Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO
03 – O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO -(At 2.1-13)
1º
TRIMESTRE DE 2020
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos os fundamentos bíblicos do batismo no Espírito Santo; veremos o que é o batismo no Espírito Santo e o que não é; pontuaremos o batismo no Espírito Santo e o dom de variedade de línguas; e por fim, como receber este batismo.
I
- FUNDAMENTOS BÍBLICOS DO BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
O
Batismo no Espírito Santo é a externalização de uma experiência reconhecível,
audível e visível. Sendo uma experiência subsequente à salvação e completamente
diferente ato da regeneração ou novo nascimento (Jo 20.21,22; 1Co 3.16; 6.19;
2Co 6.16; Gl 4.6). Ao contrário do que supõem os inimigos da Obra Pentecostal,
o batismo com o Espírito Santo não é uma prática destituída de doutrina;
acha-se assentada num forte e inamovível fundamento bíblico-teológico. O Batismo
no Espírito Santo não é modismo, pelo contrário, é uma promessa feita pelo Pai,
confirmada pelo Filho e manifestada pelo Divino Consolador. Notemos:
1.1
- A promessa do batismo no Espírito Santo. O Batismo com o Espírito Santo foi
profetizado pelo profeta Isaías (28.11; 44.3); Joel (Jl 2.28,32); João Batista
(Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 3.16; Jo 1.32,33; At 11.16); e por Jesus (Mc 16.17; Lc
24.49-51; At 1.4,5). 1.2. O cumprimento da promessa do batismo no Espírito
Santo. Em Atos 2 encontramos o cumprimento da promessa do Batismo nas palavras
de Pedro (At 2.39). O livro dos Atos nos mostra esta manifestação em outras
ocasiões (At 8.14-20; 9.17; 10.44-48; 19.1-7; 1Co 14). O batismo é uma
experiência também para os dias hodiernos.
II
- O QUÊ É O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
“Falar
em línguas é expressar-se com palavras que nunca aprendemos, mas que nos são
comunicadas diretamente pelo Espírito Santo. Não se manifesta através de
palavras pensadas de antemão ou vocalizadas pela pessoa que fala [...]. As
línguas constituem um milagre vocal e não um milagre mental” (CARLSON apud
RENOVATO, 2014, p. 63). “Os dons espirituais são necessários em todas as épocas
da Igreja, porquanto o desenvolvimento da Igreja depende dos mesmos” (CHAMPLIN,
2004, p. 219). O falar noutras línguas era entre os crentes do NT, um sinal da
parte de Deus para evidenciar o batismo no Espírito Santo (At 2.4; 10.45-47;
19.6). Esse padrão bíblico para o viver na plenitude do Espírito continua o
mesmo para os dias de hoje. A Palavra de Deus ensina o seguinte sobre o batismo
no Espírito Santo. Vejamos:
•
O batismo no Espírito Santo é apenas para os salvos. O falar em línguas como
sinal do batismo com o Espírito Santo teve o seu início no dia de Pentecostes
(At 2.4). Os que nasceram de novo, aqueles que experimentaram a verdadeira
conversão, e, assim, receberam o Espírito Santo para neles habitar (Jo 14.17;
At 2.4);
•
O batismo no Espírito Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração. O
batismo com o Espírito Santo é uma experiência subsequente à regeneração e
nunca antes (Jo 20.22; Lc 24.49; At 1.5,8; 11.17; 19.6). O batismo com o
Espírito Santo não é o mesmo que a regeneração. Os salvos em Cristo recebem o
Espírito Santo após a conversão (Jo 14.16,17; 20.22). Mas nem todos os salvos
são batizados com o Espírito Santo no momento da conversão, mas sim, tempos
depois (At 10.44-46);
•
O batismo no Espírito Santo é experimentar a plenitude do Espírito (At 1.5;
2.4). Este batismo teve lugar somente a partir do dia de Pentecoste. Quanto aos
que foram cheios do Espírito Santo antes do dia de Pentecoste (Lc 1.15,67),
Lucas não emprega a expressão “batizados no Espírito Santo”. Este evento só
ocorreria depois da ascensão de Cristo (At 1.2-5; Lc 24.49-51, Jo 16.7-14);
•
O batismo no Espírito Santo é falar noutras línguas. (At 2.4; 10.45,46; 19.6).
Falar noutras línguas é uma manifestação sobrenatural do Espírito Santo, é uma
expressão vocal inspirada pelo Espírito, mediante a qual o crente fala numa
língua que nunca aprendeu ou estudou (At 2.4; 1Co 14.14,15). Estas línguas
podem ser humanas, e atualmente faladas (At 2.6), ou desconhecidas (1Co 13.1);
•
O batismo no Espírito Santo outorgar ao crente ousadia e poder. (At 1.8;
2.14-41; 4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1Co 2.4). Esse poder é uma manifestação do
Espírito Santo, na qual a presença, a glória e a operação de Jesus estão presentes
com seu povo (1Co 12.7-10).
III
– O QUE NÃO É O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
O
simples fato de alguém falar “noutras línguas”, ou exercitar outra manifestação
sobrenatural não é evidência irrefutável da obra e da presença do Espírito
Santo. O ser humano pode imitar as línguas estranhas como o fazem os demônios.
A Bíblia nos adverte a não crermos em todo espírito, e averiguarmos se estas
experiências espirituais procedem realmente de Deus (1Jo 4.1). Analisemos:
•
O batismo no Espírito Santo não é aprender falar em línguas. Falar em línguas
não é algo aprendido, mas sim recebido. Somente devemos aceitar as línguas se
elas procederem do Espírito Santo. Esse fenômeno, segundo deve ser espontâneo e
resultado do derramamento do Espírito Santo. Não é algo aprendido, nem
ensinado, como por exemplo instruir crentes a pronunciar sílabas sem nexo como
fazem alguns, mas é dado pelo Espírito (1Co 12.10);
•
O batismo no Espírito Santo não é para os ímpios. O Espírito Santo nos adverte
claramente que nestes últimos dias surgirá apostasia dentro da igreja (1Tm
4.1,2; 1Jo 4.1); sinais e maravilhas operados por Satanás (Mt 7.22,23; 2Ts 2.9)
e obreiros fraudulentos que fingem ser servos de Deus (2Pd 2.1,2). Se alguém afirma
que fala noutras línguas, mas não é salvo, nem aceita a autoridade das
Escrituras, nem obedece à Palavra de Deus, qualquer manifestação sobrenatural
que nele ocorra não provém do Espírito Santo (1Jo 3.6-10; 4.1-3; Gl 1.9; Mt
24.11-24, Jo 8.31);
•
O batismo no Espírito Santo não é o mesmo que batismo no corpo de Cristo.
Muitos não compreendem devidamente o batismo com o Espírito Santo, por não
fazerem uma exegese correta de 1 Coríntios 12.1. Paulo não faz aqui nenhuma
referência ao batismo com o Espírito Santo, nem ao batismo em águas;
•
O batismo no Espírito Santo não é uma experiência exclusiva dos dias
apostólicos. Os cessacionistas negam a atualidade do batismo no Espírito Santo
com a evidência inicial do falar noutras línguas, ensinando que o fenômeno foi
um sinal apenas para os dias apostólicos. Todavia, não encontramos nada nas
Escrituras Sagradas que prove que o falar em línguas seja uma experiência
restrita à Igreja Primitiva. Ao contrário, a Bíblia e a própria experiência
demonstram a plena atualidade da promessa (Mt 16.17; At 2.39; 9.17; 19.1-6).
IV
– O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO E O DOM DE VARIEDADE DE LÍNGUAS
No
batismo com o Espírito Santo, o crente, pelo mesmo Espírito, fala em línguas
como sinal e evidência inicial da promessa recebida, isso não significa que ele
recebeu o “dom de variedade de línguas”, pois, é um milagre “linguístico
sobrenatural”. O dom de variedade de línguas difere das línguas como evidência
do batismo no Espírito Santo, pois é dado “a cada um como o Espírito Santo quer”
(1Co 12.11,30). No tocante às “línguas” do grego “glossa” como manifestação
sobrenatural do Espírito, notemos o seguinte mencionado na Bíblia de Estudo
Pentecostal (STAMPS, 1995, p. 1756 – acréscimo nosso). Vejamos:
•
Essas línguas podem ser humanas e vivas, ou seja, línguas ainda faladas (At
2.4-6) que são as chamadas “xenolalias” (É o falar em línguas num idioma
conhecido, estranho apenas a quem o fala), ou uma língua desconhecida e/ou
estranha na terra conhecidas como “glossolalia” (1Co 13.1);
•
A finalidade deste dom é:
a)
edificação da Igreja (1Co 14.4,26);
b)
edificação pessoal (1Co 14.28);
c)
glorificação a Deus (At 2.11);
d)
comunicar o sobrenatural de Deus e por fim,
e)
serve como sinal para os descrentes (1Co 14.13-17);
•
O falar noutras línguas como dom abrange o espírito do homem e o Espírito de
Deus, que entrando em mútua comunhão, faculta ao crente a comunicação direta
com Deus expressando-se através do espírito mais do que da mente (1Co 14.2,14)
e orando por si mesmo ou pelo próximo sob a influência direta do Espírito
Santo, à parte da atividade da mente (1Co 14.2, 15, 28; Jd 20);
•
Línguas estranhas faladas no culto devem ser seguidas de sua interpretação pelo
Espírito Santo, para que a congregação conheça o conteúdo e o significado da
mensagem (1Co 14.3, 27,28). Ela pode conter revelação, advertência, profecia ou
ensino para a igreja (1Co 14.6);
•
Quem fala em línguas pelo Espírito, nunca fica em “êxtase” ou “fora de
controle” (1Co 14.27,28).
•
Dom de Interpretação de Línguas (1Co 12.10), trata-se da capacidade concedida
pelo Espírito Santo, para o portador deste dom compreender e transmitir o
significado de uma mensagem dada em línguas (1Co 14.6, 13, 26). A interpretação
pode vir através de quem deu a mensagem em línguas, ou de outra pessoa (1Co
14.13).
V
– COMO RECEBER O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
5.1
- Arrepender-se dos pecados. O arrependimento é uma condição prévia para
recebermos o Batismo com o Espírito Santo (At 2.38). Os exemplos do Batismo no
Espírito Santo ocorreram com pessoas que já eram salvas (At 2.1-3; 10.45-48;
19.1-7)
5.2
- Viver uma vida de santidade. A santidade é um pré-requisito para o Batismo no
Espírito Santo. Para receber este presente é preciso estar em harmonia com Ele,
pois o pecado entristece ao Espírito Santo (Is 63.10; Ez 36.25-27; Ef 4.30; 1Pd
1.16).
5.3
- Perseverar em oração e buscá-lo com fé. O Espírito Santo deve ser buscado com
perseverança em oração e com fé por todos os salvos (Tg 4.8), pois o Senhor
está perto daqueles que o invocam (Sl 145.18).
5.4
- Crer no batismo no Espírito Santo e desejar recebê-lo. Alguém que não
acredita que os Dons são para a igreja nos dias de hoje, jamais receberá este
presente de Deus (Mc 16.17; At 10.43-47).
CONCLUSÃO
O
Batismo no Espírito Santo não pode ser tratado como teoria ou possibilidade
remota, mas como algo indispensável do Senhor para o seu povo. Precisa ser uma
experiência vital para o crente e para a igreja, pois é um dom divino para os
salvos em Jesus.
REFERÊNCIAS
BRUNELLI,
Walter. Teologia para pentecostais. Vol 02. CENTRAL GOSPEL, 2016.
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Severino Pedro da. Os Anjos, sua natureza e ofício. CPAD, 2010.
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S. M. A Doutrina do Espírito Santo. CPAD, 2001.
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A. D. O Batismo no Espírito Santo e com fogo. CPAD, 2002.
GEE,
D. Como receber o Batismo no Espírito Santo. CPAD, 2001.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD. 1999.
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