Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
02 – O PROPÓSITO DO FRUTO DO ESPÍRITO (Mt 7.13-20) - 1º TRIMESTRE 2017
INTRODUÇÃO
Veremos nesta lição a definição da palavra “Fruto do Espírito”; comentaremos a
respeito deste fruto do Espírito no caráter do cristão; pontuaremos aspectos de
uma vida controlada pelo Espírito, e concluiremos falando sobre os propósitos
da frutificação espiritual no viver do crente salvo.
I
- DEFINIÇÃO DA PALAVRA “FRUTO”
O
termo fruto no Novo Testamento é a tradução do original “karpos”, que tanto
pode significar “o fruto”, quanto “dar fruto”, “frutificar” ou ser “frutífero”
(Mt 12.33; 13.23; At 14.17). Na Bíblia, também é empregado em sentido figurado
para indicar o resultado de algo, por exemplo: o produto do ventre e dos
animais (Dt 28.11); o caráter do justo (Sl 1.30; Pv 11.30); a índole do ímpio e
as atitudes dos homens (Pv 1.29-32; Jr 32.19); a mentira (Os 10.13); a
santificação (Rm 6.22); a justiça (Fp 1.11), o arrependimento (Lc 3.8) etc.
Para que o fruto seja gerado, é necessário que haja uma relação de interdependência
entre o tronco e seus ramos (ARRINGTON; STRONSTAD, 2003, p. 15).
II
- O FRUTO DO ESPÍRITO E O CARÁTER CRISTÃO
O
fruto do Espírito é especificado nas Escrituras como sendo um só, e este pode
ser comparado a uma laranja, que é um fruto com vários gomos. Na epístola aos
gálatas o apóstolo Paulo apresenta as evidentes marcas daqueles que
experimentam o novo nascimento. Aqueles que se deixam dominar pelo Espírito
Santo dão “fruto”. Um conjunto de virtudes (nove ao total) que autenticam a
vida daquele que é regenerado: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.
Contra essas coisas não há lei”. (Gl 5.22-23). Notemos alguns princípios do
fruto do Espírito:
2.1
- O princípio das virtudes (Gl 5.22,23). Nove virtudes advindas de um mesmo
Espírito. Virtudes indissociáveis que compõe uma unidade essencial nesse fruto.
Virtudes que contrastam obrigatoriamente as chamadas “obras da carne”. Não são
adornos para sofisticar nossa imagem, são qualidades essenciais que escancaram
a relevante ação do Espírito Santo na vida do cristão. O “Fruto do Espírito” é
um termo bíblico que engloba nove atributos visíveis de uma vida cristã
verdadeira. As Escrituras nos ensinam que não são “frutos” individuais que
podemos escolher. Antes, o fruto do Espírito é um só “fruto” com nove partes
que caracteriza todos aqueles que verdadeiramente andam no Espírito Santo (1Pd
2.12; 1Co 14.25).
2.2
- O princípio da frutificação (Gn 1.11). Notemos que cada planta e árvore devia
produzir fruto segundo a sua espécie: “E disse Deus: Produza… árvore frutífera
que dê fruto segundo a sua espécie” (Gn 1.11). Espécie, no original designa
“especificação” ou “ordem”, portanto, a qualidade do fruto aponta para o
caráter de sua árvore (Gn 1.12; Mt 7.16-20). Logo, o crente regenerado pelo
Espírito Santo deve originar fruto que dignifique e reflita o caráter moral de
Cristo, e a frutificação espiritual segue a mesma regra: “Produzi, pois, frutos
dignos de arrependimento” (Mt 3.8). Em João 15.1-16, Jesus enfatizou este
princípio esclarecendo aos seus seguidores que, a fim de se desenvolverem
espiritualmente, precisavam apresentar abundante fruto para Deus. De que tipo
de fruto Jesus estava falando? A resposta encontra-se em Gálatas 5.22.
2.3
- O princípio das atitudes (Mt 7.15-20). No sentido bíblico, o fruto está
associado com nossas atitudes (Mt 12.33-35). O fruto do Espírito deve estar
sempre de acordo com os ensinos de Cristo (Lc 6.43-49), para que possamos estar
sempre como uma vara ligada em Cristo para que possamos dar muitos frutos (Jo
15. 2-5). Através do Fruto do Espírito Santo, estas virtudes se manifestam na
vida do crente e este é cheio do Espírito Santo (Ef 5.18). Fruto do Espírito
constitui-se em expressões do caráter de Cristo em nossas vidas, pois nos torna
mais parecidos com o nosso mestre, restaurando o homem à imagem de Cristo (Rm
8.29, Cl 3.10). O fruto do Espírito é uma manifestação física da vida
transformada de um cristão (Pv 4.18; Fp 2.15).
2.4
- O princípio da santificação (Jo 15.3). O Fruto do Espírito Santo produz
santificação e ajuda o crente a ser mais submisso ao senhorio do Senhor,
através de uma limpeza pela palavra, o que conduzirá o homem à santificação (Jo
17.17), apresentando a verdade (Jo 8.32, 36), tornando o salvo um eterno
discípulo de nosso Senhor (Jo 8.31), o que ajudará o crente a dominar a sua
velha natureza (2Co 5.17; Gl 5.16-17). O que culminará em uma santificação de
dentro para fora, ou seja, do espírito, alma e corpo, ensinando-nos o que é
realmente andar no espírito (Gl 5.16), manifestando assim a verdadeira
santidade. A manifestação do fruto do Espírito Santo diz respeito à nossa
santificação (separação do pecado e consagração a Deus), e, é através da
manifestação do fruto do Espírito Santo que a maturidade espiritual torna-se
perceptível (Rm 7.4).
III
- A VIDA CONTROLADA PELO ESPÍRITO
Na
Bíblia, em João 15.1,2 Jesus se expressou assim: “Eu sou a videira verdadeira,
e meu Pai é o lavrador. Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa
toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.” Ele usou a metáfora da
videira para comunicar a necessidade de um relacionamento vital entre ele e o
crente a fim de que haja a produção do fruto Espírito Santo. Esta é a maneira
que evidencia que somos discípulos de Cristo. (Mt 7.16; 5.13-16) É através do
fruto do Espírito Santo que Deus é glorificado em nossa vida, e assim muitos
são abençoadas através de nosso bom testemunho (Jo 15.8). O fruto do Espírito
desenvolve no crente um caráter semelhante ao de Cristo, que reflete a imagem
de sua pessoa e a natureza santa de Deus. Notemos o que acontece com uma vida
controlada pelo Espírito Santo:
3.1
- Uma vida frutífera. Quando o crente não se submete ao Espírito Santo, cede
aos desejos da natureza pecaminosa. Mas, ao permitir que Ele controle sua vida,
torna-se um solo fértil, onde o fruto é produzido. Mediante o Espírito,
conseguimos vencer os desejos da carne e viver uma vida frutífera. Para mostrar
o quanto é acentuado o contraste entre as obras da carne e o fruto do Espírito,
o escritor aos Gálatas alistou-os no mesmo capítulo (Gl 5). Desde que o
Espírito Santo dirija e influencie o crente, o fruto se manifestará
naturalmente nele (Rm 8.5-10). Da mesma maneira acontece ao ímpio, cuja
natureza pecaminosa é quem o governa e a Palavra de Deus é absoluta ao declarar
que: “os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus” (Gl 5.21b).
Estas obras da carne são características dos que vivem em pecado (Rm 7.20).
3.2
- Uma vida com maturidade e equilíbrio. A Palavra de Deus afirma que o crente é
recompensado ao dar toda a liberdade ao Espírito Santo para produzir, em seu
interior, as qualidades de Cristo. O capítulo 1 de 2 Pedro trata da necessidade
de o crente desenvolver as dimensões espirituais da vida cristã. Com este
crescimento, vem a maturidade e a estabilidade fundamentais para uma vida
vitoriosa sobre a natureza velha e pecaminosa do homem (2Pe 1.10b.11).
3.3
- Uma vida com os dons espirituais junto ao o fruto do Espírito. Os dons
espirituais e o fruto do Espírito devem caminhar juntos para que a Igreja seja
plenamente edificada e o nome do Senhor, glorificado (Ef 2.10). Uma árvore é
identificada e conhecida mediante os seus frutos (Lc 6.44). Portanto, só
viremos a aferir a espiritualidade de um crente através de suas obras
realizadas mediante o fruto do Espírito e não apenas por seus dons espirituais
(1Tm 5.25). Os dons estão relacionados ao que fazemos para Deus, enquanto que o
fruto está relacionado ao que Deus, através do Espírito Santo, realiza em nós,
moldando-nos o caráter de acordo com a entrega do nosso inteiro ser a Ele, e de
conformidade com as demandas de sua Palavra (Mt 5.16).
IV
– O FRUTO DO ESPÍRITO E O TESTEMUNHO CRISTÃO
O
fruto do Espírito aparece quando deixamos Jesus Cristo agir em nossas vidas (Gl
2.20; At 17.28). Através do Fruto do Espírito Santo o caráter de Cristo é
novamente formado no homem. O pecado afetou consideravelmente imagem de Deus em
nós levando-nos a produzir as obras da carne. (Ef 2.2,3; Gl 5.19-21).
Entretanto através do novo nascimento, Cristo é novamente formado em nós e
assim somos transformados constantemente de glória em glória, crescendo na
graça e no conhecimento de Jesus Cristo. (2Co 3.17,18).
4.1
- O fruto é o resultado da presença do Espírito Santo na vida do Cristão. A Bíblia
deixa bem claro que todos recebem o Espírito Santo no momento em que acreditam
em Jesus Cristo (Rm 8.9; 1Co 12.13; Ef 1.13-14). Um dos propósitos principais
do Espírito Santo ao entrar na vida de um Cristão é transformar aquela vida. É
a tarefa do Espírito Santo conformar-nos à imagem de Cristo, fazendo-nos mais e
mais como Ele. Os frutos do Espírito Santo estão em direto contraste com as
obras da natureza pecaminosa (Gl 5.19-21).
4.2
- A pessoa é identificada pelo seu fruto. Em Mateus 7.15-23, deparamo-nos com
declarações notáveis, proferidas pelo Mestre, acerca da importância do caráter.
Assim como nós, os falsos profetas são reconhecidos pelo tipo de fruto que
produzem (Mt 7.16-19). Jesus acrescentou que algumas pessoas fariam muitas
maravilhas, expulsariam demônios em seu nome, porém, Ele jamais as conheceria
(Mt 7.22,23). Como é possível? A resposta é encontrada em 2 Tessalonicenses
2.9. Este trecho bíblico comprova ser possível Satanás imitar milagres e dons
do Espírito. Contudo, o fruto do Espírito é a marca daqueles que possuem
comunhão com o Senhor (Mt 7.17,18; 1Jo 4.8), e jamais poderá ser imitado.
V
- OS PROPÓSITOS DA FRUTIFICAÇÃO ESPIRITUAL
A
Bíblia fala de diferentes níveis de frutificação: o fruto (Jo 15.2a); mais
fruto (Jo 15.2b); muito fruto (Jo 15.5,8) e o fruto permanente (Jo 15.16).
Todos nós que já possuímos uma aliança com Deus fomos designados para darmos o
fruto do Espírito Santo a fim de que sejamos espirituais e não mais carnais. O
caminho para a frutificação é ser sensível à voz do Espírito Santo em nosso
interior. Vejamos quais os propósitos da frutificação espiritual na vida do
crente salvo:
5.1
- Expressar o caráter de Cristo. Todo fruto revela sua árvore de origem (Gn
1.11), e da mesma maneira, como membros do corpo de Cristo, devemos refletir
naturalmente o seu caráter para que o mundo o veja em nós. Quando as pessoas
tomam conhecimento de nossa confissão cristã, podemos vir a ser a única
“bíblia” que muitas delas “lerão”. O fruto do Espírito mostra que somos pessoas
diferentes em todo o nosso padrão de vida, tais como: modo de viver, agir,
pensar, etc. O fruto do Espírito dá resultado de uma transformação total de
vida (Fp 4.8,9; Mt 12.33; Rm 12.2).
5.2
- Evidenciar o discipulado. Jesus ensinou que devemos dar “muito fruto” a fim
de confirmarmos que somos seus discípulos (Jo 15.8). Ele ressaltou que todo
discípulo bem instruído será como o seu mestre (Lc 6.40; At 4.13; 1Pd 2.21).
Isto significa que não é o bastante aceitar Jesus. Ele deseja que produzamos
muito fruto. Se assim fizermos, demonstraremos que verdadeiramente somos seus
discípulos. A manifestação do fruto abençoa os ímpios que nos cercam e também
os crentes que veem a evidência do fruto espiritual em nós, pois o fruto do
Espírito é o resultado de uma vida abundante em Cristo. Quando permitimos que a
imagem dEle seja refletida em nós, as pessoas glorificam a Deus (Mt 5.16).
CONCLUSÃO
Se entregarmos todo o controle de nossa vida ao Espírito Santo, Ele,
infalivelmente, vai produzir o seu fruto em nós através de uma ação contínua e
abundante. Como cristão, tudo que concerne ao caráter santificado, ou seja, a
nossa semelhança com Cristo, é obra do Santo Espírito “até que Cristo seja
formado em vós” (Gl 4.19).
REFERÊNCIAS
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E et al.
Dicionário Vine. CPAD.
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
ARRINGTON, F. L.; STRONSTAD, R. Comentário Bíblico Pentecostal. CPAD.
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