Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
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LIÇÃO 09 – AS LIMITAÇÕES DOS DISCÍPULOS- 2º TRIMESTRE 2015
(Lc 9.38-42,46-50)
INTRODUÇÃO
O registro de Lucas nos
informa que após Jesus ter passado a noite em oração, chamou para si os seus
discípulos e, escolheu dentre eles doze, nomeando-os, por sua vez, de apóstolos
(Lc 6.12-16), e Marcos ainda acrescenta, que Cristo os nomeou para que
estivessem com Ele, (Mc 3.14). Esta lição tem como objetivo mostrar que a
limitação humana, é um princípio que nos torna humanos, e que no colegiado dos
apóstolos suas limitações foram percebidas, mas Jesus, o Mestre por excelência,
os discipulando, capacitou-os para Sua grande Obra.
I – DEFININDO A PALAVRA-CHAVE
A palavra-chave que norteará o
nosso estudo é a palavra “limitação”, que segundo Aurélio, aponta para a “insuficiência, a finitude e a dependência de outrem” (FERREIRA,
2004, p. 1208). A lista que elenca os nomes dos doze apóstolos deixa bem claro
que Jesus não os nomeou com base em critérios sobre-humanos ou divinos, pelo
contrário, suas nomeações se deram exclusivamente pela graça de Deus que lida
com as limitação humana (2 Co 4.7). Na tabela abaixo, veremos que os apóstolos
eram homens simples, limitados, imperfeitos, finitos e totalmente dependentes
do seu Mestre. Eles eram homens, não super-homens! (Lc 6.12-16).
II –
AS LIMITAÇÕES NOS PORMENORES
O capítulo nove de Lucas
mostra os discípulos de Jesus sendo lapidados pelo Mestre, no que diz respeito,
a algumas finitudes que tinham acerca das virtudes do Reino dos Céus. Vejamos: (1) Grandeza (Lc 22.24-30). O texto
diz que houve uma “discussão”, uma “disputa”, uma “contenda” entre os
discípulos em querer saber quem era o maior entre eles. O Homem limitado vê a
grandeza na posição, no cargo, na liderança, no poder, na influência, nos
diplomas de nível superior... Jesus os ensinou que quem quiser ser grande que
seja o menor. (2) Exclusivismo (Lc
18.15-17). O exclusivista quer tudo só para si, para seu uso ou gozo
pessoal, os discípulos eram tão exclusivistas que quiseram impedir até as
criancinhas de ir ter com Jesus e serem abençoadas por Ele. (3) Valores empobrecidos. Avareza,
ansiedade, ódio e ressentimento e outros comportamentos dos discípulos revelam
o quanto eles estavam aquém da realidade do ministério de Jesus Cristo (Lc
9.49,50; 12.13,14,22-34; 17.3,4). Mas nem por tais limitações, eles deixaram de
ser escolhidos. Nos dias atuais, o ciclo não é diferente (Jesus identifica as
limitações, faz as devidas transformações e, capacita para sua Obra), Jesus
continua escolhendo homens e mulheres limitados.
III – O ÁPICE DA LIMITAÇÃO HUMANA
O registro Lucano (Lc 9.38-42)
revela o ponto mais alto da limitação dos discípulos, a falta de fé, isto é, a
desconfiança em Deus. No dia em que Jesus viajou na companhia dos seus
discípulos à Gadara, o Mestre fez algumas considerações quanto a ausência deste
elemento indispensável na vida dos apóstolos. "... Onde está a vossa fé?" (Lc 8.25); "Ainda não tendes fé?" (Mc
4.40). Jesus estava lhes ensinando que a fé verdadeira é manifesta em todos os
momentos da vida, inclusive nos momentos mais adversos. A palavra "fé"
possui vários significados e, só podem ser definidos dentro do contexto
onde ela está inserida. O dicionário Aurélio define esta palavra como “crença religiosa”, “confiança” (FERREIRA, 2004, p. 880).
Já no hebraico "fé" é "heemim" e no grego é "pisteuõ" que aludem para a confiança que depositamos em todas as providências de Deus
(ANDRADE, 2006, p. 188 – acréscimo nosso). A fé faz com que vejamos o invisível
e acreditemos no inacreditável.
III – DISCÍPULOS SENDO DISCIPULADOS
A vida é uma escola que não
camufla a limitação ou a incapacidade humana. Os discípulos de Cristo,
deparam-se com uma situação que lhes exigia demonstração de fé (Lc 9.37-43),
mas eles estavam limitados quanto a ela, pois a fé é fruto de uma vida plena em
comunhão com Deus (Hb 11.6) e eles em alguns momentos, por não desfrutarem
desta comunhão plena, não a externaram (Lc 22.45,46). Contudo, foram
discipulados por Cristo.
3.1 - Pobres de fé. O evangelista Lucas, discorre a narrativa de um
jovem lunático que desde a infância sofria possessão demoníaca. O pai recorreu
aos discípulos para eles expulsarem o espírito maligno do seu filho, mas eles
não puderam (Lc 9.37-40). A pergunta deles a Jesus foi: “Por que não podemos expulsá-lo?” (Mt
17.19). Jesus lhes apresenta duas razões pelas quais suas limitações humanas
inibiu a autoridade espiritual de expulsar o espírito imundo:
3.1.1 - “... pequena fé” (Mt 17.20; 21.21). Na narrativa de Mateus
(Mt 17.14-21) A expressão grega para “pequena fé” apresentada no texto é
“apistia” que aponta para
a “incredulidade”, a “descrença” ou a “dúvida” dos discípulos (PALAVRAS-CHAVES,
2009, p. 570). O insucesso ou a falta de autoridade dos discípulos se deu por
causa da dúvida, a incredulidade é fruto de um coração ausente de fé.
3.1.2 - “... Mas, esta casta de demônios não se expulsa senão pela oração
e jejum” (Mt 17.21). A expressão adversativa “mas” apresentada no texto
significa “além disso”, ou seja, os discípulos não puderam expulsar a casta de
demônios do jovem, primeiro, porque eram incrédulos para expulsar e, além
disso, eles precisavam de ter uma vida plena de comunhão com o Pai, por meio
dos caminhos da oração e jejum.
3.1.3 - A grande lição. Jesus estava lhes ensinado que se eles
buscassem uma comunhão profunda com Deus como também o conhecimento das
Escrituras (Lc 24.25), seus corações se encheriam de fé, o que lhes daria
autoridade espiritual, de expulsar não só a casta de demônio, como também,
confiança em Deus de remover montanhas, operar milagres e curas, e realizar
grandes coisas para Deus (Jo 14.12).
IV – HOMENS LIMITADOS MAS CAPACITADOS PELO ESPÍRITO SANTO
Os evangelhos, como também, o
livro dos Atos dos Apóstolos, registram que os discípulos se aplicaram nos
ensinos de Cristo (At 1.1), a saber, a oração, o jejum e a leitura das
Escrituras (conhecimento escriturístico).
4.1 - Oração. A oração nos coloca a disposição do Pai. Jesus nos
deixou grandes exemplos de oração (Mt 14.23; 26.36,44; Mc 6.46; 14.32; Lc 3.21;
5.16; 6.12; 9.18, 28; 22.41). Certa vez os discípulos pediram: “Senhor, ensina-nos a orar... (Lc
11.1); e eles colocaram em prática “...
todos estes perseveraram unanimemente em oração e súplicas..” (At
1.12-14), “Pedro e João subiam
juntos ao templo à hora da oração a nona” (At 3.1), “E, tendo eles orado...” (At 4.31).
4.2 - Jejum. O jejum é amigo da oração. Ele é um dos elementos de
adoração de valor inigualável que prepara a alma da pessoa para o desempenho de
tarefas elevadas (CHAMPLIN, 2004, p. 442 – acréscimo nosso). Jesus observava
esta prática. “... E naqueles dias,
não comeu coisa alguma...” (Lc 4.2), a pratica do jejum também foi
aplicada pelos discípulos “Na igreja
de Antioquia... E, servindo eles ao Senhor e jejuando...” (At
13.1,2).
4.3 - Conhecimento Escriturístico. Lucas registra o conhecimento
escriturístico de Jesus “Está
escrito...” (Lc 4.4,8,12); “Não
tendes lido...” (Mt 19.4); “... nunca leste...” (Mt 21.16), etc. Os discípulos se
dedicaram as escrituras: “Pedro...
levantou a voz... foi dito pelo profeta Joel... Porque dele disse Davi...
Porque Moisés disse... (At 2.14-16,25,34; 3.22).
CONCLUSÃO
Nesta lição, vimos que o poder
de Deus se aperfeiçoa na fraqueza, isto é, nas limitações (1 Co 12.9). O
princípio que nos torna humano, pode sim ser lapidado por Cristo. Nossas
imperfeições podem ser trabalhadas, a partir da iniciativa de buscarmos a Deus
por meio da oração, do jejum, da meditação da Palavra... Consequentemente,
seremos capacitados pelo Espírito Santo, nossos corações serão cheios de fé e,
assim, estaremos cooperando com o Reino de Deus, com a mesma ousadia e
intrepidez dos apóstolos.
REFERÊNCIAS
GREGO E HEBRAICO. Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. CPAD.
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. HAGNOS.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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