Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
Av.
Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 /
3084.1543
LIÇÃO
13 – AS ORAÇÕES DOS SANTOS NO ALTAR DE OURO - (Lv 16.12,13; Ap 5.6-10)
3º TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
Nesta
lição falaremos de um dos móveis que estava no lugar santo do tabernáculo: o
altar de incenso. Destacaremos detalhes a respeito deste utensílio e sua
finalidade; trataremos ainda sobre o incenso e o seu devido uso; por fim,
finalizaremos mostrando que há um altar de incenso no céu, para onde vão as
orações dos santos.
I
– O ALTAR DE OURO: UM IMPORTANTE UTENSÍLIO DO TABERNÁCULO
Deus
revelou como deveria ser o tabernáculo com os seus móveis a Moisés no monte (Êx
25.9,40; 26.30). No entanto, para fabricação destes móveis, Deus capacitou,
pelo Espírito Santo, a Bezalel e a Aoliabe (Êx 31.1-6). Um destes móveis
construídos foi o altar de incenso (Êx 30.1). Abaixo destacaremos especificamente
algumas coisas a respeito do altar de ouro. Vejamos:
1.1
- Construção (Êx 30.1). Deus mostrou a Moisés que este altar deveria ser:
(a)
de madeira de acácia (Êx 30.1);
(b)
com um formato “quadrado” ou “quadrangular” e precisas medidas que equivalem a
“45 cm de largura e 90 cm de altura” (Êx 30.2);
(c)
forrado de “ouro puro” completamente (Êx 30.3);
(d)
deveria ter “quatro pontas”, uma em cada canto (Êx 30.2);
(e)
duas argolas nos cantos, para receber os varais e ser transportado junto com o
tabernáculo, quando necessário (Êx 30.4; 37.25-27); e,
(f)
uma moldura (coroa) desenhada a volta do altar e abaixo desta (Êx 30.3-b).
1.2
- Localização (Êx 30.6). Diferente do altar do holocausto que ficava no pátio
do tabernáculo, o altar de incenso ficava no interior deste, precisamente no
“lugar santo”, em frente ao véu que dava acesso ao santíssimo lugar: “E o porás
diante do véu que está diante da arca do testemunho, diante do propiciatório
[…]” (Êx 30.6). O altar do incenso relacionava-se mais estreitamente com o
lugar santíssimo do que com os demais móveis do lugar santo. É descrito como o
altar “que está perante a face do Senhor” (Lv 4.18). A localização deste
utensílio era tão próxima do Lugar Santíssimo, que fez o escritor aos hebreus
considerá-lo como pertencente a este (Hb 9.3,4).
1.3
- Finalidade (Êx 30.7-10). O altar de ouro foi construído para que unicamente
nele se queimasse incenso ao Senhor (Êx 30.7,8). Neste, não poderia ser
oferecido incenso estranho nem ofertas de sangue, nem libações (Êx 30.9). Somente
uma vez no ano, o altar do incenso era purificado com sangue de um sacrifício
oferecido no altar do holocausto (Êx 30.10). Os sacerdotes tinham acesso ao
altar de ouro para oferecer incenso no tempo aprazado (Êx 30.7,8). Era neste
altar que Deus se encontrava particularmente com a pessoa que, dia a dia,
oferecia o incenso (Êx 30.6-b).
II
– O INCENSO SAGRADO PARA SER QUEIMADO NO ALTAR DE OURO
O
incenso era feito de uma substância aromática que, quando era queimada, exalava
um odor agradável. Abaixo destacaremos alguns detalhes sobre o incenso.
Notemos:
3.1
- Quem podia oferecer o incenso (Lv 2.2). Somente os sacerdotes estavam
habilitados para a queima do incenso na presença do Senhor (Êx 30.7,8). Com a
multiplicação do número de sacerdotes, havia uma escala para a queima do
incenso (Lc 1.9-a). Quando o rei Uzias intentou queimar incenso, assumindo a
função sacerdotal, foi ferido com lepra pelo Senhor (2 Cr 26.19). Aqueles que
tentaram usurpar a função sacerdotal da oferenda de incenso foram punidos com a
morte, como o caso de Corá, Datã e Abirão (Nm 16.31-33), ou com doenças, como
Uzias (2Cr 26.19), e até mesmo os sacerdotes que ofereceram incenso
indevidamente foram mortos (Lv 10.1,2). Enquanto o sacerdote entrava no Lugar
Santo para queimar o incenso, o povo ficava do lado de fora do tabernáculo ou
do templo em oração (Lc 1.9-b).
3.2
- O tempo da queima do incenso (Êx 30.7,8). Haviam tarefas diárias no
tabernáculo para o sacerdote, e uma delas era a queima do incenso, que deveria
ocorrer pela manhã (Êx 30.7), e novamente à tarde (Êx 30.8). No Dia da
Expiação, o sumo sacerdote oferecia o incenso composto em um incensário sobre a
Arca (Lv 16.12,13).
3.3 - A composição do incenso (Êx 30.34-36). O incenso que
era oferecido ao Senhor era composto de ingredientes especiais, a saber:
“estoraque, e onicha, e gálbano” (Êx 30.34). Estas especiarias aromáticas
deviam ser moídas junto com incenso para ser queimado no altar de ouro, coisa
santíssima era (Êx 30.36).
3.4
- Advertências acerca do incenso (Êx 30.37,38). O povo de Israel, foi orientado
a não reproduzir o incenso do culto levítico, pois este era santo, ou seja,
separado exclusivamente para o Senhor (Êx 30.37), e aquele que tentasse
fabricar essa especiaria para cheirar, deveria receber como punição a morte: “o
homem que fizer tal como este para cheirar, será extirpado do seu povo” (Êx
30.38). Outra forma condenável de queimar incenso também era quando o povo o
fazia a outros deuses e não ao Senhor (Jr 44.5,8,15,17; Os 2.13).
IV
– O ALTAR DE OURO E O INCENSO E SUA APLICAÇÃO PARA A IGREJA
Quando
Deus ordenou a Moisés que construísse o tabernáculo conforme o modelo que lhe
foi mostrado no monte (Êx 25.9,40; 26.30), o escritor aos hebreus disse que o
tabernáculo terrestre é uma figura do tabernáculo celeste (Hb 8.5). O apóstolo
João confirmou essa interpretação, no livro do Apocalipse, quando foi
arrebatado ao céu viu um altar de incenso perante o Senhor: “E veio outro anjo,
e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito
incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro,
que está diante do trono” (Ap 8.3). Tradicionalmente, o incenso é o símbolo da
oração, do louvor (Lv 16.12,13; Sl 141.2; Lc 1.9,10). Como o incenso é colocado
no altar pelo homem, e ao queimar, sobe até Deus. Da mesma forma, nossas
orações começam em nosso coração e ascendem aos céus até Deus. Abaixo
destacaremos algumas aplicações sobre o incenso na vida cristã:
4.1
- Quem pode oferecer o incenso. Na Antiga Aliança apenas os descendentes de
Arão estavam habilitados para a queima do incenso na presença do Senhor (Êx
30.7,8; Lv 1.9). Na Nova Aliança a igreja é chamada de “o sacerdócio real […]”
(1 Pd 2.9). E, cada crente foi feito sacerdote (Ap 1.6; 5.10). Portanto, podemos
entrar na presença de Deus para lhe oferecer incenso que é o louvor e a oração
que sobem a Sua presença como cheiro suave (Sl 141.2).
4.2
- O tempo da queima do incenso. O incenso deveria ser queimado pela manhã pela
tarde (Êx 30.8). Isso nos ensina que a oração deve ser uma prática diária, sem
cessar (Lc 18.1; Rm 12.12; Ef 6.18; Cl 4.2; 1 Ts 5.17).
4.3
- A composição do incenso. Cada uma das especiarias que compunha o incenso
sagrado (Êx 30.34-35) nos transmite verdades espirituais acerca da adoração e da
oração. Vejamos:
a)
O estoraque. O estoraque era uma resina extraída sem precisar fazer incisão, ou
seja, um corte. Ela brotava do arbusto espontaneamente.
Aplicação:
A adoração, a oração e o louvor que prestamos a Deus deve ser voluntário e não
forçado (Sl 54.6; 119.108).
b) A onica ou onicha. Uma substância extraída
de certos tipos de moluscos, e que emite um aroma forte e penetrante, quando
queimado. O mar Vermelho exibe várias espécies desse molusco.
Aplicação:
A adoração, a oração e o louvor não podem ser superficiais (Is 29.13; Jl 2.13),
mas devem partir do mais profundo da nossa alma (Sl 42.1; 103.1,2; 130.1).
c)
O gálbano. O gálbano é um arbusto do deserto. Para ser extraído suas folhas
deviam ser moídas e quebradas.
Aplicação:
A adoração, a oração e o louvor deve brotar de um coração quebrantado e
contrito (Sl 34.18; 51.17).
4.4
- Advertências acerca do incenso. As restrições quanto ao uso do incenso
sagrado nos transmite as seguintes lições:
4.4.1
- Não podemos adorar a nós mesmos. A palavra “autolatria” é formada por dois
vocábulos gregos: “autos”, que significa “a si mesmo” e “latria”, que quer
dizer “adoração”. Logo, “autolatria” significa “adoração a si próprio”. Esse
tipo de idolatria também é conhecida como “egolatria”. Encontramos alguns
exemplos na Bíblia, tais como: Lúcifer (Ez 28.11-19; Is 14.12-14), o rei
Nabucodonosor (Dn 4.29,30; 5.5.18-21) e Herodes (At 12.21-23).
4.4.2
- Não podemos adorar a ídolos. No Decálogo, os dois primeiros mandamentos são
contrários diretamente à idolatria (Êx 20.3,4; Dt 5.6-8). Esta ordem foi
repetida em outras ocasiões (Êx 23.13,24; 34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7;
Jz 6.10; 2 Rs 17.35,37,38). O Senhor Deus ordenou também a destruição dos
ídolos das nações que habitavam na terra de Canaã (Êx 23.24; 34.13; Dt 7.4,5;
12.2,3). A Palavra de Deus nos revela que quem oferece sacrifícios aos ídolos,
oferece aos demônios (Lv 17.7; Dt 32.17; 2 Cr 11.15; Sl 106.37; 1 Co 10.20,21).
4.4.3
- O louvor e a adoração pertencem unicamente ao Senhor. O louvor como forma de
adoração deve ser prestado unicamente a Deus (Lv 22.29; Dt 10.21; Sl 150.6; Is
42.8). A Bíblia aponta diversos motivos devemos louvar ao Senhor. Vejamos
alguns:
(a)
Sua majestade (Sl 96.1,6);
(b)
Sua glória (Sl 138.5);
(c)
Sua excelência (Sl 148.13);
(d)
Sua grandeza (Sl 145.3);
(e)
Sua bondade e Suas maravilhas (Sl 107.8);
(f)
Sua fidelidade (Sl 89.1);
(g)
Sua longanimidade e veracidade (Sl 138.2);
(h)
Sua salvação (Sl 18.46);
(i)
Suas maravilhosas obras (Sl 89,5);
(j)
Suas consolações (Sl 42.5);
(l)
Seus juízos (Sl 101.1);
(m)
Seus conselhos eternos (Sl 16.7);
(n)
Sua proteção (Sl 71.6);
(o)
Seu livramento (Sl 40.1-3);
(p)
Porque Ele é digno (Sl 145.3);
(q)
por sua resposta às orações (Sl 28.6);
(r)
porque Ele perdoa pecados (Sl 103.1-3);
(s)
Porque Ele é bom (Sl 106.1); e,
(t)
porque é bom louvar ao Senhor (Sl 92.1).
CONCLUSÃO
Nossas
orações sobem a presença de Deus e são depositadas na presença de Deus como
incenso. Tal verdade deve nos motivar a buscarmos intensamente ao Senhor, pois
Ele está atento às orações dos santos.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA,
Abraão de. O tabernáculo e a igreja. CPAD.
ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico.
CPAD.
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia,
Teologia e Filosofia.
HAGNOS.
CONNER, Kevin J. Os segredos do
Taberrnáculo de Moisés.
ATOS
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua
Portuguesa.
OBJETIVA.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD.
Nenhum comentário:
Postar um comentário