Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO
13 – GLORIFICADOS EM CRISTO - (1 Co 15.13-23)
4º TRIMESTRE DE 2017
INTRODUÇÃO
Nesta
lição veremos a definição da palavra glorificação; pontuaremos as bases
bíblicas desta doutrina nas Escrituras tanto no AT quanto no NT; traremos uma
explicação teológica para esta etapa da salvação, e por fim, estudaremos alguns
aspectos da glorificação na vida do salvo em Jesus.
I
– DEFINIÇÃO DA PALAVRA GLORIFICAÇÃO
1.1
- Significado etimológico e teológico da palavra glorificação. O dicionário
Houaiss define glorificação como: “elevação à bem-aventurança ou à glória
celestial” (2001, p. 1458). A palavra glorificação vem do substantivo grego
“endoxazo” que vem da raiz “dokeo” que significa: “ato ou efeito de
glorificar”. No plano da salvação, a glorificação é a etapa final a ser
atingida por aquele que recebe a Cristo como Salvador e Senhor de sua alma (Rm
8.17; 1Co 15.51-54). O texto de ouro referente a este assunto encontra-se em
1João 3.2, que diz: “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é
manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar,
seremos semelhantes a ele […]”. O apóstolo Paulo relaciona também a recuperação
plena da imagem de Deus em nós na glorificação, no exato momento em que se der
a ressurreição dos mortos: “E, assim como trouxemos a imagem do terreno, assim
traremos também a imagem do celestial” (1Co 15.29).
II
- A BASE DA GLORIFICAÇÃO NAS ESCRITURAS
2.1
- A doutrina da glorificação no AT. Às vezes fala-se que o AT traz pouca ou
nenhuma evidência da esperança de uma futura ressurreição do corpo. Mas temos
algumas referências que são provas suficiente dessa crença. Muitos judeus da
época de Jesus tinha alguma esperança na ressurreição futura (Jo 11.23-24).
Paulo no tribunal, disse a Félix, que ele tinha uma esperança na ressurreição e
que seus acusadores judeus também tinham (At 24.15). Os salvos do AT aguardavam
a cidade “da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hb 11.10). Jó apresenta a
mesma esperança (Jó 19.25-26). Os salmistas cantaram essa expectativa (Sl
49.15; 73.24-25). Os profetas afirmaram a mesma crença (Is 26.19; Dn 12.2).
Também o escritor aos Hebreus comenta sobre os santos do AT (Hb 11.13-16). Vale
lembrar que tanto os justos quanto os ímpios ressuscitarão, agora, uns para a
vergonha e desprezo eterno e outros para vida eterna (Dn 12.2).
2.2
- A doutrina da Glorificação no NT. A principal passagem veterotestamentária
sobre a glorificação é citada por Paulo: “Também em Cristo todos serão
vivificados. Mas cada um por sua vez: Cristo, as primícias, e então na sua
vinda os que pertencem a Cristo” (1Co 15.22-23). A assertiva de Paulo é que nem
todos os cristãos morrerão, mas que alguns que permanecerem vivos quando Cristo
voltar terão o corpo imediatamente transformados em novo corpo ressurreto, que
nunca poderá envelhecer, enfraquecer ou morrer: “Digo-vos um mistério. Nem
todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e
fechar de olhos, ao soar da última trombeta. Pois a trombeta soará, e os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (1Co 15.51-52)
III
- EXPLICAÇÃO BÍBLICA PARA GLORIFICAÇÃO
Quando
Cristo nos redimiu, ele não redimiu apenas o nosso espírito e alma, mas também
nosso corpo. Portanto, a extensão da obra redentora de Cristo em nosso favor
não estará completa até que nosso corpo seja inteiramente libertado dos efeitos
da Queda e levado ao estado de perfeição para o qual Deus nos criou. Na
verdade, a redenção do nosso corpo acontecerá somente quando Cristo voltar e
nos ressuscitar dentre os mortos. O apóstolo Paulo expressamente afirma que
esperamos: “a redenção de nosso corpo”, e acrescenta “pois nessa esperança
fomos salvos” (Rm 8.23-24).
3.1
- A glorificação será a vitória sobre a morte. O dia quando seremos
glorificados será um dia de grande vitória porque naquele dia o último inimigo,
a morte, será destruída, conforme predizem as Escrituras: “Pois ele reinará até
que tenha posto todos os inimigos debaixo de seus pés. O último inimigo a ser
destruído é a morte” (1Co 15.25-26). Quando o nosso corpo for levantado dentre
os mortos experimentaremos vitória completa sobre a morte, que veio como
resultado da queda de Adão e Eva. Então nossa redenção será completa: “…
Tragada foi a morte na vitória” (1Co 15.54).
3.2
- A glorificação trará a perfeição original. A glorificação é o futuro
recebimento de absoluta e definitiva perfeição (física + mental + espiritual)
por todos os crentes (Rm 8.22-23; 1Co 15:41-44,51-55; 2Co 5.1-4; 4.14-18; Jd
24-25). Disse Paulo: “até que todos cheguemos à unidade da fé e ao conhecimento
do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo”
(Ef 4.13). Na glorificação dos salvos, a expressão “à imagem e conforme a
semelhança de Deus” será plenamente entendida, pois o ser humano, restaurado,
elevar-se-á a um nível superior. Paulo afirma, “Mas a nossa pátria está no céu,
de onde aguardamos o Salvador, o senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso
corpo vil à semelhança do seu corpo glorioso […]” (Fp 3.20,21; 3.11,12).
3.3
- A glorificação é a última etapa da salvação. Temos que entender que a
natureza da salvação não se resume à justificação, mas também inclui
regeneração, santificação, adoção, e, por fim, a glorificação, sendo assim, a
glorificação é o passo final da aplicação da redenção. O apóstolo Paulo disse:
“E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também
justificou; e aos que justificou a estes também glorificou” (Rm 8.30). A
salvação começa com a redenção da alma; prossegue com a redenção do corpo; e
culmina com a glorificação do crente integral. Daí o autor de Hebreus ter
chamado essa gloriosa obra de Deus de: “uma tão grande salvação” (Hb 2.3).
Trata-se de uma promessa da futura transformação de nosso corpo mortal (1Co
15.43, 49; Fp 3.21). O homem, nascido de novo, em Cristo, é “nova criatura”
(2Co 5.17) e se torma participante “da natureza divina” (2Pd 1.4). Tal participação,
no presente, é parcial, pois o homem está sujeito a fraquezas e ao pecado; mas,
na glorificação, será restaurada a “semelhança” da “imagem de Deus” em seu
sentido pleno:“agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que
havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes
a ele; porque assim como é o veremos” (1Jo 3.2).
3.4
- A glorificação será o encontro do material com o imaterial. Em linhas gerais,
as almas e espíritos (imaterial) dos que tiverem morrido em Cristo voltarão e
serão reunidos aos seus corpos (material) naquele dia, pois Cristo os trará
consigo: “Se cremos que Cristo morreu e ressuscitou, também, através de Jesus,
Deus trará com eles os que tiverem dormido” (1Ts 4.14). Jesus afirma: “A hora
vem quando todos os que estiverem no túmulo ouvirão a sua voz e sairão, os que
tiverem feito o bem para a ressurreição da vida, e os que tiverem feito o mal
para a ressurreição do juízo” (Jo 5.28- 29). Assim, todos nós devemos viver na
expectativa ansiosa da volta de Cristo e da transformação de nosso corpo, que
se tornará como o próprio corpo perfeito de Cristo (Fp 3.20; 1Jo 3.20).
3.5
- O corpo glorificado será um corpo físico. Quando a Bíblia fala que o “nosso
corpo será glorificado” isto significa que o corpo será tomado pela glória de
Deus, ou, como diria Paulo, “nos manifestaremos em glória” e que “seremos
glorificados” (Rm 8.17) ou que a “glória será revelada em nós” (Rm 8.18). Paulo
está falando sobre a “transformação do nosso corpo para que seja semelhante ao
corpo da glória de Cristo” (Fp 3.20,21). A expressão “corpo glorificado”
significa que continuaremos com nosso corpo, mas num estado de glória. Agora,
nesta vida, temos um corpo natural, fraco e corruptível; mas depois teremos um
corpo espiritual, poderoso e incorruptível (1Co 15. 42-44). Quando Jesus
ressuscitou ele disse: “sou eu mesmo, apalpai-me e verificai, porque um
espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho” (Lc 24.39). Se hoje
Jesus, em seu estado de ressurreição, tem um corpo de carne e ossos, que pode
ser tocado (Jo 20.19,20,25-27), então significa que nós também quando
ressuscitados teremos também um (1Co 15.49), pois fomos “predestinados para
sermos conformes à imagem do filho de Deus” (Rm 8.29). A principal prova da
glorificação, ou a ressurreição do corpo está em 1 Coríntios 15.12-58. Em 1
Tessalonicenses Paulo explica que as almas dos que tiverem morrido e partido
para estar com Cristo voltarão e serão reunidos aos seus corpos naquele dia,
pois Cristo os trará consigo.
IV
- ASPECTO DA GLORIFICAÇÃO
A
Glorificação é algo futuro, se bem que: “não o vendo agora, mas crendo, vos
alegrais com gozo inefável (indizível) e glorioso (cheio de glória, ou
glorificado)” (1Pd 1.8). Podemos entrar desde já na participação da alegria
dessa glorificação, tal como os israelitas provaram os frutos de Canaã enquanto
ainda se encontravam no deserto.
4.1
- A glorificação já está garantida. Paulo em Romanos descreve o estado do
descrente como “destituído da glória de Deus” (Rm 3.23). Ao ser justificado, o
pecador passa a ter agora, como algo bem certo, a “esperança da glória de Deus”
(Rm 5.2). O vocábulo “esperança” aqui pode ser traduzido “a certa ou firme
expectativa”, pois a glorificação é o destino seguro de todos os justificados.
Quando examinamos Romanos 8.30, podemos ver Paulo aqui ocupando a posição de
quem já está experimentando esta glória. Todos os verbos se encontram no tempo
passado: “predestinou… chamou… justificou… glorificou”. Por que não falou: “a
estes também glorificará”, já que a nossa glorificação é futura? É porque aqui
temos a linguagem da certeza através da fé.
4.2
- A glorificação de Jesus garantiu a nossa. A Bíblia sempre liga a glorificação
de Jesus com a sua ressurreição e ascensão (Jo 7.39; 12.16,23; 13.31,32;
17.1,5; 1Pd 1.21; Hb 2.9; Ef 1.19-22). A nossa glorificação também está ligada
à nossa ressurreição e transformação dos nossos corpos em semelhantes ao de
Cristo (Fp 3.20,21; Rm 8.21-25; 2Co 5.4,5; 1Co 15.42-44; 51-54). Na vinda de
Cristo, seremos “manifestados com Ele em glória” (Cl 3.4), isto é, conformados
completamente “à imagem do seu Filho” (Rm 8.29; 1Co 15.40). Esta transformação
à imagem de Cristo, que lentamente se realiza agora (2Co 3.18) será completada
naquela hora (1Co 15.41-43, 52-54).
CONCLUSÃO
Seremos
salvos eternamente da presença do pecado em nossos corpos e “os justos
resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai” (Mt 13.43). Sabemos que, quando
Ele se manifestar, seremos semelhantes a Ele; porque assim como é o veremos
(1Jo 3.2). Assim como José que foi vendido escravo para o Egito mas depois foi
exaltado à posição de segundo soberano, ao revelar-se aos seus irmãos, pediu
que voltassem à terra de Canaã e trouxessem seu pai para ver “toda a glória”
que tinha adquirido no Egito (Gn 45.13).
REFERÊNCIAS
ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
GEISLER,
Norman. Teologia Sistemática. CPAD.
GILBERTO,
Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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