Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
10 – O PROCESSO DA SALVAÇÃO - (Jo 3.1-7)
4º TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Nesta
lição falaremos sobre quais as benesses aplicadas na vida do que pecador,
quando este recebe a salvação concedida por Deus por meio de Cristo Jesus;
trataremos dos aspectos da salvação, a saber: justificação; regeneração e
santificação, mostrando especificamente o que são, como ocorrem, onde ocorrem e
quais os seus frutos.
I
– ASPECTOS DA SALVAÇÃO
A
Bíblia não somente fala da providência da salvação como também da sua aplicação
na vida do pecador arrependido. Pensar a respeito desse assunto nos leva a
considerar a “ordo salutis” expressão latina que significa “ordem da salvação”,
que é uma ordem lógica e não cronológica na qual experimentamos o processo de
passar de um estado pecaminoso para o da plena salvação. Segundo o Pr. Antonio
Gilberto (2008, p. 340) “a salvação no seu sentido objetivo, diante de Deus,
não tem tempos, mas aspectos ou lados. Vejamos cada um destes aspectos
separadamente:
1.1
- A justificação. É a mudança de posição externa e legal do pecador diante de
Deus: de condenado para justificado. Pela justificação passamos a pertencer aos
justos. Justificação é o tempo passado da nossa salvação, mas sempre presente
em nossa vida espiritual (1 Co 6.11; Rm 3.24; 5.1; G1 2.16) (GILBERTO, 2008, p.
340). 1.2 - A regeneração. É a mudança de condição do pecador. É o milagre que
se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e
natureza divinas (1 Pe 1.3,23; 2 Pe 1.4; 1 Jo 3.9; 5.18). Através da
regeneração, conhecida também como conversão e novo nascimento o homem passa a
desfrutar de uma nova realidade espiritual” (ANDRADE, 2006, p. 317 – acréscimo
nosso).
1.3
- A santificação. É a mudança de caráter. É um processo presente e contínuo por
parte dos crentes, a fim de se tornarem semelhantes a Cristo (1 Co 1.2; 6.11;
Hb 10.10; 12.14; 1 Pe 1.15,16; Ap 22.11). A santificação é o processo pelo qual
Deus retira de nós o pecado de forma real (GEISLER, 2010, pp. 149,211).
II
– A JUSTIFICAÇÃO DO PECADOR
Deus
criou o homem justo, no entanto, quando Adão caiu tornou-se injusto, bem como
todos os homens (Ec 7.20; Sl 51.5; 14.3; 143.2; Rm 5.18,19). Nessa condição, o
ser humano não tinha condições de preencher os requisitos perfeitos da justiça
divina, estabelecidos na Lei, visto que se tornou carnal (Rm 7.14). No entanto,
Deus providenciou uma forma de tornar o homem justo aos Seus olhos, mediante o
sacrifício de Cristo (2 Co 5.18-21).
2.1
- Como se recebe. Jesus ensinou que o homem é declarado justo diante de Deus
não por obras, mas por fé (Lc 18.10- 14). Na prática absolveu o ladrão que
estava a sua direita, que embora estivesse naquela condição porque seus feitos
mereciam (Lc 23.41), professou arrependimento e fé na Pessoa de Jesus (Lc
23.42), e foi absolvido imediatamente (Lc 23.43). Depois de Jesus, Paulo foi o
maior divulgador desta verdade. Ele ensinou que é no evangelho que se revela a
justiça de Deus pela fé (Rm 1.17). Para o apóstolo, se constitui numa “boa
nova” tanto para o judeu quanto para o grego saber que o homem pode ser
declarado justo pela fé depositada em Jesus Cristo (Rm 3.21-24,28; 5.1; Gl
2.16; 3.24). Portanto, o homem é justificado pela fé e pela fé somente
“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé sem as obras da lei” (Rm
3.28).
2.2
- Como ocorre. A Bíblia apresenta Deus como justo, mas também como justificador
(Rm 3.26). A base da justificação só pode ser encontrada na justiça perfeita de
Cristo, imputada ao pecador na justificação e apropriada pela fé (Rm 3.24;
5.9,19; 8.1; 10.4; 1Co 1.30; 6.11; Fp 3.9). Na justificação, Cristo não apenas
tira de nós a nossa iniquidade, mas também nos reveste com a sua própria
justiça (At 26.18; Rm 5.1-2; 1 Co 1.30; 2 Co 5.18-21; Gl 4.5). A justificação é
uma necessidade para que o pecador arrependido tenha certeza absoluta de que está
salvo, seguro, aceito por Deus.
2.3
- Onde ocorre. A justificação do pecador não se dá diante de tribunais humanos,
pois estes não oferecem perdão. Ela ocorre diante de Deus que declara justo, um
pecador arrependido, considerando que a justiça de Cristo lhe foi imputada (Rm
8.33,34). Jesus disse: “[...] quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me
enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte
para a vida” (Jo 5.24). Paulo também afirmou isso (Rm 8.1-a). Por isso, o
julgamento que os crentes redimidos irão passar se refere ao Tribunal de Cristo
onde serão avaliadas as nossas obras praticadas depois de salvos (Rm 14.10; 2
Co 5.10). Estamos livres de estarmos no Juízo do Trono Branco, pois nele só
comparecerão os ímpios para serem condenados por causa dos seus pecados (Ap
20.11-15).
2.4
Quais os frutos. O apóstolo Paulo descreve os frutos da justificação (Rm
5.1-12), os quais são:
(a)
paz com Deus (Rm 5.1);
(b)
acesso a graça (Rm 5.2);
(c)
esperança da glória (Rm 5.2-b);
(d)
salvo da ira (Rm 5.9);
(e)
reconciliação (Rm 5.10,11); e,
(f)
glorificação (Rm 5.10-a).
III
– A REGENERAÇÃO DO PECADOR
Dentre
as consequências que o pecado trouxe ao homem, a principal delas, foi a morte
espiritual (Gn 2.16,17; 3.2,3; Rm 6.23). A morte espiritual é a separação
espiritual de Deus (Is 59.2). Todo descendente de Adão, ou seja, toda pessoa
nascida de forma natural desde o tempo da Queda, também está espiritualmente
morto. Diante de tal situação espiritual de morte, faz-se necessário o homem
nascer espiritualmente de novo. Portanto, a regeneração é uma necessidade
universal (Jo 3.3,5). É por meio do novo nascimento que a imagem de Deus é
restaurada no homem, o Espírito Santo passa a residir nele, produzindo as
virtudes de Cristo, a medida que este se deixa conduzir pelo Espírito (Gl
5.22).
3.1
- Como se recebe. Paulo diz que o homem não regenerado “está morto em delitos e
pecados” (Ef 2.1,5). Vale salientar que essa “morte” não é a incapacidade de
corresponder ao chamado de Deus, mas a separação espiritual da presença dEle
(Rm 3.23). Paulo disse que o homem nessa condição não compreende as coisas de
Deus (1 Co 2.14). O pecador só pode ser vivificado, quando exposto a pregação
da Palavra que ilumina o seu entendimento (Ef 1.18; 6.4; 2 Co 6.4), até então
obscurecido pelo pecado (Ef 4.18) e pelo diabo (2 Co 4.4). No entanto, mesmo
sendo iluminado, a pessoa pode optar por aceitar ou rejeitar o plano da
salvação (Mt 16.24; Jo 7.37; Ap 22.17).
3.2
- Como ocorre. A palavra regeneração no grego é “palinginesia” formada da
expressão “pálin”, “novamente”, e “génesis”, “nascimento”, significa portanto
“novo nascimento”. Segundo Beacon (2006, p. 49 – acréscimo nosso) a palavra
traduzida como “de novo” é “anothen”, que tem vários significados e um deles é:
“de cima”. Portanto, este nascimento é de cima e não de baixo, não é físico,
mas espiritual (Jo 1.13; 1 Pe 1.23). Esta operação é realizada por meio de dois
instrumentos:
(a)
a Palavra de Deus (Jo 3.5; 1 Pe 1.23; Tg 1.18); e,
(b)
o Espírito Santo (Jo 3.8; Tt 3.5).
3.3
- Onde ocorre. A regeneração é um ato interno, ela acontece no interior do
pecador. Segundo Macgrath (2010, p. 525) “a regeneração altera a natureza
interior do pecador”. A Bíblia emprega várias figuras de linguagem para descrever
o que acontece no novo nascimento (Dt 30.6; Jr 24.7; Ez 11.19; 36.26,27).
Nestas passagens bíblicas o novo nascimento é comparado a uma “cirurgia
interior”. Deixando claro que a regeneração é um ato divino operado pelo
Espírito Santo no espírito do homem (Gl 5.16,17; Cl 3.5; 1 Pe 2.11; 2 Pe 1.4;
1Jo 3.9; 5.18).
3.4
- Quais os frutos. Embora a regeneração seja um ato interno, esta mudança
interior, gera uma notável e visível mudança exterior. Eis alguns resultados do
novo nascimento, segundo a Bíblia Sagrada:
(a)
o crente agora é nova criatura em Cristo e tudo se fez novo (2 Co 5.17);
(b)
o crente agora pratica atos de justiça (1 Jo 2.29);
(c)
o crente já não pratica o pecado como estilo de vida (1 Jo 3.9; 5.18); e,
(d)
O crente agora ama a Deus e ao homem (1 Jo 4.7; 5.18).
IV
– A SANTIFICAÇÃO DO PECADOR
Quando
caiu, Adão, perdeu a santidade que lhe foi comunicada por Deus (Gn 1.26; Ec
7.20). Seu caráter foi manchado pelo pecado. Todavia, a nova natureza
implantada por ocasião do novo nascimento, leva o homem a agir, pensar, falar,
e andar em santidade, não de forma mecânica, mas em cooperação com a sua
vontade (Gl 5.16).
4.1 - Como se recebe. Assim como as demais etapas da
salvação, a santificação também é recebida pela fé (At 26.18). Jesus
compartilhou a Sua santificação para os seus (Jo 17.19). Paulo, por sua vez,
asseverou também que a santificação de Cristo nos foi concedida (1 Co 1.30).
4.2
- Como ocorre. Como o pecado atingiu o homem em todas as áreas: espírito, alma
e corpo, se fazia necessário também que a santificação atingisse todo o seu ser
(1 Ts 5.23). Biblicamente esta santificação ocorre de duas formas:
4.2.1
- Santificação posicional (imputação). Deus nos conferiu santificação de forma
posicional: “em Cristo” (1 Co 1.2; 6.11; Ef 1.4; Fp 1.1; 4.21; Cl 1.2). A
santificação sob este aspecto é perfeita, completa e instantânea “em Cristo”,
mediante a fé (At 26.18). Ela ocorre por ocasião do novo nascimento, sendo
simultânea com a justificação (1 Co 6.11; G1 2.17-a).
4.2.2
- Santificação progressiva (cooperação). A santificação também faz parte de um
processo, que envolve a participação humana (Ap 22.11). Por isso, diversas
vezes encontramos o verbo santificar no imperativo, indicando uma ordem divina
ao homem (Lv 20.7,26; 2 Tm 2.21; Hb 12.14; Tg 4.8; 1 Jo 3.3). Esta santificação
é possível mediante o sangue de Cristo (1 Jo 1.7); o Espírito Santo (Rm 8.1; 1
Co 6.11; 1 Pe 1.22); e, a Palavra de Deus (Sl 119.9; Jo 17.17).
4.3
- Onde ocorre. A santificação deve ocorrer em “todo o vosso espírito, e alma, e
corpo” (1 Ts 5.23). Isso significa que devemos ser santos em nosso viver, e em
nossa conduta — isto é, em nosso caráter, internamente —, e em nosso proceder,
externamente (1 Pe 1.15).
CONCLUSÃO
A
salvação é uma dádiva divina que quando aplicada ao pecador lhe proporciona a
justificação (mudança de posição); a regeneração (mudança de condição); e, a
santificação (mudança de caráter).
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
GEISLER,
Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
GILBERTO,
Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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