Igreja Evangélica Assembleia
de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 05 – O LUGAR DE
PURIFICAÇÃO – (Êx 30.18-21; 40.30-32; 1 Co 6.11; Ef 5.26,27)
2º TRIMESTRE DE 2019
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre a “pia de bronze” e veremos seu material, seu
propósito, seu modelo e sua localização. Pontuaremos algumas lições que
aprendemos com ela; relacionaremos a tipologia da bacia de bronze, bem como a
tipologia da água purificadora que os sacerdotes usavam.
I – INFORMAÇÕES SOBRE A PIA DE
BRONZE
1.1 - Material. A palavra
hebraica “kiyor” significa: “bacia; pote ou tacho”. O dicionário bíblico
apresenta para esta bacia a seguinte definição: “Um utensílio do Tabernáculo de
Moisés para os sacerdotes se lavarem”. A pia foi feita com o bronze dos espelhos
das mulheres que os entregaram como oferta ao Senhor (Êx 38.8). Nesta peça da
mobília do tabernáculo não havia madeira; a bacia deveria ser de bronze maciço,
ou seja, confeccionada totalmente de “cobre” (bronze) do hebraico “neroshet” (Êx
30.18-a). No pátio as colunas eram de bronze, os ganchos (colchetes) eram de
bronze, as estacas eram de bronze, o altar de sacrifício era revestido de
bronze e a pia, da mesma forma, era feita de bronze (CONNER, 2004, p. 127).
1.2 - Propósito. A pia de
bronze tinha uma dupla função que era de fornecer água para a limpeza dos
sacerdotes através lavagem cerimonial (Êx 40.11-16), e servia também para
relembrar a santidade de Deus quando o sacerdote olhasse para o reflexo do“espelho”
e lê-se o que estava na lâmina em sua testa: “Santidade ao SENHOR” (Êx
28.36-38). A pia de bronze era um grande tacho ou lavatório com a água necessária para limpar as mãos e os pés
dos sacerdotes antes e depois de ministrarem (Êx 30.18-21). As outras peças da
mobília do tabernáculo eram usadas particularmente com referência a Deus, mas a
bacia era usada especificamente para os homens representados pelos sacerdotes
(CONNER, 2004, p. 127).
1.3 - Modelo. A Bíblia não
explica o seu formato, tamanho, ornamentação ou transporte. Não há medidas
específicas registradas e a única coisa mencionada é que tinha uma base (Êx
31.9). Ela é descrita como um utensílio de bronze contendo água. A pia de bronze
provavelmente formava um conjunto dividido em duas partes, pois as referências
mencionam “uma pia de bronze com uma base de bronze” (Êx 30.18). A base do
hebraico “ken” significa literalmente: “pedestal” ou “suporte” (Lv 8.11) (CONNER,
2004, p. 127).
1.4 - Localização. A pia de
bronze ficava localizada no átrio ou pátio do tabernáculo, entre a tenda da
congregação e o altar do holocausto (Êx 30.18-b; Êx 40.7,30). Foi aspergida com
sangue e ungida com azeite (Êx 40.11; Lv 8.10,11). Não temos nenhuma informação
de como ela era transportada pelo deserto, seja por varas ou barras. Nas
coberturas que deveriam ser usadas para proteger os objetos do tabernáculo não
há nenhuma menção da bacia de bronze (Nm 4.1-15). Ela foi o último móvel colocado
no lugar antes que se erguesse o átrio (Êx 40.1-8).
II – O QUE APRENDEMOS COM A
PIA DE BRONZE
Na pia os sacerdotes lavavam
suas mãos e pés antes de executarem seus deveres sacerdotais. Mãos limpas fala
de trabalho honesto; pés limpos fala de um viver e um agir íntegros (Sl 24.4;
Ef 5.26,27; Hb 10.22). Notemos então:
2.1 - A necessidade de
purificação diária. Os sacerdotes deveriam ter uma conduta pura e reta diante
do Senhor. Se essas purificações não ocorressem, por ignorância ou negligência
do sacerdote, o juízo cairia sobre ele (Êx 30.20). Até os animais oferecidos
deveriam ser cerimonialmente lavados na água como o sacerdote (Lv 1.9). Somos
sacerdotes junto ao Senhor, mas também somos o sacrifício. Devemos apresentar
nossos corpos como sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus (Rm 12.1,2; 1Pd 2.5-9;
Ap 1.5,6; 5.9,10; At 15.9; 1Ts 4.7). Ficar apenas observando a água não nos
tornará limpos. A água tem que ser usada para que nos tornemos limpos. Apenas
ler a Palavra ou meditar sobre uma verdade dela não é suficiente. A verdade deve
ser aplicada, vivenciada e praticada em nossas vidas diariamente para ter poder
purificador.
2.2 - A necessidade de purificação das mãos (o que fazemos). Mãos limpas
representavam sua função diante do Senhor. Eles deveriam levantar mãos santas
(Sl 24.3,4;1 Tm 2.1,8; Tg 4.8 e Is 1.16). Os sacerdotes não podiam entrar no
Santuário para exercer qualquer serviço diante do Senhor enquanto não tivessem
passado pela bacia. Eles não podiam servir junto à mesa do Senhor, ou no altar
do incenso ou no candelabro, pois todos se encontravam no Lugar Santo (Sl
119.9; 1Pd 1.22; Hb 10.22). Além disso, não lhes era permitido ministrar no
altar de bronze ou no pátio, a menos que primeiro se lavassem. Todos aqueles que
transportavam os utensílios do Senhor deveriam estar limpos (Is 52.11). Tão
séria era qualquer violação desta ordem divina que eles seriam mortos se não
agissem desta forma (Êx 30.21). Quantas “mortes espirituais” acontecem hoje
porque alguns falham ao se preparar para entrar no santuário, deixando de
passar pela bacia, antes de entrar para adorar: “Por causa disso, há entre vós
muitos fracos e doentes, e muitos que morrem [...]” (1Co 11.30).
2.3 - A necessidade de
purificação dos pés (por onde andamos). Pés limpos indicavam o modo como os
sacerdotes viviam na presença de Deus (Hb 12.13; Ef 4.1-3; Jo 13.1-8). Somos
chamados para ser sacerdotes do Senhor em um a casa espiritual (1Pd 2.5). Mas
precisamos estar certos de que estamos limpos para carregar os utensílios do
Senhor, e precisamos continuamente da limpeza sacerdotal para poder servir em
seu santuário (igreja) andando em santidade como Ele andou (1Pd 2.21; 1Jo 2.6).
III – A TIPOLOGIA DA PIA
A lavagem com água era a forma
provisória e repetitiva, providenciada pelo Senhor pela qual os sacerdotes eram
submetidos a purificação ritual e assim pudessem ministrar em sua presença.
Podemos afirmar que a pia de bronze é um símbolo da dupla atuação da Palavra de
Deus. Notemos sua aplicação para nossos dias:
3.1 - A palavra revela o
pecado: A bacia foi feita com o espelho das mulheres e refletia o rosto do
sacerdote (Êx 38.8). Se os sacerdotes entrassem no Lugar Santo sem passar pela
bacia de bronze, eles seriam julgados por Deus ao entrar: “Quando entrarem na
tenda da congregação, lavar-se-ão com água, para que não morram [...]” (Êx
30.20-b). Esta relação entre o bronze dos espelhos das mulheres e o bronze da
bacia é bastante significativa, pois a função do espelho é refletir a imagem colocada
diante dele. A figura ou símbolo do espelho é usada por Tiago quando diz: “Aquele
que ouve a palavra, mas não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha
a sua face num espelho” (Tg 1.23). A Palavra de Deus é um espelho que nos
permite enxergar de modo claro e verdadeiro como nós realmente somos, e como
Deus nos vê. Mas Ela também nos dá uma visão do que podemos nos tornar através
de Cristo. À medida que contemplamos a Palavra de Deus, percebemos nossa necessidade
de limpeza. A Palavra revela toda a sujeira que precisa ser removida. Jó viu a
si mesmo como realmente era e isso causou-lhe repugnância (Jó 42.5,6); Isaías
percebeu quem ele realmente era diante do Senhor (Is 6.5); e, Pedro enxergou
sua natureza pecadora diante de Jesus (Lc 5.8) (CONNER, 2004, pp. 129,130).
3.2 - A palavra purifica o
pecado: A pia de bronze continha água que servia como agente purificador sendo
uma clara alusão ao efeito da Palavra no ser humano (Ef 5.26). A função da
bacia aponta para o ministério da Palavra de Deus em nossas vidas. O Espírito
Santo, que é um Espírito de julgamento e de fogo, usa a Palavra de Deus para
nos convencer do pecado, da justiça e do juízo (Is 4.4; Jo 16.6-12). Jesus
Cristo, a Palavra que se tornou carne, recebeu autoridade para exercer juízo
contra o pecado (Jo 5.27). A bacia representa este juízo sobre o pecado operando
através da Palavra de Deus. Ela representa a purificação que vem quando a
Palavra expõe áreas de nossas vidas que não estão em conformidade com os
padrões de Deus. Isso fala da limpeza da água pela Palavra (Ef 5.26). A Palavra
age como um espelho (Tg 1.23-25) para nos dar um verdadeiro reflexo do que
somos diante de Deus, mas ao mesmo tempo é a água que reflete nossa imagem e
nos torna limpos (Pv 27.19; Ef 5.26). Quando nos tornamos limpos pela Palavra,
contemplamos como por um “espelho” a glória do Senhor (2Co 3.18) (CONNER, 2004,
pp. 128).
IV – A TIPOLOGIA DA ÁGUA
A entrada na presença de Deus
exigia pureza moral e cerimonial. A provisão de um ritual de purificação pelo
Senhor, consagrou Arão e seus descendentes ao serviço, mas não os livrou de
seus pecados. Pelo contrário, a necessidade de se lavarem continuamente
enfatizava sua impureza. Vejamos sua tipologia com o uso da água:
4.1 - A água da purificação. No
altar de bronze o homem recebia provisoriamente e parcialmente a justificação
de seus pecados através do sacrifício do animal que prefigurava o sacrifício
pleno de Jesus na cruz, e na bacia de bronze ele recebia a purificação através
da lavagem com a água que isso também apontava tipologicamente para Cristo. O
significado espiritual do sangue do animal e da água da pia de bronze pode ser
visto no NT onde esses dois agentes de purificação (o sangue e a água) se
encontram no sacrifício de Jesus: “Este é aquele que veio por meio de água e
sangue, Jesus Cristo: não somente por água, mas por água e sangue [...] (1Jo
5.6). Quando Cristo morreu na cruz, e sangue e água fluíram de seu lado (Jo
19.34), Ele cumpriu e aboliu a necessidade do sangue do sacrifício e da água da
lavagem. Tudo aquilo que o sangue de animais no altar do holocausto e as águas
cerimoniais na pia de bronze representavam convergiu para o sacrifício perfeito
e completo de Cristo. O sangue derramado é o antítipo de todo sangue de animal
derramado sob a aliança mosaica. A água que fluiu do lado perfurado de Cristo
cumpriu tudo que as lavagens cerimoniais da antiga aliança representavam
(CONNER, 2004, p. 130).
4.2 - A água na regeneração. Jesus
nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo: “[...] aquele
que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus” (Jo
3.5). A regeneração e a renovação correspondem ao novo nascimento (ou nascer do
alto). Esta é a lavagem inicial, uma limpeza, uma purificação em relação à
antiga maneira de viver (At 15.9; 1Ts 4.7; 2Co 5.17). É isso que nos transforma em novas criaturas. Paulo
disse: “Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome
do Senhor Jesus Cristo e no Espírito de nosso Deus” (1Co 6.11). Jesus falou que
quem já se banhou está limpo (Jo 13.10). Tudo isso se refere à limpeza da
regeneração que acontece na vida do crente.
4.3 - A água na santificação. Moisés
lavou inteiramente Arão e seus filhos na limpeza inicial e dali em diante os
sacerdotes deveriam manter essa limpeza usando a bacia nas lavagens diárias de
suas mãos e pés (Êx 29.4; 40.12). Jesus ministrou o batismo da regeneração, mas
é nossa responsabilidade pessoal manter a limpeza diária de nossas mãos e pés
(1Pd 1.22; 2Co 7.1; Ef 5.26; 1Co 6.11). Paulo nos exorta: “Purifiquemo-nos de
tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfeiçoando a santidade no temor
de Deus” (2Co 7.1). O escritor aos hebreus diz que devemos nos aproximar de
Deus tendo: “os nossos corpos lavados com água pura” (Hb 10.20-22). A bacia
deveria ser aspergida com sangue, ungida com azeite e conter a água para a
purificação dos sacerdotes (Êx 40.11; Lv 8.10,11). Assim, a água purificadora
da Palavra vem a nós através do sangue de Jesus e pelo Espírito que é o “azeite”
de Deus em nós. Precisam os que nossos corações sejam aspergidos com sangue;
ser lavados pela água da Palavra, e sermos ungido do santo azeite da unção do
Espírito Santo.
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição que a água fala de pureza e santificação, e é símbolo da ação purificadora da Palavra de Deus (Jo 15.3; 17.17; Ef 5.26,27) e do Espírito Santo (Tt 3.4-6; 1Co 6.11) em nossos corações (Hb 10.22; 1Pd 1.22,23). Pode simbolizar também a purificação pelo sangue de Jesus (1Jo 1.7), uma vez que o sacrifício de Cristo nos purifica de todo pecado.
Aprendemos nesta lição que a água fala de pureza e santificação, e é símbolo da ação purificadora da Palavra de Deus (Jo 15.3; 17.17; Ef 5.26,27) e do Espírito Santo (Tt 3.4-6; 1Co 6.11) em nossos corações (Hb 10.22; 1Pd 1.22,23). Pode simbolizar também a purificação pelo sangue de Jesus (1Jo 1.7), uma vez que o sacrifício de Cristo nos purifica de todo pecado.
REFERÊNCIAS
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
CONNER, Kevin J. Os segredos do Tabernáculo de Moisés. (Trad. Célia Chazanas). Atos, 2004.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
CONNER, Kevin J. Os segredos do Tabernáculo de Moisés. (Trad. Célia Chazanas). Atos, 2004.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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