quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

LIÇÃO 05 – PAZ DE DEUS: ANTÍDOTO CONTRA AS INIMIZADES (Ef 2.11-17) - 1º TRIMESTRE DE 2017

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 05 – PAZ DE DEUS: ANTÍDOTO CONTRA AS INIMIZADES (Ef 2.11-17) - 1º TRIMESTRE DE 2017

INTRODUÇÃO
Nesta lição definiremos teologicamente a palavra paz; pontuaremos as três dimensões da paz; estudaremos como viver a verdadeira paz com Deus, com o próximo e consigo; e por fim, conceituaremos a palavra inimizade e mostraremos como a inimizade pode ser vencida na Bíblia.

I - A INIMIZADE NA BÍBLIA
1.1 - Definição de inimizade. Inimizade significa: “aversão, antipatia, desafeição, ser contrário, sentimento de não gostar de alguém”. No grego, a palavra inimizade é “echthra” e esse vocábulo serve para identificar três tipos de inimizade. a) inimizade para com Deus (Rm 8.7; Tg 4.4); b) inimizade entre as pessoas (Mt 5.21-26; Lc 23.12); e c) hostilidade entre grupos (Rm 1.14; Ef 2.14-16). A inimizade, em geral é resultado da soberba, por isso, o Senhor abomina o coração altivo (Pv 6.16,17). As inimizades são produto da carne, de uma natureza pecaminosa (1Co 1.10-13). Em Gálatas, Paulo apresenta a inimizade, as contendas e as disputas como obras da carne (Gl 5.20). A palavra inimigo vem do latim “inimicu”, onde “in” significa “não” e “amicus” quer dizer amigo, logo, inimigo quer dizer: “não amigo, alguém adverso, contrário e hostil” (GOMES, 2016, p. 65 – acréscimo nosso).

1.2 - A inimizade é muito mais que falta de amizade. É ódio, aversão, malquerença e rancor profundo, como também uma paixão que impele uma pessoa a causar ou desejar mal a alguém. Como obra da carne que é, “echthra” é o antônimo exato de “ágape”, que é um aspecto do fruto do Espírito (Lc 6.27, 35; Rm 12.14; Gl 5.22). Enquanto o amor predispõe a mente e o coração de uma pessoa para exercer abnegadamente a benignidade e a bondade em favor do próximo (1Co 13.1-7), a inimizade é uma atitude mental hostil que provoca e afronta outras pessoas, desejando e fazendo de tudo para prejudicá-las.

1.3 - O pecado de inimizade é grave e típicos de uma vida não regenerada (Rm 8.1-2,5-6,8; Gl 5.16-26; Cl 3.1-11). Esses pecados implicam na perda da comunhão com Deus e com o próximo (Mt 5.21-26; Gl 5.19-21; 1Jo 2.9-11; 3.14-16; Ap 21.8; 22.15). A solução para evitarmos a inimizade é produzirmos o fruto do Espírito (Gl 5.22-26) e seguirmos a seguinte recomendação bíblica: “Portanto, como povo escolhido de Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou” (Cl 3.12-13 – Nova Versão Internacional – NVI). O apóstolo ainda diz: “Se o teu inimigo tiver fome, alimenta-o; se ele tiver sede, dá-lhe algo para beber... Não te deixes vencer pelo mal, porém, persiste em vencer o mal com o bem” (Rm 12.20, 21).
1.4 - A inimizade é exatamente o oposto do amor (1Jo 2.9, 4.8, 5.1). Os cristãos têm que amar seus inimigos, e não podem imitar o ódio do mundo (Mt 5.46-48). A inimizade já causou incalculável número de tragédias no mundo e em diversos lugares é possível observar conflitos e mais conflitos. Os cristãos, conforme Atos dos apóstolos, deixaram os exemplos de um estilo de vida caracterizado pela união, amizade e solidariedade (At 2. 44,45; 4. 32). Jesus declarou: “Todo reino dividido contra si mesmo ficará deserto, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistirá” (Mt 12.25) (GOMES, 2016, p. 65).

1.5 - As inimizades quebram a unidade da igreja (Ef 4.1-6). As inimizades causam muitos outros problemas e hostilidades de todas as formas, tais como as divisões, iras, etc. Ela destrói relacionamentos e leva pessoas a fazerem coisas cruéis. Ela alimenta ódio, brigas, vingança e muitos outros pecados contra outras pessoas. Jesus nos ensina a perdoar e a viver em paz com outras pessoas. Ele nos ajuda a ver nossos inimigos como pessoas que também precisam dele, pessoas que devemos amar (Lc 6.27-35). O amor vence a inimizade e conserta relacionamentos (Mc 12.30,31; Rm 12.19-21; Cl 1.23). O amor sempre vence: “Amai a vossos Inimigo… Bendizei o que vos maldizem… Fazei bem aos que vos odeiam… Orai pelos que vos maltratam…Para que sejais filhos do Pai que estás nos céus” (Mt 5.44,45). Aqui está todo o escopo do ensino de Jesus sobre o amor cristão. Não é amar por amar. Não é ingenuidade. É amor consequente, que tem um objetivo sublime a ser alcançado.

II – DEFINIÇÃO DA PALAVRA PAZ
2.1 - Definição de paz. Segundo o dicionário Aurélio, paz significa: “ausência de lutas, de guerras, de violências ou pertubações sociais, tranquilidade pública, concórdia, harmonia” (FERREIRA, 2004, p. 1514). O termo hebraico para paz é “shalom” que pode significar: “unidade, descanso, feliz, tranquilo, quieto” (GRAHAM apud GOMES, 2016, p. 60). O termo grego é “eirene” que nos dá a ideia de “harmonia, acordo, descanso, quietude”. Espiritualmente falando, paz é uma cultivação (fruto) do Espírito (Gl 5.22) que produz um estado de tranquilidade e quietude interior que não depende de circunstâncias externas (Is 32.17-19; Sl 4.8). Paulo diz que Cristo é a fonte da nossa paz (Lc 16.33; Jo 14.27; Ef 2.14-18; Is 9.6) (ZUCK, 2008, p. 347).

III - AS TRÊS DIMENSÕES DA PAZ
A paz concedida por Cristo é uma virtude que afasta o pânico, anula a ansiedade, traz ao coração perturbado a serenidade e nos faz descansar em meio ao sofrimento e às provações da vida (SI 23.4; Jo 14.27; 16.33; 20.19, 21,26). O mundo vive sem paz porque é habitado por pessoas que vivem dominadas pela natureza pecaminosa (Tg 4.1). De acordo com as Escrituras, a paz possui três dimensões. Notemos:

3.1 - A paz com Deus. “Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1,2 ver Cl 1.19,20). A paz com Deus só é possível mediante a justificação pela fé (Gl 2.16; Rm 1.17). Pois o pecador, em seu estado de pecado, encontra-se em inimizade com Deus, visto que o pecado é uma violação da vontade de Deus (Tg 4.4). Porém, quando o mesmo se arrepende, aceitando a Jesus como seu único e suficiente Salvador, automaticamente ele é reconciliado com Deus (Rm 5.1). Somos chamados não só a ter paz com Deus por Jesus Cristo, mas também para sermos pacificadores, reconciliando outras pessoas com Deus, de forma que elas também possam obter a paz com Deus (Mt 5.9).

3.2 - A paz de Deus. “E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações...” (Cl 3.15). O apóstolo Paulo ainda diz: “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento...”. Esta é a paz interior que Jesus nos deu pelo Espírito Santo (Jo 14.26,27; Rm 15.13). A paz interior substitui a raiva, a ira, a culpa e a preocupação. Sem a “paz com Deus” não pode haver a “paz de Deus”.

3.3 - A paz com os homens. “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12.18 ver Ef 4.1-3). Fomos conclamados a seguir a paz e, na medida do possível, ter paz com todos os homens (Sl 34.14; Mt 5.9; Rm 12.18; 1Co 7.15; Hb 12.14; 1Pe 3.11). A paz, como fruto do Espírito Santo é, primeiramente, ascendente, para Deus; depois, interior, para nós mesmos; e, finalmente, exterior, para nosso semelhante (1Pe 3.11). Sigamos o exemplo de Isaque que para evitar um conflito desnecessário com Abimeleque, preferiu cavar outro poço (Gn 26.19-22); e de nosso maior mestre, Jesus, que é o príncipe da paz (Is 9.6). Mesmo na noite em que foi preso injustamente por opositores armados, Jesus mostrou amor por seus inimigos. Nessa ocasião, Jesus estabeleceu um princípio importante que guia seus verdadeiros seguidores até hoje. Pedro escreveu: “Cristo sofreu por vós, deixando-vos um modelo para seguirdes de perto os seus passos... Quando sofria, não ameaçava, mas encomendava-se a Deus” (1Pd 2.21,23).

IV - COMO VIVER A VERDADEIRA PAZ
As principais atividades do Espírito Santo ao desenvolver o fruto espiritual estão entrelaçadas com a paz (Ap 1.4; 2Co 13.11; Rm 8.6). A paz é uma alegria que sobrepuja a compreensão humana, pois independe das circunstâncias (Tg 1.2; 1Ts 1.6; Sl 126.5). Ela procede do coração de Deus para o coração do crente (Ne 8.10; Sl 51.12; Jo 15.11). Consiste num estado de graça que proporciona comunhão com Deus, auto-aceitação e harmonia nas relações pessoais. A paz proporcionada por Cristo nos dá condições de vivermos em paz com Deus (vertical), com o próximo (horizontal) e de desfrutarmos da paz interior (central). Vejamos cada uma delas:

4.1 - Vertical: Vivendo a paz com Deus. A paz que Jesus nos oferece é diferente da paz ilusória que o mundo dá (Jo 14.27; 16.33). Essa paz cumpre o propósito mais sublime do Senhor para o ser humano: restaurar a nossa paz com Deus (Rm 5.1). Nosso Senhor Jesus é chamado o “Príncipe da Paz” (Is 9.6), a primeira mensagem pregada depois que Ele nasceu foi de paz (Lc 2.14), quando enviou os primeiros pregadores, ele os orientou a pregar a paz (Lc 10.5). Ele pregou a paz (Ef 2.14,17), e pela cruz fez-se mediador entre Deus e os homens, fazendo a paz (1Tm 2.5).

4.2 - Horizontal: Vivendo a paz com os outros. Todos os que ‘seguem de perto os passos de Jesus’ refletem sua disposição amorosa e bondosa. “E ao servo do Senhor não convém contender, mas sim ser brando para com todos, apto para ensinar, paciente, corrigindo com mansidão os que registem...” (2Tm 2.24,25 ver Tt 3.2). Quando estamos em Cristo, a paz com Deus é restaurada, e daí passamos a ter harmonia uns com os outros na dimensão do amor de Deus que é derramado em nossos corações (Rm 5.5). Essa paz supera qualquer obstáculo, não se enfraquece quando não é correspondida e busca sempre suprir as deficiências humanas nos relacionamentos (Mc 9.50; Rm 12.9-21; 1Ts 5.12,13). O crente que já recebeu a paz de Deus, em seu coração precisa partilhar dessa paz com todos tornando-se um embaixador da paz (Sl 133.1; Lc 6.27-35; 2Co 5.20). Quem já experimentou a justificação e a reconciliação com Deus torna-se um pacificador (Gn 26.19-25; Mt 5.44,9; Rm 12.18) (BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL, 2003, p. 822).

4.3 - Central: Vivendo a paz com si mesmo. A paz interior é o resultado da promessa de Deus em nós (Jo 14.27). É válido pensar nesses termos porque todos os nossos atos externos procedem do coração (Pv 4.23). A paz interior, provinda de Deus que excede a todo entendimento (CI 3.15), é o remédio contra toda a amargura, todo o ressentimento e qualquer outra obra que o Inimigo tente para nos desviar do propósito de Deus. Lembremo-nos de que essa paz que o Senhor nos dá é a fonte de nossa alegria e o antídoto contra toda e qualquer ansiedade, medo, depressão, etc (Fp 4.4-6). É pela paz e unidade em Cristo que o crente obtêm a santidade e se conserva para a vinda do Senhor (1Ts 5.23; Hb 12.14). “O fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz” (Tg 3.18). A paz interior é para aqueles que confiam no Senhor: “Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em ti; porque ele confia em ti” (Is 26.3).

CONCLUSÃO
O ódio é vingativo, retaliatório, produzindo rancor e mágoa em relação às outras pessoas. Além de causar dano às outras pessoas, é prejudicial para aquele que o nutre no coração. Torna o homem amargurado e o corrói por dentro. Praticar essa obra da carne é possuir as qualidades que produzem inimigos. Podemos ter inimigos, mas eles não podem surgir por causa da nossa malfeitoria. Paulo disse: “Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Rm 12.18).

REFERÊNCIAS
Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
GOMES, Osiel. As obras da carne e o fruto do Espírito. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. CPAD.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

LIÇÃO 04 – ALEGRIA, FRUTO DO ESPÍRITO; INVEJA, HÁBITO DA VELHA NATUREZA (Jo 16.20-24) - 1º TRIMESTRE DE 2017

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves

LIÇÃO 04 – ALEGRIA, FRUTO DO ESPÍRITO; INVEJA, HÁBITO DA VELHA NATUREZA (Jo 16.20-24) - 1º TRIMESTRE DE 2017

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, falaremos sobre a alegria - uma das virtudes do fruto do Espírito contrastanto com a inveja como obra da carne; iniciaremos trazendo a definição da palavra alegria; destacaremos quais os seus aspectos; e, quais os resultados desta virtude na vida do crente. Veremos também o significado da palavra inveja; quais os efeitos desta obra da carne; e, por fim, quais os contrastes entre a inveja e a alegria.

I – DEFINIÇÃO DE ALEGRIA
De acordo com o Dicionário Exegético Vine (2002, p. 385) a palavra equivalente para alegria no grego é “chará” que significa: “gozo, deleite, prazer, alegria” (Mc 4.16; At 12.14; Fp 2.29). Também no texto grego aparece a palavra “agalliasis” indica uma alegria mais exultante e diz respeito a: “exultação, alegria exuberante” (Lc 1.14,44; At 2.6; Hb 1.9; Jd 24). Existe ainda a expressão grega “euphrainô” que fala sobre: “alegrar, ficar contente, estar feliz, regozijar-se, tornar-se alegre” (Lc 12.19; 15.23,24,29,32). A alegria é a segunda virtude que está classificada entre as que o Espírito produz em nós em relação a Deus “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo [...]” (Gl 5.22-a). A fonte da alegria do cristão é Cristo (Fp 3.1). Ele a concede aos seus seguidores (Jo 15.11) pelo Espírito (Rm 14.17; I Ts 1.6). A alegria e o Espírito Santo andam juntos (Sl 16.11; At 13.52; I Ts 1.6).

II – CARACTERÍSTICA DA ALEGRIA COMO FRUTO DO ESPÍRITO
2.1 - Alegria espiritual. A alegria do Espírito contrasta com a alegria natural. Portanto, é uma alegria decorrente das coisas espirituais, não materiais. A Bíblia mostra que essa alegria é: (a) fruto da salvação (Sl 51.12; Is 12.3; 61.10; Lc 1.47); (b) da esperança da ressurreição (Sl 16.9); (c) de possuir o nome escrito no Livro da Vida (Lc 10.20); (d) por sofrer pelo nome de Cristo (I Pe 4.13); (e) pelo retorno de Cristo (Ap 19.7). Beacon (2006, p. 75) afirma que “a alegria é a manifestação externa da paz interna”. 

2.2 - Alegria constante. Diferente da alegria natural, a alegria como fruto do Espírito é permanente, duradoura, não circunstancial. Jesus disse isso aos seus discípulos: “[...] vossa alegria ninguém vo-la tirará” (Jo 16.20-22). O apóstolo Paulo que enfrentou diversas dificuldades durante o exercício do seu ministério asseverou: “como contristados, mas sempre alegres” (II Co 6.10). Por isso, mesmo tendo sido açoitado e aprisionado junto com Silas em Filipos, o apóstolo orava e louvava ao Senhor (At 16.22-25). Estando também encarcerado em Roma, Paulo exortou aos cristãos filipenses: “Regozijai-vos sempre no Senhor; outra vez digo, regozijai-vos” (Fp 4.4). Paulo estava cheio de alegria por saber que, a despeito daquilo que lhe viesse acontecer, Jesus Cristo estava ao seu lado (Fp 4.11-13). 

2.3 - Alegria abundante. A alegria como fruto além de ser espiritual e constante é também abundante. O Espírito Santo produz alegria abundante no coração do salvo. No livro dos Atos dos Apóstolos, vemos Lucas descrevendo que os convertidos gentios alegram-se grandemente (At 13.52), a mesma intensidade de alegria sentiram os que ouviram a notícia da conversão dos gentios (At 15.3). Paulo diz que os cristãos da Macedônia: “no meio de muita prova de tribulação, manifestaram abundância de alegria” (II Co 8.2). Isto se deu quando os macedônios desejaram contribuir na assistência aos santos de Jerusalém (II Co 8.3-5).

III – DEFINIÇÃO DO TERMO INVEJA
Segundo Champlin (2004, p. 355), a palavra portuguesa “inveja” vem do latim, “invidere”, que significa “em” (contra) e “olhar para”, ou seja, olhar para alguém com maus olhos, de modo contrário, com base no ódio sentido contra esse alguém. O Dicionário Vine a define como sendo: "um princípio ativo de hostilidade dirigido maliciosamente a outra pessoa". Inveja é um misto de ódio, desgosto e pesar pelo bem e felicidade de outrem; é o desejo violento de possuir o bem do próximo. No hebraico a palavra “qinah” significa “inveja”. Essa expressão é aplicada por quarenta e duas vezes no AT (Jó 5.2; Pv 14.30; Ec 4.4; Is 11.13; Ez 35.11). No grego é a palavra “phithónos”. Esse vocábulo ocorre por nove vezes (Mt 27.18; Mc 15.10; Rm 1.29; Gl 5.21; Fl 1.15; 1Tm 6.4; Tt 3.3; Tg 4.5; 1 Pe 2.1). 

IV – OS EFEITOS DA INVEJA
Nos Dez Mandamentos, a Bíblia usa o termo "cobiçar", que é um sinônimo para "invejar" (Êx 20.17). Deus elencou a inveja como um dos pecados mais graves por saber do seu efeito destrutivo (Dt 5.21). A inveja está entre as obras da carne que atingem o nosso próximo (Gl 5.22). Segundo Champlin, (2004, p. 355) "a inveja é uma das maiores demonstrações de mesquinharia humana, causada pela queda no pecado. Os invejosos chegam a fazer campanhas de perseguição contra suas vítimas, as quais, na maioria das vezes, não têm qualquer culpa por haverem despertado tal sentimento nos invejosos. Geralmente os mal-sucedidos têm inveja dos bem-sucedidos. Essa é uma tentativa distorcida para compensar pelo fracasso, glorificando ao próprio "eu" e procurando enxovalhar a pessoa invejada". Analisemos alguns efeitos destruidores deste malígno sentimento:  

4.1 - A inveja pode adoecer. A respeito da inveja, o escritor de Provérbios nos faz diversas exortações (Pv 3.31; 24.1,19; 27.4). A mais severa dela nos diz que: "a inveja é podridão para os ossos" (Pv 14.30). Dentre as muitas atribuições dos ossos, uma delas é a de sustentação do corpo. Quando o proverbista afirma que a inveja é a "podridão dos ossos" significa que ela é uma espécie de câncer que começa sutilmente destruindo o homem por dentro. Segundo Aurélio (2004, p. 165), o verbo "apodrecer" quer dizer: "putrefazer", palavra geralmente usada para descrever um corpo morto em estado de decomposição. Portanto, a inveja é um sentimento nocivo que faz mal principalmente aquele que o abriga em seu coração.

4.2 - A inveja pode matar. Caim, foi a primeira pessoa descrita na Bíblia que foi atingida pela inveja e por suas consequências. O homicídio cometido por ele nasceu deste sentimento que nutria por seu irmão Abel (Gn 3.4,5). Saul quando viu que Davi era melhor guerreiro que ele, intentou algumas vezes matá-lo (I Sm 18.7-11). Os irmãos de José, por muito pouco, não o executaram (Gn 37.11,18). Ainda assim o venderam para o Egito e lá ele poderia ter morrido (Gn 37.28,28; 39.19-20). Jesus também foi vítima da inveja dos grupos religiosos de sua época, que não satisfeitos com a graça que Jesus tinha das multidões, eles procuraram matá-lo (Mt 27.18; Mc 15.10).  

4.3 - A inveja pode impedir o homem de entrar no céu. Dentre os muitos males que a inveja pode causar, o pior deles é o de banir o homem para sempre da presença de Deus. Na lista de vícios elencados por Paulo em Gálatas 5.22, a inveja está entre aqueles que o apóstolo diz: "os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus" (Gl 5.21). Evidentemente que Paulo está falando para aqueles que vivem na prática deste pecado e não estão dispostos a arrepender-se e abandoná-lo.

V – O CONTRASTE ENTRE A INVEJA E A ALEGRIA
INVEJA
Obra da carne (Gl 5.21)
Tem origem em Satanás (Is 14.12-15; Ez 28.12-19)
Se entristece com a alegria alheia (Gn 26.14)
Adoece (Pv 14.30; Sl 73.21)
Reclama pelo que não tem (I Sm 8.5
Pode levar a morte (Rm 1.32; Gl 5.21-a)
É temporária (I Jo 2.16)

ALEGRIA
Fruto do Espírito (Gl 5.20)
Tem origem em Deus (Sl 16.11; Hb 1.9)
Alegra-se com os que se alegram (Rm 12.15)
É teurapêutica (Pv 17.22)
Agradece pelo que tem (Fp 4.11-13)
Leva à vida (Rm 14.17)
É permanente (Jo 16.22; Jd 1.24)

  
VI – RESULTADOS DA ALEGRIA
6.1 - Um rosto radiante. O proverbista nos diz que: “o coração alegre aformoseia o rosto [...]” (Pv 15.13). Isto significa dizer que os sentimentos interiores da pessoa são expressos no rosto ou pelas atitudes. O cristão cheio de alegria do Senhor exibirá e comunicará essa alegria na aparência exterior. Beacon (2006, p. 75) diz que “o cristão basicamente infeliz é uma contradição. O Reino de Deus é caracterizado por alegria, junto com justiça e paz” (Rm 14.17).

6.2 - Um cântico de louvor. Quando o Espírito Santo produz no crente a virtude da alegria, seu coração se enche de gratidão e sua boca de intenso louvor (Sl 45.1; Ef 5.19; Cl 3.16; Tg 5.13). Zacarias louvou a Deus pelo cumprimento da promessa de Deus em sua vida (Lc 1.64-79); Maria alegrou-se pelo fato de ter sido escolhida para ser a mãe do Salvador e agradeceu com cântico (Lc 2.46-55); Simeão e Ana louvaram a Deus pela vinda do Messias (Lc 2.29-32). 

6.3 - A força divina. As tribulações da vida tendem a nos trazer desânimo e tristeza (Jo 16.33), no entanto, a alegria como fruto do Espírito traz ânimo e renova as forças do crente (Ne 8.10). Quando Jesus anunciou aos seus discípulos que iria dexá-los a reação foi de imensa tristeza (Jo 16.16-20). No entanto, Ele prometeu que o Pai enviaria outro Consolador e não o deixaria órfãos (Jo 14.16). A palavra "Consolador" ("parácleto", no grego) significa alguém chamado para ficar ao lado de outrem, com o propósito de ajudá-lo em qualquer eventualidade. Ele nos assiste nas nossas fraquezas (Rm 8.26).

CONCLUSÃO
Como cristãos, devemos diariamente nos despir das práticas pertencentes a velha vida e nos vestirmos da nova vida, do novo homem, criado em justiça e santidade. Evitemos a inveja e conservemos a alegria do Espírito que é espiritual, constante e abundante. 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

JOGRAL: MAS, À MEIA-NOITE, OUVIU-SE UM GRITO: EIS O NOIVO! (Mt 25.6)

JOGRAL: Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito: Eis o noivo! (Mt 25.6)

Todos - Mas, à meia-noite, ouviu-se um grito!
1 - Igreja, A Bíblia narra, no capítulo 25 do evangelho de Mateus, uma parábola conhecida como a parábola das dez virgens.
2 - Sendo cinco delas virgens prudentes e cinco loucas.
3 - Ensinando sobre a prudência e o dever de estarmos preparados, O Senhor Jesus nos conta que dez virgens aguardavam o noivo e o deveriam fazer com suas lâmpadas acesas.
4 - As prudentes, disse Jesus, levaram azeite reserva e, as loucas, não levaram azeite consigo.
5 - Em tardando o noivo, conta-nos Jesus, todas adormeceram.
6 - Mas, enquanto dormiam, à meia-noite, ouviu-se um grito:
Todos - Eis o noivo! Saí-lhe ao seu encontro!

1 - Levantando-se todas as virgens do seu sono, prepararam as suas lâmpadas.
2 - E as néscias, vendo que o seu azeite se tinha acabado, disse às prudentes: dá-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas estão se apagando.
3 - Mas as prudentes lhes responderam: não, para que não nos falte a nós e a vós. Ide, antes, aos que vendem e comprai-o.
4 - E, saindo elas para comprar, chegou o noivo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as bodas; e fechou-se a porta.
5 - Mais tarde, chegaram virgens néscias, clamando: Senhor, Senhor, abre-nos a porta!
6 - Mas ele lhes respondeu: em verdade vos digo que não vos conheço!
Todos - Vigiai, pois, porque não sabeis o dia e nem a hora!

1 - Estamos nos últimos instantes que antecedem a vinda de Cristo e devemos ter azeite reserva em nossas lamparinas!
2 - O noivo vem e não podemos estar despercebidos!
3 - Não podemos viver uma vida imprudente e irresponsável!
4 - Devemos estar ligados e atentos ao anúncio do noivo!
5 - Não é hora de dormirmos o sono da indolência!
6 - Não é momento de descanso!
Todos - Vigiai, pois, porque não sabeis o dia e nem a hora!

1 - Porém, muitos estão coxeando em dois pensamentos!
2 - Amando as coisas desse mundo em vez de amarem a Deus!
3 - Não percebem a iminência da vinda do Noivo!
4 - Suas lamparinas estão vazias e não consideram o chamamento para as bodas!
5 - Vivem uma vida leviana e cheia de embaraços diante de Deus!
6 - Não entendem que O Noivo está às portas!
Todos: Vigiai!

1 - Porque não sabeis a hora em que há de vir o vosso Senhor...
2 - Porque será rápido como um relâmpago...
3 - Porque Ele virá como um ladrão...
4 - Num dia em que não penseis...
5 - Numa hora que não imagineis...
6 - Num abrir e fechar de olhos!
5 - E não dará tempo de comprar azeite...
4 - Não dará tempo de pedires perdão ao teu irmão...
3 - Consertares a tua vida...
2 - Arrumares o teu altar...
1 - pois...
Todos - Assim como um relâmpago que sai do oriente e se mostra no ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem!

1 - Vigiai...
2 - Preparai...
3 - Acautelai-vos...
4 - Estai de sobreaviso...
5 - Apercebidos...
6 - Ligados...
Todos - Pois...

1 - Jesus vem buscar uma Igreja que tenha azeite!
2 - Uma Igreja que tenha fogo!
3 - Que ande na sua Palavra!
4 - Que diga não ao diabo, ao mundo e a carne!
5 - Que não se embaraça com negócios desta vida!
6 - Que milita firmemente!
5 - Que não anda com o coração inchado!
4 - Que não vive uma vida de pecado!
3 - Mas, que vive uma vida de oração!
2 - Que ama e lê a Sua Palavra!
1 - Que diz como disse o apóstolo João, exilado na Ilha de Patmos, por causa do Evangelho:
Todos - Ora vem, Senhor Jesus!

Voz oculta: Igreja, o arrebatamento...

1 - Não demorará...
2 - Pode ser agora...
3 - Estás tu preparado?
4 - Estás tu vigiando?
5 - Tua candeia tem azeite?
6 - Teu pavio tem fogo?
Todos - Se não tens azeite...

1 - Jesus, O dono do azeite, está aqui nessa noite...
2 - Ele vai encher a tua lamparina de azeite...
3 - Derramar na tua vida azeite...
4 - Encharcar a tua alma de azeite...
5 - Te dá um banho de azeite...
6 - Te envolver no seu Santo azeite!
Todos - E se tu já tens azeite... e não tens fogo... te prepara... A tocha Espírito Santo está aqui nesta noite...

1 - Ele vai te pegar!
2 - Ele vai te tomar!
3 - Ele vai te envolver!
4 - Ele vai te encher!
5 - Ele vai te usar!
6 - Ele vai te mudar!
Todos - Ele vai te acender!
Todos - Vigiai, pois, aí vem O Noivo! Amém!

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

JOGRAL: E COMO OUVIRÃO, SE NÃO HÁ QUEM PREGUE? (RM 10.14c)

JOGRAL: E COMO OUVIRÃO, SE NÃO HÁ QUEM PREGUE? (RM 10.14c)

Todos - Como ouvirão, se não há quem pregue?
1 - Atualmente no mundo existem aproximadamente oito bilhões de pessoas!
2 - Cerca de três bilhões, nunca ouviram a mensagem do Evangelho!
3 - São pessoas que não tem como escapar do juízo vindouro!
4 - Pessoas que vivem sem esperança!
5 - Não sabem onde passarão a eternidade!
6 - E muitos acreditam que depois da morte não há existência!
Todos - Como ouvirão, se não há quem pregue?

1 - Como ouvirão a mensagem da Cruz?
2 - Como crerão no Evangelho Santo?
3 - Como acreditarão no conto de Amor sem fim?
4 - Como alcançarão o céu, se não entrarem pela Porta, que é Cristo?
5 - Como despertarão do sono da indolência?
6 - Como serão resgatados das garras de satanás?
Todos - Como ouvirão, se não há quem pregue?

1 - Como escaparão do juízo do Grande Trono Branco?
2 - Como adentrarão os portões celestiais?
3 - Como terão acesso às bodas do Cordeiro?
4 - Como haverão de ser achados por dignos de subir no arrebatamento?
5 - Como andarão nas ruas de ouro e cristal?
6 - Como comerão do maná escondido?
5 - Como beberão da água da vida?
4 - Como comerão do fruto da árvore da vida?
3 - Como abraçarão o desejado das nações?
2 - Como terão um novo nome?
1 - Como viverão com Cristo pra sempre?
Todos - Como?

1 - Como escaparão do inferno?
2 - Como terão seus olhos enxutos de todas as lágrimas?
3 - Como gozarão o céu de Glória?
4 - Como verão a face adorada de Deus?
5 - Como cantarão no grande coral celestial?
6 - Como saberão que O Senhor Jesus Cristo os ama?
Todos - Como?

1 - Como se assentarão na grande mesa?
2 - Como cearão com o Rei dos reis?
3 - Como serão saudados pelo Senhor dos senhores?
4 - Como morarão nas mansões celestiais?
5 - Como desfrutarão das delícias do grande banquete?
6 - Como receberão o seu galardão da parte do Deus Altíssimo?
Todos - Como? Como ouvirão, se não há quem pregue?

1 - Se não pregares, estarás fechando a porta do céu!
2 - Se não pregares, estarás povoando o inferno e esvaziando o céu!
3 - Se não pregares, estarás negligenciando uma ordem expressa de Jesus!
4 - Se não anunciares, estarás negando a vida eterna a teus semelhantes!
5 - Se não proclamares, estarás impedindo que o teu próximo alcance a vida eterna!
6 - Se não falares de Jesus, estarás fazendo com que o sacrifício d’Ele na cruz, tenha sido em vão!
Todos - Mas, se tu falares...

6 - Estarás esvaziando o inferno e povoando o céu...
5 - Arrancando almas das garras de satanás e colocando nas mãos de Deus!
4 - Juntando um grandíssimo galardão...
3 - Fazendo com que o sacrifício de Jesus na Cruz não seja em vão!
2 - Alegrando o coração de Deus...
1 - Promovendo festa do céu!
Todos - Se anunciares...

6 - Estarás cumprindo o IDE glorioso de Jesus
5 - Terás O Espírito Santo como teu orientador
4 - Estarás juntando um tesouro no céu
3 - Arrebatando a muitos do fogo
2 - Engajados na causa do Mestre
1 - Estarás militando numa nobre batalha
Todos - Se proclamares...

6 - Estarás participando do bom combate de Cristo...
5 - Incomodando o inferno...
4 - Plantando a boa semente!
3 - Guerreando as guerras do Senhor...
2 - Dando ao teu próximo a oportunidade de vê o rosto do meigo Nazareno...
1 - De pisar nas ruas de ouro e de cristal!
Todos - Por isso...

1 - Não hesite!
2 - Não recue!
3 - Não desvaneça as tuas mãos!
4 - Não olhes atrás!
5 - Não largue o arado!
6 - Não desanimes!
Todos - Porque...

1 - O Senhor da ceara conta contigo!
2 - Há recompensa para o teu trabalho!
3 - O Pai te envia...
4 - O Espírito Santo de capacita...
5 - E o Sangue de Cristo te protege!
6 - O que estás esperando?
Todos - Como ouvirão, se não há quem pregue? Amém!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

LIÇÃO 03 – O PERIGO DAS OBRAS DA CARNE (Lc 6.39-49) - 1º TRIMESTRE DE 2017

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 03 – O PERIGO DAS OBRAS DA CARNE (Lc 6.39-49) - 1º TRIMESTRE DE 2017

INTRODUÇÃO
Nessa lição teremos a oportunidade de definir alguns termos importantes para compreender melhor o ensinamento paulino sobre as obras da carne; faremos uma rápida descrição dos pecados citados na lista aos gálatas; e, por fim, pontuaremos qual deve ser a conduta do verdadeiro cristão para vencer a natureza pecaminosa.

I – DEFININDO ALGUNS TERMOS
1.1 - Concupiscência. Do grego “epithumia”, que denota “desejo forte, desordenado” de qualquer tipo seja bom ou ruim, sendo frequentemente especificado por algum adjetivo. A palavra é usada em referência a um desejo bom somente em (Lc 22.15; Fp 1.23; 1 Ts 2.17), em todos os outros lugares têm um sentido negativo referindo-se aos maus desejos que estão prontos para se expressar (Rm 13.14; Gl 5.16,24; Ef 2.3; 2 Pe 2.18; 1 Jo 2.16) (VINE, 2002, p.487 – acréscimo nosso).

1.2 - Carne. Do grego sarx”, tem vários significados na Bíblia, principalmente nas epístolas. Pode significar fraqueza física (Gl 4.13), o ser humano (Rm 1.3), o pecado (Gl 5. 24), os desejos pecaminosos (Rm 8.8). O contexto quando corretamente interpretado determina o significado da palavra. No texto aos gálatas significa o conjunto de impulsos pecaminosos que dominam o homem natural; também é frequentemente usado para se referir à “natureza pecaminosa” do homem; a “velha natureza”, a inclinação natural para o que desagrada a Deus; herança do pecado que recebemos de nossos pais Adão e Eva (Sl 51.5; Rm 6.6,12, 19; 7.5,18; 2 Co 1.17; Gl 5.13; Ef 2.3; Cl 2.11,18) (GOMES, 2016, p.9). “Por ser derivada de Adão, esta natureza caída é corretamente chamada de natureza adâmica” (CHAFER, 2003, p.519).

1.3 - Corpo. Do grego “soma”, que indica tanto o corpo humano, bem como os corpos dos animais (Tg 3.3; Hb 13.11), e até mesmo, corpos celestiais (1 Co 15.35-44). Sobre o corpo ainda podemos destacar:
a) Jesus ensinou a importância secundária do corpo (Mt 6.25-34); e
b) Paulo fala que o corpo do crente é habitação do Espírito Santo (1 Co 6.19).

Nesse ponto precisamos fazer uma observação: “O NT em contraste com o gnosticismo não ensina a pecaminosidade do corpo físico ou a matéria. Ambos podem ser usados na promoção do mal; mas a matéria, por si mesma, é moral e espiritualmente neutra. Os gnósticos tinham dois pressupostos básicos que eram errôneos:
a) O espírito é puro;
b) O corpo é mau, porque o princípio do mal reside na própria matéria.

No entanto, à luz da Bíblia sabemos que o corpo físico é apenas um veículo, sendo moralmente neutro” (Rm 12,13; 1Co 6.18-20) (NORMAN, p.734 – acréscimo nosso).

II – AS OBRAS DA CARNE E SEUS RESULTADOS
Paulo diz: “Porque as obras da carne são manifestas […]” (Gl 5.19). A palavra traduzida por “conhecidas”, significa “claro e manifesto”. “A carne propriamente dita, ou seja, a natureza pecaminosa é secreta e invisível; mas as suas obras, as palavras e atos pelos quais se manifesta, são públicos e evidentes” (STOTT, 2007, p.134). Por mais que alguém tente negar a pecaminosidade do homem, as obras da carne é a clara evidência da sua existência. Há várias listas de pecados semelhantes ao que o apóstolo faz referência na epístola aos gálatas (Rm 1.18-32; 1 Co 5.9-11; 6.9; 2 Co 12.20,21; Ef 4.19; 5.3-5; Cl 3.5-9; l Ts 2.3; 4.3-7; l Tm 1.9,10; 6.4,5; 2 Tm 3.2-5; Tt 3.3,9,10). Essa lista, embora extensa, não é exaustiva, uma vez que Paulo conclui dizendo: “[…] e coisas semelhantes a estas” (Gl 5.21). Por uma questão didática, os pecados dessa lista são classificados em algumas áreas, vejamos uma rápida descrição das obras da carne à luz da epístola de Paulo aos gálatas 5.19-21:

2.1 - Pecados de ordem sexual ou moral
Prostituição – a palavra grega usada é “pornéia”, que abrange todo o tipo de impureza sexual. Aqui estão incluídos todo tipo de pornografia, como quadros, filmes, produções pornográficas. Verifique ainda outros textos que apresentam a mesma expressão: (Mt 5.32; 19.9; At 15.20,29, 21.25; 1 Co 5.1).
Impureza – a palavra grega “akatharsia” se refere aos pecados sexuais, atos pecaminosos, vícios e também pensamentos e desejos impuro (Ef 5.3; Cl 3.5).
Lascívia – é a palavra grega “aselgeia”, que é a sensualidade. É seguir as próprias paixões a ponto de perder a vergonha. É a porta aberta para uma vida de dissolução completa, controlada totalmente pelas paixões carnais.

2.2 - Pecados de ordem religiosa
Idolatria – do grego “eidolatria”, é a adoração a espíritos, pessoas ou ídolos, ou a confiança em pessoas, instituições ou pessoas, atribuindo-lhe força e poder.
Feitiçarias – o termo grego é “pharmakeia”, que envolve a dominação de espíritos, magia negra, adoração de demônios e o uso de drogas e outros materiais, na prática da feitiçaria (Êx 7.11,22; 8.18; Ap 9.21; 18.23).
Heresias – do grego “hairesis”, significa introduzir ensinos cismáticos na congregação sem qualquer respaldo na Palavra de Deus (Rm 16.17).

2.3 - Pecados de ordem social ou interpessoal
Inimizades – a palavra grega “echthra” envolve intenções e ações fortemente hostis; antipatia e inimizade extremas.
Porfias – do grego “eris”, abrange as brigas, oposição, luta por superioridade (Rm 1.29; 1 Co 1.11; 3.3).
Emulações – no grego “zelos” fala de ressentimento, inveja amargurada do sucesso dos outros (Rm 13.13; 1Co 3.3).
Iras – do grego “thumos” é a palavra grega que significa a ira ou fúria explosiva que irrompe através de palavras e ações extremamente violentas (Cl 3.8).
Pelejas – do grego “eritheia” é a ambição egoísta e a cobiça do poder, que pode ser encontrada também (2 Co 12.20; Fp 1.16,17).
Dissensões – do grego “dichostasia”, diz respeito aos grupos divididos dentro da congregação, formando conluios egoístas que destroem a unidade da igreja Deus sempre se preocupou com a unidade do seu povo (1Co 11.19).
Invejas – aqui encontramos o termo “fthonos”, significando a antipatia ressentida contra outra pessoa que possui algo que não temos e queremos. É a inconformidade pois “ele tem e eu não”.
Homicídios – o termo grego “phonos” significa matar o próximo por perversidade. A tradução do termo “phonos” na Bíblia Almeida Revista e Atualizada (ARA), está embutida na tradução de “methe”, a seguir, por tratar-se de práticas conexas.
Bebedices – continuando a ideia anterior, “methe” faz referência ao descontrole das faculdades físicas e mentais por meio de bebida embriagante.
Glutonariasdo grego, “komos” diz respeito às diversões, festas com comida e bebida de modo extravagante e desenfreado, envolvendo drogas, sexo e coisas semelhantes.

III – A CONDUTA CRISTÃ VERSUS AS OBRAS DA CARNE
Embora tendo nascido de novo e regenerados por meio da ação do Espírito Santo (1 Pe 1.23; Tg 1.18), e possuindo uma nova natureza, precisamos entender que há um conflito interior que é comum a todo salvo em Cristo Jesus (Gl 5.17); fomos salvos da condenação do pecado (Rm 8.1) do poder do pecado (Rm 8.2), mas não da presença do pecado (Rm 7.17- 20). No entanto, temos recursos suficientes para vencer a inclinação da velha natureza.


CONCLUSÃO
Quem anda no Espírito, não necessita satisfazer a concupiscência da carne. Age como um cidadão dos céus e investe no céu (Cl 3.1), não necessitando da lei (Gl 5.16). Carne e Espírito são opostos, e satisfazer a carne significa egoísmo, satisfazer o Espírito é altruísmo (Gl 5.17). Guiar-se pelo Espírito é desfrutar da plena liberdade, é esquecer-se que há lei (Gl 5.18). Sendo assim, sejamos controlados pelo Espírito Santo e venceremos as obras da carne.

REFERÊNCIAS
CHAFER, Lewis, Sperry.Teologia Sistemática. HAGNOS.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
GOMES, Oziel. As Obras da Carne e o Fruto do Espírito Santo. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
STOTT, John. A Mensagem de Gálatas. ABU.
VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

LIÇÃO 02 – O PROPÓSITO DO FRUTO DO ESPÍRITO (Mt 7.13-20) - 1º TRIMESTRE 2017

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524

LIÇÃO 02 – O PROPÓSITO DO FRUTO DO ESPÍRITO (Mt 7.13-20) - 1º TRIMESTRE 2017
INTRODUÇÃO
Veremos nesta lição a definição da palavra “Fruto do Espírito”; comentaremos a respeito deste fruto do Espírito no caráter do cristão; pontuaremos aspectos de uma vida controlada pelo Espírito, e concluiremos falando sobre os propósitos da frutificação espiritual no viver do crente salvo.

I - DEFINIÇÃO DA PALAVRA “FRUTO”
O termo fruto no Novo Testamento é a tradução do original “karpos”, que tanto pode significar “o fruto”, quanto “dar fruto”, “frutificar” ou ser “frutífero” (Mt 12.33; 13.23; At 14.17). Na Bíblia, também é empregado em sentido figurado para indicar o resultado de algo, por exemplo: o produto do ventre e dos animais (Dt 28.11); o caráter do justo (Sl 1.30; Pv 11.30); a índole do ímpio e as atitudes dos homens (Pv 1.29-32; Jr 32.19); a mentira (Os 10.13); a santificação (Rm 6.22); a justiça (Fp 1.11), o arrependimento (Lc 3.8) etc. Para que o fruto seja gerado, é necessário que haja uma relação de interdependência entre o tronco e seus ramos (ARRINGTON; STRONSTAD, 2003, p. 15).

II - O FRUTO DO ESPÍRITO E O CARÁTER CRISTÃO
O fruto do Espírito é especificado nas Escrituras como sendo um só, e este pode ser comparado a uma laranja, que é um fruto com vários gomos. Na epístola aos gálatas o apóstolo Paulo apresenta as evidentes marcas daqueles que experimentam o novo nascimento. Aqueles que se deixam dominar pelo Espírito Santo dão “fruto”. Um conjunto de virtudes (nove ao total) que autenticam a vida daquele que é regenerado: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra essas coisas não há lei”. (Gl 5.22-23). Notemos alguns princípios do fruto do Espírito:

2.1 - O princípio das virtudes (Gl 5.22,23). Nove virtudes advindas de um mesmo Espírito. Virtudes indissociáveis que compõe uma unidade essencial nesse fruto. Virtudes que contrastam obrigatoriamente as chamadas “obras da carne”. Não são adornos para sofisticar nossa imagem, são qualidades essenciais que escancaram a relevante ação do Espírito Santo na vida do cristão. O “Fruto do Espírito” é um termo bíblico que engloba nove atributos visíveis de uma vida cristã verdadeira. As Escrituras nos ensinam que não são “frutos” individuais que podemos escolher. Antes, o fruto do Espírito é um só “fruto” com nove partes que caracteriza todos aqueles que verdadeiramente andam no Espírito Santo (1Pd 2.12; 1Co 14.25).

2.2 - O princípio da frutificação (Gn 1.11). Notemos que cada planta e árvore devia produzir fruto segundo a sua espécie: “E disse Deus: Produza… árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie” (Gn 1.11). Espécie, no original designa “especificação” ou “ordem”, portanto, a qualidade do fruto aponta para o caráter de sua árvore (Gn 1.12; Mt 7.16-20). Logo, o crente regenerado pelo Espírito Santo deve originar fruto que dignifique e reflita o caráter moral de Cristo, e a frutificação espiritual segue a mesma regra: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento” (Mt 3.8). Em João 15.1-16, Jesus enfatizou este princípio esclarecendo aos seus seguidores que, a fim de se desenvolverem espiritualmente, precisavam apresentar abundante fruto para Deus. De que tipo de fruto Jesus estava falando? A resposta encontra-se em Gálatas 5.22.

2.3 - O princípio das atitudes (Mt 7.15-20). No sentido bíblico, o fruto está associado com nossas atitudes (Mt 12.33-35). O fruto do Espírito deve estar sempre de acordo com os ensinos de Cristo (Lc 6.43-49), para que possamos estar sempre como uma vara ligada em Cristo para que possamos dar muitos frutos (Jo 15. 2-5). Através do Fruto do Espírito Santo, estas virtudes se manifestam na vida do crente e este é cheio do Espírito Santo (Ef 5.18). Fruto do Espírito constitui-se em expressões do caráter de Cristo em nossas vidas, pois nos torna mais parecidos com o nosso mestre, restaurando o homem à imagem de Cristo (Rm 8.29, Cl 3.10). O fruto do Espírito é uma manifestação física da vida transformada de um cristão (Pv 4.18; Fp 2.15).

2.4 - O princípio da santificação (Jo 15.3). O Fruto do Espírito Santo produz santificação e ajuda o crente a ser mais submisso ao senhorio do Senhor, através de uma limpeza pela palavra, o que conduzirá o homem à santificação (Jo 17.17), apresentando a verdade (Jo 8.32, 36), tornando o salvo um eterno discípulo de nosso Senhor (Jo 8.31), o que ajudará o crente a dominar a sua velha natureza (2Co 5.17; Gl 5.16-17). O que culminará em uma santificação de dentro para fora, ou seja, do espírito, alma e corpo, ensinando-nos o que é realmente andar no espírito (Gl 5.16), manifestando assim a verdadeira santidade. A manifestação do fruto do Espírito Santo diz respeito à nossa santificação (separação do pecado e consagração a Deus), e, é através da manifestação do fruto do Espírito Santo que a maturidade espiritual torna-se perceptível (Rm 7.4).

III - A VIDA CONTROLADA PELO ESPÍRITO
Na Bíblia, em João 15.1,2 Jesus se expressou assim: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.” Ele usou a metáfora da videira para comunicar a necessidade de um relacionamento vital entre ele e o crente a fim de que haja a produção do fruto Espírito Santo. Esta é a maneira que evidencia que somos discípulos de Cristo. (Mt 7.16; 5.13-16) É através do fruto do Espírito Santo que Deus é glorificado em nossa vida, e assim muitos são abençoadas através de nosso bom testemunho (Jo 15.8). O fruto do Espírito desenvolve no crente um caráter semelhante ao de Cristo, que reflete a imagem de sua pessoa e a natureza santa de Deus. Notemos o que acontece com uma vida controlada pelo Espírito Santo:

3.1 - Uma vida frutífera. Quando o crente não se submete ao Espírito Santo, cede aos desejos da natureza pecaminosa. Mas, ao permitir que Ele controle sua vida, torna-se um solo fértil, onde o fruto é produzido. Mediante o Espírito, conseguimos vencer os desejos da carne e viver uma vida frutífera. Para mostrar o quanto é acentuado o contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito, o escritor aos Gálatas alistou-os no mesmo capítulo (Gl 5). Desde que o Espírito Santo dirija e influencie o crente, o fruto se manifestará naturalmente nele (Rm 8.5-10). Da mesma maneira acontece ao ímpio, cuja natureza pecaminosa é quem o governa e a Palavra de Deus é absoluta ao declarar que: “os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.21b). Estas obras da carne são características dos que vivem em pecado (Rm 7.20).

3.2 - Uma vida com maturidade e equilíbrio. A Palavra de Deus afirma que o crente é recompensado ao dar toda a liberdade ao Espírito Santo para produzir, em seu interior, as qualidades de Cristo. O capítulo 1 de 2 Pedro trata da necessidade de o crente desenvolver as dimensões espirituais da vida cristã. Com este crescimento, vem a maturidade e a estabilidade fundamentais para uma vida vitoriosa sobre a natureza velha e pecaminosa do homem (2Pe 1.10b.11).

3.3 - Uma vida com os dons espirituais junto ao o fruto do Espírito. Os dons espirituais e o fruto do Espírito devem caminhar juntos para que a Igreja seja plenamente edificada e o nome do Senhor, glorificado (Ef 2.10). Uma árvore é identificada e conhecida mediante os seus frutos (Lc 6.44). Portanto, só viremos a aferir a espiritualidade de um crente através de suas obras realizadas mediante o fruto do Espírito e não apenas por seus dons espirituais (1Tm 5.25). Os dons estão relacionados ao que fazemos para Deus, enquanto que o fruto está relacionado ao que Deus, através do Espírito Santo, realiza em nós, moldando-nos o caráter de acordo com a entrega do nosso inteiro ser a Ele, e de conformidade com as demandas de sua Palavra (Mt 5.16).

IV – O FRUTO DO ESPÍRITO E O TESTEMUNHO CRISTÃO
O fruto do Espírito aparece quando deixamos Jesus Cristo agir em nossas vidas (Gl 2.20; At 17.28). Através do Fruto do Espírito Santo o caráter de Cristo é novamente formado no homem. O pecado afetou consideravelmente imagem de Deus em nós levando-nos a produzir as obras da carne. (Ef 2.2,3; Gl 5.19-21). Entretanto através do novo nascimento, Cristo é novamente formado em nós e assim somos transformados constantemente de glória em glória, crescendo na graça e no conhecimento de Jesus Cristo. (2Co 3.17,18).

4.1 - O fruto é o resultado da presença do Espírito Santo na vida do Cristão. A Bíblia deixa bem claro que todos recebem o Espírito Santo no momento em que acreditam em Jesus Cristo (Rm 8.9; 1Co 12.13; Ef 1.13-14). Um dos propósitos principais do Espírito Santo ao entrar na vida de um Cristão é transformar aquela vida. É a tarefa do Espírito Santo conformar-nos à imagem de Cristo, fazendo-nos mais e mais como Ele. Os frutos do Espírito Santo estão em direto contraste com as obras da natureza pecaminosa (Gl 5.19-21).

4.2 - A pessoa é identificada pelo seu fruto. Em Mateus 7.15-23, deparamo-nos com declarações notáveis, proferidas pelo Mestre, acerca da importância do caráter. Assim como nós, os falsos profetas são reconhecidos pelo tipo de fruto que produzem (Mt 7.16-19). Jesus acrescentou que algumas pessoas fariam muitas maravilhas, expulsariam demônios em seu nome, porém, Ele jamais as conheceria (Mt 7.22,23). Como é possível? A resposta é encontrada em 2 Tessalonicenses 2.9. Este trecho bíblico comprova ser possível Satanás imitar milagres e dons do Espírito. Contudo, o fruto do Espírito é a marca daqueles que possuem comunhão com o Senhor (Mt 7.17,18; 1Jo 4.8), e jamais poderá ser imitado.

V - OS PROPÓSITOS DA FRUTIFICAÇÃO ESPIRITUAL
A Bíblia fala de diferentes níveis de frutificação: o fruto (Jo 15.2a); mais fruto (Jo 15.2b); muito fruto (Jo 15.5,8) e o fruto permanente (Jo 15.16). Todos nós que já possuímos uma aliança com Deus fomos designados para darmos o fruto do Espírito Santo a fim de que sejamos espirituais e não mais carnais. O caminho para a frutificação é ser sensível à voz do Espírito Santo em nosso interior. Vejamos quais os propósitos da frutificação espiritual na vida do crente salvo:

5.1 - Expressar o caráter de Cristo. Todo fruto revela sua árvore de origem (Gn 1.11), e da mesma maneira, como membros do corpo de Cristo, devemos refletir naturalmente o seu caráter para que o mundo o veja em nós. Quando as pessoas tomam conhecimento de nossa confissão cristã, podemos vir a ser a única “bíblia” que muitas delas “lerão”. O fruto do Espírito mostra que somos pessoas diferentes em todo o nosso padrão de vida, tais como: modo de viver, agir, pensar, etc. O fruto do Espírito dá resultado de uma transformação total de vida (Fp 4.8,9; Mt 12.33; Rm 12.2).

5.2 - Evidenciar o discipulado. Jesus ensinou que devemos dar “muito fruto” a fim de confirmarmos que somos seus discípulos (Jo 15.8). Ele ressaltou que todo discípulo bem instruído será como o seu mestre (Lc 6.40; At 4.13; 1Pd 2.21). Isto significa que não é o bastante aceitar Jesus. Ele deseja que produzamos muito fruto. Se assim fizermos, demonstraremos que verdadeiramente somos seus discípulos. A manifestação do fruto abençoa os ímpios que nos cercam e também os crentes que veem a evidência do fruto espiritual em nós, pois o fruto do Espírito é o resultado de uma vida abundante em Cristo. Quando permitimos que a imagem dEle seja refletida em nós, as pessoas glorificam a Deus (Mt 5.16).

CONCLUSÃO
Se entregarmos todo o controle de nossa vida ao Espírito Santo, Ele, infalivelmente, vai produzir o seu fruto em nós através de uma ação contínua e abundante. Como cristão, tudo que concerne ao caráter santificado, ou seja, a nossa semelhança com Cristo, é obra do Santo Espírito “até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4.19).

REFERÊNCIAS
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD.
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.

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