Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO
14 – VIVENDO COM A MENTE DE CRISTO - (1 Co 2.12-16)
4º
TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Nesta
última lição deste trimestre finalizaremos tratando de algumas verdades
cristãs, a luz da primeira epístola de Paulo aos coríntios; trataremos dos dois
tipos de pessoa: natural e espiritual; destacaremos dois benefícios concedidos
por Deus aos crentes: o Espírito Santo e a mente de Cristo; e, finalizaremos
pontuando os que estas duas bênçãos proporcionam ao cristão na prática.
I
– O HOMEM EM DOIS TEMPOS
1.1
- O homem natural (1 Co 2.14). A expressão “homem natural” no grego “psychikos
anthrõpos” é a terminologia usada pelo apóstolo Paulo para qualificar indivíduo
sem o Espírito Santo, ou seja, um não-cristão. Tal homem em seu estado natural
“não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura” (1
Co 2.14-a), pois ele não foi regenerado, está morto espiritualmente em seus
delitos e pecados (Ef 2.1,5); está entenebrecido no entendimento (Ef 4.18); e,
sob a cegueira de Satanás (2 Co 4.4).. Não tendo ainda ressuscitado espiritualmente
o homem não pode compreender as coisas espirituais “[...] porque elas se
discernem espiritualmente” (1 Co 2.14-a).
1.2
- O homem espiritual (1 Co 2.15). A expressão “homem espiritual” no grego
“pneumatikos anthrõpos, é o homem que, nascido de novo, procura andar segundo a
natureza divina recebida por ocasião do novo nascimento (Jo 3.3,7; 2 Co 5.17;
Gl 6.15; Jo 1.12.13; Ef 2.1,5; Cl 2.13; Tt 3.5; Tg 1.18; 1 Pe 1.23). Ao
contrário do homem natural, quanto as coisas espirituais, o homem espiritual
“[...] discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido” (1 Co 2.15-b). Por
possuírem o Espírito, os crentes entendem estas coisas. Eles são capazes de
fazer julgamentos corretos sobre os assuntos espirituais, tais como a salvação
ou as bênçãos futuras de Deus (APLICAÇÃO PESSOAL, p. 118).
II
– DOIS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS AOS CRENTES
2.1
- Ele nos deu o Espírito Santo (1 Co 2.12). No AT, o Espírito agia entre o povo
de Deus (Ag 2.5; Is 63.11-b), mas com o advento de Cristo e por sua mediação, o
Espirito habita no crente, conforme profetizado nas Escrituras (Jr 31.31-34;
cf. Hb 10.14-17; Ez 36.26-27). Este privilégio é também reafirmado em (1 Co
3.16; 6.19; 2 Co 6.16; e Gl 4.6). A palavra “habitar” no grego “oikeõ” que
significa: “ocupar uma casa”, isto é, no sentido figurado, “habitar”,
“residir”, “permanecer” (PALAVRA-CHAVE, 2009, p. 2316). Paulo diz que o
Espírito Santo é o penhor da nossa salvação (Ef 1.13,14). A palavra “penhor” no
grego é “arrhabõn” que significa “parte em dinheiro ou de propriedade entregue
antecipadamente como garantia pelo restante do pagamento” (ibidem, 2009, p.
2093).
2.2
- Ele nos deu a mente de Cristo (1 Co 2.16). Quando o pecador é exposto a
pregação da Palavra, que ilumina o seu entendimento (Ef 1.18; 6.4; 2 Co 6.4),
e, ele não resiste a voz do Espírito Santo, acontece a regeneração (2 Co 5.17;
Gl 6.15; Jo 1.12.13; Ef 2.1,5; Cl 2.13; Tt 3.5; Tg 1.18; 1 Pe 1.23). Somente
quando nasce de novo, este homem é criado em verdadeira justiça e santidade
requeridas por Deus para que tenha acesso ao Reino (Ef 4.24). Esta mudança
interior também alcança a mente, ou seja, o modo de enxergar as coisas, pois o
entendimento foi iluminado (Ef 1.18), renovado (Rm 12.2), e, transformado (Hb
10.16). Logo, o homem espiritual, por possuir a mente de Cristo, não avalia as
coisas sob o ponto de vista do mundo. O cristão vê as coisas à luz da revelação
de Deus em Cristo (1 Co 2.15).
III
– O QUE RECEBEMOS ATRAVÉS DO ESPÍRITO SANTO
O
Espírito Santo é vital para a vida do pecador, pois Ele é quem convence o homem
do pecado (Jo 16.8); produz o novo nascimento (Jo 3.5; Tt 3.5); ajuda o homem a
vencer as inclinações da carne (Rm 8.1,13); produz nele o caráter de Cristo (Gl
5.22); manifesta os dons espirituais (1 Co 12.8-11); guia em toda a verdade (Jo
16.13; Rm 8.14); e, nos ajuda a orar (Rm 8.26). Paulo destaca também outras
atribuições que o Espírito Santo exerce em relação ao homem espiritual, que
destacaremos abaixo. Vejamos:
3.1
- Ele nos revela as coisas de Deus (1 Co 2.10). Antes de Cristo estávamos
“separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não
tendo esperança, e sem Deus no mundo” (Ef 2.12). No entanto, agora que estamos
em Cristo, o Espírito Santo que nos foi dado, nos revelou as coisas de Deus que
até então nos eram inacessíveis se tornam acessíveis (1 Co 2.9). Paulo diz que
“[...] Deus no-las revelou pelo seu Espírito [...]” (1 Co 2.10). A expressão
“revelou” no grego “apokalyptõ” significa “retirar a tampa, isto é, descobrir”
(PALAVRA-CHAVE, 2009, p. 2082). Na ocasião em que Pedro declarou que Jesus era
o Messias, o Filho do Deus vivo (Mt 16.16), Jesus afirmou que esta compreensão
lhe foi dada por conhecimento sobrenatural: “[...] porque to não revelou a
carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus” (Mt 16.17). Paulo disse que
somente o Espírito Santo “penetra todas as coisas, ainda as profundezas de
Deus” (1 Co 2.10); pois, “ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de
Deus” (1 Co 2.11). Além de Jesus Cristo (Mt 11.27; Jo 1.18), a outra pessoa que
pode nos revelar a verdade a respeito de Deus é o Espírito Santo. Ele possui
conhecimento completo e exato da divindade (1 Co 2.9-11).
3.2
- Ele nos faz conhecer as coisas de Deus (1 Co 2.12). Antes éramos ignorantes
acerca das coisas de Deus (Ef 4.18). Mas agora, Paulo também diz que nós
recebemos “o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer [...]”
(1 Co 2.12-a). O verbo “conhecer” significa “adquirir informações sobre algo”
(ibidem, 2001, p. 802). O apóstolo diz que o Espírito nos faz “[...] conhecer o
que nos é dado gratuitamente [...]” (1 Co 2.12-b). Tudo o que recebemos da
parte de Deus tem como fonte a sua graça: a salvação (Ef 2.8) que abarca os
seguintes processos: a justificação (Rm 3.24; 5.1); a regeneração (1 Pe 1.3,23;
Tt 3.5); a santificação (1 Co 1.30; Hb 10.10); adoção (Rm 8.15; Ef 1.5);
glorificação (1 Co 15.51-54; 1 Jo 3.2); os dons do Espírito (1 Co 12.1-10); os
aspectos do fruto (Gl 5.22); os mistérios do Reino (Mt 13.11); e, eventos
futuros (1 Ts 4.13-18; Ap 1.1,19).
3.3
- Ele nos ensina as coisas de Deus (1 Co 2.13). Paulo disse também que além de
revelar, e fazer conhecer, o Espírito Santo ensina as coisas de Deus para seus
filhos “As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com
as que o Espírito Santo ensina” (1 Co 2.13-a). O próprio Jesus, quando falou do
Consolador, afirmou aos seus discípulos que “[…] esse vos ensinará todas as
coisas” […]” (Jo 14.26). O texto de Lucas 12.12 também é bastante elucidativo
quanto a esta ação do Espírito. O evangelho e as verdades nele contidas foram
ensinadas pelo Espírito Santo aos apóstolos que escolhera (At 15.28,29; 1 Co
11.23; Ef 3.5). Quem usufrui da presença do Espírito Santo é ensinado por Ele,
como disse o apóstolo João: “[...] a sua unção vos ensina todas as coisas, e é
verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis” (1
Jo 2.27). Esta é “uma declaração enfática de que o conhecimento da verdade
divina não pode ser atribuído ao intelecto e capacidade mental, em primeiro
lugar. Paulo busca sua origem na posse do Espírito de Deus, o Professor
perfeito e o Juiz perfeito da doutrina” (MOODY, sd, p. 16).
3.4
- Ele nos faz discernir as coisas de Deus (1 Co 2.14-16). Paulo disse que “o
homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus” (1 Co 2.14-a). No
entanto, o homem espiritual “discerne bem tudo” (1 Co 2.15). Essa palavra, no
original grego, significa: “escrutinar”, “coar”, a fim de obter compreensão. O
homem natural, pois, não pode compreender as realidades espirituais, porque
elas não estão ao alcance do intelecto humano. E apesar dessas realidades
estarem sujeitas à compreensão do homem, ainda assim somente a instrução dada
pelo Espírito de Deus, mediante a regeneração, que fica subentendida, e
mediante Sua presença iluminadora, é capaz de proporcionar tal entendimento
(CHAMPLIN, 1995, p. 37 – acréscimo nosso).
IV
– O QUE SIGNIFICA TER A MENTE DE CRISTO
A
palavra “mente” usada por Paulo em 1 Coríntios 2.16 no grego é “noos” é um
substantivo que significa a mente como: sede das emoções e sentimentos, do modo
de pensar e sentir, inclinação moral, equivalente ao coração (Rm 12.2; 1 Co
1.10; Ef 4.17,23); entendimento, intelecto (Lc 24.45; 1 Co 14.14,15,19; Fp 4.7;
Ap 13.18) (PALAVRA-CHAVE, 2009, p. 2082). Esta “mente de Cristo” nos é compartilhada
por ocasião do novo nascimento onde nos tornamos participantes da natureza
divina (Jo 1.12,12; 2 Pe 1.4; 1 Jo 3.9). Para Paulo, as pessoas espirituais
discernem todas as coisas que lhes acontecem no sentido de esquadrinhar,
examinar e investigar o valor e as implicações espirituais. Os cristãos devem
examinar como a fé se aplica as mais diversas situações da vida. Ao analisarmos
tais demandas à luz das Escrituras, podemos discernir quais são os problemas e
como podemos responder com uma atitude própria de Cristo ou sob a perspectiva
de Cristo. A renovação da mente de que fala Paulo em Romanos 12.2 no grego é
“anakainosis”, isto é, o ajuste da visão moral e espiritual e o pensamento
segundo a mente de Deus (VINE, 2002, p. 940).
CONCLUSÃO
Antes
de Cristo éramos homens naturais, mas, agora somos homens espirituais que tem o
Espírito Santo e a mente de Cristo. Por meio do Espírito conhecemos, aprendemos
e discernimos as coisas de Deus e com a mente de Cristo, enxergamos as coisas
pela ótica divina.
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
BÍBLIA
DE APLICAÇÃO PESSOAL. CPAD.
BÍBLIA
DE ESTUDO PALAVRA-CHAVE. CPAD.
CHAMPLIN,
R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS.
GILBERTO,
Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
HARISSON,
Everet F. Comentário Bíblico Moody. IBR.
HOUAISS,
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HOWARD,
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STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
VINE, W.E, et
al. Dicionário Vine.
CPAD.