sábado, 29 de setembro de 2018

LIÇÃO 14 – ENTRE A PÁSCOA E O PENTECOSTES - (Êx 34.18-29) 3º TRIMESTRE DE 2018


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 - Santo Amaro - Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543

LIÇÃO 14 – ENTRE A PÁSCOA E O PENTECOSTES - (Êx 34.18-29)
3º TRIMESTRE DE 2018

INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos informações sobre a Festa da Páscoa como o seu nome, sua data, seus participantes bem como os elementos desta cerimônia judaica e sua aplicabilidade para a Igreja hoje. Estudaremos também sobre a quarta festa de Israel que é Pentecostes onde pontuaremos informações sobre o seu nome, o seu objetivo, e a sua comemoração para o povo judeu com sua correlação com a noiva de Cristo.

I - A FESTA DA PÁSCOA
1.1 - O nome da festa. A palavra portuguesa “Páscoa” é usada para designar a festa dos judeus que, no hebraico, é chamada “Pêssach”, que significa: “saltar por cima”, ou “passar por sobre”. Esse nome surgiu em face do registro bíblico de que o anjo da morte, ou anjo destruidor, passou por sobre as casas marcadas com o sangue do cordeiro pascal, e matou os primogênitos do Egito: “E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito” (Êx 12.23 ver Dt 6.20-25).

1.2 - A data da festa. O nome hebraico do mês que aconteceu a primeira Páscoa foi em Abibe, que significa “espigas verdes”. Corresponde a Março-Abril em nosso calendário. Durante o Exílio babilônico foi substituído pelo nome Nissã que significa “começo, abertura” (Ne 2.1). Ainda hoje o ano civil começa no outono, com a Festa das Trombetas (Lv 23.24; Nm. 29.1), chamado “Rosh hashanah” que significa “cabeça do ano”, “ponta do ano”, ou “início novo” (ano novo).

1.3 - Os participantes da festa. O registro bíblico nos mostra que a Páscoa era uma cerimônia familiar:“Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família” (Êx 12.3). Quando a família fosse pequena demais deveria unir-se a outra. De acordo com a tradição judaica, a expressão “pequena demais” significava com menos de dez pessoas. Eles deviam calcular quanto cada um poderia comer e assim determinar se deviam se reunir com alguma outra família (Êx 12.4). O estrangeiro também poderia participar desde que fosse circuncidado (Êx 12.43-49).

1.4 - Os elementos da festa. Os participantes da Páscoa deveriam ter os lombos cingidos, sandálias nos pés e cajado na mão. Conforme o registro bíblico, a festa da Páscoa deveria ser preparada com os seguintes elementos: um cordeiro ou cabrito, pães asmos, ervas amargas e o sangue do cordeiro que deveria ser aplicado na verga e nos umbrais da porta. Cada um dos componentes desta celebração tinha um sentido literal e espiritual (Êx 12.24-27). Notemos:

ELEMENTOS
1 Cordeiro
2 Sangue
3 Pães asmos
4 Ervas amargas

EXIGÊNCIAS PARA A FESTA DA PÁSCOA
1 Este animal deveria ser: macho, de um ano, e sem mancha (Êx 12.5). Os hebreus deveriam avaliar o cordeiro durante quatro dias (Êx 12.3,6).
2 Os hebreus deveriam sacrificar o cordeiro no décimo quarto dia no período da tarde (Êx 12.6) e colocar o sangue na verga e nos umbrais da porta (Êx 12.7).
3 Os pães asmos é um pão assado sem fermento e feito somente de farinha de trigo e água (Êx 12.8).
4 A tradição judaica menciona alface, escarola, chicória, hortelã e dente-de-leão (Êx 12.8).

TIPOLOGIA
1 Este cordeiro substituiria o primogênito de cada família dos hebreus (Êx 12.12,13) e dos animais (Êx 13.1,2,12-15 ver Mt 27.45-50).
2 O sangue no umbral e nas vergas das portas serviria como sinal para livramento (Êx 12.12,13). O Sangue representa a expiação (Hb 9.22; 11.28).
3 A farinha amassada sem ter recebido o fermento simboliza pureza (Mt 16.11; Mc 8.15).
4 As ervas amargas deveriam ser comidos para recordar a opressão do Egito (Êx 1.14; 12.8).

II - APLICABILIDADE DA FESTA DA PÁSCOA PARA A IGREJA
Embora a celebração da festa da Páscoa seja uma ordenança divina para aos judeus (Êx 12; Nm 9.2,4; Dt 16), ela tem um profundo significado para o cristão por representar a obra de Cristo para a nossa redenção, pois as festas de Israel eram “sombras das coisas futuras […]” (Cl 2.17). Observemos algumas similaridades entre a Páscoa e Cristo:

2.1 - O significado profético da páscoa. Assim como um cordeiro foi sacrificado no dia da páscoa para a libertação dos judeus no Egito, Cristo foi sacrificado para a libertação dos nossos pecados: “[…] Ele salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt 1.21); “…pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados” (Ap 1.5); “[…] Cristo, nosso cordeiro pascal, foi imolado” (1Co 5.7). Há uma perfeita identificação entre o pecado do crente e a oferta pelo pecado (Jo 3.14 ver Jo 1.29).

2.2 - O poder profético do sacrifício de Cristo. Este era o método usado por Deus, desde os tempos de Adão, para perdoar os pecados: O sangue deveria ser derramado: “Porque a vida da carne está no sangue” (Lv 17.11). “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez (oferta pelo) pecado por nós […]” (2Co 5.21). Por isso: “[…] sem derramamento de sangue não há remissão de pecados” (Hb 9.22). No tempo do AT o sangue dos animais apenas cobria os pecados, no NT o sangue de Cristo tira o pecado do mundo (Jo 1.29; Hb 10.10-12). Vejamos alguns detalhes do cordeiro pascoal e Cristo:

A PÁSCOA JUDAICA
1 A perfeição do cordeiro (Êx 12.5)
2 O exame do cordeiro (Êx 12.3,6).
3 sacrifício do cordeiro (Êx 12.6,23; 12.8).

JESUS CRISTO
1 Jesus é comparado a um cordeiro (Is 53.4; Jo 1.29; At 8.32-35). O Messias nasceu e viveu uma vida imaculada e irrepreensível (1Pd 1.19; 2.22; Hb 7.26).
2 Jesus foi examinado pelos religiosos (Mt 22 15-46); pelo sumo sacerdote (Jo 18.29), por Herodes (Lc 23.7-11), por Pilatos (Jo 18.28; 19.4,6), e pelo soldado ao pé da cruz (Lc 23.47).
3 Jesus foi morto pelos judeus (Mc 15.11-14; At 2.23,36); e o seu sangue foi derramado para livrar a todos os homens da ira divina (Rm 3.25; 5.1; 1Ts 1.10).

III - A FESTA DE PENTECOSTES
Das sete festas comemoradas por Israel, três eram realizadas no primeiro mês (Abibe) do calendário judaico: Festa da páscoa (Êx 12.5; Lv 23.4-5; Dt 16.1); Festa dos pães asmos (Êx 12.8,18; 13.7; Lv 23.6-8); e, Festa das primícias (Lv 23.9-14). A celebração destas três festas é realizada entre os dias 14 e 22 do primeiro mês. A festa da páscoa (14 de Abibe) é um dia antes dos pães asmos (15 de Abibe) e dois dias antes das Primícias (16 de Abibe) (Lv 23.4-6). A Festa dos Pães Asmos era a continuação da Festa Páscoa (Lc 22.1) e durante essas duas, ainda tinha entre elas a Festa das Primícias. As três últimas festas eram realizadas no sétimo mês (Tishrei): Festa das trombetas (Lv 23.23-25); Festa do dia da expiação (Lv 23.26-32); e, Festa dos tabernáculos (Lv 23.33-44) e uma festa era realizada “no meio” (no mês de Sivan) que é a Festa de pentecostes (Lv 23.15-22) onde é celebrada durante sete semanas (49 dias) contadas a partir do primeiro dia depois da “páscoa”, ou seja, no 50º dia. Era uma festa abrangente sem acepção de grau parentesco, raça, nação, idade, sexo ou statos social (Dt 16.9-11,14).

3.1 - O nome da festa. Esta festa é chamada “shavuot” que quer dizer “semanas” (Dt 16.16). Esta festividade possui alguns nomes diferentes:

a) Festa das semanas que se refere a sete semanas após a oferta das primícias (Êx 34.22; Dt 16.10; 2Cr 8.13);
b) Festa da colheita referindo-se à conclusão das colheitas de grãos (Êx 23.16), e por fim,
c) Festa de pentecostes referindo-se ao período de cinquenta dias após a oferta das primícias que acontecia junto com a festa dos pães asmos (Lv 23.16-18).

3.2 - O objetivo da festa. A festa de pentecoste era uma festa basicamente agrícola que era celebrada no fim da primavera, quando a nova colheita de trigo era colhida (Êx 23.14-16). Como podemos ver, esta festa segue o mesmo princípio da Festa das Primícias que é o de agradecer a Deus por tudo que Ele tem providenciado, reconhecendo a sua bênção (Dt 16.10).

3.3 - A comemoração da festa. A Bíblia nos mostra que no dia da festa todas as atividades normais deviam ser suspensas a fim de que o povo se reunisse para uma “santa convocação” (Lv 23.21). Além do caráter de agradecimento, a festa tinha um propósito caridoso, pois as necessidades dos pobres e estrangeiros também deveriam ser lembradas nessa ocasião (Lv 23.22).

IV - APLICABILIDADE DA FESTA DE PENTECOSTES PARA A IGREJA
Jesus foi sacrificado durante a Festa da Páscoa (Mt 26.2; Mt 27.15), foi sepultado durante a Festa dos pães asmos (Mt 26.17; Mc 14.1,12; Lc 22.1), ressuscitou na Festa das Primícias (Mc 5.16), e cinquenta dias depois, no dia da Festa de Pentecostes, veio o derramar do Espírito Santo sobre os discípulos (At 2.1-4 ver Jl 2.28,29). Vejamos:

4.1 - O alcance da festa. Pentecostes fala de uma promessa:

a) segura “derramarei o meu Espírito” (Lc 24.49; At 1.4; 2.17);
b) abundante “sobre toda a carne” (At 2.4,39; 10.44);
c) abrangente pois ela quebra toda acepção racial: “toda a carne”, sexual: “filhos e filhas”, etária: “jovens e velhos”, e social: “servos e servas” (Jl 2.28,29); e,
d) atual “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar” (At 2.39).

Um dos propósitos desta festa era também a aproximação de todos que estavam distantes: “Todos reunidos no mesmo lugar” (At 2.1); “Todos foram cheios do Espírito Santo” (At 2.4); “Todos os que estão longe; tantos quanto…” (At 2.39); e “Todos os que criam estavam juntos” (At 2.44).

4.2 - A abrangência da festa. Na Festa das Primícias era movido perante o Senhor um molho (feixe) de espigas de trigo (Lv 23.9- 11), já na Festa de Pentecostes eram movidos perante o Senhor dois pães de trigo (Lv 23.15-17). Isso falava da Igreja, que seria formada de judeus e gentios, formando, assim, um só corpo (Ef 2.14; Jo 11.52). O feixe de espigas fala da união, mas os pães vão além, pois eles falam de unidade (Ef 4.3). Em um feixe de espigas, os grãos estão simplesmente presos às espigas, porém isolados uns dos outros, mas, em um pão é diferente: o trigo é o mesmo, mas os grãos passaram por um multiforme processo e formam agora um todo, um corpo único. O derramamento pentecostal fez isso na formação da Igreja em Atos 2.

4.3 - A colheita da festa. Após sua ressurreição Jesus ficou na terra por 40 dias quando foi ascendido ao céu e dez dias depois na Festa de Pentecostes, no 50º dia depois da páscoa, cumpriu-se a promessa do “derramamento do Espírito Santo” (Jl 2.28,29; At 1.4,5; 2.1), e durante a festa de Pentecostes os discípulos ficaram cheios do Espírito Santo (do hebraico “Ruah Kadosh” e do grego “Hagios Pneumathos”) e logo após, os apóstolos colheram os primeiros frutos de (At 2.37-41).

CONCLUSÃO
Concluímos que assim como a Festa da Páscoa para o judeu lembra o livramento físico da escravidão do Egito, para os cristãos existe uma recordação do livramento espiritual do reino das trevas, e assim como a Festa de Pentecostes para Israel era para entregar ao Senhor os primeiros frutos da colheita, para a igreja fala também da primeira “colheita” com a conversão dos gentios e do derramamento do Espírito Santo.

REFERÊNCIAS
MCMURTRY, Grady Shannon. As Festas Judaicas do Antigo Testamento. ADSantos. HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
SITTEMA, John. Encontrei Jesus Numa Festa de Israel. Mundo Cristão.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

LIÇÃO 13 – AS ORAÇÕES DOS SANTOS NO ALTAR DE OURO - (Lv 16.12,13; Ap 5.6-10) 3º TRIMESTRE DE 2018


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO 13 – AS ORAÇÕES DOS SANTOS NO ALTAR DE OURO - (Lv 16.12,13; Ap 5.6-10)
3º TRIMESTRE DE 2018

INTRODUÇÃO
Nesta lição falaremos de um dos móveis que estava no lugar santo do tabernáculo: o altar de incenso. Destacaremos detalhes a respeito deste utensílio e sua finalidade; trataremos ainda sobre o incenso e o seu devido uso; por fim, finalizaremos mostrando que há um altar de incenso no céu, para onde vão as orações dos santos.

I – O ALTAR DE OURO: UM IMPORTANTE UTENSÍLIO DO TABERNÁCULO
Deus revelou como deveria ser o tabernáculo com os seus móveis a Moisés no monte (Êx 25.9,40; 26.30). No entanto, para fabricação destes móveis, Deus capacitou, pelo Espírito Santo, a Bezalel e a Aoliabe (Êx 31.1-6). Um destes móveis construídos foi o altar de incenso (Êx 30.1). Abaixo destacaremos especificamente algumas coisas a respeito do altar de ouro. Vejamos:

1.1 - Construção (Êx 30.1). Deus mostrou a Moisés que este altar deveria ser:
(a) de madeira de acácia (Êx 30.1);
(b) com um formato “quadrado” ou “quadrangular” e precisas medidas que equivalem a “45 cm de largura e 90 cm de altura” (Êx 30.2);
(c) forrado de “ouro puro” completamente (Êx 30.3);
(d) deveria ter “quatro pontas”, uma em cada canto (Êx 30.2);
(e) duas argolas nos cantos, para receber os varais e ser transportado junto com o tabernáculo, quando necessário (Êx 30.4; 37.25-27); e,
(f) uma moldura (coroa) desenhada a volta do altar e abaixo desta (Êx 30.3-b).

1.2 - Localização (Êx 30.6). Diferente do altar do holocausto que ficava no pátio do tabernáculo, o altar de incenso ficava no interior deste, precisamente no “lugar santo”, em frente ao véu que dava acesso ao santíssimo lugar: “E o porás diante do véu que está diante da arca do testemunho, diante do propiciatório […]” (Êx 30.6). O altar do incenso relacionava-se mais estreitamente com o lugar santíssimo do que com os demais móveis do lugar santo. É descrito como o altar “que está perante a face do Senhor” (Lv 4.18). A localização deste utensílio era tão próxima do Lugar Santíssimo, que fez o escritor aos hebreus considerá-lo como pertencente a este (Hb 9.3,4).

1.3 - Finalidade (Êx 30.7-10). O altar de ouro foi construído para que unicamente nele se queimasse incenso ao Senhor (Êx 30.7,8). Neste, não poderia ser oferecido incenso estranho nem ofertas de sangue, nem libações (Êx 30.9). Somente uma vez no ano, o altar do incenso era purificado com sangue de um sacrifício oferecido no altar do holocausto (Êx 30.10). Os sacerdotes tinham acesso ao altar de ouro para oferecer incenso no tempo aprazado (Êx 30.7,8). Era neste altar que Deus se encontrava particularmente com a pessoa que, dia a dia, oferecia o incenso (Êx 30.6-b).

II – O INCENSO SAGRADO PARA SER QUEIMADO NO ALTAR DE OURO
O incenso era feito de uma substância aromática que, quando era queimada, exalava um odor agradável. Abaixo destacaremos alguns detalhes sobre o incenso. Notemos:

3.1 - Quem podia oferecer o incenso (Lv 2.2). Somente os sacerdotes estavam habilitados para a queima do incenso na presença do Senhor (Êx 30.7,8). Com a multiplicação do número de sacerdotes, havia uma escala para a queima do incenso (Lc 1.9-a). Quando o rei Uzias intentou queimar incenso, assumindo a função sacerdotal, foi ferido com lepra pelo Senhor (2 Cr 26.19). Aqueles que tentaram usurpar a função sacerdotal da oferenda de incenso foram punidos com a morte, como o caso de Corá, Datã e Abirão (Nm 16.31-33), ou com doenças, como Uzias (2Cr 26.19), e até mesmo os sacerdotes que ofereceram incenso indevidamente foram mortos (Lv 10.1,2). Enquanto o sacerdote entrava no Lugar Santo para queimar o incenso, o povo ficava do lado de fora do tabernáculo ou do templo em oração (Lc 1.9-b).

3.2 - O tempo da queima do incenso (Êx 30.7,8). Haviam tarefas diárias no tabernáculo para o sacerdote, e uma delas era a queima do incenso, que deveria ocorrer pela manhã (Êx 30.7), e novamente à tarde (Êx 30.8). No Dia da Expiação, o sumo sacerdote oferecia o incenso composto em um incensário sobre a Arca (Lv 16.12,13).

3.3 - A composição do incenso (Êx 30.34-36). O incenso que era oferecido ao Senhor era composto de ingredientes especiais, a saber: “estoraque, e onicha, e gálbano” (Êx 30.34). Estas especiarias aromáticas deviam ser moídas junto com incenso para ser queimado no altar de ouro, coisa santíssima era (Êx 30.36).

3.4 - Advertências acerca do incenso (Êx 30.37,38). O povo de Israel, foi orientado a não reproduzir o incenso do culto levítico, pois este era santo, ou seja, separado exclusivamente para o Senhor (Êx 30.37), e aquele que tentasse fabricar essa especiaria para cheirar, deveria receber como punição a morte: “o homem que fizer tal como este para cheirar, será extirpado do seu povo” (Êx 30.38). Outra forma condenável de queimar incenso também era quando o povo o fazia a outros deuses e não ao Senhor (Jr 44.5,8,15,17; Os 2.13).

IV – O ALTAR DE OURO E O INCENSO E SUA APLICAÇÃO PARA A IGREJA
Quando Deus ordenou a Moisés que construísse o tabernáculo conforme o modelo que lhe foi mostrado no monte (Êx 25.9,40; 26.30), o escritor aos hebreus disse que o tabernáculo terrestre é uma figura do tabernáculo celeste (Hb 8.5). O apóstolo João confirmou essa interpretação, no livro do Apocalipse, quando foi arrebatado ao céu viu um altar de incenso perante o Senhor: “E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono” (Ap 8.3). Tradicionalmente, o incenso é o símbolo da oração, do louvor (Lv 16.12,13; Sl 141.2; Lc 1.9,10). Como o incenso é colocado no altar pelo homem, e ao queimar, sobe até Deus. Da mesma forma, nossas orações começam em nosso coração e ascendem aos céus até Deus. Abaixo destacaremos algumas aplicações sobre o incenso na vida cristã:

4.1 - Quem pode oferecer o incenso. Na Antiga Aliança apenas os descendentes de Arão estavam habilitados para a queima do incenso na presença do Senhor (Êx 30.7,8; Lv 1.9). Na Nova Aliança a igreja é chamada de “o sacerdócio real […]” (1 Pd 2.9). E, cada crente foi feito sacerdote (Ap 1.6; 5.10). Portanto, podemos entrar na presença de Deus para lhe oferecer incenso que é o louvor e a oração que sobem a Sua presença como cheiro suave (Sl 141.2).

4.2 - O tempo da queima do incenso. O incenso deveria ser queimado pela manhã pela tarde (Êx 30.8). Isso nos ensina que a oração deve ser uma prática diária, sem cessar (Lc 18.1; Rm 12.12; Ef 6.18; Cl 4.2; 1 Ts 5.17).

4.3 - A composição do incenso. Cada uma das especiarias que compunha o incenso sagrado (Êx 30.34-35) nos transmite verdades espirituais acerca da adoração e da oração. Vejamos:

a) O estoraque. O estoraque era uma resina extraída sem precisar fazer incisão, ou seja, um corte. Ela brotava do arbusto espontaneamente.
Aplicação: A adoração, a oração e o louvor que prestamos a Deus deve ser voluntário e não forçado (Sl 54.6; 119.108).

b) A onica ou onicha. Uma substância extraída de certos tipos de moluscos, e que emite um aroma forte e penetrante, quando queimado. O mar Vermelho exibe várias espécies desse molusco.
Aplicação: A adoração, a oração e o louvor não podem ser superficiais (Is 29.13; Jl 2.13), mas devem partir do mais profundo da nossa alma (Sl 42.1; 103.1,2; 130.1).

c) O gálbano. O gálbano é um arbusto do deserto. Para ser extraído suas folhas deviam ser moídas e quebradas.
Aplicação: A adoração, a oração e o louvor deve brotar de um coração quebrantado e contrito (Sl 34.18; 51.17).

4.4 - Advertências acerca do incenso. As restrições quanto ao uso do incenso sagrado nos transmite as seguintes lições:

4.4.1 - Não podemos adorar a nós mesmos. A palavra “autolatria” é formada por dois vocábulos gregos: “autos”, que significa “a si mesmo” e “latria”, que quer dizer “adoração”. Logo, “autolatria” significa “adoração a si próprio”. Esse tipo de idolatria também é conhecida como “egolatria”. Encontramos alguns exemplos na Bíblia, tais como: Lúcifer (Ez 28.11-19; Is 14.12-14), o rei Nabucodonosor (Dn 4.29,30; 5.5.18-21) e Herodes (At 12.21-23).

4.4.2 - Não podemos adorar a ídolos. No Decálogo, os dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à idolatria (Êx 20.3,4; Dt 5.6-8). Esta ordem foi repetida em outras ocasiões (Êx 23.13,24; 34.14-17; Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; 2 Rs 17.35,37,38). O Senhor Deus ordenou também a destruição dos ídolos das nações que habitavam na terra de Canaã (Êx 23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 12.2,3). A Palavra de Deus nos revela que quem oferece sacrifícios aos ídolos, oferece aos demônios (Lv 17.7; Dt 32.17; 2 Cr 11.15; Sl 106.37; 1 Co 10.20,21).

4.4.3 - O louvor e a adoração pertencem unicamente ao Senhor. O louvor como forma de adoração deve ser prestado unicamente a Deus (Lv 22.29; Dt 10.21; Sl 150.6; Is 42.8). A Bíblia aponta diversos motivos devemos louvar ao Senhor. Vejamos alguns:

(a) Sua majestade (Sl 96.1,6);
(b) Sua glória (Sl 138.5);
(c) Sua excelência (Sl 148.13);
(d) Sua grandeza (Sl 145.3);
(e) Sua bondade e Suas maravilhas (Sl 107.8);
(f) Sua fidelidade (Sl 89.1);
(g) Sua longanimidade e veracidade (Sl 138.2);
(h) Sua salvação (Sl 18.46);
(i) Suas maravilhosas obras (Sl 89,5);
(j) Suas consolações (Sl 42.5);
(l) Seus juízos (Sl 101.1);
(m) Seus conselhos eternos (Sl 16.7);
(n) Sua proteção (Sl 71.6);
(o) Seu livramento (Sl 40.1-3);
(p) Porque Ele é digno (Sl 145.3);
(q) por sua resposta às orações (Sl 28.6);
(r) porque Ele perdoa pecados (Sl 103.1-3);
(s) Porque Ele é bom (Sl 106.1); e,
(t) porque é bom louvar ao Senhor (Sl 92.1).

CONCLUSÃO
Nossas orações sobem a presença de Deus e são depositadas na presença de Deus como incenso. Tal verdade deve nos motivar a buscarmos intensamente ao Senhor, pois Ele está atento às orações dos santos.

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Abraão de. O tabernáculo e a igreja. CPAD.
ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico.
CPAD.  CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia.
HAGNOS.  CONNER, Kevin J. Os segredos do Taberrnáculo de Moisés.
ATOS  HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa.
OBJETIVA.  STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

LIÇÃO 12 – OS PÃES DA PROPOSIÇÃO – (Lv 24.5-9) 3º TRIMESTRE DE 2018


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50.040.000 Fone: 3084.1524 / 3084.1543
LIÇÃO 12 – OS PÃES DA PROPOSIÇÃO –  (Lv 24.5-9)
3º TRIMESTRE DE 2018

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre mais um elemento presente no Tabernáculo, os pães da proposição; destacaremos a relação desse elemento com a mesa presente no Lugar Santo e suas características; e por fim, pontuaremos significados simbólicos dos pães da proposição à luz das Escrituras.

I – CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE OS PÃES DA PROPOSIÇÃO
1.1 - Definição. No hebraico há duas expressões diferentes que se traduz por “pão da proposição”; a primeira significando: “pães do arranjo, pães da fileira”, aludindo à forma em que eram expostos sobre a mesa (1Cr 9.32; 23.29; Ne 10.33), e uma outra é: “pães da presença ou pães do rosto”. A palavra proposição nesse contexto tem o sentido de “presença”, visto que os pães estavam sempre “diante do Senhor” (Êx 25.30; 35.13; 39.36; Nm 4.7; 1Sm. 21:6; 1Rs 7.48; 2Cr 4.19; 13.11; Mt 12.4; Mc 2.26; Lc 6.4; Hb 9.2). As Escrituras utilizam-se de várias expressões para se referir a esse elemento do santuário:
(a) “pães da proposição” (Êx 25.30),
(b) “doze pães” (Lv 24.5-7), (c) “pão contínuo” (Nm 4.7; 2Cr 2.4), (d) “pão sagrado” (1Sm 21.4), e,
(e) “pão de Deus” (Lv 21.21).

1.2 - Composição. Os coatitas estavam encarregados da confecção dos pães da proposição e dos cuidados com os mesmos (1Cr 9.32; 23.28,29). Cada pão era feito de farinha finíssima, ou seja, a farinha de trigo da melhor qualidade. Sobre a estrutura dos pães da proposição, se é dito que cada um dos doze pães tinham o peso de dois décimos de um efa de farinha de trigo (isso equivalia a dois quilos), o que significa que os pães eram grandes”. A Bíblia na Nova Versão na Linguagem de Hoje (NTLH) traz muito bem esta informação: “Doze pães, cada um pesando dois quilos, deverão ser feitos da melhor farinha”. “Cada pão tinha cerca de 75 cm de comprimento, metade disso quanto à largura, e cerca de 12,5 cm de altura” (CHAMPLIN, 2001, p. 573 – grifo nosso).

1.3 - Localização. Ao entrar no Lugar Santo, os pães da proposição encontravam-se à direita de quem entra, para o lado norte, sobre uma mesa (Êx 26.35). Os pães eram postos um sobre o outro, formando duas pilhas (colunas) de seis pães cada uma (Êx 25.30; 40.23; Lv 24.6). Os pães ficavam expostos durante uma semana e, então, aos sábados, eram removidos e substituídos, e por fim, consumidos pelos sacerdotes, dentro do santuário (Lv 24.8,9) (CHAMPLIN, 2001, p. 9).

1.4 - Propósito. Da mesma maneira que o azeite era importante para que o candeeiro produzisse luz, e assim como o incenso era elemento imprescindível para o altar do incenso, assim também, os pães da proposição eram tidos como memorial da provisão divina (Lv 24.7,8), da necessidade diária de pão e a contínua dependência do povo da provisão de Deus para as necessidades espirituais e físicas. Não só a presença contínua de Deus estava assim simbolizada, mas também o fato dessa gloriosa presença ser considerada mais vital do que o próprio pão (Êx 33.15; Dt 8.3).

II – A MESA DA PROPOSIÇÃO
As Escrituras chamam esta mesa por diferentes nomes:

(a) mesa dos pães da proposição (Êx 25.30);
(b) mesa de madeira de acácia (Êx 25.23; 37.10);
(c) mesa pura (Lv 24.6);
(d) mesa de ouro (1Rs 7.48).

Vejamos ainda algumas informações adicionais a respeito desse móvel do santuário:

2.1 - Modelo e estrutura. O AT declara que o modelo para a construção desta mesa foi concedido por revelação divina (Êx 25.23-30). Nada foi construído pela mente ou imaginação dos construtores. Para a fabricação deste móvel também são destacados os materiais específicos a serem usados e o tamanho exato que a mesa deveria ter. Era feita de madeira de acácia ou cetim revestida de ouro, e tinha dois côvados de comprimento (90 cm), um côvado de largura (45 cm) e, um côvado e meio de altura (70 cm), revestida ao redor com ouro puro e uma moldura de ouro em volta (Êx 37.10-12). Depois de pronta, foi consagrada pela unção com óleo (Êx 30.23-27), e colocada no lado norte do Lugar Santo, de frente ao candelabro de ouro, de modo que a luz do candeeiro iluminava o pão e a mesa (Êx 26.35).

2.2 - Seus utensílios. Para a ministração na mesa da proposição, Deus estabeleceu a fabricação de alguns utensílios, que deveriam ficar sobre ela: “Também farás os seus pratos, e os recipientes para incenso, e as suas galhetas, e as suas taças em que se hão de oferecer libações; de ouro puro farás” (Êx 25.29 – ARA). Os pratos serviam para colocar os pães; as colheres eram cálices para colocar o incenso sobre os pães, identificando-o como sacrifício (Lv 24.7). As galhetas (tigelas) e as taças (copos), eram para armazenar e despejar o vinho (não alcoólico) em oferta de libação. Todos estes utensílios eram feitos de ouro puro (BEACON, 2010, p. 208 – acréscimo nosso).

2.3 - Seu transporte. Quando o tabernáculo era transportado durante as jornadas dos israelitas pelo deserto, a mesa dos pães da proposição era levada, com seus pratos, recipientes de incenso, as taças e as galhetas (Nm 4.5-8). A parte superior da mesa descansava sobre uma armação, e em volta dela havia uma coroa ou moldura de ouro, projetando-se sobre a parte de cima para impedir que os objetos caíssem dela. Na mesa havia ainda, uma argola em cada esquina para permitir que ali fossem introduzidas os varais, a fim de transportar a mesa (Êx 25.23-28).

III – OS PÃES DA PROPOSIÇÃO E SUA SIMBOLOGIA
Todos os utensílios do Tabernáculo, como o sistema levítico por inteiro, além de possuir uma realidade presente (aspecto didático), também existiam realidades futuras (aspecto profético) que apontavam para Cristo (Rm 15.4; Cl 2.17; Hb 10.1). Vejamos alguns desses simbolismos do pães da proposição: 3.1 A provisão divina. Esses pães apontam para algumas lições que Deus intentava deixar claro para seu povo sobre depender inteiramente dEle:

(a) uma lembrança ou um memorial de que Deus habita no meio de seu povo e provê seu pão diário (Sl 136,25; Mt 6.25-33), da mesma forma como proveu o maná para alimentar as doze tribos no deserto (Êx 25.8; 16.11-21; Lv 24.7; Is 63.9);
(b) sua reposição regular simboliza o compromisso do povo de ser leal a Deus e sua gratidão pela provisão divina constante (Lv 24.8,9); e,
(c) uma vez que os sacerdotes se alimentavam dos pães substituídos (Lv 24.8,9), fica evidente mais uma vez, o princípio bíblico do sustento do ministro de Deus, que vive para o serviço integral do santuário (Lv 6.26; 7.6; 1Co 9.9-11; 1Tm 5.18; Dt 25.4; Lc 10.7).

3.2 - Consagração a Deus. Outro simbolismo da mesa com os pães é a consagração total do cristão a Deus, visto que o pão da proposição estava “continuamente na presença do Senhor” (Lv 24.6). O dever do crente é viver continuamente na presença de Deus, para consagrar toda a sua vida ao serviço do Senhor (Lv 24.7; Rm 12.1). Esta consagração resulta de um melhor entendimento do que Jesus Cristo fez pelos pecadores e uma compreensão melhor da grandeza do amor de Deus. Quem se alimenta de Sua Palavra (Jo 6.32-35), melhora sua comunhão com Deus e progride na consagração (1Co 5.8; 1Pd 2.2).

3.3 - A Palavra de Deus. A Palavra de Deus é comparada ao pão diário, ao alimento espiritual (1Pd 2.2) sendo ela a provisão para as necessidades espirituais do homem (Mt 4.4; Dt 8.3), dando-nos nutrientes necessários para nosso crescimento espiritual (2Tm 2.16,17).

3.4 - Uma tipologia de Cristo. Assim como os demais utensílios do tabernáculo, os pães da proposição também apontam tipologicamente para o Senhor Jesus Cristo. Vejamos:

3.4.1 - Sua perfeição moral. Como o pão da proposição não tinha em sua composição o fermento (JOSEFO apud CHAMPLIN, 2001, p. 419), símbolo da corrupção moral (Mt 16.11; Mc 8.15; 1Co 5.6-8; Gl 5.9), serve como figura da pureza de Jesus. Semelhantemente Cristo o pão da vida é perfeito e santo tanto em seu caráter como em seu ser (Lc 1.35), e embora em tudo tenha sido tentado, Ele não conheceu e nem tinha pecado (2Co 5.21; Hb 4.15), e entregou-se a morte como um cordeiro imaculado e incontaminado (1Pd 1.19).

3.4.2 - Seu sofrimento. Para a preparação do pão da proposição, foi usada da melhor farinha obtida de grãos inteiros do trigo. Para que esse trigo se tornasse adequado, ele tinha que ser triturado até se tornar pó finíssimo. Por essa razão, o processo pelo qual o trigo foi submetido representa as tribulações, tentações e sofrimentos do Senhor Jesus Cristo, que como trigo, foi moído (Is 53.7,10), sendo Ele o nosso pão da vida (Jo 12.24). Não menos importante, para o pão servir de alimento precisava ser assado (Lv 24.5). Sendo também esse processo uma alusão ao intenso sofrimento do Filho de Deus no Calvário (Mt 3.11; Lc 3.16; Hb 9.14; 12.29).

3.4.3 - Sua mediação. O fato de serem doze pães sobre a mesa, todo Israel estava sendo diante de Deus representado. Não importava em que parte do acampamento os israelitas estivessem, deviam lembrar-se de que sua tribo estava representada sobre a mesa de ouro no Lugar Santo. Cristo, como o pão da vida nos representou diante do Pai, como sacrifício expiatório (Is 53.4-6), e diante de Deus o Pai é o nosso Advogado (1Jo 2.1,2), e intercessor (Rm 8.34; Hb 9.24).

3.4.4 - A provisão da salvação. Jesus é o Pão da Vida (Jo 6.48), que se fez carne para morrer por nossos pecados (Jo 6.38,51), que sustenta os homens também no âmbito espiritual (1Pd 2.9; Ap 1.6). O pão da proposição prefigura o grão de “trigo” (Jo 12.24), que foi sujeitado ao fogo do julgamento divino em lugar dos homens (Jo 12.32,33). Cristo é o nosso pão espiritual, descido do céu (Jo 6.33,38,50,58), que provisionou a toda humanidade (Jo 3.16) através da fé em sua morte e ressurreição (Ef 2.8; 1Pd 1.21), a vida eterna: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47; ver 6.54-58).

CONCLUSÃO
O simbolismo dos pães da proposição se cumpre em Cristo e sua Igreja, tanto no aspecto pessoal como coletivo. Ele é o nosso alimento espiritual, nossa porção que nos satisfaz plenamente em todas as áreas da vida da humana.

REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. O Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS.
HOWARD, R.E, et al. Comentário Bíblico Beacon. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

LIÇÃO 11 – A LÂMPADA ARDERÁ CONTINUAMENTE (Lv 24.1-4) - 3º TRIMESTRE DE 2018


Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
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LIÇÃO 11 – A LÂMPADA ARDERÁ CONTINUAMENTE - (Lv 24.1-4)
3º TRIMESTRE DE 2018

INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos um pouco sobre o candelabro de ouro puro e batido que estava no Lugar Santo do Tabernáculo e posteriormente no Templo; veremos o material que ele fora feito, sua localização, seu peso e medida, seu formato, sua finalidade e como era feita sua manutenção; e por fim, notaremos sua tipologia em relação a Igreja a partir do uso do azeite e da luz que ele produzia.

I – O CANDELABRO NOS TEMPOS DE MOISÉS
Em hebraico a palavra que indica o candeeiro, castiçal, candelabro ou simplesmente lâmpada que era usado no tabernáculo e posteriormente no templo de Jerusalém é “menorah” (Êx 25.31-40; 37.17-24; Zc 4.2-5,10-14). A fabricação do candelabro foi feita sob a supervisão de Bezalel, da tribo de Judá, e Aoliabe, da tribo de Dã (Êx 31.1-11; 35.30-35). Estes homens, sem dúvida, eram bons artífices, possivelmente tendo aprendido o ofício quando eram escravos no Egito. O Senhor colocou seu Espírito sobre eles, para que o trabalho fosse feito com perfeição, exatamente segundo o modelo revelado e mencionado a Moisés (Êx 25.9,40; 39.43; 40.16) (CHAMPLIN, 2001, p. 572). Vejamos algumas informações sobre o candelabro:

1.1 - O material do candelabro. Diferente da mesa dos pães da proposição e do altar de incenso que eram de madeira e revestidos de ouro, o candelabro era totalmente de “ouro puro e batido” (Êx 25.31,36,39; 31.8; 37.24; 39.37). Assim como o candelabro deveria ser de “ouro puro e batido” as espevitadeiras (tesoura para cortar os pavios) e as bandejas também eram de ouro puro e batido (1Rs 7.49), e por sua vez, o azeite também deveria ser de “azeite puro e batido” (Êx 27.20; Lv 24.1-2). O candelabro era o único utensílio do tabernáculo que não possuía argolas para ser transportado. Por isso, o próprio castiçal e seus acessórios eram cobertos com um pano azul e depois envolvidos numa cobertura de peles de texugos, e então era colocado sobre uma barra (vara) para ser carregados (Nm 4.4,6,9,10,15,16,19,20)

1.2 - A localização do candelabro. O candelabro se localizava no lado sul do Lugar Santo (do lado esquerdo de quem entrava no Tabernáculo) em frente a mesa dos pães da proposição: “Pôs também na tenda da congregação o castiçal defronte da mesa, ao lado do tabernáculo para o sul” (Êx 40.24; 26.35).

1.3 - O peso e as medidas do candelabro. O candelabro tinha sete hásteas com sete lâmpadas; uma localizada na coluna central, e três saindo de cada lado em braços separados (Êx 25.37; 37.17-22; Nm 8.2). As lâmpadas queimavam óleo de oliva batido a mão (Lv 24.2, Êx 27.20), seu peso era de um talento (cerca de 40 a 50 kg), e segundo a tradição judaica media 1,5 metro de altura por 1,0 metro de largura de uma extremidade a outra. Moisés seguindo as instruções de Deus acendeu as lâmpadas do castiçal (Êx 40.1-4,25). Mais tarde, Arão fazia isso (Nm 8.3), e depois os filhos de Arão (Êx 27.20,21; Lv 24.3,4) (CHAMPLIN, 2001, vol. 1, p. 572).

1.4 - O formato do candelabro. Deus exigiu que o castiçal fosse feito exatamente da forma como havia sido mostrado a Moisés no monte Sinai: “Atenta, pois, que os faças conforme o seu modelo, que te foi mostrado no monte” (Êx 25.40). O candelabro era formado de uma única peça de ouro, pelo que não havia partes separadas ou emendadas (Êx 25.31; 37.17). A coluna ou talo central do candelabro era decorada com quatro cálices esculpidos em forma de flores de amendoeira, alternando-se entre botões e flores e cada uma das hastes laterais tinha três cálices, alternando-se da mesma forma entre botões e flores (Êx 25.31-36; 37.17- 22). As lâmpadas precisavam ser limpas e receber seu suprimento de azeite a cada dia pelos sacerdotes (Lv 24.1-4; Êx 40.25,27). Podemos ver isso no tempo do sacerdote Eli: “antes que a lâmpada de Deus se apagasse […]” (Êx 27.20; 1Sm 3.3) (CHAMPLIN, 2001, vol. 1, p. 572).

1.5 - A finalidade do candelabro. Uma das principais finalidades do candeeiro era trazer luminosidade na parte interior do Tabernáculo. No pátio externo do tabernáculo havia a luz do altar do holocausto (Lv 9.22-24), no lugar Santo havia a luz do candelabro (Êx 27.20,21; Lv 24.1-4), e no Santo dos Santos havia a luz do propiciatório através da presença de Deus pela “shekinah” (a luz da glória de Deus em cima do propiciatório) (1Sm 4.4; 21,22).

1.6 - A manutenção do candelabro. Arão e seus filhos deviam preparar as lâmpadas cada vez que oferecessem incenso no altar de ouro: manhã e tarde (Êx 30.7,8). Para que as lâmpadas permanecessem acesas era ordenado que trouxessem “azeite puro” (Êx 27.20; Lv 24.1,2). O sacerdote tinha duas tarefas diárias que não podiam ser esquecidas: manter aceso o fogo sobre o altar (Lv 6.12,13) e manter acesas as lâmpadas do candelabro dentro da tenda durante todo o dia, sendo assim, a luz não podia ser apagada em momento algum. A expressão “continuamente” aparece por três vezes (Lv 24.2-4). Era função do sacerdote:

(a) aparar os pavios, retirando a parte queimada, e,
(b) manter o suprimento de azeite (Êx 27.21; Lv 24.3; Nm 8.1-3).

Arão usava cortadores de pavio e apagadores para cumprir suas funções sacerdotais (Êx 37.23,24) (HENRY, 2010, p. 427).

II – O CANDELABRO E A TIPOLOGIA DA LUZ
O tipo bíblico é uma representação pré-ordenada onde pessoas, eventos e instituições do AT prefiguram pessoas, eventos e instituições do NT. São figuras, ou lições, pelas quais Deus tem ensinado seu povo acerca do seu plano redentor. Ostipos são uma mostra de coisas vindouras (Cl 2.17; Hb 8.5; 10.1), e a Bíblia usa diversos tipos tais como: sinal (Jo 20.25); figura (At 7.43; Rm 5.14; 1Co 10.11); forma (Rm 6.17); parábola, alegoria (Hb 9.9); modelo (At 7.44; Hb 8.4,5); sombra (Cl 2.14; Hb 8.5), e exemplo (Fp 3.17; 1Tm 4.12; 1Pe 5.3; 2Pe 2.6). Notemos então:

2.1 - Jesus e a luz. O profeta Isaías já falava sobre a vinda da luz ao mundo (Is 9.2; 60.1-2). A vinda de Jesus significa exatamente isso quando a luz do mundo, e o Verbo (a Palavra) de Deus, se fez carne e habitou entre nós, Ele ofereceu a luz a todos: “‘Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8.12 ver 9.5). João declarou: “E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam” (Jo 1.5). O apóstolo ainda declara em João 3.19-20: “[…] a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz […]”. O evangelista Mateus afirma: “O povo, que estava assentado em trevas, viu uma grande luz; e aos que estavam assentados na região e sombra da morte a luz raiou” (Mt 4.16). Uma vez que não havia janelas no tabernáculo, o candelabro supria a luz necessária para o ministério dos sacerdotes no Lugar Santo. Jesus Cristo é a “luz do mundo” (Jo 8.12).

2.2 - O crente e a luz. Uma das características marcantes entre os cristãos é que somos pessoas diferentes. Temos luz, não luz própria (Fp 2.15). No Sermão da Montanha, o Senhor Jesus ensinou a seus discípulos que, através do testemunho cristão, os homens glorificam a Deus: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16). A ausência da luz permite que a escuridão prevaleça. Mas, quando a luz chega, as trevas desaparecem. Quando Jesus diz que somos a luz do mundo, está afirmando que a luz se opõe ao mundo, que está em trevas (Is 9.2; 59.9; Jo1.5; 3.19; Rm 13.12; 2Co 6.14). Ser luz do mundo, significa ser santo. Salomão nos mostra como devemos viver na luz: “O caminho do justo é como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até ser dia perfeito” (Pv 4.18). Se a luz estiver apagada ou escondida, nenhum benefício trará ao ambiente, por isso, ela precisa ser alimentada: “Vós sois a luz do mundo […] nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire […]” (Mt 5.14,15).

2.3 - A igreja e a luz. A simbologia do candelabro é de particular importância, pois a sua missão era iluminar, e a missão da Igreja é ter compromisso com Deus, consigo mesma, iluminar o mundo e estar envolvida. Os sete candelabros representavam as sete igrejas da Ásia, na visão de João: “[…] os sete candeeiros são as sete igrejas” (Ap 1.20). Jesus Cristo passeava no meio dos sete candelabros (Ap 1.12,13). A igreja também é chamada de luz do mundo (Ef 5.8; 1Ts 5.5; 1Jo 1.7). As lâmpadas serviam “para alumiar defronte dele” (Êx 25.37), ou seja, do próprio candelabro. Da mesma forma, a Igreja foi chamada para “brilhar diante do Senhor”. As lâmpadas do candelabro tinham que brilhar continuamente (Lv 24.2). O pedestal ensina-nos que assim como os braços estavam ligados a haste central devemos andar nos passos de Jesus (1Jo 2.6). As hásteas estavam ligadas à coluna central do mesmo modo, a Igreja está ligada a Cristo Jesus. Na alegoria da videira e os ramos (Jo 15.1-5), Jesus é a videira, e seus discípulos, os ramos. Todo ramo que não estiver ligado nEle não pode suster-se, nem produzir frutos.

III – O CANDELABRO E A TIPOLOGIA DO AZEITE
3.1 - Jesus e o azeite. A palavra grega para azeite é “chrisma”, que é traduzida por unção (1Jo 2.20,27). Cristo é o ungido de Deus o Messias prometido. O cálice do candelabro tinha o formato côncavo de amêndoa, e era uma espécie de copo, no qual se colocava o azeite. Na cerimônia memorial da Ceia do Senhor o cálice é uma referência nítida do sangue de Jesus, derramado na cruz para remissão de pecados (Mt 26.27,28; 1Co 11.25). Sendo assim, este cálice pode simbolizar o sacrifício de Cristo (Jo 18.11; Mt 20.23; 26.42).

3.2 - O Espírito Santo e o azeite. O azeite é símbolo notável do Espírito Santo (At 10.38; Mt 25.4; Sl 23.5; Lv 14.16; Nm 6.15; Dt 32.13). É o Espírito Santo que age em cada vida individualmente, e na Igreja como um todo, para que se possa refletir a luz de Cristo neste mundo, levando todos a glorificarem o Seu nome (Ap 4.5, Zc 4.6). As hásteas do candelabro eram ocas, bem como a coluna central, por onde se colocava os pavios, que eram cheios de azeite de oliva, o combustível do candelabro (Lv 24.1-4), da mesma forma devemos estar “limpos” para que o azeite possa fluir em nossa vida. É importante salientar que para o bom funcionamento das lâmpadas, o canal de cada hástea não poderia estar obstruído de modo algum. Assim também não podemos e não devemos resistir nem entristecer o Espírito de Deus em nossa vida (At 7.51; Ef 4.30).

3.3 - O crente e o azeite. O azeite para as lâmpadas foi trazido, voluntária e generosamente, pela congregação de Israel (Êx 25.6), assim mesmo devemos oferecer voluntariamente ao Senhor o melhor que temos. O uso das “espevitadeiras” e “apagadores” era justificado na manutenção diária das lâmpadas do candelabro, que cabia ao sumo sacerdote (Êx 30.7). Ele aparava as pontas chamuscadas dos pavios, a fim de que o brilho pudesse ser mais intenso. Mas para que este brilho perdurasse, era imperioso que Arão e seus filhos cuidassem diariamente do candelabro (Êx 30.7,8). À luz do dia, limpavam-no, provendo-o de azeite. Isto nos lembra das fadigas, dos sofrimentos que nós passamos por servir a Deus (Rm 8.18; Jo 14.33). Até mesmo Jesus (a coluna central) passou por isso (Hb 2.18; Jo 4.6; 19.28; Mt 8.24; 26.38; 27.50). Como a manutenção diária das lâmpadas, nossa vida também tem que ser santificadas e renovadas todos os dias (Pv 4.18).

CONCLUSÃO
As lâmpadas do Tabernáculo precisavam ser mantidas acessas constantemente e para isso o povo precisava fornecer o azeite, o combustível que alimentava as chamas. Israel era um povo sacerdotal, escolhido pelo Senhor para mostrar a todas as nações que a luz do mundo, Jesus, viria para iluminar os corações de todos os homens, gentios e judeus. Hoje, pela fé em Jesus Cristo, fomos feitos reis e sacerdotes e temos a responsabilidade de ser “luz do mundo” (Mt 6.13,14).

REFERÊNCIAS
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
HOUAISS, Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
HENRY, Matthew. Comentário Bíblico Antigo Testamento. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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