quarta-feira, 2 de setembro de 2015

LIÇÃO 10 – O LÍDER DIANTE DA CHEGADA DA MORTE (II Tm 4.6-17) - 3º TRIMESTRE DE 2015

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 10 – O LÍDER DIANTE DA CHEGADA DA MORTE (II Tm 4.6-17)
3º TRIMESTRE DE 2015
 
INTRODUÇÃO
Nos versículos finais da segunda epístola escrita por Paulo a Timóteo, vemos o apóstolo relatando ao jovem obreiro que a sua morte era certa. No entanto, apesar de estar ciente disso, o servo do Senhor se comporta de forma confiante e esperançosa. Nesta lição definiremos a palavra morte; destacaremos qual a postura do apóstolo diante do iminente martírio; pontuaremos quais foram os seus sofrimentos em Roma; e, por fim, que apesar destes o Senhor Jesus esteve sempre ao seu lado.
 
I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA MORTE
“No sentido físico, é o término das atividades vitais do ser humano sobre a terra. É vista, nas Sagradas Escrituras como a consequência primordial do pecado (Rm 6.23)” (ANDRADE, 2006, p. 270). A morte é também a separação da alma e espírito do corpo (Tg 2.26), pela qual o homem é introduzido no mundo invisível. A morte acontece apenas uma vez para cada ser humano (Hb 9.27) e, embora seja certa (Jó 14.1,2), ninguém sabe quando ela chegará (Tg 4.13-15); mas ela é universal para a humanidade (Gn 3.19; Rm 5.12; 1 Co 15,22). Essa experiência descreve-se biblicamente como: “dormir” (Dt 31.16; Jo 11.11); “o desfazer da casa terrestre” (II Co 5.1); “deixar este tabernáculo” (II Pe 1.14); “descer ao silêncio” (Sl 115.17); “expirar” (At 5.10); “tornar-se em pó” (Gn 3.19); e “partir” (Fp 1.23). Abaixo destacaremos algumas cosmovisões equivocadas sobre a morte e as devidas refutações bíblicas:
 
 
II – A POSTURA DE PAULO ANTE A CHEGADA DA MORTE
Paulo em II Tm 4.6-8 apresenta a sua mensagem final ao jovem cooperador Timóteo. O nobre apóstolo estava para ser martirizado por causa de Cristo logo depois de ditar essas palavras. No entanto, apesar de estar prestes a morrer, a postura do apóstolo nos mostra que ele não enxerga tal fato iminente como uma derrota. Suas palavras não são de um cristão frustrado ou deprimido, senão de um cooperador que está concluindo a sua vida física e seu ministério com intensa alegria e fervor. Abaixo destacaremos como o apóstolo reage ante a chegada da morte. Analisemos:
 
2.1 - Ele via seu martírio como um tributo a Deus (II Tm 4.6). A expressão “eu já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício”, “no grego é “spendomai”, vocábulo esse que indica “oferta de libação oferecida a Deus”. A libação era uma oferenda por si mesma, derramada no chão, em reconhecimento a Deus. Ou então era usada como parte do sacrifício, em que o líquido era derramado sobre o próprio holocausto, mas igualmente em honra a divindade a quem o sacrifício estava sendo oferecido (Lv 9.4; II Rs 16.13)” (CHAMPLIN, 2006, p. 401 – acréscimo nosso). O presente versículo nos mostra que o apóstolo encarava a sua morte, pela causa do evangelho, como um tributo a Deus. Pois ele o fazia de forma voluntária por amor ao Senhor e sua causa, como já havia dito em outra ocasião (At 20.24). “Paulo sofreu o martírio em Roma. De acordo com certa tradição, foi decapitado” (CHAMPLIN, 2004, p. 125 – acréscimo nosso).
 
2.2 - Ele estava convicto de que tinha realizado a vontade divina (II Tm 4.7). Ao fazer um retrospecto da sua vida e ministério, Paulo faz a seguinte declaração:
 
2.2.1 - Combati o bom combate (II Tm 4.7-a). “Para o apóstolo Paulo a verdadeira vida cristã é pintada aqui como uma luta, como uma competição atlética, como uma experiência árdua e testadora, embora o seu propósito seja elevado, pois há uma coroa a ser obtida. Mas essa coroa só pode ser conquistada por aqueles que lutarem de conformidade com as regras, e assim se saírem vencedores. Ora, isso exige a aceitação do verdadeiro Cristo, conforme é este exposto no evangelho e na doutrina de Paulo; e, por outro lado, exige a negação e a oposição contra os ensinamentos contrários. Também envolve o cumprimento fiel dos deveres cristãos e do ministério da Palavra, em que o crente observa todas as exigências próprias da vida cristã” (CHAMPLIN, 2006, p. 401 – acréscimo nosso).
 
2.2.2 - Acabei a carreira (II Tm 4.7-b). “No grego, o substantivo é 'dromos', que significa 'pista de corrida', onde é efetuada a competição. A vida cristã é retratada como uma longa carreira, como uma maratona, repleta de obstáculos e dificuldades que esmagam aos homens que não possuem a força conferida por Cristo. Nisso não pode haver vitória a menos que o corredor prossiga até a linha de chegada. Esta carreira exige dedicação e coragem, bem como o poder espiritual do Espirito Santo, pois, de outro modo, será inteiramente impossível concluí-la com êxito. Sabemos, com base de tudo quanto encontramos e sofremos, que correr com sucesso a carreira cristã não é coisa fácil. Cristo exige a total dedicação de nossas almas, a outorga da própria vida as suas mãos” (CHAMPLIN, 2006, p. 402 – acréscimo nosso).
 
2.2.3 - Guardei a fé (II Tm 4.7-c). A palavra guardar no grego é “tereo” denota: (a) “zelar ou velar por, cuidar de, preservar, guardar, vigiar”; (b) “observar, dar atenção a” (VINE, 2002, p. 685). “Portanto a expressão “guardei a fé” significa que Paulo guardou e preservou a mensagem do Evangelho. O apóstolo tinha convocado Timóteo para guardar o depósito que lhe havia confiado (I Tm 6.20). Ele tinha permanecido fiel à mensagem que lhe tinha sido confiada; ela também tinha sido confiada a Timóteo. Paulo nunca tinha vacilado na sua fé e tinha a confiança de que em breve viveria todas as promessas nas quais tinha baseado a sua vida e o seu ministério” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, p. 541). A Bíblia exorta os cristãos a guardarem a fé, afim de de não perderem a salvação (I Tm 1.19; II Tm 1.13).
 
2.3 - Ele estava cheio de esperança (II Tm 4.8). Prestes a ser morto, Paulo nutria a esperança do encontro com o Senhor e da recompensa que receberia d’Ele por ter sido um servo fiel “Desde agora, a coroa da justiça me está guardada”. “Sem dúvida alguma esta convicção iria servir de ânimo para Timóteo suportar as dificuldades como um bom soldado de Jesus Cristo, que há uma coroa da vida para ele, a glória e a alegria que abundantemente compensarão todas as dificuldades e privações do combate presente. Ela é chamada de 'coroa da justiça', porque será a recompensa dos nossos serviços, que o Senhor não esquecerá, porque não é injusto para esquecer (Hb 6.10). Essa coroa da justiça não era somente para Paulo, como se pertencesse somente aos apóstolos, aos ministros e aos mártires, mas para todos os que amarem a sua vinda” (HENRY, p. 2008, p. 720 – acréscimo nosso).
 
III – OS SOFRIMENTOS DE PAULO EM ROMA
3.1 - Males físicos (II Tm 2.9; 4.13). “Em 67 d.C. Paulo foi preso em Trôade e levado de volta a Roma algemado, acabando outra vez no chão frio de uma cela romana. O lugar é um buraco escuro e sinistro, impróprio para ser habitado por qualquer pessoa. Ela não só é pouco atraente, mas também os odores fortes de suor e de sangue seco, comuns em tais câmaras de tortura, ofendem qualquer visitante” (SWINDOLL, 2009, p. 362 – acréscimo nosso).
 
3.2 - Males emocionais (II Tm 4.10; 14-16). Além de sofrer fisicamente por estar preso, Paulo também estava padecendo emocionalmente. Alguns dos seus cooperadores o haviam abandonado, talvez por temerem sofrer ao lado do apóstolo (II Tm 4.10,14). Dos que estavam com Paulo, somente Lucas permaneceu com ele (II Tm 4.11). Por isso nesta carta ele solicita com urgência a presença de Timóteo e também a vinda de João Marcos (II Tm 4.9,11).
 
IV – A PRESENÇA DO SENHOR AO LADO DE PAULO
4.1 - O Senhor o assistiu (II Tm 4.17-a). “No grego é 'paristemi', que significa 'pôr ao lado', palavra que faz alusão ao advogado ou testemunha que se põe ao lado de um acusado qualquer e o defende. Era isso que os amigos de Paulo temiam fazer; e isso era o que Jesus, embora invisível aos seus olhos, vinha fazendo” (CHAMPLIN, 2006, p. 408). Como sempre, o Senhor Jesus Cristo nunca desampara aqueles que lhe são fiéis (Mt 28.20; Hb 13.5).
 
4.2 - O Senhor o fortaleceu (II Tm 4.17-b). Além do Senhor estar fazendo companhia ao apóstolo naquela horrenda prisão e no seu julgamento, Paulo assevera que o Senhor o fortalecia. A Paulo foi dada coragem interna a fim de nada temer na presença de seus julgadores; e isso se tornou manifesto em sua palavra e em seu testemunho ousado. Semelhante força em meio as mais árduas tribulações nos prometeu o nosso Senhor (Cl 1.11; I Pe 5.10).
 
4.3 - O Senhor o guardou para si (II Tm 4.18). “O apóstolo não esperava agora um livramento físico; pois sabia que seu tempo de partir era chegado (II Tm 4.6,8). Por isso mesmo, olhou para além dos perigos e das vicissitudes terrenas, contemplando o reino celeste, ciente de que Deus o tomaria para si” (CHAMPLIN, 2006, p. 409 – acréscimo nosso).
 
CONCLUSÃO
Para o verdadeiro cristão, a morte é lucro, pois é partindo para a eternidade que podemos estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor (Fp 1.21-23). A Bíblia nos ensina que não devemos enxergar a morte como uma derrota, pois o evangelho ressalta a esperança da ressurreição em Cristo quando a morte será vencida (I Co 15.51-54).
 
REFERÊNCIAS
APLICAÇÃO PESSOAL, Comentário do Novo Testamento. CPAD.
ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. CPAD.
CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento: Atos a Apocalipse. CPAD.
SWINDOLL, Charles. Paulo: um homem de coragem e graça. MUNDO CRISTÃO.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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