Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO
12 – PERSEVERANDO NA FÉ - (2 Tm 4.6-8)
4º
TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Introduziremos
a presente lição trazendo uma definição da palavra perseverança; destacaremos
porque esta virtude é necessária para o aquele que foi salvo por Cristo Jesus;
veremos que tanto o AT como o NT nos mostra que é possível o crente perder a
salvação de forma temporária ou definitiva; falaremos mais detalhadamente sobre
a possibilidade da apostasia; e, concluiremos falando sobre em que o cristão
deve perseverar.
I
– DEFINIÇÃO DA PALAVRA PERSEVERANÇA
O
verbo “perseverar” significa: “ser constante, permanecer, conservar-se”
(HOUAISS, 2001, p. 2196). No grego, “hupomoné”, “perseverança”, “resistência”,
“constância”. Esse vocábulo grego denota a resistência paciente, sob
circunstâncias adversas, com base na ideia de alguém que leva aos ombros uma
carga pesada, mas da qual não desiste (CHAMPLIN, 2004, p. 246). No que tange a
salvação a perseverança é uma atitude que Deus requer do homem a fim de que não
venha perder a salvação que lhe foi concedida por meio de Cristo Jesus (1 Co
15.2; 1 Pe 1.5; Ap 2.25; 3.11).
II
– A NECESSIDADE DA PERSEVERANÇA PARA O SALVO
2.1
- A fragilidade humana. Sabendo da fragilidade humana, Jesus exortou os
apóstolos a perseverarem até o fim (Mt 10.22; 24.13). É necessário entender que
embora tenhamos sido perdoados e libertos dos nossos pecados (1 Jo 2.12; Rm
6.22), ainda não estamos livres da presença do pecado na nossa natureza humana
(Rm 6.19; 7.18-a). Isto somente se dará quando nosso corpo for glorificado, por
ocasião do arrebatamento da Igreja (1 Co 15.51-54). Até este acontecimento,
precisamos ser perseverantes, a fim de não sermos vencidos pelo pecado (Rm
6.11,12; 1 Co 15.34).
2.2 - A astúcia do Diabo. Além da fragilidade humana, o
crente precisa perseverar porque o tentador procura nos derrubar (1 Pe 5.8).
Toda tentação é proveniente da própria natureza humana (1 Co 10.13; Tg
1.13-15), todavia, o principal agente da tentação é Satanás (Mt 4.3; Lc 4.2; 1
Ts 3.5; Tg 4.7). Precisamos estar vigilantes e fortalecermo-nos no Senhor a fim
de vencer as batalhas espirituais, que somos submetidos (Ef 6.10-18).
2.3
- A vinda do Senhor será repentina. A necessidade da perseverança se dá também
pelo fato a volta de Jesus de ser um evento repentino. Diversas vezes, Jesus
exortou os seus discípulos sobre isso (Mt 24.36,42,44; 25.13; Mc 13.33; Lc
12.46). Infelizmente, não são poucos aqueles que têm a promessa do Senhor como
tardia, ao ponto de desacreditarem dela (2 Pe 3.4). Todavia, Jesus nos
assegurou que viria sem demora (Ap 3.11; 22.12,20). Devemos perseverar para não
sermos pegos de surpresa e sermos achados dormindo naquele dia (Mc 13.36; Lc
21.34).
III
– O SALVO PODE PERDER A SALVAÇÃO
Embora
entendamos que cair numa fragilidade seguida de contrição e arrependimento
sincero não implica em perda de salvação (Pv 28.13); como observemos o caso de
Davi (2 Sm 11.4; 12.13; Sl 51.1-19); e, Pedro (Mc 14.66-72). A Bíblia também
está repleta de exemplos de pessoas que caíram e permaneceram prostradas,
recusando se arrependerem, tais como rei Jeroboão (1 Re 14.1-9), e, o rei Saul
(1 Sm 28.7,8; 31.4). Estes e outros casos mostram que é possível o crente
perder a salvação que lhe foi concedida (Êx 32.31-33; Jo 15.2; Rm 11.22,23; 1Co
15.2; Hb 3.6,7,15; Ap 3.5) se este der as costas temporariamente (desvio - Lc 15.11-24)
ou definitivamente (apostasia – Hb 6.4-8) ao Senhor que o resgatou (2 Pe
2.1-3,15,20-22). Nossa Declaração de fé (2017, p. 114) nos diz: “Mediante o mau
uso do livre arbítrio, o crente pode apostatar da fé, perdendo, então a sua
salvação”.
3.1
- O Antigo Testamento. No AT há diversos casos que nos evidenciam a
possibilidade de alguém salvo perder a sua salvação. Vejamos:
(a)
os descendentes de Sete, o terceiro filho de Adão, misturaram-se com as filhas
da terra desviando-se assim do Senhor (Gn 6.1,2), e, pereceram no dilúvio (Gn
6.7);
(b)
a mulher de Ló que estava entre aqueles que seriam poupados do julgamento que
seria derramado sobre as cidades de Sodoma e Gomorra, perdeu a salvação quando,
saindo da cidade não perseverou em seguir a voz divina, olhando para trás (Gn
19.17,26);
(c)
os hebreus que saíram do Egito rumo a terra prometida, por causa da sua
incredulidade (Hb 3.19); rebeldia (Dt 1.26); falta de perseverança (Nm 32.11);
e, idolatria (Êx 32.7,8), não herdaram a promessa (1 Co 10.5). A velha geração,
que saiu do Egito, de vinte anos acima não entrou na terra (Nm 32.11), exceto
Calebe e Josué que perseveraram em seguir ao Senhor (Nm 32.12). Mesmo entrando
na terra de Canaã, o povo de Israel em sua grande maioria se desviou do caminho
do Senhor, não dando ouvidos aos apelos dos profetas para que se arrependessem
(Jz 2.17; 1 Re 19.10; Jr 1.16; 2.19; 2.32; 3.8; 11.10; Ez 44.10; Dn 9.11; Os
1.2; 11.7; Ml 2.8; 3.7).
Portanto, o justo pode se desviar da justiça e ser
condenado por isso (Ez 3.20; 18.26; 33.13).
3.2
- O Novo Testamento. O Novo Testamento de igual forma mostra que é possível o
cristão perder a salvação. Jesus disse que quem negá-lo diante dos homens:
“será negado diante dos anjos de Deus” (Lc 12.8). Expressões como: “desviar-se”
(Tg 5.19); “cair” (1 Co 10.12; 1 Tm 3.6); “naufragar na fé” (1 Tm 1.19);
“apostatar” (1 Tm 4.1); e, “recair” (Hb 6.6), também evidenciam isso.
Personagens bíblicos também atestam esta possibilidade, estre os quais estão:
(a)
Judas (At 1.25);
(b)
Ananias e Safira (At 5.1-11);
(c)
Himeneu (1 Tm 1.20-a);
(d)
Fileto (1 Tm 6.21; 2 Tm 2.17);
(e)
Alexandre (2 Tm 4.14); e,
(f)
Demas (2 Tm 4.10).
Portanto,
um cristão salvo pode sim, desviar-se, cair em pecado e perecer, caso não se
arrependa ante a insistência do Espírito Santo (Dt 30.19; 1 Cr 28.9; 2 Cr 15.2;
Ez 18.24,26; 33.18; Jo 15.6; Rm 11.21,22; 1 Ts 5.15; 1 Co 10.12; 1 Tm 4.1;
5.15; 12.25; Hb 3.12-14; 5.9; 2 Pe 3.17; 2.20-22). Essa verdade fica ainda mais
evidente quando consideramos o “se” condicional quanto à salvação (Hb 2.3;
3.6,14; Cl 1.22,23), bem como a condição: “ao que vencer”, que aparece sete
vezes em Apocalipse 2 e 3.
IV
– A POSSIBILIDADE DA APOSTASIA
O
termo apostasia vem do grego “apostásis” e significa “o abandono premeditado e
consciente da fé cristã”. O termo grego “aphistemi” é definido por: “apartar,
decair, desertar, retirar, rebelião, abandonar, afastar-se daquilo que antes se
estava ligado” (STAMPS, 1995, p. 1903). Podemos elencar alguns passos que levam
uma pessoa à apostasia:
(a)
quando o crente, por sua falta de fé, deixa de levar plenamente a sério as
verdades, exortações, advertências, promessas e ensinos da Bíblia (Mc 1.15; Lc
8.13; Jo 5.44,47; 8.46);
(b)
quando as realidades do mundo chegam a ser maiores do que as do reino
celestial, e o crente deixa paulatinamente de aproximar-se do Senhor (4.16;
7.19,25; 11.6);
(c)
por causa da aparência enganosa do pecado, a pessoa se torna cada vez mais
tolerante do pecado na sua própria vida (1 Co 6.9,10; Ef 5.5; Hb 3.13);
(d)
quando o crente já não ama a retidão nem odeia a iniquidade; e,
(e)
por causa da dureza do seu coração e da sua rejeição dos caminhos do Senhor,
não faz caso da repetida voz e repreensão do Espírito Santo, chegando ao ponto
de blasfemar dele (Mt 12.24; Ef 4.30; 1 Ts 5.19-22; Hb 3.7-11).
Abaixo
elencaremos três distorções sobre este assunto:
4.1
- O crente não tem como se desviar, porque Deus o sustenta. De fato, Deus
sustenta aqueles que confiam nele (Sl 91.14; Jo 10.29; 1 Co 1.8; Cl 3.3; Jd
1.24). Mas, é necessário entender que o crente está seguro quanto à sua
salvação enquanto permanecer em Cristo (Jo 15.1-6). Há os dois lados da
questão: o divino e humano. Na lista de coisas que Paulo disse que não podem
nos separar do amor de Deus, ele não incluiu a vontade humana e o pecado da
apostasia (Rm 8.35- 39), pois sabia que estas podem sim apartar o crente de
Deus (Rm 8.8; 1 Tm 4.1). Portanto, não há segurança espiritual para ninguém,
estando em pecado (Rm 8.13; Hb 3.6; 5.9). Somos mantidos em Cristo pelo seu
poder, mediante a nossa fé nEle (1 Pe 1.5; Jd v.20; 2 Co 1.24-b). A salvação é
eterna para os que obedecem ao Senhor (Hb 5.9; 1 Co 15.1,2).
4.2 - Se o crente
se desviar é porque ele não era crente verdadeiro. Alguns afirmarm que se uma
pessoa se desviar é porque não teve um encontro real com Cristo. Não é isto que
o escritor aos hebreus ensinou, quando exortou os cristãos hebreus quanto ao
perigo da apostasia. Ele alertou crentes verdadeiros a terem cuidado sobre esta
horrível possibilidade: “Porque é impossível que os que já uma vez foram
iluminados, e provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito
Santo, e provaram a boa palavra de Deus, e as virtudes do século futuro, e
recaíram, sejam outra vez renovados para o arrependimento [...]” (Hb 6.4-6).
Segue-se ainda as exortações dos apóstolos (1 Co 10.1-11,12; 1 Co 15.1,2; Gl
5.1-4; Tg 5.19,20; 2 Pe 2.20-22; 1 Jo 2.19,28; Jd 1.5,6,21-23).
4.3
- Se for criado na doutrina ele não se desvia definitivamente. O fato de os
pais criarem o filho na doutrina do Senhor, conforme ordena as Escrituras (Pv
22.6; Ef 6.4), não significa dizer que este filho não poderá se desviar e até
se perder. Acerca de Provérbios 22.6, Beacon (p. 399) diz: “Estas palavras são
tremendamente reconfortantes para pais fiéis e dedicados. No entanto, não devem
ser interpretadas como garantia absoluta. Igualmente necessário para a sua
salvação é o exercício da livre escolha por parte deles para que recebam a
sempre disponível graça de Deus”. Lembremos de Caim (Gn 4.4-8); e, dos filhos
do piedoso Samuel (1 Sm 8.1-3).
V
– EM QUE DEVEMOS PERSEVERAR
- No
amor de Deus (Jo 15.9);
- Em
fazer o bem (Rm 2.7);
- Na
benignidade divina (Rm 11.22);
- Em
oração (Rm 12.12; Cl 4.2);
- Em
vigilância (Ef 6.18);
- Na
fé (Cl 1.23);
- Na
doutrina (1 Tm 4.16; 2 Jo 1.9).
CONCLUSÃO
A
Bíblia está repleta de exortações quanto a necessidade daqueles que foram
salvos de perseverarem no caminho do Senhor, a fim de que não caiam da graça e
percam a salvação que lhes foi concedida. Portanto, a ideia de “uma vez salvo,
salvo para sempre” é falaciosa e consequentemente conduz a pessoa a frouxidão
moral.
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia.HAGNOS.
GEISLER,
Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
GILBERTO,
Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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