Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO 09 – A ARCA DA ALIANÇA – (Êx 25.10-22)
2º
TRIMESTRE DE 2019
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre o mais importante móvel do Tabernáculo, a arca da aliança; veremos algumas considerações a respeito desse utensílio; notaremos também, alguns elementos relacionados a arca; e por fim, pontuaremos a sua simbologia à luz das Escrituras.
Nesta lição estudaremos sobre o mais importante móvel do Tabernáculo, a arca da aliança; veremos algumas considerações a respeito desse utensílio; notaremos também, alguns elementos relacionados a arca; e por fim, pontuaremos a sua simbologia à luz das Escrituras.
I
– CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE A ARCA DA ALIANÇA
1.1
- O significado do termo. A Bíblia emprega para a arca a palavra hebraica: “aron”,
que significa: “baú, caixa, cofre ou arca”. Como podemos compreender pelo
significado da palavra, a arca era destinada a guardar intacto o que é posto
dentro dela (Gn 50.26; 2Rs 12.9,10). Há aproximadamente 185 referências à arca
no Antigo Testamento, há mais referências sobre esse móvel do que sobre
qualquer outra peça do santuário. A primeira referência à arca aparece em Êxodo
25.10 e a última menção a ela no Antigo Testamento se encontra em Jeremias
3.14-16. A última referência a respeito da arca na Bíblia está em Apocalipse
11.19, onde a verdadeira “arca da sua aliança” é vista no céu, uma vez que os
móveis do Tabernáculo terrestre, eram figuras do celeste (Hb 9.1,11,23) (CONNER,
2015, p. 30 – acréscimo nosso).
1.2
- Descrição. Há de se considerar que a arca da aliança era o objeto mais importante
do Tabernáculo. Ela era também chamada de: “arca do Testemunho” (Êx 25.22), “arca
do SENHOR” (1Sm 4.6), a “arca de Deus” (1Sm 3.3), “arca do concerto do SENHOR” (Dt
10.8), “a arca sagrada” (2Cr 35.3). Quanto ao seu material, assim como outros
móveis, a arca era feita de madeira de acácia (cetim), revestida de ouro puro
por dentro e por fora (Êx 37.1,2). Suas dimensões também são especificadas por
Deus a Moisés, tendo ela de comprimento dois côvados e meio (1,25 metros), de largura
um côvado e meio (75 centímetros), e de altura também um côvado e meio (75
centímetros), formando um recipiente de formato retangular (Êx 25.10,11;
37.1,2).
1.3
- Localização no Tabernáculo. A arca foi o primeiro móvel a ser introduzido no
Tabernáculo quando ele foi erguido (Êx 40.3). A arca da aliança estava
posicionada na parte interna do Tabernáculo depois do segundo véu, no ambiente denominado
de “lugar santíssimo” ou “o santo dos santos” (Êx 25.10-11; 40.3,21; Hb 9.3,4).
“Pendurarás o véu debaixo dos colchetes e meterás a arca do Testemunho ali
dentro do véu; e este véu vos fará separação entre o santuário e o lugar
santíssimo” (Êx 26.33).
1.4
- Como deveria ser transportada. Além do detalhe da coroa de ouro que estava ao
redor da arca ou seja, uma moldura (Êx 25.11), havia nos quatro cantos da arca
argolas de ouro (Êx 25.12). Por estas argolas, colocavam-se varais de madeira de
acácia que eram revestidas de ouro (Êx 25.13) e que serviam para carregar a
arca (Êx 25.14). As varas, ou bastões, nunca deveriam ser removidas (Êx 25.15),
pois assim se evitava a necessidade de tocá-la. A arca quando transportada deveria
ser coberta com o véu da tenda, revestida com peles de texugo e um pano azul
(Nm 4.4-6), sendo coberta por Arão e seus filhos (Nm 4.5), e estava a encargo
dos levitas filhos de Coate fazerem o seu transporte (Nm 4.1-3,15; 7.9).
II
– ELEMENTOS PERTENCENTES A ARCA DA ALIANÇA
2.1
- Propiciatório. Para cobertura da arca foi fabricado o que é chamado de: “propiciatório”,
tradução de “kaporeth” que quer dizer: “lugar de expiação, de reconciliação ou
seja, o lugar onde Deus se mostrava propício ao homem”. Sendo feito de ouro
puro, e medindo dois côvados e meio de comprimento (1,25 metros) e de largura um
côvado e meio (0,75 centímetros) (Êx 25.17). O propiciatório provia tanto uma
tampa para a arca como também era o lugar onde o sangue do sacrifício anual era
aspergido. Ali era o lugar onde, por meio de sangue, os pecados de Israel eram
cobertos, ou seja, expiados (Lv 16.2,13-15). Nos extremos opostos do propiciatório,
dois querubins foram moldados de ouro batido (sólido), constituindo uma só peça
com a tampa, sendo que as suas asas estendidas deviam cobrir a tampa da arca e
as suas faces deviam estar voltadas para o propiciatório (Êx 25.18-20). Entretanto,
devemos lembrar que sob nenhuma hipótese os querubins eram adorados ou
venerados, ali estavam como os guardiões simbólicos do recinto sagrado, algo
relacionado a sua função à luz da Bíblia (Gn 3.24; Ez 28.14).
2.2
- As tábuas da lei. O Senhor orientou a Moisés que dentro da arca deveria estar
o “testemunho” do hebraico “eduth” (Êx 25.16,21; 40.20; Dt 10.5), o que devemos
entender que eram as duas tábuas da lei (Êx 24.12). Os povos antigos depositavam
seus ídolos em caixas que consideravam sagradas, mas Israel guardara na arca a Palavra
do Senhor. Essa lei era o testemunho da santidade de Deus e contra o pecado (Dt
31.25). Por essa razão veio a ser conhecida como arca da aliança por causa da
presença das duas tábuas da lei, ali guardadas (Êx 25,22; 26,34; 30.6,26; Nm
4.4; 7.89; Js 4.16) (CHAMPLIN, p. 417). Como as tábuas da Lei representavam a
vontade de Deus para com o povo de Israel; assim sendo, as duas tábuas da Lei
apontam para aquEle que foi o único a cumprir perfeitamente a lei do Pai, isto
é, a vontade do Pai (Jo 5.30; 6.38; 8.29). Por essa causa, toda a condenação
que havia anteriormente na Lei foi lançada sobre Jesus Cristo (Jo 5.22). Toda a
Lei foi perfeita e completamente cumprida Nele: “Não cuideis que vim destruir a
lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir” (Mt 5.17); como Paulo
afirma: “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm
10.4). Só Ele poderia cumprir a Lei, pois ela estava em seu coração (Sl
40.7,8).
2.3
- Um vaso de ouro com maná. Não menos importante nos é dito que, na arca
continha também um vaso com maná dentro dele (Êx 16.33,34). Quando foi feito o
Tabernáculo, a natureza desse vaso onde se armazenava o maná não foi revelado.
Mas na epístola aos hebreus, o autor sagrado faz esta grande revelação de uma
urna de ouro (Hb 9.4). Literalmente, maná era o pão vindo do céu que serviu de
alimento para o povo de Israel, no deserto, por 40 anos (Êx 16.35). O termo
maná em hebraico é “man”, significa: “o que é isso?”, recebeu esse nome por
causa da reação das pessoas quando o viram pela primeira vez, tinha um gosto
característico de azeite (Nm 11.7-9), e caía do céu durante a noite como o
orvalho (Êx 16.4; Sl 78.23-25). Era branco, de formato arredondado e doce como
mel para o paladar (Êx 16.31). Espiritualmente o maná simboliza a natureza, o
caráter e a provisão do Senhor Jesus Cristo como o pão da vida: Como
Ele próprio afirmou: “Na verdade, na verdade vos digo que Moisés não vos deu o
pão do céu, mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu […] Eu sou o pão da
vida; aquele que vem a mim não terá fome […]” (Jo 6.32,35), o pão vivo que
desceu do céu: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer desse pão,
viverá para sempre [...]” (Jo 6.51).
2.4
- A vara que floresceu. Esse elemento dentro da arca, relembrava um dos eventos
mais importantes dos quarenta anos de peregrinação de Israel pelo deserto. A
vara de Arão floresceu para vindicar a autoridade que recebera de Deus para ser
o sumo sacerdote (Nm 17.8) e para servir de contínua afirmação da instituição
ordenada por Deus, em contra distinção às pretensões espirituais espúrias (Nm
17.10). Assim como o fato da vara de Arão ter brotado atestava que ele era o
escolhido de Deus, ou o ungido de Deus e sumo sacerdote designado por Deus em
Israel, a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos atesta seu sacerdócio
eterno, segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 7.24,25; 5.1-14; Jo 11.25; 14-1-6;
Rm 1.1-4). Jesus nosso grande sumo sacerdote, o único mediador entre Deus e os
homens (1Tm 2.5,6) ressurgiu dos mortos (1Co15.4).
III
– A SIMBOLOGIA DA ARCA DA ALIANÇA
3.1
- A presença de Deus. Com toda a certeza a arca aponta tipologicamente para a
presença de Deus com o seu povo: “E ali virei a ti e falarei contigo de cima do
propiciatório, do meio dos dois querubins (que estão sobre a arca do Testemunho),
tudo o que eu te ordenar para os filhos de Israel” (Êx 25.22), de modo que ela
era considerada como um trono de Deus (1Sm 4.4; 2Sm 6.2; Jr 3.16). A arca era
um símbolo visível da presença de Deus como lugar de encontro no mais íntimo
santuário, onde o Senhor revelava Sua vontade aos seus servos (Êx 30.36; Lv
16.2; Js 7.6). Assim sendo, servia como símbolo da presença divina orientadora
entre o seu povo (Nm 10.33-35; Js 3.3- 4).
3.2 - A dupla natureza de Cristo. A arca era feita de madeira de cetim
revestida de ouro por dentro e por fora. Ela tipificava a Cristo e suas duas
naturezas: “a divina e a humana”. Por ser feita de madeira de acácia, boa parte
dos expositores bíblicos, veem nisso a humanidade de Cristo tipificada. A
madeira usada era de uma espécie vegetal típica do deserto, é um tipo
apropriado de Cristo em Sua humanidade, como raiz que brota de uma terra seca
(Is 53.2). Em meio aos desertos desta vida, de corrupção e maldade, Ele
permaneceu incorruptível, puro e irrepreensível em sua natureza e caráter (Sl
16.10; Lc 1.35; 1Pd 1.23; 1Jo 3.5) (CHAMPLIN, 2001, p. 417). Ao ser revestida
de ouro se indica um símbolo da deidade de Cristo, o aspecto mais preciso e
esplêndido de Sua pessoa (Fp 2.5,6; Cl 1.15,19; 2.9; Hb 1.1-4).
3.3
- A reconciliação do homem com Deus. Uma vez por ano, no dia da expiação, o sangue
de um animal era aspergido sobre o propiciatório de ouro (Lv 16.14). Isso significava
que a justa sentença da lei havia sido executada, transformando o assento do
julgamento em um assento de misericórdia (Hb 9.11-15). A tampa da arca, era um
trono de misericórdia, pois a palavra propiciatório significa: “onde Deus nos é
propício, nos é favorável”. Isso também denotava que o homem havia sido
reconciliado com Deus. Portanto, o propiciatório, era uma figura de Cristo
crucificado, o ponto de encontro entre Deus e o homem. Sendo assim, a obra de
Cristo foi a nossa propiciação por meio da qual a justiça de Deus foi
satisfeita para sempre (1Jo 4.10). Como afirma o apóstolo João: “Ele é a
propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos próprios, mas
ainda pelos do mundo inteiro” (1Jo 2.2).
CONCLUSÃO
Considerados em seu conjunto, a Arca e o Propiciatório constituem uma admirável figura do Senhor Jesus Cristo em sua adorável pessoa e em sua perfeita obra.
Considerados em seu conjunto, a Arca e o Propiciatório constituem uma admirável figura do Senhor Jesus Cristo em sua adorável pessoa e em sua perfeita obra.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Abraão de. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD, 2009.
ALMEIDA, Abraão de. O Tabernáculo e a Igreja. CPAD, 2009.
CHAMPLIN,
R. N. Comentário versículo por versículo. HAGNOS, 2001.
CONNER,
Kevin J. Os segredos do Tabernáculo de Moisés. (Trad. Célia Chazanas). ATOS,
2004.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD, 1995.