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LIÇÃO
02 – ÉTICA CRISTÃ E IDEOLOGIA DE GÊNERO – (Is 5.18-24)
2º TRIMESTRE DE 2018
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, veremos a definição das palavras: ideologia e gênero; pontuaremos o que
é a ideologia de gênero e seus postulados; estudaremos o que determina o sexo
na pessoa; postularemos quais as características da ideologia de gênero; e por
fim, analisaremos as consequências da ideologia.
I
– DEFINIÇÃO DAS PALAVRAS IDEOLOGIA E GÊNERO
1.1
- Definição da palavra Ideologia. “A palavra ‘ideologia’ é composta pelos
vocábulos gregos ‘eidos’, que indica ‘ideia’, e ‘logia’, com o sentido de
‘raciocínio’. Assim, ideologia significa qualquer conjunto de ideias que se
propõe a orientar o comportamento, a maneira de pensar e de agir das pessoas,
seja individualmente, seja em sociedade. Em um sentido amplo, a ideologia se
apresenta como aquilo que seria ou é ideal para um determinado grupo”
(BAPTISTA, 2018, p. 17 – grifo do autor). Grosso modo a palavra ideologia
denota uma “visão de mundo” ou “cosmovisão”, e encerra um conjunto de
pensamentos e doutrinas que são colocadas de alguma maneira, como padrão ideal
a ser seguido” (SILVA, 2018, p. 19 – grifo nosso). O lexicógrafo Antônio
Houaiss (2001, p. 1565) define a palavra ideologia como: “ciência que tem como
objetivo de estudo as ideias; as quais refletem, racionalizam e defendem os
interesses institucionais, sejam estes morais, religiosos, políticos ou
econômicos”.
1.2
- Definição da palavra gênero. Gênero pode ser definido como aquilo que
identifica e diferencia os homens e as mulheres, ou seja, o gênero masculino e
o gênero feminino. De acordo com a definição tradicional de gênero, este pode
ser usado como sinônimo de “sexo”, referindo-se ao que é próprio do sexo
masculino, assim como do sexo feminino. A palavra “gênero” tem origem no grego
“genos” e significa “raça”. Na concepção da lógica, o termo aponta para uma
“espécie” indicando o “masculino” e o “feminino” (BAPTISTA, 2018, p. 18 – grifo
do autor).
II
– O QUE É IDEOLOGIA DE GÊNERO
2.1
- Definição de Ideologia de gênero. Quanto à sexualidade, a ideologia ensina
que o gênero e a orientação do desejo sexual não são determinados pela
constituição anatômica do corpo humano (BAPTISTA, 2018, pp. 17,18 – grifo do
autor). Uma das consequências da “ideologia de gênero” é a eliminação e
alienação do conceito de pessoa, pois, segundo esse modo de pensar, não existe
uma identidade biológica em relação à sexualidade e que todas as relações
sexuais são apenas o construto da sociedade, pois ignora a natureza e os fatos
biológicos, e alega que o ser humano nasce “sexualmente neutro”, e o gênero
pode ser construído e desconstruído, ou seja, pode ser entendido como algo
mutável e não definido, como afirmam as ciências biológicas (BAPTISTA, 2018, p.
18 – grifo do autor). “A ideologia de gênero defende a total distinção entre gênero
e sexo e prega que o gênero do indivíduo não é uma determinação natural e
biológica […] e que cada indivíduo deve lutar para se libertar da imposição
social sexista que inflige o padrão único e binário de masculino e feminino, e
decidir ele próprio, o seu gênero” (SILVA, 2018, p. 29).
III
– O QUE DETERMINA O SEXO DA PESSOA
Biblicamente
(e cientificamente), a orientação e o desejo sexual estão direta e
intrinsecamente relacionados às características físicas do sexo (masculino e
feminino). O conceito de “identidade de gênero” não aceita o sexo biológico
(masculino e feminino) como fator determinante da sexualidade. Ensinam que os
indivíduos desenvolvem sua “identidade de gênero” durante o processo de
socialização com a cultura na qual estão inseridos. No entanto, de acordo com
as Escrituras e a ciência, existem apenas dois tipos de gêneros: o masculino e
o feminino. Vejamos:
3.1
- A ação do Criador. Do ponto de vista bíblico, a sexualidade de uma pessoa é
determinada por uma ação criadora do próprio Deus de maneira bem definida: “E
criou Deus […] homem e mulher os criou” (Gn 1.27); “Porém, desde o princípio da
criação, Deus os fez macho e fêmea” (Mc 10.6 ver Mt 19.4); “[…] e Isabel tua
mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome João” (Lc 1.13); “[…] A Noemi
nasceu um filho, e chamaram ao menino Obede […]” (Rt 4.17). Até com os animais
a Bíblia mostra a diferença entre os sexos (Gn 6.19; 7.2,3,9,16). A ideologia
de gênero está fora de sincronia com esta criação e é contrária à ordem natural
estabelecida pelo Criador (Rm 1.24-27 ver Lv 18.1-23; Is 28.15).
3.2
- A genética. Os hormônios sexuais são encarregados de conceder a uma pessoa as
características físicas de seu sexo genético. Estes cromossomos contêm as
chaves que desencadeiam a regulação dos hormônios sexuais nos homens e
mulheres. Essas instruções estão localizadas em segmentos do DNA chamados
“genes” que definirão o sexo da pessoa […] (TAY, 2015, p. 90 – grifo nosso). Os
cromossomos sexuais são um tipo de plasma encontrado no núcleo das células e
que determina o sexo dos seres vivos. As fêmeas normalmente possuem o mesmo
tipo de cromossomos sexuais “XX”, e por isso chamado de sexo homogamético. Os
machos são o sexo heterogamético, contendo dois tipos distintos de cromossomos
sexuais, um “X” e outro cromossomo “Y” (TAY, 2015, p. 92 – grifo nosso). Então,
alterar o fenótipo (aparência) não consiste em alterar o genótipo (genes).
3.3
- A fisiologia. Fisiologia é uma área de estudo da biologia responsável em
analisar o funcionamento físico, orgânico, mecânico e bioquímico dos seres
vivos. O termo fisiologia se originou a partir da junção do grego “physis”, que
significa “funcionamento” ou “natureza”, com a palavra “logia”, que quer dizer
“estudo” ou “conhecimento (TAY, 2015, p. 92 – grifo nosso). Deus criou dois
sexos anatomicamente distintos (Gn 1.27). Portanto, o órgão genital e as
características físicas de nascimento de um ser humano, também determinam sua
sexualidade.
IV
– PORQUE NÃO ACEITAMOS A IDEOLOGIA DE GÊNERO
4.1
- Porque ela é anticientífica. A homossexualidade assim como outros transtornos
relacionados com a identidade de gênero, trata-se de uma conduta patológica, um
desvio da pulsão sexual, tanto no que concerne ao objeto quanto ao alvo sexual
(SILVA, 2018, p. 23 – grifo nosso). Fisiologicamente, o ser humano normal, sem
nenhum distúrbio, nasce menino ou menina. A sexualidade de uma pessoa não deve,
naturalmente, ser diferente do seu sexo, a menos que ela, já madura, resolva
renunciar sua própria natureza. Mesmo que haja alguma deturpação física,
permanecem homens ou mulheres biológicos. Não há nenhuma dúvida que não existe
“gene gay” ou “gene trans”: “Cientificamente, não existe um ‘terceiro sexo’,
visto que a sexualidade humana é binária por princípio, com a finalidade óbvia
de reprodução e florescimento de nossa espécie” (Jornal Mensageiro da Paz, nº
1.583, junho/2016, p.15).
4.2
- Porque ela é antirracional. O conceito de “identidade de gênero” não aceita o
sexo biológico (masculino e feminino) como fator determinante da sexualidade.
Se pegarmos qualquer coisa que tenha sido criada ou projetada para funcionar de
determinada maneira e reverter a sequência da operação, e o resultado
inevitável será a destruição. Uniões do mesmo sexo agridem a própria imagem de Deus
e a ordem natural e racional da criação (Rm 1.25-27) (STAVER apud SHELDON,
2004, p.102).
4.3
- Porque ela é antiética. A ideologia de gênero é mais uma daquelas mentiras
com ares de suposta verdade que infestam o mundo contemporâneo […] é um dos
subprodutos da ditadura do relativismo moral, cuja origem se encontra no
marxismo cultural […] é um ataque frontal e violento a família e à dignidade do
homem (HENRIQUE apud SILVA, 2018, pp. 29,30 – grifo nosso). É o desdobramento
do marxismo que também pretende eliminar o modelo ético familiar monogâmico,
patriarcal e heterossexual (BAPTISTA, 2018, p. 19 – créscimo nosso). A
ideologia de gênero, também conhecida como ‘ausência de sexo’, é um mal
presente na sociedade pós-moderna e indica o grau da corrupção da espécie
humana […] (BAPTISTA, 2018, pp. 17,18).
4.4
- Porque ela é antibíblica. A ideologia de gênero está exatamente no contrário
do que Deus ordenou (Rm 1.24-27 ver Is 28.15). Ao instituir o casamento, Deus
ordenou: “o homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão
uma só carne” (Gn 2.24). Isso significa que a união monogâmica (um homem e uma
mulher) e heterossexual (um macho e uma fêmea) sempre fez parte da criação
original de Deus. A diferenciação dos sexos visa à complementaridade mútua na
união conjugal: “nem o varão é sem a mulher, nem a mulher, sem o varão” (1Co
11.11 ver Gn 1.27; 1Co 6.10; Ef 5.22-25).
V
– CONSEQUÊNCIAS DA IDEOLOGIA DE GÊNERO
Como
já vimos, a Ideologia de gênero teve sua origem no fim do século XIX; desde
então, vem criando consequências funestas para a vida em sociedade. Citaremos
quatro sérias consequências, que são produtos dessa agenda:
5.1
- A eliminação do conceito de “pessoa”. A pessoa é uma realidade primária e
original, e a aceitação do “eu” é o primeiro passo para vivermos nossa vida
feliz. Na ideologia de gênero, há uma constante rejeição e negação do que as
pessoas são. Deus nos fez a Sua imagem e semelhança, e isso tem um valor
incalculável (Gn 1.26). O ser “pessoa” não é um elemento qualquer, mas a
construção mais autêntica de cada ser humano feito a imagem do Criador como
coroa da criação (Sl 8.4-9).
5.2
- A suplantação da sexualidade pelo sexuado. O propósito dessa ideologia na
área da moralidade é desassociar o sexo da sexualidade e com isso provocar a
inversão dos valores no casamento e na família. Tal posição despreza os papéis
biblicamente constituídos (Rm 1.25-32; Ef 5.22-33). Devemos rejeitar esta
ideia, porque entendemos que em cada um de nós, Deus plasmou (formar ou modelar
em barro) o seu querer santo em nós e o homem sempre será homem a mulher sempre
será mulher: “E, quando forem cumpridos os dias da sua purificação por filho ou
por filha […] Esta é a lei da que der a luz a menino ou menina” (Lv 12.6,7).
“Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez” (Mt
19.4).
5.3
- A eliminação das relações afetivas e os vínculos familiares. A ideologia de
gênero postula que os critérios familiares são secundários e devem ser
rejeitados como: a figura do pai, da mãe e dos irmãos. Assim também a
monogamia, a fidelidade, a exclusividade e o compromisso são desnecessários, e
tudo passa a ser relativizado e permitido, e o casamento heterossexual e a
família tradicional são totalmente desconsiderados (BAPTISTA, 2018, p. 22). Por
isso e muito mais, esta ideologia de vida agride em todas as suas dimensões a
família e deve ser rejeitada (Ef 5.22; 6.1-4).
5.4
- A depravação da sexualidade. Depravações sexuais como zoofilia (sexo do homem
com animais); necrofilia (atividade sexual com cadáver) e até a pedofilia (sexo
de adultos com criança) serão toleradas como resultado da aceitação da
“ideologia de gênero”. Convém aqui registrar que a prática da zoofilia é
tipificada como crime (Art. 32, Lei 9.605/1998), a necrofilia (Art. 212, Código
Penal Brasileiro), bem como a pedofilia, é considerada crime contra vulnerável
previsto no Código Penal Brasileiro (Art. 217-A), além de ser tipificada como
doença na categoria “Transtornos da preferência sexual” listada na
Classificação Internacional de Doenças (CID-10, Código F65.4) (BAPTISTA, 2018,
p. 23 – acréscimo nosso).
CONCLUSÃO
O
plano de Deus foi criar um casal, sendo um macho e a outra fêmea, ou seja, um
homem e uma mulher. Entre muitos propósitos divinos estava a união
heterossexual entre um homem e uma mulher. Portanto, a revelação divina contida
na Bíblia Sagrada está acima da ideologia de gênero e transcende a cultura
pós-moderna relativizada de nossa época.
REFERÊNCIAS
ANKERBEG,
J; WELDON, J. Os fatos sobre a homossexualidade.
Chamada
da Meia Noite. BAPTISTA, Douglas.
Valores cristãos. CPAD.
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Alan. A Graça de Deus e o homossexual. Graça.
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GEISLER,
N. L. B, Peter. Fundamentos inabaláveis. Vida
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SEVERO,
Júlio. O movimento homossexual. Editora Betânia.
SHELDON,
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STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
WEINGAERTNER,
M. (Ed.). Igreja e homossexualismo. IECLB.
TAY,
Dr. John S.H Nascido Gay? Central Gospel.
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