo, alma e espírito
(Mt 26.12; Jo 12.27; Mt 27.50). Especificamente no corpo, Ele também padeceu de
todas as fragilidades humanas. A Bíblia mostra que ele sentiu fome (Lc 4.2);
sede (Jo 4.7; 19.28); teve cansaço físico (Jo 4.6); chorou (Jo 11.35); sorriu
(Lc 10.21) e, foi tentado em tudo, mas não pecou (Mt 4.1; Lc 22.28; 1 Pe 2.22).
Por isso, como sacerdote, Ele pode se compadecer das nossas fraquezas (Hb
4.15); e, pode socorrer os que são tentados “porque naquilo que ele mesmo,
sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados” (Hb 2.18). Jesus, conhece
o ser humano de forma plena (Jo 2.25; Ap 1.14; 2.23).
4.3
- Um sacerdote que nos dá acesso a presença de Deus. Quando Jesus, morreu na
cruz como oferta pelos nossos pecados, o véu do Templo foi rasgado de alto a
baixo (Mt 27.51; Mc 15.38; Lc 23.45). Agora, ficou aberto o acesso a Deus (Hb
9.1-14; 10.19-22). Contrastando o acesso limitado a Deus que os israelitas
tinham na Antiga Aliança, Cristo, ao dar sua vida por nós como como sacrifício
perfeito, abriu o caminho para a própria presença de Deus e para o trono da
graça (Hb 4.16). Por isso, na Nova Aliança, os crentes podem com muita
liberdade achegar-se a Deus (Ef 2.18, 3.12), chamandoo de Pai como Jesus nos
ensinou e o Espírito Santo nos leva a fazer (Mt 6.9; Rm 8.15). Agora, também
todo crente é constituído sacerdote para o serviço de Deus (Ap 1.6; 5.10;
20.6).
CONCLUSÃO
Tanto
o sacerdócio da Antiga Aliança como as ofertas que eram oferecidas a Deus eram
imperfeitos e transitórios. Quando a este sistema da Antiga Aliança as
Escrituras afirmam que “... se aquela primeira fora irrepreensível, nunca se
teria buscado lugar para a segunda” (Hb 8.7). Na Nova Aliança, Jesus, como Sumo
Sacerdote constituído por Deus, no céu, exerce seu trabalho no verdadeiro
tabernáculo, fundado pelo Senhor, e não pelo homem (Hb 8.1-4).
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
GARDNER,
Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
HENRICHSEN,
Walter A. Depois do sacrifício: Estudo Prático da Carta aos Hebreus. VIDA.
HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
SOARES,
Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
Nenhum comentário:
Postar um comentário