Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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das Escolas Bíblicas Dominicais
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LIÇÃO
10 – ÉTICA CRISTÃ E VIDA FINANCEIRA - (1 Cr 29.10-14; 1 Tm 6.8-10)
2º
TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
A
Bíblia deixa claro que o dinheiro não é mau, mas adverte quanto ao uso correto
que devemos fazer dele. Nesta lição trataremos um pouco deste assunto;
destacando ainda o que Jesus falou a respeito do dinheiro e das posses;
pontuaremos sobre a importância da economia; e, ainda como fazermos uso do
dinheiro de forma sábia.
I
– A BÍBLIA E O DINHEIRO
O
dinheiro em si não representa pecado algum, pois todas as coisas pertencem a
Deus, inclusive as riquezas (Ag 2.8). Ele mesmo pode enriquecer alguém (1 Sm
2.7; Pv 10.22). A questão é o uso que se faz do dinheiro ou a perspectiva que o
crente tem em relação a ele. Vejamos:
1.1
- A Bíblia adverte quanto a fonte do dinheiro. Todos necessitamos de dinheiro
para nos mantermos. No entanto, a Bíblia faz severas exortações quanto a forma
correta de obtê-lo. Vivemos em dias extremamente difíceis, onde a corrupção tem
sido a prática mais comum entre as pessoas. No Brasil, o “jeitinho brasileiro”
é uma frase que alude a desonestidade, e tem sido praticado com o intuito de
utilizar de meios desonestos para obter lucros ou vantagens. Devemos ter
cuidado quanto a fonte daquilo que pode nos proporcionar dinheiro, riquezas e
bens (Pv 11.1; 20.10; Am 2.6). A Bíblia condena por exemplo: o furto (Êx 20.15;
Dt 5.19); o suborno (Pv 17.23; Dt 16.19; Mt 26.15); a prostituição (Dt 23.18);
mercadejar com os dons ou com o evangelho (2 Rs 5.15,16; At 8.18-22; 1 Tm 6.5;
2 Pe 2.3). O proverbista nos diz: “a riqueza de procedência vã diminuirá, mas
quem a ajunta com o próprio trabalho a aumentará” (Pv 13.11). Não vale tudo
para se possuir algo. Lembremos dos princípios cristãos da licitude (1 Co
6.12-a), conveniência (1 Co 6.12-b), edificação (1 Co 10.23), e, da glorificação
a Deus (1 Co 10.31). Devemos ajuntar pelo trabalho honesto e digno que não
viole nenhum princípio bíblico (Sl 128.2; Ec 2.24; 5.18; Ef 4.28).
1.2
- A Bíblia adverte quanto ao uso do dinheiro. Possuir bens e ter dinheiro é
bom, e a riqueza em si não é má. O que fazemos com ela pode sim transformar-se
em algo danoso. Os ensinamentos de Jesus e dos apóstolos deixam claro que os
bens materiais se não forem administrados com sabedoria, para benefício
próprio, da obra de Deus e do próximo se constituem num tropeço que poderá
impedir o possuidor de entrar no Reino do Céus (Mc 10.23; Lc 6.24; 1 Jo 2.15;
Tg 5.1). Nabal, um rico fazendeiro do AT, negou-se ajudar a Davi quando este
precisou (1 Sm 25.8-12); o filho pródigo gastou a herança do Pai com o pecado
(Lc 15.14,30); outro rico que vestia-se de púrpura, enquanto Lázaro jazia a sua
porta comendo migalhas (Lc 16.19-21); o rico insensato se preocupou apenas com
o seu bem-estar material e esqueceu da sua alma (Lc 12.16-20). Jó, foi um
exemplo de alguém que procurou aliviar o sofrimento alheio com suas posses (Jó
29.13). 1.3 A Bíblia adverte quanto ao apego ao dinheiro. De fato, a Bíblia
condena o amor ao dinheiro, dizendo que é a “raiz de toda espécie de males” (1
Tm 6.10) e não a aquisição dele (Ef 4.28; 1 Ts 4.11). Condena também a
confiança nas riquezas (Sl 49.6,7; 52.7; 62.10; Pv 11.28; Jr 9.23; Mc 10.24; 1
Tm 6.17). Vejamos algumas práticas nocivas em relação as riquezas:
MALES
1.
Avareza
2.
Orgulho
3.
Egoísmo
SIGNIFICADO
1.
Excessivo e sórdido apego ao dinheiro
2.
Conceito elevado ou exagerado de si próprio; amor-próprio demasiado; soberba
3.
Amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios
REFERÊNCIAS
1. Pv 15.27;
Lc 12.15; Rm 1.29; Ef 5.3; Cl 3.5; Hb 13.5
2.
Dt 32.15; Pv 21.4; Jr 9.23; Dn 4.29,30
3.
1 Sm 25.1-11; Lc 12.16-21; 2 Tm 3.4
II
– JESUS E O DINHEIRO
A
cultura judaica dos dias de Jesus acreditava que riqueza era um sinal de um
favor especial de Deus, e que aqueles que a possuíam deveriam ser tratados com
deferência (GONÇALVES, 2011, p. 76). Todavia, Jesus explicou que é difícil
entrar um rico no Reino dos céus (não impossível, mas difícil) (Mt 19.24).
Abaixo destacaremos alguns ensinamentos de Cristo sobre as riquezas:
-Não
devemos buscar as riquezas como prioridade, mas o reino dos céus (Mt 6.33);
-Não
devemos colocar o coração nas coisas materiais, mas nas espirituais (Mt
6.19-21; Lc 12.34);
-Não
devemos ganhar o mundo às custas da alma (Mt 16.26; Mc 8.36);
-Devemos
manter uma perspectiva eterna e juntar tesouros no céu “onde traça nem ferrugem
corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam” (Mt 6.19-21);
-Devemos
ser ricos para com Deus e não apenas financeiramente (Lc 12.21);
-Devemos
ter cuidado com a sedução das riquezas, pois elas podem sufocar a palavra
semeada no coração (Mt 13.22; Mc 4.19; Lc 8.14);
-Devemos
ter a nossa vida centrada em Deus e não nas coisas (Mt 6.25-34);
-Devemos
estar satisfeitos com aquilo que temos (Pv 30.7-9; 1 Tm 6.8).
III
– A BÍBLIA E A ECONOMIA
A
palavra “economia” segundo o Houaiss significa: “gerenciamento de uma casa,
especificamente das despesas domésticas” (HOUAISS, 2001, p. 1097). Um dos
aspectos do fruto do Espírito é o domínio próprio (Gl 5.22) que também pode ser
traduzido por equilíbrio. Este equilíbrio deve estar presente em todas as áreas
da nossa vida, inclusive na financeira. Batista (2018, p. 148) nos diz que: “a
saúde financeira não depende de quanto ganhamos, mas de como gastamos o que
ganhamos”. Notemos o que a Bíblia nos orienta quanto a economia:
3.1
- Evitemos o desperdício. Nunca devemos comprar o que não necessitamos, e nem
gastar além do que ganhamos. Deus não se alegra com o desperdício. Quando Deus
mandou que sacrificassem o cordeiro da Páscoa, se a família fosse pequena
deveria agregar-se a outra, para que comessem juntas, a fim de não estragar
comida (Êx 12.1-4). Na ocasião que enviou o maná para o povo de Israel, os
orientou, através de Moisés, que apenas recolhessem a porção diária, o tanto
quanto podia comer (Êx 16.14-18). Jesus quando multiplicou pães e peixes,
ordenou depois que a multidão comeu, que as sobras fossem recolhidas: “Recolhei
os pedaços que sobejaram, para que nada se perca” (Jo 6.12).
3.2
- Planejemos os nossos gastos. Jesus deixou claro que o crente só deve iniciar
um empreendimento depois de planejar e ter a certeza de que vai conseguir
concluí-lo (Lc 14.28-32). Ainda que neste texto ele estivesse falando sobre a
responsabilidade em segui-lo, tal princípio é perfeitamente útil para as demais
áreas da vida, inclusive a financeira.
3.3
- Economizemos o máximo. Dentro das possibilidades, o crente deve ter uma
reserva financeira, visando dias maus que possam lhe sobrevir. Esse princípio
fica evidente na administração de José na terra do Egito (Gn 41.33-35). Para
que se consiga isso, são necessários equilíbrio e sabedoria por parte do servo
de Deus (Pv 12.24; 25.28).
IV
– FAZENDO USO DO DINHEIRO DE FORMA SÁBIA
4.1
- Provisão familiar. É responsabilidade do pai ser o provedor do lar (Gn 3.19;
Sl 128.1,2), podendo, se necessário, ser auxiliado pela esposa (Gn 2.18; Pv
31.24). A Bíblia também orienta que os pais devem preocupar-se com o futuro dos
filhos (Pv 19.14); como também com o bem estar dos demais parentes, quando
necessário (Êx 20.12; Mt 15.3-6; 1 Tm 5.8).
4.2
- Contribuir com a obra de Deus. A palavra dízimo significa: “décima parte de
uma importância ou quantia”. O Dízimo, então, é uma oferta entregue
voluntariamente à obra de Deus, constituindo-se da décima parte da renda do
adorador. É um ato de fé, amor e devoção àquele que tudo nos concede. A prática
do dízimo está registrada antes da Lei (Gn 14.18-20; 28.18-22); na Lei (Nm
18.21-32; Dt 12.1-14; 14.22-29); nos livros poéticos (Pv 3.9); proféticos (Ml
3.10); nos evangelhos (Mt 23.23); e, nas epístolas (1 Co 9.9-14).
4.3
- Pagar as contas pontualmente. É necessário que sejamos cumpridores dos nossos
compromissos financeiros. Comprar e não pagar é um ato típico daqueles que não
temem a Deus (Hc 2.6,7; Rm 1.31). Fomos chamados para fazer a diferença como
sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13,14). Nossas atitudes honestas levam os
homens a glorificar a Deus: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens,
para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos
céus” (Mt 5.16).
4.4
- Ajudar ao próximo. Atender ao pobre e ao necessitado é um preceito bíblico
(Lv 23.22; Dt 15.11; Sl 41.1; 82.3). Nos dias da igreja primitiva, a igreja não
só pregava o evangelho, mas também, atendia aqueles que necessitavam de socorro
material (Gl 2.9,10). Paulo ensinou claramente que além do sustento pessoal
devemos nos preocupar em aliviar o sofrimento alheio “[...] trabalhe, fazendo
com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver
necessidade” (Ef 4.28). Ser generoso e solidário também é um dever do cristão
(Hb 13.2; Tg 2.14-17; 1 Jo 3.17,18).
CONCLUSÃO
A
Bíblia não condena a aquisição de dinheiro e bens, desde que seja de forma
lícita. Ela nos instrui também que tudo aquilo que possuímos deve honrar a
Deus, deve ser para nosso sustento e para aliviar o sofrimento do próximo.
REFERÊNCIAS
CHAMPLIN,
R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
GONÇALVES,
José. A prosperidade à luz da Bíblia. CPAD.
HOUAISS,
Antônio. Dicionário da Língua Portuguesa. OBJETIVA.
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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