segunda-feira, 21 de setembro de 2015

LIÇÃO 13 - A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DA SALVAÇÃO (Tt 2.11-14; 3.4-6) - 3º TRIMESTRE DE 2015

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO 13 – A MANIFESTAÇÃO DA GRAÇA DA SALVAÇÃO (Tt 2.11-14; 3.4-6)
 - 3º TRIMESTRE DE 2015
 
INTRODUÇÃO
Escrevendo para o cooperador Tito em Tt 2.11-14, o apóstolo Paulo fala sobre a graça de Deus manifesta através de Cristo para salvar o homem pecador. Nesta lição traremos a definição desta palavra tanto no AT quanto no NT; destacaremos qual a perspectiva paulina sobre este favor de Deus; trataremos da questão bíblico teológica da graça de Deus e da responsabilidade humana; e, por fim, pontuaremos quais os principais benefícios da graça.
 
I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA GRAÇA
“O conceito de graça é multiforme e sujeito a desdobramentos nas Escrituras. No AT, 'hen', significa: 'favor' É o favor imerecido de um superior a um subalterno. No caso de Deus e do homem, 'hen' é demonstrado por meio de bençãos temporais, embora também o seja por meio de bênçãos espirituais e livramentos, tanto no sentido físico quanto no espiritual (Jr 31,2; Êx 33.19). No NT, é charis, que indica 'graciosidade', 'atrativo', 'favor'. Foi com a vinda de Cristo que a graça assumiu seu significado pleno. O seu auto sacrifício é a graça propriamente dita (2 Co 8,9). Esta graça é absolutamente gratuita (Rm 6.14; 5.15-18; Ef 1.7; 2.8,9). Quando recebida pelo crente, ela governa sua vida espiritual compondo favor sobre favor. Ela capacita, fortalece e controla todas as fases da vida (2 Co 8.6,7; Cl 4.6; 2 Ts 2.16; 2 Tm 2,1)” (WYCLIFFE, 2007, p. 876 – acréscimo nosso).

II – A PERSPECTIVA PAULINA SOBRE A GRAÇA
“O apóstolo Paulo foi o principal instrumento humano para transmitir o pleno significado da graça em Cristo. Por isso foi intitulado por alguns estudiosos da Bíblia como 'o apóstolo da graça'. A graça em sua mais completa definição é o favor imerecido de Deus ao nos dar seu Filho, que oferece a salvação a todos, e dá aqueles que o recebem como Salvador pessoal, uma graça acrescentada para esta vida e uma esperança para o futuro” (WYCLIFFE, 2007, p. 876 – acréscimo nosso). À luz de Tito 2.11-13 destacaremos algumas verdades bíblicas sobre a graça:

2.1 - A fonte da graça (Tt 2.11-a). No referido texto, Paulo nos diz que a graça procede de Deus: “Porque a graça de Deus[...]” (Tt 2.11-a). “No original grego é usado o genitivo possessivo, porque o favor lhe pertence; mas também 'vem' dEle, como sua fonte originária. Tal como por toda a parte da Bíblia, aprendemos que Deus é o grande benfeitor dos homens (I Co 15.10; I Pe 5.10)” (CHAMPLIN, 2006, p. 432 – acréscimo nosso).

2.2 - O canal da graça (Tt 2.11-b). Segundo a Bíblia Deus manifestou a sua graça em toda a sua plenitude na Pessoa de Seu Filho, Jesus Cristo (II Co 8.9; 13.13; Gl 1.6; 6.18; Ef 2.7; Fp 4.23; Ap 22.21). O mediador da dispensação da Lei foi Moisés, mas o mediador da dispensação da graça foi Cristo Jesus (Jo 1.17). “A expressão 'manifestar' no original se relaciona ao substantivo 'epifania', ou seja, 'aparecimento' ou 'manifestação' (por exemplo, do sol ao amanhecer). A graça de Deus surgiu repentinamente sobre os que estavam nas trevas e na sombra da morte (Ml 4.2; Lc 1.79; At 27.20; Tt 3.4). Ela despontou quando Jesus nasceu, quando de seus lábios emanaram palavras de vida e beleza, quando curava os enfermos, limpava os leprosos, expulsava os demônios, ressuscitava os mortos, sofreu pelos pecados dos homens e quando deu sua vida pelas ovelhas para a reassumir na manhã da ressurreição” (HENDRIKSEN, 2001, p. 453).

2.3 - O propósito da graça (Tt 2.11-c). Paulo nos diz que a graça de Deus se manifestou através de Cristo com um propósito sublime “[...]trazendo salvação[...]”. “É usado aqui o adjetivo 'soterios', que indica uma graça que proporciona a salvação, e não meramente algum favor divino secundário, conforme há tantas manifestações dessa ordem (Sl 104.10-30; 145.16; Mt 5.45; At 14.16-17; Rm 9.22). A salvação mencionada nesse texto, consiste na transformação moral e espiritual segundo a imagem de Cristo para que sejamos aquilo que Ele é e para que compartilhemos de sua natureza essencial, chegando a ser possuidores daquilo que ele possui (Rm 8.17,29), para que recebamos 'toda a plenitude de Deus' (Ef 3.19), em suas perfeições, atributos comunicáveis e natureza, e para que participemos da própria natureza divina (II Pe 1.4)” (CHAMPLIN, 2006, p. 432).

2.4 - O alcance da graça (Tt 2.11-d). Desde o início, a proposta divina sempre foi estender a bênção da salvação a todos os homens indiscriminadamente (Gn 12.3; Gl 3.8). O sentimento ultranacionalista dos judeus fechou seus olhos a esta realidade de que, Deus os levantou a fim de serem uma nação evangelizadora para todos os povos (Is 42.6; 49.6; Rm 2.17-20). Todavia, a vinda do Messias mostrou claramente que Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34; Rm 2.11; Ef 6.9; I Pe 1.17). Sua graça alcança os judeus e os gentios (Rm 3.29; 9.24,30; Gl 3.14; Ef 3.6).

2.5 - O poder da graça (Tt 2.12). A graça tem poder transformador na vida daquele que a recebe por fé. O apóstolo Paulo diz que ela ensina a renunciar o antigo estilo de vida “[...]à impiedade e às concupiscências mundanas[...]” e a adotar um novo padrão de vida segundo a Palavra de Deus “[...]vivamos neste presente século sóbria, e justa, e piamente[...]”. “A expressão “ensinar “no grego é o verbo “paideuo”, “treinar crianças”, embora também tivesse o sentido geral de “criar”, de “educar”, de “disciplinar” (CHAMPLIN, 2006, p. 432). “O verbo usado no original é do mesmo teor que o substantivo pedagogo que é alguém que conduz as crianças passo a passo. A graça educa ensinando (At 7.22; 22.3), disciplinando (I Tm 1.20; II Tm 2.25), aconselhando, confortando, incentivando, admoestando, guiando, convencendo” (HENDRIKSEN, 2001, pp. 454,455 – acréscimo nosso). As três virtudes que Paulo cita em Tt 2.12-b definem, sucessivamente, o relacionamento do cristão consigo mesmo, com o próximo, e com Deus, como veremos a seguir:
 

2.6 - A esperança da graça (Tt 2.13). O Aurélio define esperança como “o ato ou efeito de esperar o que se deseja”, “expectativa”, “fé em conseguir o que se deseja”. Esperança é a certeza de receber as promessas feitas por Deus através de Cristo Jesus (Rm 15.13; Hb 11.1) e uma sólida confiança em Deus (Sl 33.21,22). O termo deriva-se do grego “elpis” e significa “expectativa favorável e confiante” (Rm 8.24,25). Após alcançado pela graça, salvo e transformado, o pecador redimido passa a ter a expectativa da segunda vinda de Cristo para buscar a sua igreja (Fp 3.20; Cl 1.5; II Ts 2.16).

III – A GRAÇA DE DEUS E A PARTICIPAÇÃO HUMANA
 

IV – OS PRINCIPAIS BENEFÍCIOS DA GRAÇA SEGUNDO A TEOLOGIA PAULINA

4.1 - Adoção. No NT, o vocábulo descreve o ato pelo qual Deus recebe, como filho, alguém que, legal e espiritualmente, não goza do direito de tê-lo como Pai. A partir deste momento, passa esse alguém a desfrutar de todos os privilégios que Deus preparou àqueles que aceitam a Cristo como único e suficiente Salvador (Rm 8.15,23; 9.4; Gl 4.5; Ef 1.5).

4.2 - Justificação. Processo judicial que se dá junto ao Tribunal de Deus, através do qual o pecador que aceita a Cristo é declarado justo (At 13.39; Rm 3.24; 5.1; I Co 6.11; Gl 3.24).

4.3 - Regeneração. Milagre que se dá na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e da natureza divina. Através da qual o homem passa a desfrutar de uma nova realidade espiritual (II Co 5.17; Tt 3.5; I Pe 1.23).

4.4 - Santificação. É a forma pela qual o nascido de novo é aperfeiçoado à semelhança do Pai Celeste, por meio do sangue de Cristo, da Palavra e do Espírito Santo (Jo 15.3; 17.17; I Co 6.11; I Jo 1.7; Rm 8.1).

4.5 - Glorificação. No plano da salvação, a glorificação é a etapa final a ser atingida por aquele que recebe a Cristo como Salvador e Senhor de sua alma. A glória de Cristo será partilhada plenamente com seus santos no arrebatamento da igreja. (Fp 3.20,21; I Co 15.51-54).

CONCLUSÃO
Deus fez brilhar sobre os homens o seu favor através de seu bendito Filho, Jesus Cristo. Compete ao homem pela fé aceitar esta graça, reconhecendo que somente por ela, ele, poderá ser redimido da condenação do pecado.

REFERÊNCIAS
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
HENDRIKSEN, William. Comentário do Novo Testamento. CULTURA CRISTÃ.
PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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