segunda-feira, 14 de setembro de 2015

LIÇÃO 12 – EXORTAÇÕES GERAIS (Tt 2.1-8) - 3º TRIMESTRE DE 2015

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO 12 – EXORTAÇÕES GERAIS (Tt 2.1-8)
3º TRIMESTRE DE 2015
 
INTRODUÇÃO
Na lição desta semana, estudaremos as “Exortações Gerais” do apóstolo Paulo a Tito. Quando Paulo escreveu o capítulo de número cinco da primeira carta a Timóteo, ele dissertou acerca do tratamento sentimental e harmonioso que deveria existir entre a família de Deus, isto é, o relacionamento interpessoal entre as diversas faixas etárias da igreja local. Já no capítulo de número dois da carta de Tito, o apóstolo da ênfase nas recomendações, a estas mesmas faixa etárias, nesta feita, sobre a conduta ética esperada por elas. Na visão paulina, exortar estes grupos da igreja local, a se portarem em conformidade com o Evangelho de Jesus Cristo, era um dos indicadores que deveriam ser observados para o êxito da organização da igreja.
 
I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA EXORTAÇÃO
Segundo o dicionário Aurélio, “exortação” é o ato de exortar, animar, estimular, incitar, encorajar” (FERREIRA, 2004, p. 855 – acréscimo nosso). Teologicamente, conforme Andrade, “exortação”, do latim, “exhortationem”, não significa necessariamente repreensão ou reprimida. Antes de mais nada, é o fortalecimento espiritual dos santos através da ministração da Palavra de Deus (2006, p. 180).

1.1 - A exortação é um dom de Deus (Rm 12.8). “Esta dádiva é a capacidade sobrenatural concedida pelo Espírito Santo, que capacita o líder cristão a chamar efetivamente outros a obedecer à verdade de Deus e a segui-la. Pode ser empregado de maneira negativa para admoestar e corrigir quando relativo ao pecado (2Tm 4.2), ou de maneira positiva para encorajar, consolar e fortalecer os cristãos que estão enfrentando lutas (At 14.22; 15.30-32; 2Co 1.3-5; Hb 10.24,25)” (MACARTHUR, 2010, p. 1514 – acréscimo nosso). Somos instruídos pela Palavra a exercer este dom, uns aos outros (1Ts 5.11; Hb 3.13). O apóstolo Paulo chega a dizer, por inspiração divina, que o dom de profecia tem como um dos objetivos, a exortação (1Co 14.3). Vejamos na tabela abaixo, alguns homens de Deus que exerceram este dom:
 
 
II – A PERSPECTIVA PAULINA QUANTO A CONDUTA CRISTÃ DOS CRETENSES
Paulo admoestou o seu representante em Creta, de que os membros desta igreja, deveriam ter uma conduta cristã, respaldada no Evangelho de Jesus Cristo. Ao requerer de cada um dos grupos que observe um alto padrão de conduta, o apóstolo está preocupado tanto com a boa reputação da igreja quanto com o avanço do evangelho num ambiente de moralidade duvidosa. “A família cristã era algo novo no mundo pagão. E era inevitável que certos maus costumes, maus hábitos e maus princípios viessem a desenvolver-se, na vida do grupo comunitário” (NOYES apud CHAMPLIN, 2002, p. 426 – acréscimo nosso). Em Tito 2.1-8 “o apóstolo comentou sobre vida prática que era essencial para o crescimento da igreja local. Ele não tentava mudar o sistema; em lugar de fazer isto, ele procurava transformar o comportamento das pessoas dentro dos sistemas. Por meio de Tito, Paulo estava plantando sementes de transformação significativa em cada aspecto da vida em Creta. Mas tudo dependia da verdade da mensagem do Evangelho (RIBAS, 2010, p. 556).

2.1 - “Quanto aos homens idosos...” (Tt 2.2 – ARA). Homens com mais de 60 anos de idade” (MACARTHUR, 2010, p. 1684 – acréscimo nosso); que “por serem membros maduros da comunidade e exemplos para os homens mais jovens, Paulo recomenda que estes devem ter os seguintes requisitos: (1) Sobriedade: No grego temos 'nephalios', isto é, 'moderado' em tudo... Sua forma verbal é 'nepho', 'ser sóbrio', 'ser auto controlado', 'ser bem equilibrado' (1Tm 3.2,11); (2) Gravidade: No grego é 'sermnos', isto é, 'respeitoso', 'nobre', 'digno'; (3) Prudência: No grego é 'sophron', que quer dizer 'prudente', 'refletido', auto controlado. Em sua forma nominal temos a famosa virtude grega da 'moderação', que deveria controlar todas as ações, impedindo os vícios de excesso e de deficiência” (CHAMPLIN, 2002, p. 426 – acréscimo nosso).

2.1.1 - A tríplice saúde dos homens idosos. No grego a expressão “saúde” é 'ugiaino' que significa 'saudável'; os homens mais experientes devem demonstrar saúde em três campos: (a) Na fé - 'fé objetiva'; aquilo em que se crê, 'credo', a saber, a 'teologia paulina ortodoxa', mais exatamente. Os homens mais idosos devem ser ortodoxos naquilo em que creem, porque isso e saudável, em contraste com a doutrina doentia dos hereges gnósticos; 'fé subjetiva', isto é, o próprio ato de crer, de confiar, de entregar a alma aos cuidados de Cristo (Hb 11.1); 'fé como uma virtude', o que é apenas a fé subjetiva na ação diária (Rm 1.17; Gl 5.22); (b) No amor - o amor é a mais elevada de todas as virtudes e qualidades espirituais do cristianismo, sendo fruto do Espirito (Gl 5.22); (c) Na paciência – Paciência aqui tem ideia de 'resistência', de 'constância', especialmente para indicar essa atitude de alguém que sofre a pressão das perseguições (Rm 5.3,4; 8.25; 15.4,5; 2Co 6.4; 12.12; Cl 1.11; 1Ts 1.3; 2Ts 1.4) (CHAMPLIN, 2002, p. 426).

2.2 - “Quanto as mulheres idosas...” (Tt 2.3 – ARA). Paulo admoesta que estas mulheres devem ter o seu estilo de vida apropriado, digno, merecedor de honra, próprio das mulheres cristãs. Elas precisam ser: (1) Sérias no seu viver: No grego é 'katastema', que aponta para 'conduta', 'comportamento', 'maneiras'. Portanto, as mulheres mais idosas deveriam ser 'reverentes em sua conduta', não se deixando levar ao redor pelo mundanismo; (2) Não caluniadoras: O original grego usa o vocábulo 'diabolos', um dos títulos dados ao próprio Satanás (1Tm 3.6); temos aqui o típico 'pecado feminino', em que tantas mulheres (mas também tantos homens) se deleitam em provocar a queda de outrem, para se sentirem superiores; (3) Não dadas ao vinho: O alcoolismo era um problema sério na sociedade pagã, e a igreja cristã não estava isenta deste problema, por isso a recomendação; (4) Mestras do bem: Em outras palavras, as mulheres idosas devem ser mestras de 'coisas boas', da 'sã doutrina', da 'correta conduta cristã', em tudo quanto nisso está implícito. E isso tanto na igreja (1Tm 2.11), como no lar, e também nos lares das mulheres mais jovens e de seus filhos (CHAMPLIN, 2002, p. 427).

2.3 - “… as mulheres novas...” (Tt 2.4). O apóstolo descreve o comportamento específico para este grupo de irmãs, além das mesmas demonstrarem prudência como os citados acima, de serem moderadas, submissas e leais aos seus maridos elas devem ser: (1) Amante da família: “... ensinem as mulheres novas... a amarem seus maridos, a amarem seus filhos” (Tt 2.4). “O desejo e o propósito de Deus para a esposa e mãe, é que a sua atenção se focalizem na família. O lar, o marido e os filhos precisam ser o centro dos interesses da mãe cristã; essa é a maneira que Deus lhe determinou para honrar a sua Palavra (Dt 6.7; Pv 31.27; 1Tm 5.14). As tarefas específicas que Deus deu à mulher, no que diz respeito à família, incluem:
 
(a) Cuidar do filhos que Deus lhe confiou (1Tm 5.14);
(b) ser auxiliar e fiel companheira do seu marido (Gn 2.18);
(c) ajudar o pai a formar nos filhos um caráter santo, e adestrá-los nas coisas práticas da vida (Dt 6.7; Pv 1.8,9; Cl 3.20);
(d) ser hospitaleira (Is 58.5-8; Lc 14.12-14; 1Tm 5.10);
(e) usar sua capacidade prática para atender às necessidades do lar (Pv 31.13,15,16,18,19,22,24); e
(f) cuidar dos pais idosos no seu lar (1Tm 5.8; Tg 1.27) (STAMPS, 1995, p. 1889).

2.4 - “Quanto aos moços...” (Tt 2.6 – ARA). O apóstolo passa recomendações aos rapazes acima de 12 anos de idade (MACARTHUR, 2010, p. 1680); que estes “... em todas as coisas, sejam criteriosos” (Tt 2.6 – ARA) a expressão “...em todas as coisas...”, alude 'no tocante a tudo'. “Em tudo eles deveriam ser “criteriosos”; no original o termo 'sophroneo', significa 'ser sério', 'ser sensato', 'ser auto controlado'. Crisóstomo aplica esse mandamento a necessidade de vencermos as tendências para os prazeres estranhos. Diz ele: “Nesse período de idade, nada é tão difícil como dominar os prazeres Indevidos”. Os jovens crentes devem controlar-se, devem refrear-se, para que possam dar um testemunho forte e coerente em favor de Cristo, não permitindo que qualquer excesso próprio da juventude leve-os a perder o controle sobre as próprias ações” (apud, CHAMPLIN, 2002, p. 428 – acréscimo nosso).

2.5 - “Exorta os servos...” (Tt 2.9). O comportamento esperado dos escravos que eram cristãos nos dias do apóstolo, são os mesmos esperados, nos dias de hoje, pelos funcionários com relação aos seus empregadores. Estes devem tratar os seus patrões com respeito e em tudo agradarem. Dizer que estes não deveriam contradizer significa que eles não deveriam ser teimosos, incontroláveis, ou resistentes à autoridade. Que não deveriam defraudar refere-se a qualquer tipo de roubo, mesmo aquele que possa ser classificado como um “pequeno roubo”. Eles poderiam ser tentados a se apropriar de “pequenos” itens necessários, mas como cristãos devem resistir a esta tentação, para mostrar toda a boa lealdade (RIBAS, 2010, p. 559 acréscimo nosso).

CONCLUSÃO
Como vimos nesta preciosa lição, as exortações que Paulo faz a Tito, para que este repasse à igreja local, é de valor imensurável. Cada um de nós somos responsáveis em demonstrar, por meio do nosso procedimento, a eficácia do Evangelho de Cristo. Aproveitemos esta lição para fazermos uma análise introspectiva e, avançarmos no nosso crescimento espiritual.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Corrêa de Andrade. Dicionário Teológico. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado – Filipenses a Hebreus. HAGNOS.
MACARTHUR, John. Lucas: Jesus – o Salvador do Mundo. CULTURA CRISTÃ.
RIBAS, Degmar. Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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