Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO
04 – JESUS É SUPERIOR A JOSUÉ – O MEIO DE ENTRAR NO REPOUSO DE DEUS - (Hb 4.1-13)
1º
TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
Nesta
lição veremos Jesus sendo apresentado pelo escritor aos Hebreus como superior a
Josué um dos grandes personagens do Antigo Testamento; notaremos também paralelismos
que há entre Josué e Jesus nas Escrituras; destacaremos mais uma vez a verdade
de que o Senhor Jesus é superior; bem como pontuaremos que Cristo conduz o
homem ao repouso pleno; e por fim, a condição exigida por Deus para entrar
nesse descanso.
I
- QUEM FOI JOSUÉ
Seu
nome completo“Jehoshua” (Nm 16.16) significa: “Jeová é salvação” (WYCLIFFE,
2012, p. 1095). Popularmente chamado de Josué (Ne 8.17), mas seu nome original
era Oseias (Nm 13.8). Josué era filho de Num, que era filho de Elisama,
príncipe da tribo de Efraim (Êx 33.11; Nm 1.10).
1.1
- Líder militar. Como tinha mais de 40 anos de idade quando deixou o Egito,
parecia bem qualificado a assumir o comando das forças israelitas que lutaram
contra os amalequitas em Refidim (Êx 17.8-13). Moisés ordenou que Josué saísse
à peleja contra os amalequitas; e ele selecionou o exército, batalhou e venceu
o inimigo. Como também foi um dos escolhidos para espiar a terra de Canaã (Nm
13.1-16).
1.2
- Sucessor de Moisés. Josué foi comissionado para ocupar a liderança depois do
falecimento de Moisés escolhido por Deus (Nm 27.15-23; Js 1.1-9). Muitas das
atividades que Josué desempenhou podem ser vistas como imagens num espelho das
ações anteriores do grande legislador, Moisés.
1.3
- Representante dos israelitas. Como representante do povo diante de Deus,
somente Josué recebeu as instruções finais para a organização do povo (Js
1.1-9); para a travessia do rio Jordão (Js 3.7,8; 4.1-24); para a conquista de
Jericó (Js 6.2- 5); para a identificação do pecado de Acã (Js 7.10-15); para a
conquista de Ai (Js 8.1,2,18); para a distribuição da terra (Js 13.1-7); e para
a designação das cidades de refúgio (Js 20.1-6).
1.4
- Um homem íntegro. Josué destacou-se na história de Israel, não apenas como um
líder e substituto de Moisés, mas também, como um homem de muitas qualidades
espirituais e de caráter íntegro:
(a)
um homem de fé e de coragem. Josué foi um dos doze espias enviados para
conhecer a terra de Canaã (Nm 13.16), dos tais, somente Josué e Calebe animaram
o povo e disseram que a terra era boa e possível de ser conquistada (Nm
14.6-9);
(b)
um servo obediente. A palavra servo significa: “aquele que está sujeito a um
Senhor”, “submisso”. Estas qualificações podem ser vistas em Josué, pois ele
foi um servo fiel e obediente (Êx 17.9,10; 24.13; Js 1.1).
Durante
toda a sua vida ele foi fiel a Deus e também a Moisés, a perseverança é um dos
aspectos mais notórios do caráter de Josué. No fim de sua vida, vendo a
tendência do povo para a idolatria, reuniu as tribos em Siquém para dar-lhes esta
grande advertência, avisando-os do perigo de servir a outros deuses, ele porém,
estava decidido em servir ao Senhor com sua família (Js 24.15).
II
– PARALELISMOS ENTRE JOSUÉ E JESUS
Apesar
de não haverem profecias messiânicas em seu livro, Josué é claramente uma
figura de Cristo. Vejamos algumas semelhanças:
2.1
- Em relação ao seu nome. Josué tem a mesma forma grega do nome de Jesus
“Iesous” (At 7.45; Hb 4.8), sendo assim, Josué é o equivalente
veterotestamentário de Jesus. Conforme observado na semelhança entre seus
nomes, cujos significados apontam para a “salvação de seu povo” (Mt 1.21; Lc
1.31), Josué portanto, é considerado uma figura de Cristo no Antigo Testamento.
2.2
- Em relação a sua missão. A tarefa de Josué consistia em liderar Israel na
conquista da terra de Canaã, por essa razão torna-se uma figura de Cristo,
também como nosso comandante conquistador rumo a pátria celestial (Fp 3.20; Hb
11.14,16). Josué foi um agente tanto da graça no caso de Raabe (cf. Js 2.8-21;
6.22-25), quanto da condenação na guerra contra as nações ímpias na Terra
Prometida, assim como Jesus é tanto o Salvador quanto o Juiz de todos os homens
(Jo 3.15,16; At 17.30,31). A triunfante obra de levar seu povo a possuir a
terra, Josué prenuncia aquele que levaria muitos filhos à glória (Hb 2.10; 2 Co
2.14; Rm 8.37). A terra prometida e sua conquista pelo povo de Deus, tipifica a
herança espiritual dos crentes e sua salvação em Cristo. Assim como foi a
conquista de Canaã, tomar posse da salvação e da vida eterna envolve a guerra e
vitórias espirituais (Ef 6.10-20). Josué sucede Moisés e alcança a vitória que
Moisés não alcançou, Cristo sucede a Lei mosaica e alcança a vitória não
alcançada pela Lei (Jo 1.17; Rm 8.2-4; Gl 3.23-25; Hb 7.18,19).
2.3
- Em relação a sua capacitação. Para a realização de sua missão ordenada por
Deus, Josué necessitava de uma capacitação especial (Nm 27.18,20,23);
semelhantemente Jesus para dar início ao seu ministério, se fazia necessário
uma capacitação por meio da ação do Espírito Santo, como afirma o apóstolo
Pedro: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o
qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus
era com ele” (At 10.38; ver Lc 3.22; 4.1, 14,17-22).
III
– A SUPERIORIDADE DE JESUS EM RELAÇÃO A JOSUÉ
Embora
haja um paralelismo entre Josué e Jesus, o escritor aos Hebreus destaca que
também existe ao mesmo tempo um contraste entre eles; isso recai no fato de que
Josué não obteve para seu povo o descanso verdadeiro, não lhes deu de fato o
repouso pleno (Hb 4.8). Notemos então a superioridade de Jesus destacada por
algumas verdades nessa passagem:
3.1
- Uma promessa superior. A palavra promessa é usada por cinquenta e três vezes
no NT. Na epístola aos Hebreus aparece por quatorze vezes, mais do que em
qualquer outro livro neotestamentário (Hb 4.1; 6.12,15,17; 7.6; 8.6; 9.15;
10.36; 11.9, 13,17,33,39) (CHAMPLIN, 2010, p. 514). O escritor motiva a seus
leitores a permanecerem em obediência a Cristo, lembrando que a promessa do
repouso em favor de seu povo permanece firme: “Temamos, portanto, que sendonos
deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de
vós tenha falhado” (Hb 4.1 - ARA). A promessa não mudou pela falta de fé de
alguns, antes ela continua de pé; o perigo está em que a percamos e não
consigamos alcançá-la por desobediência. Portanto, a advertência recai no fato
de que há promessas de Deus que são condicionais (Hb 4.2).O livro de Josué
mostra as grandes conquistas efetuadas por ele, mas destaca que “ainda
muitíssima terra ficou para possuir” (Js 13.1). Josué, sem dúvida, proveu uma
forma de “descanso” físico, político e social, mas o verdadeiro descanso era
uma promessa para o povo da nova aliança (GONÇALVES, 2017, p. 51).
3.2
- Um repouso superior. Muito embora Josué tenha conduzido os israelitas a
conquistar a terra de Canaã, levando a nação ao repouso depois de 40 anos
peregrinando no deserto, Josué deu aos israelitas descanso (Js 22.4), como
cumprimento de uma promessa (Dt 31.7); mas este repouso político, civil e
material em Canaã não é o descanso pleno, como afirma o escritor aos Hebreus:
“Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro
dia. Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus” (Hb 4.8,9). O
argumento exposto na carta é que, se Josué tivesse proporcionado ao povo o
definitivo descanso que Deus tinha em mente, Davi não teria feito alusão a
outro repouso de natureza superior (Sl 95.7-11). Por essa razão ao tornarem ao
judaísmo, os cristãos judeus estavam trocando o espiritual e eterno, pelo
físico e transitório. Em Cristo o homem recebe o repouso completo no aspecto
presente (Rm 5.1,2; 8.1); e sobretudo no futuro onde a salvação terá seu
aspecto final, a glorificação. Ele declarava a todas as pessoas: “Vinde a mim,
todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei […] e encontrareis
descanso para as vossas almas” (Mt 11.28,29; ver Is 53.5; Ap 6.9-11; 7.17;
14.13; 21.4).
3.3
- Uma exortação superior. É importante lembrar que há um propósito exortativo
na argumentação usada pelo escritor. Segundo Wiersbe (2006, p. 1317): na
primeira exortação (Hb 2.1-4), o autor ressaltou o perigo de se desviar da
Palavra por negligência. Nesta exortação (Hb 3 e 4), ele explica o perigo de duvidar
da Palavra por causa da dureza do coração. Ao abandonar o caminho que conduz à
salvação, não atentando para a promessa de um dia entrar no repouso eterno (Hb
4.1), o cristão incorre precisamente no mesmo exemplo de desobediência tanto em
sua conduta como em seu destino, da nação de Israel, em sua caminhada pelo
deserto. A advertência do escritor sagrado, aqui, é quanto à desobediência da
geração do deserto, por este motivo ele exorta: “Procuremos, pois, entrar
naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência” (Hb
4.11) (SILVA, 2013, p. 74 – acréscimo nosso).
3.4
- Uma mensagem superior. Diante do exemplo histórico citado como exortação pelo
escritor, ele incentiva aos destinatários da carta, agirem:
(a)
com temor (Hb 4.1);
(b)
com fé (Hb 4.2); e,
(c)
com dedicação (Hb 4.11).
Deus
exige de nós, ainda hoje, uma firme decisão que deve ser conservada até o fim.
O perigo da apostasia é real, no entanto, com vistas ao que é mais excelente,
devemos permanecer em obediência a Deus sabendo que ele é fiel (Hb 10.23); e
que temos uma responsabilidade diante o projeto de Deus para nós, onde não se
deve reagir com negligência (Hb 6.11).
CONCLUSÃO
Diante
das dificuldades que como crentes enfrentamos nesta vida, por meio de Cristo
Jesus aquele que é superior, temos uma promessa de desfrutarmos de um repouso
em nossa jornada cristã e sobretudo, entrarmos no descanso eterno, prometido
aos que o servem em obediência até o fim.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS GONÇALVES,
José. A supremacia de Cristo Fé, esperança e ânimo na carta aos Hebreus. CPAD.
WIERSBE,
Warren W. Comentário Bíblico Expositivo do Antigo Testamento. PDF. SILVA,
Severino Pedro da. Epístola aos Hebreus: as coisas novas e grandes que Deus
preparou para você. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
TENNEY,
Merryl. O Novo Testamento: sua origem e análise. VIDA NOVA.
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