Igreja
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LIÇÃO 06 – AS CORTINAS DO TABERNÁCULO – (Êx 26.1-14)
2º TRIMESTRE DE 2019
INTRODUÇÃO
Nesta lição teremos a oportunidade de aprender sobre uma das partes mais importantes do Tabernáculo, a saber, as suas cortinas; veremos algumas considerações sobre essas cobertas e as especificações de Deus para a sua confecção; destacaremos também qual o seu papel no santuário; e por fim, pontuaremos qual a relação simbólica que há entre as cortinas do Tabernáculo e a pessoa e obra de Cristo.
Nesta lição teremos a oportunidade de aprender sobre uma das partes mais importantes do Tabernáculo, a saber, as suas cortinas; veremos algumas considerações sobre essas cobertas e as especificações de Deus para a sua confecção; destacaremos também qual o seu papel no santuário; e por fim, pontuaremos qual a relação simbólica que há entre as cortinas do Tabernáculo e a pessoa e obra de Cristo.
I – AS CORTINAS DO TABERNÁCULO
1.1
- Definição. A expressão cortina é a tradução do termo hebraico: “yerŷah” que
significa: “tecido, cortina, véu, suspenso, dependurado”. Essa palavra ocorre
cerca cinquenta e três vezes (Êx 26.1-13; 36.8-17; Nm 4.25; 2Sm 7.2; 1Cr 17.1;
Sl 104.2; Is 54.2; Jr 4.20; etc), sendo a maior parte dessas ocorrências em
Êxodo. Além de apontar para as cortinas que cobriam o santuário, esta palavra
passou a tornar-se sinônimo do próprio Tabernáculo por causa das suas muitas cortinas
(2Sm 7.2) (CHAMPLIN, 2004, p. 936). A tecelagem das cortinas era trabalho das
mulheres (Êx 35.25,26).
1.2
- Descrição. Na descrição dada por Deus a Moisés a respeito do Tabernáculo, a
coberta do santuário também era rica em detalhes. Dentre as informações
percebemos que eram quatro as cobertas do santuário, compostas por vários tipos
de
cortinas. Vejamos:
cortinas. Vejamos:
1.2.1
- A primeira coberta. A coberta interna do Tabernáculo, primeiramente era
composta por dez cortinas com a mesma metragem cada uma, sendo o comprimento de
28 côvados (aproximadamente 14 metros) e a largura de 4 côvados (cerca de 2
metros) (Êx 26.1,2). Essas cortinas eram de linho fino torcido e colorido com
as cores azul, púrpura e carmesim com desenhos de querubins tecidas no pano (Êx
26.1). Estas cortinas eram enlaçadas (costuradas) uma na outra em grupos de
cinco (Êx 26.3), nessas haviam cinquenta laçadas (Êx 26.4). A juntura é a borda
ou extremidade do tecido. As laçadas serviriam de encaixe (Êx 26.5), de forma
que estas cortinas se prendiam uma na outra com cinquenta colchetes, ou ganchos,
de ouro, formando uma cobertura grande cobrindo toda a tenda (Êx 26.6). Essas
cortinas deveriam ser colocadas diretamente sobre a estrutura e compunham o
teto visto de dentro do Santuário (Êx 26.1-6; 36.8-13).
1.2.2
- A segunda coberta. Em cima da coberta de linho, havia a segunda coberta do
Tabernáculo feita de peles de cabras (Êx 26.7). Esta coberta era feita de modo
semelhante à primeira, exceto que:
(a) estas cortinas eram maiores, pois de comprimento
eram 30 côvados (cerca de 15 metros), ou seja, cerca de 1 metro maior do
comprimento da anterior;
(b) ao todo eram 11 peças (Êx 26.9), divididas em duas
seções, uma formada com cinco cortinas e a outra com seis; e,
(c) eram unidas
por cinquenta colchetes de cobre (Êx 26.11) e não de ouro. Juntas, estas
cortinas formavam a segunda cobertura do santuário (Êx 26.12,13).
1.2.3
- A terceira coberta. Uma outra cobertura era colocada na tenda da congregação
por orientação divina, e esta era feita de peles de carneiro tingidas de
vermelho (Êx 26.14). Sendo de peles de carneiro traz a ideia de proteção,
protegendo das intempéries do deserto. Sendo esta pele tingida, faz alusão a um
antigo procedimento, que os hebreus devem ter aprendido com os egípcios (Gn 38.28;
Êx 26.1). Para conseguirem a cor vermelha, o corante utilizado era extraído de
plantas e de moluscos (CHAMPLIN, 2004, p. 906).
1.2.4
- A quarta coberta. A quarta e última coberta do Tabernáculo, era feita com
peles de “texugo” (Êx 26.14), em hebraico: “tachash”, em algumas versões
encontramos: “animais marinhos” (Êx 25.5; 26.14; 35.7,23; 36.19; 39.34 Nm 4.6,8,10-12,14,25;
Ez 16.10) outras traduzem como: “golfinho”. Há intérpretes que pensam estar em
foco o animal chamado de: “dugongo”, a única verdadeira espécie marinha que
ainda existe até hoje nos mares da região e que antes era muito abundante no
golfo de Ácaba. Um dugongo adulto chegava a ter três metros de comprimento, e
suas dimensões torná-lo-iam apropriado para o propósito descrito (CHAMPLIN,
2004, p. 409). Mas ninguém pode ter certeza quanto à identificação do animal em
questão. Podemos afirmar que esta quarta cobertura era mais impermeável,
mantendo a chuva e o calor do lado de fora. O texto não diz qual era o tamanho
da cortina, mas com certeza era grande o bastante para cobrir a área superior
que ficava rente ao Tabernáculo propriamente dito (BEACON, 2010, p. 207).
II
– O PAPEL DAS CORTINAS NO TABERNÁCULO
2.1
- Decorar. O interior do Tabernáculo era decorado com a cortina de linho com
suas cores variadas. Uma dignidade em especial era conferida a estas dez
cortinas de linho fino torcido, por sua bordadura de “[…] querubins... de obra esmerada”
(Êx 26.1; 36.8), no lugar do simples rendilhado das cortinas. A força do
santuário é revelada em sua construção, e a sua formosura, em sua decoração: “Glória
e majestade estão ante a sua face; força e formosura, no seu santuário” (Sl
96.6).
2.2
- Cobrir. Estas coberturas eram colocadas em cima da estrutura do Santuário (Êx
26.15-29). O registro bíblico não detalha exatamente como isso era feito, de
acordo com Beacon (2010, p. 210), é possível que houvesse bastões alongados, dispostos
em cada ponta da cobertura com uma viga mestra de telhado no meio. A cortina
era bastante grande para cobrir toda a armação do Tabernáculo, armadas sobre a
estrutura de madeira (Êx 6.15-30), as cortinas formavam o Tabernáculo propriamente
dito.
2.3
- Proteger. Na ocasião da construção do Tabernáculo, os israelitas estavam no
deserto uma região difícil de ser habitada, devido a alta temperatura durante o
dia, e as noites eram impiedosamente gélidas; por essa razão, Deus amenizava o
calor do dia com a nuvem e a coluna de fogo para aquecer durante a noite (Êx
13.21,22). Devido a essas condições climáticas uma cobertura especial era
necessária para o santuário, algo que protegesse, preservasse e mantivesse um
temperatura agradável em seu interior.
III – SIMBOLISMOS DAS CORTINAS DO TABERNÁCULO
O
Tabernáculo com toda a sua mobília incluindo suas cobertas, tipificavam a
pessoa de Cristo e seu ministério na Igreja. Todos os seus objetos portanto,
devem ser considerados como símbolos. Notemos alguns:
3.1
- A cortina de linho colorida (divindade e a realeza de Cristo). A cortina que
se via de dentro do Tabernáculo era de linho fino de variadas cores: azul,
púrpura e carmesim (Êx 26.1) e trabalhada com figuras de querubins (Êx 26.1-6;
38.18). A beleza desta coberta interna, tipificava a glória celestial de Jesus,
a cor “azul” apontando para o caráter divino de Cristo, figurado na cor do céu
de onde Ele veio e para onde vai nos levar (1Co 15.47; Jo 14.1-3). “Púrpura” (roxo)
é a cor da realeza e da majestade. Jesus Cristo é o Rei dos reis e o Senhor dos
senhores (1Tm 6.15; Ap 17.14). O roxo é resultado da mistura das cores azul e
vermelha. Em Cristo encontramos a dupla natureza, humana e divina numa só
pessoa. Ele é tanto Filho de Deus quanto Filho do Homem (Lc 1.30-33; Ap
19.11-16); isto o qualifica a ser o único mediador entre Deus e o homem, pois
sendo Deus (Fp 2.6,7), Ele se fez carne (Jo 1.14; 1Tm 2.5).
3.2
- A cortina de pelos de cabras (sacrifício de Cristo). A cabra era um dos
animais usados para sacrifícios no sistema levítico, basicamente em conexão com
a oferta pelo pecado no dia da expiação e para a purificação do Santuário (Lv
5.6; 9.3; 16.5-11,20-26). As cortinas de pelos de cabras portanto, representam
como o Senhor Jesus Cristo se tornou nossa oferta pelo pecado, ou seja, seu
sacrifício substitutivo, e como recebeu em nosso lugar o salário do pecado: a
morte (Rm 6.23), pois apesar da sua impecabilidade (Jo 8.46), Cristo se fez
pecado por nós: “Aquele que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que
nele fôssemos feitos justiça de Deus” (2 Co 5.21; ver Rm 8.3), morrendo em
nosso lugar (Is 53.4,5; 1Co 15.3).
3.3
- A cortina de peles carneiro tingida de vermelho (expiação de Cristo). A
cortina feita de peles de carneiro tintas de vermelho, representavam a obra redentora
(expiatória) de Jesus. Esta cobertura simboliza a expiação, pois o vermelho, como
sabemos, tipifica o sangue de Jesus derramado na cruz do Calvário e aponta para
Ele como: “o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). O pecado
impede que nos aproximemos de Deus e desfrutemos de Sua comunhão (Is 59.2; Ef
2.12-17), de modo que a única forma para essa situação ser mudada, foi a morte
de Cristo, uma vez que: “sem derramamento de sangue, não há remissão de
pecados” (Hb 9.22). Por meio do Seu sangue derramado na cruz, o acesso à
presença de Deus foi restaurado nos proporcionando comunhão com o Pai celestial
(Ef 2.18,19; Hb 10.19,20). Essa coberta, portanto, simboliza o sacrifício do Senhor Jesus e Seu sangue
derramado por nossos pecados. Ele é o nosso Redentor, o carneiro da consagração
que se submeteu à vontade do Pai e trouxe-nos a aliança eterna de salvação (Hb 13.20),
e por Seu sangue nos purifica de todo pecado (Is 1.18; 1Jo 1.7; 2.2).
3.4
- A cortina de peles de texugo (humanidade de Cristo). A cortina de peles de
texugo era colocada sobre as outras. Tinha uma cor escura e não era formosa à
vista. Por serem rústicas, quem olhasse a tenda estando do lado de fora do Tabernáculo
nada veria de especial a chamar-lhe a atenção. Além de parecidas com o deserto,
cuja areia elas retinham eram simples e sem beleza aparente. Isto aponta para o
aspecto humano de Jesus: “não tinha parecer nem formosura; e, olhando nós para
ele, nenhuma beleza vimos, para que o desejássemos” (Is 53.2). Os que olham a
Cristo sem tê-lo antes conhecido comparam-no a vultos da história humana, quando não, a um líder
religioso (Mt 16,13,14; Jo 1.46; 3.1,2; 4.9,11,19), mas, ao conhecê-lo
verdadeiramente terão a certeza de que, apesar da sua humanidade (Gl 4.4), Ele
é: o Cristo (Mt 16.16; Jo 4.28,29); o Filho de Deus (Jo 1.49); o Unigênito do
Pai (Jo 1.14); em quem habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Cl
2.9); o Criador de todas as coisas (Cl 1.16); e, a personificação da glória
divina (Hb 1.3) (ALMEIDA, 2009, pp. 21,22 - acréscimo nosso)
CONCLUSÃO
Em Cristo se cumpriram as cerimônias do tabernáculo: a manifestação da glória divina, a expiação, a reconciliação do homem com Deus e a presença de Deus entre seu povo redimido. As sombras e figuras já passaram, mas a realidade permanece na pessoa e obra de Jesus Cristo.
Em Cristo se cumpriram as cerimônias do tabernáculo: a manifestação da glória divina, a expiação, a reconciliação do homem com Deus e a presença de Deus entre seu povo redimido. As sombras e figuras já passaram, mas a realidade permanece na pessoa e obra de Jesus Cristo.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Abraão de. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD, 2009.
ALMEIDA, Abraão de. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD, 2009.
CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. 1 ed. vol.1. HAGNOS, 2004.
CONNER,
Kevin J. Os segredos do Tabernáculo de Moisés. (Trad. Célia Chazanas). ATOS,
2004.
HOWARD, R.E, et
al. Comentário Bíblico
Beacon. CPAD, 2010.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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