Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
12 – OS PÃES DA PROPOSIÇÃO – (Lv 24.5-9)
3º TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
Nesta
lição estudaremos sobre mais um elemento presente no Tabernáculo, os pães da
proposição; destacaremos a relação desse elemento com a mesa presente no Lugar
Santo e suas características; e por fim, pontuaremos significados simbólicos
dos pães da proposição à luz das Escrituras.
I
– CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE OS PÃES DA PROPOSIÇÃO
1.1
- Definição. No hebraico há duas expressões diferentes que se traduz por “pão
da proposição”; a primeira significando: “pães do arranjo, pães da fileira”,
aludindo à forma em que eram expostos sobre a mesa (1Cr 9.32; 23.29; Ne 10.33),
e uma outra é: “pães da presença ou pães do rosto”. A palavra proposição nesse
contexto tem o sentido de “presença”, visto que os pães estavam sempre “diante
do Senhor” (Êx 25.30; 35.13; 39.36; Nm 4.7; 1Sm. 21:6; 1Rs 7.48; 2Cr 4.19;
13.11; Mt 12.4; Mc 2.26; Lc 6.4; Hb 9.2). As Escrituras utilizam-se de várias
expressões para se referir a esse elemento do santuário:
(a)
“pães da proposição” (Êx 25.30),
(b)
“doze pães” (Lv 24.5-7), (c) “pão contínuo” (Nm 4.7; 2Cr 2.4), (d) “pão
sagrado” (1Sm 21.4), e,
(e)
“pão de Deus” (Lv 21.21).
1.2
- Composição. Os coatitas estavam encarregados da confecção dos pães da
proposição e dos cuidados com os mesmos (1Cr 9.32; 23.28,29). Cada pão era
feito de farinha finíssima, ou seja, a farinha de trigo da melhor qualidade.
Sobre a estrutura dos pães da proposição, se é dito que cada um dos doze pães
tinham o peso de dois décimos de um efa de farinha de trigo (isso equivalia a
dois quilos), o que significa que os pães eram grandes”. A Bíblia na Nova
Versão na Linguagem de Hoje (NTLH) traz muito bem esta informação: “Doze pães,
cada um pesando dois quilos, deverão ser feitos da melhor farinha”. “Cada pão
tinha cerca de 75 cm de comprimento, metade disso quanto à largura, e cerca de
12,5 cm de altura” (CHAMPLIN, 2001, p. 573 – grifo nosso).
1.3
- Localização. Ao entrar no Lugar Santo, os pães da proposição encontravam-se à
direita de quem entra, para o lado norte, sobre uma mesa (Êx 26.35). Os pães
eram postos um sobre o outro, formando duas pilhas (colunas) de seis pães cada
uma (Êx 25.30; 40.23; Lv 24.6). Os pães ficavam expostos durante uma semana e,
então, aos sábados, eram removidos e substituídos, e por fim, consumidos pelos
sacerdotes, dentro do santuário (Lv 24.8,9) (CHAMPLIN, 2001, p. 9).
1.4
- Propósito. Da mesma maneira que o azeite era importante para que o candeeiro
produzisse luz, e assim como o incenso era elemento imprescindível para o altar
do incenso, assim também, os pães da proposição eram tidos como memorial da
provisão divina (Lv 24.7,8), da necessidade diária de pão e a contínua
dependência do povo da provisão de Deus para as necessidades espirituais e
físicas. Não só a presença contínua de Deus estava assim simbolizada, mas
também o fato dessa gloriosa presença ser considerada mais vital do que o
próprio pão (Êx 33.15; Dt 8.3).
II
– A MESA DA PROPOSIÇÃO
As
Escrituras chamam esta mesa por diferentes nomes:
(a)
mesa dos pães da proposição (Êx 25.30);
(b)
mesa de madeira de acácia (Êx 25.23; 37.10);
(c)
mesa pura (Lv 24.6);
(d)
mesa de ouro (1Rs 7.48).
Vejamos
ainda algumas informações adicionais a respeito desse móvel do santuário:
2.1 -
Modelo e estrutura. O AT declara que o modelo para a construção desta mesa foi
concedido por revelação divina (Êx 25.23-30). Nada foi construído pela mente ou
imaginação dos construtores. Para a fabricação deste móvel também são
destacados os materiais específicos a serem usados e o tamanho exato que a mesa
deveria ter. Era feita de madeira de acácia ou cetim revestida de ouro, e tinha
dois côvados de comprimento (90 cm), um côvado de largura (45 cm) e, um côvado
e meio de altura (70 cm), revestida ao redor com ouro puro e uma moldura de
ouro em volta (Êx 37.10-12). Depois de pronta, foi consagrada pela unção com
óleo (Êx 30.23-27), e colocada no lado norte do Lugar Santo, de frente ao
candelabro de ouro, de modo que a luz do candeeiro iluminava o pão e a mesa (Êx
26.35).
2.2
- Seus utensílios. Para a ministração na mesa da proposição, Deus estabeleceu a
fabricação de alguns utensílios, que deveriam ficar sobre ela: “Também farás os
seus pratos, e os recipientes para incenso, e as suas galhetas, e as suas taças
em que se hão de oferecer libações; de ouro puro farás” (Êx 25.29 – ARA). Os
pratos serviam para colocar os pães; as colheres eram cálices para colocar o
incenso sobre os pães, identificando-o como sacrifício (Lv 24.7). As galhetas
(tigelas) e as taças (copos), eram para armazenar e despejar o vinho (não
alcoólico) em oferta de libação. Todos estes utensílios eram feitos de ouro
puro (BEACON, 2010, p. 208 – acréscimo nosso).
2.3
- Seu transporte. Quando o tabernáculo era transportado durante as jornadas dos
israelitas pelo deserto, a mesa dos pães da proposição era levada, com seus
pratos, recipientes de incenso, as taças e as galhetas (Nm 4.5-8). A parte
superior da mesa descansava sobre uma armação, e em volta dela havia uma coroa
ou moldura de ouro, projetando-se sobre a parte de cima para impedir que os
objetos caíssem dela. Na mesa havia ainda, uma argola em cada esquina para
permitir que ali fossem introduzidas os varais, a fim de transportar a mesa (Êx
25.23-28).
III
– OS PÃES DA PROPOSIÇÃO E SUA SIMBOLOGIA
Todos
os utensílios do Tabernáculo, como o sistema levítico por inteiro, além de
possuir uma realidade presente (aspecto didático), também existiam realidades
futuras (aspecto profético) que apontavam para Cristo (Rm 15.4; Cl 2.17; Hb
10.1). Vejamos alguns desses simbolismos do pães da proposição: 3.1 A provisão
divina. Esses pães apontam para algumas lições que Deus intentava deixar claro
para seu povo sobre depender inteiramente dEle:
(a)
uma lembrança ou um memorial de que Deus habita no meio de seu povo e provê seu
pão diário (Sl 136,25; Mt 6.25-33), da mesma forma como proveu o maná para
alimentar as doze tribos no deserto (Êx 25.8; 16.11-21; Lv 24.7; Is 63.9);
(b)
sua reposição regular simboliza o compromisso do povo de ser leal a Deus e sua
gratidão pela provisão divina constante (Lv 24.8,9); e,
(c)
uma vez que os sacerdotes se alimentavam dos pães substituídos (Lv 24.8,9),
fica evidente mais uma vez, o princípio bíblico do sustento do ministro de
Deus, que vive para o serviço integral do santuário (Lv 6.26; 7.6; 1Co 9.9-11;
1Tm 5.18; Dt 25.4; Lc 10.7).
3.2
- Consagração a Deus. Outro simbolismo da mesa com os pães é a consagração
total do cristão a Deus, visto que o pão da proposição estava “continuamente na
presença do Senhor” (Lv 24.6). O dever do crente é viver continuamente na
presença de Deus, para consagrar toda a sua vida ao serviço do Senhor (Lv 24.7;
Rm 12.1). Esta consagração resulta de um melhor entendimento do que Jesus
Cristo fez pelos pecadores e uma compreensão melhor da grandeza do amor de
Deus. Quem se alimenta de Sua Palavra (Jo 6.32-35), melhora sua comunhão com
Deus e progride na consagração (1Co 5.8; 1Pd 2.2).
3.3
- A Palavra de Deus. A Palavra de Deus é comparada ao pão diário, ao alimento
espiritual (1Pd 2.2) sendo ela a provisão para as necessidades espirituais do
homem (Mt 4.4; Dt 8.3), dando-nos nutrientes necessários para nosso crescimento
espiritual (2Tm 2.16,17).
3.4
- Uma tipologia de Cristo. Assim como os demais utensílios do tabernáculo, os
pães da proposição também apontam tipologicamente para o Senhor Jesus Cristo.
Vejamos:
3.4.1
- Sua perfeição moral. Como o pão da proposição não tinha em sua composição o
fermento (JOSEFO apud CHAMPLIN, 2001, p. 419), símbolo da corrupção moral (Mt
16.11; Mc 8.15; 1Co 5.6-8; Gl 5.9), serve como figura da pureza de Jesus.
Semelhantemente Cristo o pão da vida é perfeito e santo tanto em seu caráter
como em seu ser (Lc 1.35), e embora em tudo tenha sido tentado, Ele não
conheceu e nem tinha pecado (2Co 5.21; Hb 4.15), e entregou-se a morte como um
cordeiro imaculado e incontaminado (1Pd 1.19).
3.4.2
- Seu sofrimento. Para a preparação do pão da proposição, foi usada da melhor
farinha obtida de grãos inteiros do trigo. Para que esse trigo se tornasse
adequado, ele tinha que ser triturado até se tornar pó finíssimo. Por essa
razão, o processo pelo qual o trigo foi submetido representa as tribulações,
tentações e sofrimentos do Senhor Jesus Cristo, que como trigo, foi moído (Is
53.7,10), sendo Ele o nosso pão da vida (Jo 12.24). Não menos importante, para
o pão servir de alimento precisava ser assado (Lv 24.5). Sendo também esse
processo uma alusão ao intenso sofrimento do Filho de Deus no Calvário (Mt
3.11; Lc 3.16; Hb 9.14; 12.29).
3.4.3
- Sua mediação. O fato de serem doze pães sobre a mesa, todo Israel estava
sendo diante de Deus representado. Não importava em que parte do acampamento os
israelitas estivessem, deviam lembrar-se de que sua tribo estava representada
sobre a mesa de ouro no Lugar Santo. Cristo, como o pão da vida nos representou
diante do Pai, como sacrifício expiatório (Is 53.4-6), e diante de Deus o Pai é
o nosso Advogado (1Jo 2.1,2), e intercessor (Rm 8.34; Hb 9.24).
3.4.4
- A provisão da salvação. Jesus é o Pão da Vida (Jo 6.48), que se fez carne
para morrer por nossos pecados (Jo 6.38,51), que sustenta os homens também no
âmbito espiritual (1Pd 2.9; Ap 1.6). O pão da proposição prefigura o grão de
“trigo” (Jo 12.24), que foi sujeitado ao fogo do julgamento divino em lugar dos
homens (Jo 12.32,33). Cristo é o nosso pão espiritual, descido do céu (Jo
6.33,38,50,58), que provisionou a toda humanidade (Jo 3.16) através da fé em
sua morte e ressurreição (Ef 2.8; 1Pd 1.21), a vida eterna: “Na verdade, na
verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47; ver
6.54-58).
CONCLUSÃO
O
simbolismo dos pães da proposição se cumpre em Cristo e sua Igreja, tanto no
aspecto pessoal como coletivo. Ele é o nosso alimento espiritual, nossa porção
que nos satisfaz plenamente em todas as áreas da vida da humana.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN,
R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS.
HOWARD,
R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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