Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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LIÇÃO
08 – ÉTICA CRISTÃ E SEXUALIDADE - (1 Co 7.1-16)
2º TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
Uma
das características do presente século é a promiscuidade e a perversão sexual.
Diariamente, as famílias são bombardeadas por orientações sexuais ilícitas e
estímulos à práticas sexuais antibíblicas, principalmente através da mídia. Por
isso, faz-se necessário estudarmos sobre a sexualidade à luz da Bíblia. Veremos
nesta lição: a definição do termo sexualidade; que o sexo foi criado por Deus;
que o ato conjugal deve estar restrito ao casamento; os propósitos do sexo;
quais são as práticas sexuais ilícitas, e por fim, destacaremos os princípios
bíblicos para o ato conjugal.
I
- DEFINIÇÃO DAS PALAVRAS “SEXUALIDADE” E “SEXO”
O
dicionarista Antônio Houaiss (2001, p. 2563) define a palavra sexualidade como:
“qualidade do que é sexual. O conjunto dos fenômenos da vida sexual externos ou
internos, determinados pelo sexo do individuo”. A expressão “sexo” ainda pode
ser usada como referência aos órgãos sexuais ou à prática de atividades
sexuais. À luz da Bíblia, sexo são “as características internas e externas, que
identificam e diferenciam o homem da mulher” (Gn 1.27).
II
– O SEXO FOI CRIADO POR DEUS
A
nossa confissão de fé (2017, p. 203) diz que a diferenciação dos sexos visa à
complementariedade mútua na união conjugal (1Co 11.11), essa complementariedade
mútua é necessária à formação do casal e a procriação. Rejeitamos o
comportamento pecaminoso […] bem como qualquer configuração social, que se
denomine família, cuja existência se fundamente em prática, união ou qualquer
conduta que atente contra a monogamia e a heterossexualidade consoante o modelo
estabelecido pelo Criador e ensinado por Jesus (Mt 19.6). Quando criou o ser
humano, a Bíblia revela que Deus os fez sexuados: (Gn 1.27). A bênção do Senhor
estava sobre aquele casal heterossexual (Gn 1.28). O sexo dentro do casamento
não se constitui pecado, pois a Bíblia nos revela que foi Deus quem o criou (Ec
9.9; Pv 5.15-19; Hb 13.4). Logo, a natureza do sexo em si não é pecaminosa nem
má, como acreditam e defendem alguns de forma equivocada (1Tm 4.1-3). O sexo
fez parte da constituição física e emocional do ser humano, desde o momento da
sua criação (Gn 1.27). Assim, à luz das Sagradas Escrituras não é correto ver o
sexo como coisa imoral, feia ou suja, pois Deus não fez nada ruim (Gn 1.31).
III
– A RELAÇÃO SEXUAL ESTÁ CIRCUNSCRITA AO CASAMENTO
3.1
- No Antigo Testamento. No plano original divino, a ordem de crescer e
multiplicar-se foi dada a um casal (Gn 1.28). As páginas veterotestamentárias
nos mostram claramente que somente nesta condição o ato conjugal é aceito e
aprovado por Deus (Gn 2.24); pois, é por meio do casamento que marido e mulher
tornam-se “uma só carne”, segundo a vontade de Deus (Gn 2.24 comparar Mc 10.7).
Portanto, os prazeres físicos e emocionais normais, decorrentes do
relacionamento conjugal fiel, são ordenados por Deus e por Ele honrados (Pv
5.15-19).
3.2
- No Novo Testamento. O NT preservou as atitudes judaicas do AT quanto ao sexo.
Jesus condenou não só as práticas sexuais fora do casamento, como também o
“simples” olhar com intenção impura para uma mulher (Mt 5.2-32). O apóstolo
Paulo, de igual forma, ensinou aos crentes de Corinto como eles deveriam se
portar quanto ao sexo (1Co 7.1-40). Aos casados, o apóstolo orienta que
pratiquem o ato sexual regularmente (1Co 7.3), e só abstenham de desfrutar do
ato conjugal com finalidades espirituais, como dedicar-se à oração, por
exemplo, por um espaço de tempo combinado entre o casal, a fim de não se
exporem às tentações de Satanás, inclusive, ao adultério (1Co 7.5). E, aos
solteiros, Paulo afirmou que aqueles que não puderem conter-se, ou seja,
controlar-se, que se casem, a fim de evitar as tentações e possam praticar o
ato sexual licitamente (1Co 7.9; Hb 13.4).
IV
– PROPÓSITOS DO SEXO SEGUNDO A BÍBLIA
Além
da Bíblia ensinar que o ato conjugal deve ser praticado dentro do casamento,
ela também mostra quais os propósitos pelos quais Deus criou o sexo. Vejamos as
principais:
4.1
- Procriação. Sem dúvida alguma, o primeiro propósito do ato sexual é a reprodução
humana (Gn 1.28; 9.1; Sl 127.3). A procriação é o ato criador de Deus, através
do homem. Para tanto, o Senhor dotou o homem de capacidade reprodutiva,
instituindo o matrimônio e a família (Gn 2.21-24). No AT, a “lua de mel” para o
soldado durava um ano, com o fim de proporcionar ao casal a possibilidade da
procriação (Dt 24.5). Quando os fez macho e fêmea, Deus tinha o propósito de
tornar possível a reprodução do gênero humano (Gn 1.28-a), visto que dois
iguais não se reproduzem, por isso a prática homossexual é vista na Bíblia como
uma abominação (Lv 18.22); e, algo antinatural (Rm 1.26,27). Portanto, “o
princípio da heterossexualidade estabelecido na criação, continua a ser parte
integrante do plano de Deus para o casamento”.
4.2
- Satisfação. O ato conjugal também foi criado para proporcionar prazer ao
casal. A Bíblia diz: “Bebe água da tua fonte, e das correntes do teu poço.
Derramar-se-iam as tuas fontes por fora, e pelas ruas os ribeiros de águas?
Sejam para ti só, e não para os estranhos contigo. Seja bendito o teu
manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade” (Pv 5.15-18). O sábio
exorta os cônjuges a desfrutarem do sexo, sem ao menos mencionar os filhos.
Neste capítulo, o homem é incentivado a valorizar a união conjugal honesta e
santa, exaltando a monogamia, a fidelidade e o prazer (Ec 9.9; Ct 4.1-12;
7.1-9).
V
– PRÁTICAS SEXUAIS REPROVADAS PELA BÍBLIA
Já
vimos que o sexo foi criado por Deus com propósitos elevados, saudáveis e
benéficos para o ser humano. No entanto, desde a Queda, o sexo e a sexualidade
têm sido deturpados de modo irresponsável (Rm 1.24-27). Abaixo elencaremos
algumas práticas sexuais reprovadas pelas Escrituras:
5.1
- Fornicação. Relação sexual entre pessoas não casadas. A Bíblia restringe o
ato sexual apenas aos casados. Portanto, praticá-lo antes do casamento se
constitui em transgressão (Gl 5.19-21; Ef 5.3; Cl 3.5).
5.2
- Adultério. Relação sexual de um homem casado com uma mulher que não é a sua
esposa, ou vice-versa. Prática condenada pela Bíblia Sagrada (Êx 20.14; Dt
5.18; Mt 5.27; Rm 13.9). A Escritura fala da união monossomática (mono = um) +
(soma = corpo). Este é mais um mistério da união sexual dentro do casamento:
“serão ambos uma carne” (Gn 2.24). A expressão em destaque diz respeito a um
nível de relacionamento tão íntimo entre um casal, ao ponto de fazerem com que
o marido e a esposa tornem-se uma só pessoa, de tal forma que beneficiando ou
afetando um, logo se atingirá o outro (Ef 5.28-b).
5.3
- Homossexualidade. Atração erótica entre pessoas do mesmo sexo. Considerada
pela Bíblia uma das perversões mais chocantes. Por isso, é por ela condenada
(Lv 18.22; 20.13; Jz 19.22-25; Rm 1.25-27; 1Co 6.9; 1Tm 1.9,10). A Bíblia
apresenta a união heterossexual (heteros = diferente) + (sexual = sexo). O
relacionamento conjugal só é possível entre um homem e uma mulher, ou seja,
entre um macho e uma fêmea (Gn 1.27). Qualquer união sexual fora desse padrão
se constitui violência ao plano original divino (Lv 18.22; Dt 23.17).
5.4
- Perversões. Nas Escrituras Sagradas encontramos severas reprovações quanto a
perversões sexuais, tais como: masturbação (Mt 5.27; Rm 6.13,19; 1Co
6,13,15,18; Gl 5.19; Ef 5.3); zoofilia (sexo com animais) (Lv 18.23); estupro
(Gn 34.2,7; 2Sm 13.12); incesto (sexo entre familiares próximos) (Lv 18.7-19;
1Co 5.1); pedofilia (sexo com crianças) (Ef 4.19-22; Gl 5.19-21); práticas
sexuais fora do padrão natural criado por Deus (1Co 6.19,20; 1Pe 3.7); sexting
(sexo virtual) (Ef 5.3, 4; Cl 3.5).
VI
- PRINCÍPIOS BÍBLICOS PARA O ATO CONJUGAL
Além
de falar de que Deus criou o sexo e que este deve ser praticado por pessoas
devidamente casadas, a Bíblia também orienta sobre quais os princípios para o
ato conjugal. A palavra “princípio” significa: “o que serve de base para alguma
coisa; ditame moral; regra, lei preceito” (HOUAISS, 2001, p. 2299). Vejamos
alguns:
6.1
- Princípio do amor. Ao contrário do modo de vida das pessoas que não conhecem
a Palavra de Deus e praticam o sexo por mero prazer, o cristão é orientado a
praticar o ato conjugal motivado pelo amor: “O marido pague à mulher a devida
benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido” (1Co 7.3). Benevolência e
amor andam juntos (1Co 13.4).
6.2
- Princípio do respeito. O ato sexual entre cristãos deve ser feito com
respeito, pois o amor “não se porta com indecência” (1Co 13.5). O marido deve
honrar o corpo da esposa, e a esposa o corpo do marido, como nos ensina o
apóstolo Pedro (1Pe 3.7). Portanto, o cônjuge não pode ser forçado a fazer sexo
quando não quer e não pode, principalmente a mulher, em casos específicos, tais
como: período de menstruação (Lv 18.19,20), quando a gravidez requer mais
cuidado, nem no período pós-parto até certo mês, e, por fim, em casos de
doença.
6.3
- Princípio da alegria e prazer. O ato conjugal não deve ser praticado com
tristeza ou insatisfação; mas, com alegria, pois é um momento de prazer mútuo
entre os cônjuges. A recomendação do sábio é clara: “alegra-te com a mulher da
tua mocidade” (Pv 5.18). Embora este não seja o único objetivo do casamento, não
podemos negar que seja um dos principais (Pv 5.18; Ec 9.9). Deus criou os seres
humanos sexuados (macho e fêmea) para lhes proporcionar a bênção do prazer
conjugal (Gn 1.26,27; Hb 13.4).
6.4
- Princípio do relacionamento. Deus instituiu o casamento também para que o
homem tivesse com quem se relacionar plenamente. O texto sagrado nos mostra que
através do matrimônio Deus tinha em mente proporcionar ao homem e a mulher um
relacionamento de forma:
(a)
Física: “e apegar-se-á à sua mulher”;
(b)
Sexual: “e serão ambos uma carne”; e
(c)
Emocional: o homem que “estava só” (Gn 2.1) agora tinha alguém para dirigir seu
afeto (Gn 2.23).
CONCLUSÃO
O
sexo foi criado por Deus (Gn 1.28). Mas, o propósito de Deus é que o sexo seja
praticado dentro do casamento, entre marido e mulher. Os cônjuges devem
desfrutar dessa bênção dada por Deus, que é o ato conjugal, desde que esteja
dentro dos princípios bíblicos.
REFERÊNCIAS
ARÉVALO,
Waldir Moreno. O sexo que Deus criou. MPT.
Bíblia
de Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
CRUZ,
Elaine. Sócios, Amigos e Amados. CPAD.
DANIELS,
Robert. Pureza Sexual. CPAD.
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