Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO 02 – UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA - (Hb 2.1-18)
1º TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
Nesta lição, traremos uma definição teológica da palavra salvação;
pontuaremos alguns resultados deste tão grande livramento; veremos os aspectos
desta ação divina na vida do homem; e por fim, analisaremos algumas
características desta obra de amor de Deus.
I – DEFINIÇÃO A PALAVRA SALVAÇÃO
A palavra “salvação” ocorre
na Bíblia 167 vezes. No AT: 120; e no NT: 47 (JOSHUA, sd, p. 697). No hebraico
o verbo “salvar” é “yasha” que significa: “ajudar, libertar, salvar”. No grego
o verbo é “sozo” é usado como
se dá acerca de: (a) livramento material do perigo (Mt 8.25; Mc 13.20; Lc
23.35; Jo 12.27; 1 Tm 2.15; 2 Tm 4.18); e, (b) a salvação espiritual e eterna
concedida por Deus aos que creem no Senhor Jesus Cristo (At 2.47; 16.31; Rm
8.24; Ef 2.5.8; I Tm 2.4; 2 Tm 1.9; Tt 3.5)” (VINE, 2002, p. 968).
Teologicamente esta palavra significa: “livramento
do que aceita a Cristo do poder e da maldição do pecado. Restituição do homem à
plena comunhão com Deus” (ANDRADE, 2006, p. 325). A Bíblia destaca que a
prerrogativa de salvação é exclusivamente divina (Is 43.11; 45.21; Os 13.4; Tt
1.3). Geisler (2010, p. 157), afirma: “Deus
é o autor da salvação, pois apesar de o pecado humano ter a sua origem nos
homens, a salvação vem do céu, e tem a sua origem em Deus”. Acerca da
salvação devemos destacar que:
1.1 - A salvação é uma promessa. Após a tentação e queda do homem no
Éden, Deus pronunciou os castigos consequentes da desobediência, mas também fez
uma promessa para o casal dizendo: “E
porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente;
esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Tanto
Adão quanto seus descendentes firmaram-se nessa palavra profética anunciada
pelo próprio Deus.
1.2 - A salvação é um ato de amor. A Bíblia não somente afirma que a
salvação do homem tem origem em Deus, como também nos mostra que Ele não foi
coagido por nada nem por ninguém a tomar essa decisão. Ele resolveu salvar a
humanidade motivado unicamente pelo Seu grande amor. É revelado na Escritura
que “Deus amou o mundo que deu Seu
Filho Unigênito […]” (Jo 3.16); Jesus disse que “ninguém tem maior amor do que este” (Jo 15.13); Paulo afirmou
que: “Deus provou o Seu amor por
nós quando enviou Cristo para morrer em nosso
lugar” (Rm 5.8); acrescenta ainda
que: “o grande amor de Deus excede
todo o entendimento” (Ef 2.4; 3.19); João diz que “Deus é amor” (1Jo 4.8); e que: “Ele nos amou primeiro” (1Jo 4.10).
1.3 - A salvação é um ato atemporal. Vemos que a salvação de Deus é
processada em três tempos, no passado, presente e futuro. Por um lado, Paulo
declara que “somos salvos” (1Co
1.18), como fato consumado. No entanto, em outro lugar, ele nos diz que devemos
“desenvolver a salvação” (Fp
2.12) e, em outro ainda, que “seremos
salvos” (Rm 5.9; 1Pd 1.5). Logo, a salvação já aconteceu, no passado, está
acontecendo, no presente, e
acontecerá, no futuro.
II – RESULTADOS DESTA TÃO GRANDE SALVAÇÃO
Em termos práticos, todo ser humano já nasce sob o domínio do pecado,
destituído da glória de Deus, e, por esse motivo, necessita de salvação (Sl
51.5; Rm 5.12). A salvação é o retorno a Deus e a seus princípios; é o
rompimento com uma vida errante e digna de condenação. Notemos:
3.1 - A salvação é o resultado de uma ação prévia de Deus. O plano da
salvação, por ser divino, é perfeito. Ele foi elaborado desde antes da fundação
dos tempos, isso significa que, mesmo Adão tendo desobedecido a Deus e colocado
toda a humanidade em desgraça (Rm 5.12), Deus nunca perdeu o controle, pois a
salvação foi elaborada antes mesmo que Adão pensasse em existir (2Tm 1.9). O Senhor Deus, por sua
presciência (1Pe 1.2), já sabia que o homem pecaria. Assim, ainda antes do
pecado acontecer, o plano divino de salvação foi elaborado (1Pe 1.20; Ap 13.8).
3.2 - A salvação é o resultado de uma ação do resgate do perdido. Por
que necessitamos tão urgente de uma tão grande salvação? Porque a Bíblia nos
ensina que o homem sem Deus está perdido, e, por esse motivo, precisa ser
resgatado (Mc 10.45; Lc 19.10). “Porque
o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc
19.10). Os recursos humanos, tais quais boas obras, dinheiro, boas intenções,
são insuficientes para a salvação (Sl 49.7-8). Mas Cristo Jesus “se deu a si mesmo por nós, para nos remir” (Tt
2.14). A palavra remir indica resgatar, livrar (usada no sentido de comprar).
3.3 - A salvação é o resultado de uma ação reconciliadora entre Deus e o
homem. A Bíblia nos ensina que o pecado nos separa de Deus, e, sendo nascidos
de semente corruptível, a única coisa que merecemos receber é a morte (Is 59.2;
Rm 3.23; 5.10). A vida eterna é uma dádiva que o Senhor gratuitamente nos tem
oferecido: “E tudo isso provém de
Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo […]” (2Co 5.18-19
ver Rm 5.10; 1Co 7.11; 2Co 5.18-20).
IV - ASPECTOS DESTA “TÃO GRANDE SALVAÇÃO”
4.1 - A tão grande salvação é segura. É fundamental que estejamos
seguros quanto à perfeita obra redentora de Jesus Cristo. Dignas são de
destaque as características de sua obra: a) PERFEITA: “…pode também salvar perfeitamente…” (Hb 7.25-a); b) ETERNA: “… seu próprio sangue… havendo efetuado
eterna redenção” (Hb 9.12-a); e, c) ÚNICA: “… oferecendo-se uma vez, para tirar os pecados…” (Hb 9.28-a).
Fomos salvos por sua morte e salvos por sua vida!
4.2 - A tão grande salvação é substitutiva. Quando o homem caiu e se
afastou de Deus, ficou em débito eterno para com Deus. O homem, por si só não
poderia resolver seu problema ou pagar sua dívida diante de Deus, a não ser que
haja um “substituto”. A Bíblia
ensina que os sofrimentos e a morte de Cristo foi vicário por todos os homens
(Is 53.6,12; Mt 20.28; Mc 10.45; Jo 1.29; 11.50; Rm 5.6-8; 8.32; 2Co 5.14, 15,
21; Gl 2.20; 3.13; 1Tm 2.6; Hb 9.28; 1Pd 2.24).
4.3 - A tão grande salvação é redentora. A redenção tem sentido de pagar
essa culpa assumida. Ou seja, a redenção é aplicada no que diz respeito ao
pecado e o débito que ele causa, que pode apenas ser pago com sangue (Hb 9.22
cf. Lv 17.11). Logo, para que o preço de pecado pudesse ser pago, era
necessário derramamento de sangue de um cordeiro sem máculas (Jo 1.29; cf. Is 53.9;
1Pd 2.21-22). Podemos concluir que essa compra implicou no pagamento de um
preço alto (2Pd 2.1; Ap 5.9,10).
4.4 - A tão grande salvação é propiciatória. Deus demonstra sua justa
ira para com o pecado (Jo 3.36; Rm 1.18-32; Ef 2.3; 1Ts 2.16; Ap 6.16;
14.10,19; 15.1,7; 16.1; 19.15). Contudo, em Cristo é providenciada uma oferta “propiciatória” e assim a ira de Deus
contra o pecado é apaziguada (Rm 3.25; 1Jo 2.1-2; 4.10 cf. Êx 25.17-22; Lv
16.14.15).
4.5 - A tão grande salvação é reconciliadora. A reconciliação é
necessária pelo fato de que o homem sem salvação vive em uma relação de
inimizade e hostilidade com Deus (Rm 5.9,10; 2Co 5.18-21), e, como inimigo de
Deus está plenamente passível de sofrer a manifestação de sua Ira. Vemos que
Deus propõe uma resolução para esse problema por meio da morte do Senhor Jesus.
(Rm 11.15; 2Co 5.18-21; Ef 2.16; Cl 1.20-21).
V - ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DESTA TÃO GRANDE SALVAÇÃO
5.1 - Esta salvação é grande pela sua procedência. Diz o texto de João
3.16: “Porque Deus amou…”. Isto
significa que a nossa salvação do pecado e das suas consequências teve início
no coração de Deus, pois Ele tomou a iniciativa (Jn 2.9). Diz o salmista que “a salvação vem do Senhor” (Sl 3.8),
por isso não é uma salvação qualquer, pois ela procede de Deus, vem Dele, e,
por isso, não é uma simples ação. Foi o Senhor quem tomou a iniciativa de nos
amar, por isso que não é um qualquer livramento. É uma salvação enorme, é
maravilhosa, tremenda, porque procede de Deus. Ele tomou a iniciativa; Ele nos
amou primeiro.
5.2 - Esta salvação é grande pela sua amplitude. Deus não amou apenas um
grupo de pessoas; o amor de Deus se estende tanto em largura como em altura,
que alcança todo aquele que crê sinceramente: “Deus amou o mundo…”. A salvação que vem de Deus é grande pela
sua amplitude. Não é uma salvação restrita somente para alguns, o convite é
aberto a todos: “Venham a mim, todos
os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso…” (Mt
11.28-30).
5.3 - Esta salvação é grande pela sua intensidade. Essa salvação não é
uma ação qualquer porque Deus nos amou intensamente, profundamente, de todo o
coração. Ele nos amou por inteiro, intensamente:“Porque Deus amou o mundo de tal maneira…”. Ele nos amou de todo
o coração, até o fim, até os limites mais extremos. Por isso, não é uma mera
salvação ou um livramento qualquer; ela é grande pela sua intensidade. Foi de “tal maneira” que Deus nos amou.
5.4 - Esta salvação é grande pelo seu preço. Custou muito para Deus
entregar o seu Filho unigênito para morrer naquela cruz: “… que deu o seu filho unigênito”.
Deus entregou o seu Filho unigênito por amor a todos os homens. Por isso não é
uma mera salvação, é tremenda, é grande. Esta salvação não é uma qualquer
porque custou muito, custou o sangue de Jesus derramado na cruz do Calvário: “… não foi por meio de coisas perecíveis
como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver… mas
pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito” (1Pd
1.18). Por isso não é uma mera salvação, é uma tremenda em maravilhosa salvação:
“Aquele que nem mesmo a seu Filho
poupou, antes o entregou por todos nós...” (Rm 8.32).
5.5 - Esta salvação é grande pela sua oportunidade. A oportunidade é
oferecida para aos que creem: “para
todo aquele que nele crer…” (Jo 3.16). A Bíblia fala assim: “não há condenação para os que estão em
Cristo Jesus” (Rm 8.1).
5.6 - Esta salvação é grande pelo seu livramento. Não é uma mera
salvação, é uma grande, maravilhosa e extraordinária porque ela nos livra de
uma condenação eterna, de um juízo eterno grande pelo seu livramento: “não pereça”. Esta salvação nos livra
de uma eternidade longe de Deus, num lugar que não foi preparado para os
homens; foi preparado para o diabo e os seus anjos. Por que sobre nós, a Bíblia
revela, que Jesus veio para nos dar vida e vida eterna, vida abundante, vida em
termos quantitativos e qualitativos: “…
porque eu sei em quem tenho crido e estou bem certo de que ele é poderoso para
guardar o que lhe confiei até aquele Dia” (2Tm 1.12).
5.7 - Esta salvação é grande pela sua bênção. Finalmente, diz o verso de
João 3.16: “… mas tenha a vida eterna”.
A salvação que vem de Deus é grande pela sua bênção, porque a salvação que vem
do Senhor, não apenas nos livra de uma condenação eterna, mas nos oferece a
possibilidade do céu, uma vida que dura para sempre na presença de Deus.
CONCLUSÃO
A morte de Jesus na cruz, para realizar a salvação, foi um ato da graça
de Deus. Sua morte foi em favor de cada pecador; um claro ensino de Hebreus é
que sua morte foi uma expiação substitutiva pelo nosso pecado. Sua morte não
foi uma expiação limitada, isto é, para algumas pessoas seletas, como alguns
reivindicam, mas Ele provou temporariamente a morte por todos os homens. Sua
morte é de proveito para todo aquele que por fé se submete a Ele como Senhor e
Cristo.
REFERÊNCIAS
GEISLER,
N. Teologia Sistemática. Vol. 02. CPAD.
STAMPS,
D. C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E,
et al. Dicionário Vine. CPAD.
ARRINGTON;
STRONSTAD (Ed.). Comentário Bíblico Pentecostal NT. CPAD.
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