Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
14 – ENTRE A PÁSCOA E O PENTECOSTES - (Êx 34.18-29)
3º TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, veremos informações sobre a Festa da Páscoa como o seu nome, sua data,
seus participantes bem como os elementos desta cerimônia judaica e sua
aplicabilidade para a Igreja hoje. Estudaremos também sobre a quarta festa de
Israel que é Pentecostes onde pontuaremos informações sobre o seu nome, o seu
objetivo, e a sua comemoração para o povo judeu com sua correlação com a noiva
de Cristo.
I
- A FESTA DA PÁSCOA
1.1
- O nome da festa. A palavra portuguesa “Páscoa” é usada para designar a festa
dos judeus que, no hebraico, é chamada “Pêssach”, que significa: “saltar por
cima”, ou “passar por sobre”. Esse nome surgiu em face do registro bíblico de
que o anjo da morte, ou anjo destruidor, passou por sobre as casas marcadas com
o sangue do cordeiro pascal, e matou os primogênitos do Egito: “E aquele sangue
vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por
cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a
terra do Egito” (Êx 12.23 ver Dt 6.20-25).
1.2
- A data da festa. O nome hebraico do mês que aconteceu a primeira Páscoa foi
em Abibe, que significa “espigas verdes”. Corresponde a Março-Abril em nosso
calendário. Durante o Exílio babilônico foi substituído pelo nome Nissã que
significa “começo, abertura” (Ne 2.1). Ainda hoje o ano civil começa no outono,
com a Festa das Trombetas (Lv 23.24; Nm. 29.1), chamado “Rosh hashanah” que
significa “cabeça do ano”, “ponta do ano”, ou “início novo” (ano novo).
1.3
- Os participantes da festa. O registro bíblico nos mostra que a Páscoa era uma
cerimônia familiar:“Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez
deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um
cordeiro para cada família” (Êx 12.3). Quando a família fosse pequena demais
deveria unir-se a outra. De acordo com a tradição judaica, a expressão “pequena
demais” significava com menos de dez pessoas. Eles deviam calcular quanto cada
um poderia comer e assim determinar se deviam se reunir com alguma outra
família (Êx 12.4). O estrangeiro também poderia participar desde que fosse
circuncidado (Êx 12.43-49).
1.4
- Os elementos da festa. Os participantes da Páscoa deveriam ter os lombos
cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. Conforme o registro bíblico, a
festa da Páscoa deveria ser preparada com os seguintes elementos: um cordeiro
ou cabrito, pães asmos, ervas amargas e o sangue do cordeiro que deveria ser
aplicado na verga e nos umbrais da porta. Cada um dos componentes desta
celebração tinha um sentido literal e espiritual (Êx 12.24-27). Notemos:
ELEMENTOS
1
Cordeiro
2
Sangue
3
Pães asmos
4
Ervas amargas
EXIGÊNCIAS
PARA A FESTA DA PÁSCOA
1
Este animal deveria ser: macho, de um ano, e sem mancha (Êx 12.5). Os hebreus
deveriam avaliar o cordeiro durante quatro dias (Êx 12.3,6).
2
Os hebreus deveriam sacrificar o cordeiro no décimo quarto dia no período da
tarde (Êx 12.6) e colocar o sangue na verga e nos umbrais da porta (Êx 12.7).
3
Os pães asmos é um pão assado sem fermento e feito somente de farinha de trigo
e água (Êx 12.8).
4
A tradição judaica menciona alface, escarola, chicória, hortelã e dente-de-leão
(Êx 12.8).
TIPOLOGIA
1
Este cordeiro substituiria o primogênito de cada família dos hebreus (Êx
12.12,13) e dos animais (Êx 13.1,2,12-15 ver Mt 27.45-50).
2
O sangue no umbral e nas vergas das portas serviria como sinal para livramento
(Êx 12.12,13). O Sangue representa a expiação (Hb 9.22; 11.28).
3
A farinha amassada sem ter recebido o fermento simboliza pureza (Mt 16.11; Mc
8.15).
4
As ervas amargas deveriam ser comidos para recordar a opressão do Egito (Êx
1.14; 12.8).
II
- APLICABILIDADE DA FESTA DA PÁSCOA PARA A IGREJA
Embora
a celebração da festa da Páscoa seja uma ordenança divina para aos judeus (Êx
12; Nm 9.2,4; Dt 16), ela tem um profundo significado para o cristão por
representar a obra de Cristo para a nossa redenção, pois as festas de Israel
eram “sombras das coisas futuras […]” (Cl 2.17). Observemos algumas
similaridades entre a Páscoa e Cristo:
2.1
- O significado profético da páscoa. Assim como um cordeiro foi sacrificado no
dia da páscoa para a libertação dos judeus no Egito, Cristo foi sacrificado
para a libertação dos nossos pecados: “[…] Ele salvará o seu povo dos pecados
deles” (Mt 1.21); “…pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados” (Ap 1.5);
“[…] Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado” (1Co 5.7). Há uma perfeita
identificação entre o pecado do crente e a oferta pelo pecado (Jo 3.14 ver Jo
1.29).
2.2
- O poder profético do sacrifício de Cristo. Este era o método usado por Deus,
desde os tempos de Adão, para perdoar os pecados: O sangue deveria ser
derramado: “Porque a vida da carne está no sangue” (Lv 17.11). “Aquele que não
conheceu pecado, ele o fez (oferta pelo) pecado por nós […]” (2Co 5.21). Por
isso: “[…] sem derramamento de sangue não há remissão de pecados” (Hb 9.22). No
tempo do AT o sangue dos animais apenas cobria os pecados, no NT o sangue de
Cristo tira o pecado do mundo (Jo 1.29; Hb 10.10-12). Vejamos alguns detalhes
do cordeiro pascoal e Cristo:
A
PÁSCOA JUDAICA
1
A perfeição do cordeiro (Êx 12.5)
2
O exame do cordeiro (Êx 12.3,6).
3
sacrifício do cordeiro (Êx 12.6,23; 12.8).
JESUS
CRISTO
1
Jesus é comparado a um cordeiro (Is 53.4; Jo 1.29; At 8.32-35). O Messias
nasceu e viveu uma vida imaculada e irrepreensível (1Pd 1.19; 2.22; Hb 7.26).
2
Jesus foi examinado pelos religiosos (Mt 22 15-46); pelo sumo sacerdote (Jo
18.29), por Herodes (Lc 23.7-11), por Pilatos (Jo 18.28; 19.4,6), e pelo
soldado ao pé da cruz (Lc 23.47).
3
Jesus foi morto pelos judeus (Mc 15.11-14; At 2.23,36); e o seu sangue foi
derramado para livrar a todos os homens da ira divina (Rm 3.25; 5.1; 1Ts 1.10).
III
- A FESTA DE PENTECOSTES
Das sete festas comemoradas por Israel, três eram
realizadas no primeiro mês (Abibe) do calendário judaico: Festa da páscoa (Êx
12.5; Lv 23.4-5; Dt 16.1); Festa dos pães asmos (Êx 12.8,18; 13.7; Lv 23.6-8);
e, Festa das primícias (Lv 23.9-14). A celebração destas três festas é
realizada entre os dias 14 e 22 do primeiro mês. A festa da páscoa (14 de
Abibe) é um dia antes dos pães asmos (15 de Abibe) e dois dias antes das
Primícias (16 de Abibe) (Lv 23.4-6). A Festa dos Pães Asmos era a continuação
da Festa Páscoa (Lc 22.1) e durante essas duas, ainda tinha entre elas a Festa
das Primícias. As três últimas festas eram realizadas no sétimo mês (Tishrei):
Festa das trombetas (Lv 23.23-25); Festa do dia da expiação (Lv 23.26-32); e,
Festa dos tabernáculos (Lv 23.33-44) e uma festa era realizada “no meio” (no
mês de Sivan) que é a Festa de pentecostes (Lv 23.15-22) onde é celebrada
durante sete semanas (49 dias) contadas a partir do primeiro dia depois da
“páscoa”, ou seja, no 50º dia. Era uma festa abrangente sem acepção de grau
parentesco, raça, nação, idade, sexo ou statos social (Dt 16.9-11,14).
3.1
- O nome da festa. Esta festa é chamada “shavuot” que quer dizer “semanas” (Dt
16.16). Esta festividade possui alguns nomes diferentes:
a)
Festa das semanas que se refere a sete semanas após a oferta das primícias (Êx
34.22; Dt 16.10; 2Cr 8.13);
b)
Festa da colheita referindo-se à conclusão das colheitas de grãos (Êx 23.16), e
por fim,
c)
Festa de pentecostes referindo-se ao período de cinquenta dias após a oferta
das primícias que acontecia junto com a festa dos pães asmos (Lv 23.16-18).
3.2
- O objetivo da festa. A festa de pentecoste era uma festa basicamente agrícola
que era celebrada no fim da primavera, quando a nova colheita de trigo era colhida
(Êx 23.14-16). Como podemos ver, esta festa segue o mesmo princípio da Festa
das Primícias que é o de agradecer a Deus por tudo que Ele tem providenciado,
reconhecendo a sua bênção (Dt 16.10).
3.3
- A comemoração da festa. A Bíblia nos mostra que no dia da festa todas as
atividades normais deviam ser suspensas a fim de que o povo se reunisse para
uma “santa convocação” (Lv 23.21). Além do caráter de agradecimento, a festa
tinha um propósito caridoso, pois as necessidades dos pobres e estrangeiros
também deveriam ser lembradas nessa ocasião (Lv 23.22).
IV
- APLICABILIDADE DA FESTA DE PENTECOSTES PARA A IGREJA
Jesus
foi sacrificado durante a Festa da Páscoa (Mt 26.2; Mt 27.15), foi sepultado
durante a Festa dos pães asmos (Mt 26.17; Mc 14.1,12; Lc 22.1), ressuscitou na
Festa das Primícias (Mc 5.16), e cinquenta dias depois, no dia da Festa de
Pentecostes, veio o derramar do Espírito Santo sobre os discípulos (At 2.1-4
ver Jl 2.28,29). Vejamos:
4.1
- O alcance da festa. Pentecostes fala de uma promessa:
a)
segura “derramarei o meu Espírito” (Lc 24.49; At 1.4; 2.17);
b)
abundante “sobre toda a carne” (At 2.4,39; 10.44);
c)
abrangente pois ela quebra toda acepção racial: “toda a carne”, sexual: “filhos
e filhas”, etária: “jovens e velhos”, e social: “servos e servas” (Jl 2.28,29);
e,
d)
atual “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os
que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (At 2.39).
Um dos
propósitos desta festa era também a aproximação de todos que estavam distantes:
“Todos reunidos no mesmo lugar” (At 2.1); “Todos foram cheios do Espírito
Santo” (At 2.4); “Todos os que estão longe; tantos quanto…” (At 2.39); e “Todos
os que criam estavam juntos” (At 2.44).
4.2
- A abrangência da festa. Na Festa das Primícias era movido perante o Senhor um
molho (feixe) de espigas de trigo (Lv 23.9- 11), já na Festa de Pentecostes
eram movidos perante o Senhor dois pães de trigo (Lv 23.15-17). Isso falava da
Igreja, que seria formada de judeus e gentios, formando, assim, um só corpo (Ef
2.14; Jo 11.52). O feixe de espigas fala da união, mas os pães vão além, pois
eles falam de unidade (Ef 4.3). Em um feixe de espigas, os grãos estão
simplesmente presos às espigas, porém isolados uns dos outros, mas, em um pão é
diferente: o trigo é o mesmo, mas os grãos passaram por um multiforme processo
e formam agora um todo, um corpo único. O derramamento pentecostal fez isso na
formação da Igreja em Atos 2.
4.3
- A colheita da festa. Após sua ressurreição Jesus ficou na terra por 40 dias
quando foi ascendido ao céu e dez dias depois na Festa de Pentecostes, no 50º
dia depois da páscoa, cumpriu-se a promessa do “derramamento do Espírito Santo”
(Jl 2.28,29; At 1.4,5; 2.1), e durante a festa de Pentecostes os discípulos
ficaram cheios do Espírito Santo (do hebraico “Ruah Kadosh” e do grego “Hagios
Pneumathos”) e logo após, os apóstolos colheram os primeiros frutos de (At
2.37-41).
CONCLUSÃO
Concluímos
que assim como a Festa da Páscoa para o judeu lembra o livramento físico da
escravidão do Egito, para os cristãos existe uma recordação do livramento
espiritual do reino das trevas, e assim como a Festa de Pentecostes para Israel
era para entregar ao Senhor os primeiros frutos da colheita, para a igreja fala
também da primeira “colheita” com a conversão dos gentios e do derramamento do
Espírito Santo.
REFERÊNCIAS
MCMURTRY,
Grady Shannon. As Festas Judaicas do Antigo Testamento. ADSantos. HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
SITTEMA,
John. Encontrei Jesus Numa Festa de Israel. Mundo Cristão.
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