Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
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LIÇÃO 06 – MULHERES QUE AJUDARAM JESUS 2º TRIMESTRE 2015 (Lc 8.13)
INTRODUÇÃO
Como vimos na primeira lição,
uma das características especiais do evangelho segundo Lucas é colocar em evidência,
o valor das pessoas, que na ótica da sociedade judaica do primeiro século, não
tinham. O registro lucano destaca de forma muito especial à presença ativa das
mulheres no ministério público de Jesus Cristo, bem como, o tratamento que
estas receberam do Mestre. Nesta lição, veremos a definição de alguns
conceitos, descreveremos uma breve narrativa de como viviam as mulheres em
sociedade nos dias de Jesus; pontuaremos o olhar inusitado que Cristo deu a
estas mulheres, e, por fim, exemplificaremos a participação de algumas mulheres
que ajudaram e ainda ajudam a Obra de Cristo.
I – DEFINIÇÕES DE ALGUNS
CONCEITOS
O verbo “ajudar”, do latim “
adjutare” significa obviamente dar ajuda a; ou seja, prestar um favor a alguém (FERREIRA,
2004, p. 80 – grifo e acréscimo nosso). Logo, podemos afirmar que prestar um
favor é fazer um serviço a outrem. O substantivo “serviço” do hebraico “ abodah”
e do grego “ diakonia” significa exatamente isto, “serviço”, isto é, a prestação
de um “trabalho” quer seja de ordem secular, religioso ou espiritual (CHAMPLIN,
2004, p. 176 – acréscimo nosso).
1.1. A composição do grupo de
discípulos de Cristo (Lc 6.17; 8.13).
O grupo de discípulos de Jesus
tinha em sua composição geral, homens e mulheres, algo jamais visto na
sociedade judaica. Na maioria dos casos, quando o substantivo "discípulo"
é empregado no texto sagrado, o texto está fazendo referência ao grupo de
seguidores de Jesus sem especificação de gênero no grupo, aludindo tanto a
homens quanto a mulheres. Contudo, quando o texto sagrado quer fazer menção ao
grupo seleto dos apóstolos, o substantivo "mulher" é destacado no
texto (Lc 8.13) (GONÇALVES, 2015, pp. 75,76 – acréscimo nosso).
1.2. Mulheres seguidoras de
Jesus. Na lição anterior, vimos que o discípulo a luz dos Atos dos Apóstolos
refere-se aqueles que creem em Jesus e confessam o seu nome. Normalmente os
mestres do judaísmo não tinham mulheres entre seus discípulos, mas Lucas
descreve que a missão do Filho do Homem não se limitou aos excluídos
economicamente, mas também aos excluídos socialmente, como as mulheres. As
mulheres também seguiam de cidade em cidade a Jesus e aos seus apóstolos,
cooperando com a expansão da pregação do Reino de Deus (Lc 8.13; Jo 4.2829).
II – A MULHER NOS DIAS DE
JESUS
A sociedade nos dia de Jesus
tratava as mulheres como “objetos”, seres inferiores aos homens. O escritor
judeu Filo de Alexandria, contemporâneo de Jesus, e o escritor e historiador J.
Jeremias resume o pensamento social que se tinha sobre as mulheres no judaísmo
do primeiro século. Abaixo destacamos alguns pontos importantes.
2.1. A mulher era proibida de
frequentar os mesmos lugares que os homens frequentavam. “ Praças, reuniões do conselho,
tribunais, associações, ajuntamentos de grandes massas e o relacionamento
cotidiano a céu aberto, por meio da palavra e da ação, na guerra e na paz, são
apropriados apenas aos homens” (STEGEMANN, W. &. STEGEMANN, 2004, apud, GONÇALVES,
2015, p. 76).
2.2. O lugar que cabia às
mulheres. “As mulheres deveriam cuidar do lar e permanecer em casa; mais
exatamente, as virgens devem (ficar) nos aposentos mais retirados e encarar as
portas de acesso como seu limite; as mulheres casadas, por sua vez, as portas
da casa. A mulher, portanto, não devia se preocupar com qualquer coisa que vá
além das obrigações da economia doméstica” (STEGEMANN, W. &. STEGEMANN,
2004, apud, GONÇALVES, 2015, p. 76).
2.3. A mulher fora da sua casa.
“As mulheres não podiam sair de casa sem terem seus rostos cobertos por uma espécie
de burca (Roupa feminina que caracterizava a vestimenta das mulheres orientais,
que reveste e oculta todo o corpo, até mesmo os cabelos, e possui uma tela à
altura dos olhos, por entre a qual se pode ver) (DICIONÁRIO HOUAISS ON LINE).
Dessa forma não era possível nem mesmo reconhecer seu rosto. A mulher que saía
de casa sem ter a cabeça coberta, que dizer, sem o véu que ocultava o rosto,
faltava de tal modo aos bons costumes que o marido tinha o direito, até mais,
tinha o dever de despedi-la sem ser obrigado a pagar a quantia que, no caso de
divórcio, pertencia à esposa, em virtude do contrato matrimonial” (JEREMIAS,
apud, GONÇALVES, 2015, p. 77).
2.4. As regras do decoro. “Dentro
da cultura judaica, tais regras, proibiam o homem encontrar-se sozinho com uma mulher,
olhar para uma mulher casada, e até mesmo cumprimenta-la. Seria vergonhoso para
um aluno de escriba falar com uma mulher na rua. Aquela que conversasse com
alguém ou ficasse do lado de fora de sua casa podia ser repudiada” (JEREMIAS,
apud, GONÇALVES, 2015, p. 77 – acréscimo nosso).
III – JESUS VALORIZOU A PESSOA
DA MULHER
Jesus estabelece notoriamente
o valor da pessoa da mulher. O inusitado aconteceu na sociedade judaica, a mulher
que ao longo dos anos era vista como uma “coisa” passou a ser vista por intermédio
de Cristo como uma pessoa (1 Co 11.8,9,11,12), que podia fazer parte dos seus
discípulos, “cooperando no seu ministério” . Analisemos abaixo:
3.1. A perspectiva do Novo
Testamento. O próprio evangelista Mateus, sendo judeu, escrevendo para os próprios
judeus, ao narrar a genealogia de Jesus, deu importância a figura da mulher
descrevendo a presença de cinco delas, a saber: Tamar, Raabe, Rute, Maria e a
que fora mulher de Urias (Mt 1.3,5,16), o que não era costume nesses registros.
3.2. Mulheres citadas no texto
de Lucas (Lc 8.13). Não era comum que mulheres fizessem parte do grupo de discípulos,
mas Jesus quebrou este pensamento. ( 1) Maria Madalena (Lc 8.2). S eu nome
provavelmente deriva da cidade de Magdala, na Galileia. Alguns acreditam que
ela é a mulher descrita em (Lc 7.3750), mas parece altamente improvável que
Lucas a apresente aqui, pelo nome e pela primeira vez, se ela fosse a
personagem principal do relato que acabou de concluir. Do mesmo modo, embora
esteja claro que ela sofrera nas mãos de “demônios”, não há qualquer razão para
se pensar que fora prostituta. (2) Joana (Lc 8.3). E ssa mulher também é
mencionada em (Lc 24.10), mas em nenhum outro lugar da Escritura. É possível
que ela tenha sido a fonte de alguns detalhes que Lucas conta sobre Herodes (Lc
23.8,12). ( 3) Suzana (Lc 8.3). F ora essa referência, ela não é mencionada em
nenhum lugar da Escritura. Ela provavelmente foi alguém que Lucas conhecia
pessoalmente (MACARTHUR, 2010, p. 1336).
3.3. As mulheres e a “
diakonia”. Estas mulheres serviram a Cristo e aos seus apóstolos, exercendo a “d
iakonia” , a prestação de um serviço, quando contribuíam com os seus recursos
próprios o sustento ministerial de Jesus e seus apóstolos e, não como “diaconisa”
no sentido ministerial, pois, nenhum dom ministerial, inclusive o de diácono
foi exercido por mulheres, como mostra o texto de (At 6.3) “Escolhei, pois, irmãos,
dentre vós, sete homens (varões)...”
3.4. Muitas outras mulheres
(Lc 8.3). Mulheres anônimas, que juntamente com as citadas acima, serviram a
Jesus com os seus recursos próprios, participando ativamente das três fases do
ministério público de Jesus.
a ) Iniciando na Galileia “ ... e muitas outras
(mulheres) que o serviam com suas fazendas” (Lc 8.3);
b ) concluindo no seu sepultamento “ ... e as mulheres
que juntamente o haviam seguido desde a Galileia...” ( Lc 23.49,55) e
c) continuando após a sua ascensão “ ... e perseveravam unanimemente em oração e súplica com as mulheres...” (At 1.14).
IV – MULHERES QUE EXERCERAM A “DIAKONIA”.
Na tabela abaixo,
exemplificamos algumas mulheres que dedicaram suas vidas e seus recursos ao
evangelho.
CONCLUSÃO
Como vimos, nos dias de Jesus,
o judaísmo não permitia que as mulheres participassem ativamente da vida pública.
O registro Lucano eleva o olhar de Cristo para a pessoa da mulher e que aos
olhos d´Ele a mulher de fato é coigual ao homem. O ponto central desta lição não
é falar da superioridade ou da inferioridade de ambos, mas apresentar o papel
que cada um deve ocupar na família, na sociedade e, em especial na igreja. Hoje,
muitas santas mulheres (1 Pd 3.5) auxiliam o anjo da igreja como professoras,
coordenadoras e secretárias das EBD's; dirigentes de círculo de oração adulto e
infantil; dirigentes de união de adolescentes, de campanha evangelizadora, do PROATI
e, muitas outras continuam a servir o Reino com seus recursos próprios e suas
vidas cooperando na grande Obra de Deus.
REFERÊNCIAS
GONÇALVES, José. Lucas o
evangelho de Jesus, o homem Perfeito. CPAD.
MACARTHUR. Bíblia de Estudo
MacArthur. SBB.
CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de
Bíblia Teologia e Filosofia. HAGNOS.
STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal.
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